sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

POR FAVOR, ME AJUDA!

Por favor, me ajuda. O que vou fazer? Não posso continuar assim. Dá para notar! Vê o estado em que estou. O que devo fazer? Mostra-me o caminho.’  Como se eu precisasse de mais informação ou de algum tipo de sinal!

(...) Subitamente, assim que terminei essa oração, percebi a presença do bosque, das árvores, das colinas escuras, da úmida noite em minha imaginação, comecei a ouvir o grande sino de Getsêmani soando na noite...”
 
 
 
 
 

A Thomas Merton Reader
, editado por Thomas P. McDonnell

(Image Books, A Division of Doubleday @ Company, Inc. Garden City, NY), 1962 p. 51

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A FORMA COMO UM SACERDOTE SE VESTE É UM DADO IMPORTANTE PARA A FÉ CATÓLICA?

clergyman
“Eu gostaria de perguntar, como todo respeito, se os padres devem usar “uniforme” somente quando estão em seus respectivos “trabalhos”, para onde foram enviados, ou se devem sempre estar identificados como sacerdotes, porque, na minha cidade, nenhuma congregação se identifica como padre (nem em missão, nem nos colégios, nem nas próprias paróquias), exceto na hora da Missa.” 
Sobre este tema é recorrer ao último documento da Santa Sé que trata do tema: o número 61 do Diretório para o ministério e a vida dos presbíteros, na sua última versão, de 2013. É fácil encontrá-lo na internet, mas resumirei algo do seu conteúdo.
O documento afirma, em primeiro lugar, que o sacerdote deve ser reconhecido como tal, de maneira que sua roupa seja “sinal inequívoco da sua dedicação e da sua identidade de detentor de um ministério público”. Acrescenta, a seguir, que sua realidade interior deve se manifestar no exterior, também desta forma.
Por isso, indica que o padre deve usar o hábito talar ou um hábito eclesiástico decoroso, que o distinga dos leigos, segundo as normas das conferências episcopais e os legítimos costumes locais.
Não podem ser considerados legítimos os costumes que se opõem às indicações anteriores. Obviamente, o documento está falando de situações cotidianas – pois às vezes há circunstâncias extraordinárias, como no caso da perseguição religiosa.
E conclui com um parágrafo que afirma que estas medidas não beneficiam apenas o povo, mas o próprio sacerdote, pois sua forma de vestir é uma lembrança permanente da sua entrega e missão, e também o protege: “Vestir o hábito clerical serve, ademais, para a salvaguarda da pobreza e da castidade”.
Estas são as disposições do Diretório. Considero que ele deve ser entendido sem uma rigidez excessiva, que iria contra o bom senso mais elementar (não se trata de vestir obrigatoriamente o hábito sacerdotal quando o padre vai fazer um dia de excursão na montanha), mas ao mesmo tempo com toda a exigência que se desprende das suas palavras.
Um esclarecimento pertinente é que tais palavras se dirigem fundamentalmente ao clero secular. O regular – os religiosos (na pergunta se mencionam “congregações”, o que corresponde a estes) – não é que fique de fora, mas é que cada instituto tem seu próprio hábito religioso.
Há muitos comentários que poderiam ser feitos sobre este tema, mas nos limitaremos aos mais relevantes. Em primeiro lugar, existe a objeção de que opadre precisa estar no meio do povo, o pastor com o seu rebanho, e de que qualquer singularidade (como a de se vestir de forma diferente) o afastaria das pessoas e, portanto, da sua missão.
No entanto, por trás desta forma de pensar, há um equívoco: estar com o povo não significa ser “mais um” entre as pessoas. O sacerdote não é “mais um”, porque o que ele proporciona é próprio e peculiar.
De um ponto de vista mais teológico, o padre é  uma pessoa consagrada, e o “sagrado” significa precisamente algo que sai do uso comum e se dedica diretamente a Deus. Os fiéis precisam ver no sacerdote o distribuidor do sagrado, e ele mesmo precisa dar a entender isso com sua pessoa. Vê-lo de outra maneira é deformar o próprio sacerdócio: para ser “mais um”, não seria preciso receber a ordenação sacerdotal nem tudo o que a acompanha.
Ao mesmo tempo, corre-se o risco de perder o próprio sentido do sagrado, como se comprova em alguns casos, nos quais se começa por diluir a peculiaridade das coisas sagradas (por exemplo, utilizando os templos para reuniões e outras atividades) e se acaba concebendo os próprios sacramentos como algo meramente simbólico.
Do ponto de vista mais “leigo”, o uniforme nos adultos (aqui não estamos considerando os escolares) têm o significado de estar trabalhando. E um padre, ainda que logicamente tenha seus horários de atendimento, precisa ser considerado como alguém que está permanentemente “trabalhando”, a serviço. E a realidade costuma confirmar isso: sempre há imprevistos, sempre surgem coisas inadiáveis.
A vocação sacerdotal é de serviço permanente.
Valha como resumo o comentário feito em um debate sobre o tema. Alguém recordou o ditado de que “o hábito não faz o monge”, mas outro participante respondeu com estas palavras: “É verdade, o hábito não faz o monge. Mas o veste”.




Julio De la Vega Hazas

POR QUE O VATICANO OSTENTA TANTA RIQUEZA?

Será que a Igreja deve vender a Basílica de São Pedro, a Capela Sistina, os museus, a biblioteca e as obras de arte para acabar com a fome do mundo?

Há pessoas que consideram ostentosa a riqueza artística do Vaticano. Em geral, são pessoas com pouca formação cultural.

No século IV, depois que o imperador Constantino concedeu liberdade aos cristãos, começou a ser construída, aos pés da Colina Vaticana, o que depois seria a Basílica de São Pedro, pois lá repousam os restos do Apóstolo.

Ao longo dos séculos, especialmente durante o Renascimento, o Vaticano se tornou um dos mais importantes centros culturais do mundo. Na arquitetura, destacam-se a Basílica de São Pedro, a Capela Sistina, os museus e a biblioteca.

A história do Vaticano faz parte da história do Ocidente. Atualmente, é um dos lugares mais visitados do mundo, diariamente, por peregrinos e turistas de todos os países.

Os cristãos se orgulham pelo fato de a sua sede central ser um dos lugares mais belos do mundo e porque a casa de Deus mais representativa para a humanidade é digna de admiração e respeito.

A Igreja Católica oficialmente, por meio das suas inúmeras instituições, realizou ao longo da história e continua realizando hoje, em muitos lugares, uma tarefa social e de beneficência enorme em prol dos mais necessitados.

Entre seus objetivos, encontra-se o de eliminar a desigualdade, a pobreza, a miséria, o analfabetismo, e favorecer a vida, a saúde, a educação e os direitos dos mais fracos.

É preciso ser muito inculto para afirmar que a Igreja deveria eliminar todos os museus e maravilhas do mundo para resolver estes graves problemas. Quantitativamente, com estes patrimônios universais, não se chegaria a solucionar nenhuma destas questões; qualitativamente, seria privar a humanidade de uma das suas grandes conquistas: a beleza da arquitetura, pintura, escultura, livros, música etc.
Foram necessários muitos séculos para reunir o que é legado e patrimônio histórico dos nossos predecessores para nós e para os nossos sucessores.
Todas estas belezas artísticas do Vaticano, bem como a riqueza espiritual que as sustenta, são patrimônio da humanidade: dos ricos e dos pobres.

 

 

Javier Ordovás 

LITURGIA DIÁRIA - NÃO HÁ QUEM NÃO GOSTE DE ORIGINALIDADE.

Primeira Leitura (Tg 5,9-12)

Leitura da Carta de São Tiago.
9Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está às portas. 10Irmãos, tomai por modelo de sofrimento e firmeza os profetas, que falaram em nome do Senhor. 11Reparai que consideramos como bem-aventurados os que perseveraram. Ouvistes falar da perseverança de Jó e conheceis o êxito que o Senhor lhe deu — pois o Senhor é rico em misericórdia e compassivo. 12Sobretudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outra forma de juramento. Antes, que o vosso sim seja sim, e o vosso não, não. Então não estareis sujeitos a julgamento.
Responsório (Sl 102)

— O Senhor é indulgente, é favorável.
— O Senhor é indulgente, é favorável.

— Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores!
— Pois ele te perdoa toda a culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão.
— O Senhor é indulgente, é favorável, é paciente, é bondoso e compassivo. Não fica sempre repetindo as suas queixas, nem guarda eternamente o seu rancor.
— Quanto os céus por sobre a terra se elevam, tanto é grande o seu amor aos que o temem; quanto dista o nascente do poente, tanto afasta para longe nossos crimes.
Evangelho (Mc 10,1-12)


Naquele tempo, 1Jesus foi para o território da Judeia, do outro lado do rio Jordão. As multidões se reuniram de novo, em torno de Jesus. E ele, como de costume, as ensinava. 2Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher.3Jesus perguntou: “O que Moisés vos ordenou?” 4Os fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la”. 5Jesus então disse: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. 6No entanto, desde o começo da criação Deus os fez homem e mulher. 7Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. 8Assim, já não são dois, mas uma só carne. 9Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!”
10Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. 11Jesus respondeu: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. 12E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério”.

 Reflexão

Não há quem não goste de originalidade, é assim no mundo das artes e no processo de produção principalmente no ramo de autopeças. Peça original custa mais caro, justamente porque é original. Nas artes há o direito autoral, que visa assegurar entre outras coisas que a obra não será descaracterizada, pois caso isso venha a ocorrer, ela se torna uma falsificação e perde o seu valor
Sobre a importância de uma peça original em um veículo, por exemplo, nem é preciso argumentar sobre a qualidade e o desempenho, além da sua vida útil, que é bem maior quando a mesma é original
Nos anos 70, durante a “febre” dos produtos importados, quando se queria desdenhar do objeto de alguém, a gente dizia de maneira irônica que aquele objeto era do Paraguai, isso significava falsificado.
O texto é uma denúncia explícita sobre a “falsificação” que os homens fizeram da união do homem e da mulher, idealizada pelo Criador. Ás vezes deparo com casais em segunda união, cuja primeira fui eu quem assisti em nome da Igreja, que fazem questão de dizer que agora sim, são felizes. Na misericórdia ensinada por Jesus, não nos deve faltar a compreensão, mas lá no fundo eu volto aos meus tempos de jovem e digo para mim mesmo “É do Paraguai, não tem nada de original. Uma lei, mesmo de caráter religioso como era a Lei de Moisés, nunca poderá permitir a separação do casal, porque vai contra o Plano do Criador ao falsificar sua obra prima, tirando dela o seu traço mais original: o amor ágape, da entrega e doação um ao outro, do amor que busca o bem e a felicidade do outro, do amor capaz de renunciar-se a si mesmo, do amor que sabe ser fiel sem que isso represente um peso insuportável, do amor que busca constantemente o diálogo, a compreensão, o perdão, do amor que se alegra, que é sempre caridoso e compassivo. Essas virtudes fazem da união conjugal o sinal mais evidente do amor de Deus original
Na obra da criação nada há mais perfeito que o homem e a mulher, pois os rios, florestas, montanhas e planícies, na sua beleza e esplendor falam-nos de Deus, mas nunca serão à sua imagem e semelhança por isso, na criação do homem e da mulher, toda a obra da Criação é exaltada e atinge o seu cume.
Homem e mulher formam uma unidade perfeita, só comparável a união de Cristo e da sua Igreja, como ensina o Apóstolo Paulo. O próprio homem reconhece essa perfeição quando exclama, diante da mulher “Essa sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne”. Jesus não só confirma a legitimidade e autenticidade dessa união, como a coloca em nível de sacramento, tornando-a um sinal do Amor de Deus. Ninguém em sã consciência faltará ao respeito para com o Pavilhão Nacional, mesmo porque se for feito em público, o transgressor sofrerá punição da Lei, é isso que Jesus coloca como exortação a todos – Por isso o Homem não separe aquilo que Deus uniu
Os discípulos não entenderam toda a magnitude da comunhão de vida entre o homem e a mulher, e em casa falaram reservadamente ao Mestre. Jesus vai então deixar bem claro “O homem que deixar sua mulher e se unir à outra, cometerá adultério contra a primeira, e se a mulher repudia o marido e se casa com outro, comete adultério”
Que nunca falte de nossa parte enquanto Igreja, a misericórdia e o acolhimento a tantos recasados, mas que também não falte a eles, a humildade de reconhecer que romperam um vínculo sagrado, preferindo falsificar uma união, porque não acreditaram no poder e na força da Graça que um dia receberam no altar, quando manifestaram diante de Deus a decisão de viver juntos a vida inteira.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O SIGNIFICADO DE MINHA VDA.

 
“ Tenho certeza de que o significado de minha vida é aquele que Deus quer para ela? Deus impõe de fora um significado para minha vida através de eventos, costumes, rotinas, leis, sistemas, choque com outros na sociedade? Ou sou chamado a criar a partir de dentro, junto com ele, com sua graça, um significado que reflete sua verdade e me faz ser a “palavra” dele falada livremente em minha situação pessoal?

Minha verdadeira identidade está escondida no chamado de Deus pela minha liberdade e resposta para ele. Isto significa que devo usar essa liberdade para amar, com toda responsabilidade e autenticidade, e não apenas recebendo uma forma que me é imposta por forças externas, ou moldando minha vida de acordo com padrões sociais aprovados, mas direcionando meu amor para a realidade pessoal de meu irmão, e abraçando a vontade de Deus em seu mistério nu e, muitas vezes, impenetrável. ”
 
 
 
 
 
 
 

Seeds, editado por Robert Inchausti
(Shambhala Publications: Boston & London), 2002. p. 132
Publicado originalmente in Cistercian Quarterly Review #18 (1983)
reflexoes-merton.blogspot.com.br

MUDE SUA ROTINA.


Você anda meio aborrecido com tudo?
Cansado do seu trabalho diário?
Sem vontade de estudar?
Perdeu o gosto pelas coisas?
Então está na hora de você mudar de rotina de vida!
No mundo moderno o maior causador de estresse é o acumulo de energias humanas em ações repetitivas.
Concentre-se neste momento de reflexão e quebre algumas regras e paradigmas.
Mude hoje mesmo os seus padrões de trabalho, as suas rotinas operacionais, as suas atitudes e os seus hábitos familiares. Aproveite o dia para sair pelo mundo a divagar, com o pensamento bem longe da realidade e muito próximo dos sonhos.
Saia para tomar um sorvete às três da tarde, bem na hora do expediente. Quem sabe, convidar um amigo para aquele bate papo gostoso no meio da tarde.
Desde já fique sabendo de uma verdade: o mundo e as coisas ao seu redor não irão parar porque você resolveu dar algumas horas de folga pra você mesmo.

COMO ESCOLHER OS PADRINHOS DE BATISMO DO MEU FILHO?

Entenda o papel e a importância dos padrinhos de Batismo, muito além dos compromissos sociais e familiares.

Recordo com alegria e gratidão a época em que eu era pároco. Houve momentos muito gratificantes e até emotivos. Quando eu conversava com os pais que iam pedir o Batismo para seu filho recém-nascido, via neles a emoção de ser pais e, às vezes, não encontravam sequer palavras para exprimir o que sentiam.

Sempre busquei que a acolhida fosse o mais cálida possível, pois este é um momento especial para a família. Além e parabenizá-los, eu lhes apresentava o programa de preparação que a paróquia tinha para os pais e padrinhos, já que o Batismo é um momento decisivo na vida dos filhos. Quase todos aceitavam a proposta e resolviam as dificuldades de horário que às vezes surgem para participar dos encontros.

Mas também havia gente que não entendia a necessidade de uma preparação dos pais, e muito menos dos padrinhos. Às vezes, escolhiam padrinhos que não tinham recebido a Crisma ou não tinham a indispensável experiência de fé para desempenhar a missão que a Igreja confia a um padrinho de Batismo; então, era necessário muito esforço para que entendessem.

Quando os padres e catequistas me falam das dificuldades que encontram na pastoral pré-batismal, eu entendo perfeitamente. Com estas palavras, quero incentivá-los a continuar cuidando desses momentos de evangelização que realizam por meio das catequeses de preparação para este e outros sacramentos.

É preciso levar em consideração os critérios e orientações que a Igreja oferece para receber os sacramentos e, de maneira particular, compreender o que significa ser padrinho de Batismo. Os pais garantem solenemente, na celebração batismal, sua decisão de transmitir a fé aos seus filhos, e de fazer isso com a ajuda dos padrinhos.

Pais e padrinhos precisam dar exemplo de vida cristã àquele que será batizado, dentro de casa e participando na vida da Igreja – sobretudo da Missa dominical. Para isso, a paróquia oferece esse meio de formação, as catequeses pré-batismais, e recorda aos pais que é preciso escolher padrinhos idôneos, tanto por sua maturidade humana e cristã como pela sua disposição a colaborar com eles na educação do batizado na fé.

Esta idoneidade dos padrinhos se concretiza em: pertencer à Igreja Católica, ter feito a Primeira Comunhão e recebido a Crisma, levar uma vida congruente com a fé e a missão que assumem e não ter se afastado da Igreja por um ato formal de apostasia.

Recomendo aos pais que notifiquem a paróquia sobre sua intenção de batizar seus filhos com antecedência suficiente para que possam se organizar e participar das catequeses pré-batismais. Seria belíssimo e os ajudaria muito a viver o nascimento do filho como um dom de Deus, se participassem destas catequeses antes de o filho nascer, durante a gestação.

Tenho certeza de que os sacerdotes continuarão acolhendo cordialmente os pais e os ajudarão a superar as situações conflituosas que às vezes surgem. E que convidem os paroquianos adultos a receber a Crisma, caso ainda não o tenham feito, pois ela completa o Batismo e proporciona o dom do Espírito Santo para crescer na vida cristã.

 


 
(Artigo de Dom Alfonso Milián Sorribas, publicado originalmente por SIC)

LITURGIA DIÁRIA - NOSSOS PEQUENINOS.

Primeira Leitura (Tg 5,1-6)
Leitura da Carta de São Tiago.
1E agora, ricos, chorai e gemei, por causa das desgraças que estão para cair sobre vós. 2Vossa riqueza está apodrecendo, e vossas roupas estão carcomidas pelas traças. 3Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, e a ferrugem deles vai servir de testemunho contra vós e devorar vossas carnes, como fogo! Amontoastes tesouros nos últimos dias. 4Vede: o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso. 5Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança. 6Condenastes o justo e o assassinastes; ele não resiste a vós.
Responsório (Sl 48)
— Felizes os humildes de espírito porque deles é o Reino dos Céus!
— Felizes os humildes de espírito porque deles é o Reino dos Céus!
— Este é o fim do que espera estultamente, o fim daqueles que se alegram com sua sorte; são um rebanho recolhido ao cemitério, e a própria morte é o pastor que os apascenta.
— São empurrados e deslizam para o abismo. Logo seu corpo e seu semblante se desfazem, e entre os mortos fixarão sua morada. Deus, porém, me salvará das mãos da morte e junto a si me tomará em suas mãos.
— Não te inquietes, quando um homem fica rico e aumenta a opulência de sua casa; pois ao morrer não levará nada consigo, nem seu prestígio poderá acompanhá-lo.
— Felicitava-se a si mesmo enquanto vivo: “Todos te aplaudem, tudo bem, isto que é vida!” Mas vai-se ele para junto de seus pais, que nunca mais e nunca mais verão a luz!
 
Evangelho (Mc 9,41-50)

  Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 41Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42E se alguém escandalizar um desses pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço.
43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! 44É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! 46É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga’”. 49Pois todos hão de ser salgados pelo fogo. 50Coisa boa é o sal. Mas se o sal se tornar insosso, com que lhe restituireis o tempero? Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros.

 Reflexão

A gente lê esse evangelho e imediatamente pensamos nos “escândalos” que vez ou outra abalam nossas comunidades e a própria Igreja, principalmente os que ocorrem no campo da sexualidade e assim, parece que o resto dos nossos pecados não é escândalo. Este evangelho não é um apelo a moral e aos bons costumes, como alguém possa pensar, mesmo porque, a m oral cristã e os bons costumes deve sim fazer parte da nossa vida de cristãos.

O escândalo tem uma vítima certa nesse evangelho: são os pequeninos! Se for compreendido como crianças, vamos voltar a pensar no escândalo da Pedofilia, cometido contra crianças sim, em casas religiosas e comunidades cristãs, por pessoas que em seu sacerdócio têm a missão de acolher e proteger os pequenos e não aproveitar-se deles, para saciar um instinto bestial e incontrolável. Mas também não é isso. Os pequeninos mencionados no evangelho não são as crianças.

Então mudamos o foco e olhamos no contexto social, pronto! Pequeninos são os pobres e necessitados que frequentam a comunidade, e que precisam ser acolhidos e assistidos em suas necessidades. Sem dúvida que essa é uma verdade evangélica, que deve e precisa ser praticada nas comunidades, se elas quiserem ser realmente cristãs. Mas o foco não é esse...

Só lembrando que Jesus é extremamente rigoroso quando fala daquele que provocou o escândalo contra os pequeninos: deveria amarrar uma pedra de moenda no pescoço e atirar-se ao mar!

Vamos então desvendar esse mistério. Em nossas comunidades há pessoas que testemunham uma Fé descomunal, são realmente fervorosos no testemunho que dão em suas vidas. Levam uma vida de oração, pautada pela Santa Palavra, recebem a Eucaristia com frequência, enfrentam provações e tribulações e não se deixam abalar. Não estou inventando. Na nossa comunidade existem pessoas assim, cujo exemplo nos estimula a buscar também a santidade.

Mas, há outras que não são nada disso, rezam de vez em quando, vão à missa de vez em quando, só entram na igreja em dias de Batismo de algum parente ou casamento de alguém, mas se dizem cristãos e há até quem frequente a comunidade. Quando estamos diante dessas pessoas sentimos uma grande vontade de “Rasgar o verbo” e dar nelas uma boa sacudida para que acordem e comecem a viver o verdadeiro cristianismo. Eis aí os “pequeninos” que Jesus fala nesse evangelho, e que às vezes, por causa de uma palavra mais “dura” de nossa parte ou de nossas lideranças, ficam aborrecidas e se afastam da comunidade, perdendo o pouquinho de Fé que tinham.

Contra eles temos muitas vezes gestos bruscos com nossos membros, olhares maliciosos e irônicos, e assim os conduzimos ao pecado da “ruptura”, perdendo a oportunidade de amá-los, acolhê-los e os aproximarem-se mais de Cristo Jesus, incentivando-os a permanecerem na comunidade e a crescerem cada vez mais na Fé. Agora já sabemos quem são os “pequeninos” da comunidade e como o Senhor quer que os tratemos. Eles estão lá nas assembleias de Casamentos e Batizados, ou mesmo em nossas pastorais e movimentos. São pequenos na Fé, talvez, mas nutrem amor pelo Cristo e cabe a nós fazer com que cresçam e se tornem maduros na Fé. É o desafio que Jesus hoje nos lança...



Diác José da \Cruz

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

CORAGEM, O CAMINHO É LONGO!




Sem coragem, jamais poderemos atingir a verdadeira simplicidade.

Coragem, para o cristão, significa agir com o coração, isto é, agir com o coração em Deus.

A covardia, por outro lado, nos mantém num espírito dúbio - hesitante entre o mundo e Deus. (...) E essa hesitação impossibilita a verdadeira oração – nunca ousa realmente pedir algo ou, se pede, está tão incerta de ser ouvida que, no próprio ato de pedir, procura construir, pela prudência humana, uma resposta artificial.

Tal atitude reflete o quão inseguros somos diante das escolhas que fazemos na vida. Também no âmbito da fé... O mundo de hoje nos faz temerosos em assumir compromissos concretos diante da fé que professamos.

Vivemos agitados por inúmeras situações, e acabamos esquecendo que nosso referencial é Cristo. Deus não nos pede aquilo que não poderemos realizar. Antes sim, Ele nos convida a nos colocar a caminho sabendo que o teremos ao nosso lado ao longo do caminho.

Coragem, você tem um longo caminho pela frente. 

O segredo está na oração e na escuta de Deus.

TRAÇAR O PRÓPRIO CAMINHO.

“Como esperar alcançar o fim de nossa viagem se tomamos o caminho que leva à cidade de outros? Como esperar atingir nossa própria perfeição, levando a vida dos outros? A santidade deles jamais será a nossa; devemos ter a humildade de elaborar nossa própria salvação na obscuridade, onde estamos completamente sós...” 


  “Não é nada humilde insistir em ser quem não somos.” 
















New Seeds of Contemplation, de Thomas Merton 
(New Directions, New York), 1961. p. 105 
No Brasil: Novas Sementes de Contemplação, (Ed. Fissus, Rio de Janeiro), 2001. p. 103

LITURGIA DIÁRIA - AGIA EM NOME DE JESUS.

 
Primeira Leitura (Tg 4,13-17)
Leitura da Carta de São Tiago.
Caríssimos, 13e agora, vós que dizeis: “Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, passaremos ali um ano, negociando e ganhando dinheiro”. 14No entanto, não sabeis nem mesmo o que será da vossa vida amanhã! Com efeito, não passais de uma neblina que se vê por um instante e logo desaparece.
15Em vez de dizer: “Se o Senhor quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo”, 16vós vos gloriais de vossas fanfarronadas. Ora, toda a arrogância deste tipo é um mal. 17Assim, aquele que sabe fazer o bem e não o faz incorre em pecado.

Responsório (Sl 48)
— Felizes os humildes de espírito porque deles é o Reino dos Céus!
— Felizes os humildes de espírito porque deles é o Reino dos Céus!
— Ouvi isto, povos todos do universo, muita atenção, ó habitantes deste mundo; poderosos e humildes, escutai-me, ricos e pobres, todos juntos, sede atentos!
— Por que temer os dias maus e infelizes, quando a malícia dos perversos me circunda? Por que temer os que confiam nas riquezas e se gloriam na abundância de seus bens?
— Ninguém se livra de sua morte por dinheiro nem a Deus pode pagar o seu resgate. A isenção da própria morte não tem preço; não há riqueza que a possa adquirir, nem dar ao homem uma vida sem limites e garantir-lhe uma existência imortal.
— Morrem os sábios e os ricos igualmente; morrem os loucos e também os insensatos, e deixam tudo o que possuem aos estranhos.
 
Evangelho (Mc 9,38-40)
Naquele tempo, 38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. 39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor”.

 Reflexão

Retomemos o evangelho da Segunda Feira, os discípulos de Jesus não conseguiram expulsar um Espírito que havia possuído aquele Jovem Epilético, agora  prestemos atenção no evangelho de hoje: “Um pregador que não pertencia á comunidade, expulsava Espíritos maus em nome de Jesus”.Imaginem a  raiva que os discípulos sentiram, a inveja e a ciumeira. Quando o coração de um cristão membro da comunidade, é corrompido por tais sentimentos mesquinhos, por causa do carisma de um irmão, age com autoritarismo “Nós o proibimos”.
Em nossas comunidades usa-se muito o nome do padre, quando se age desta forma “O padre não quer que você faça, o padre proibiu você de fazer tal coisa, você não pode fazer isso sem ordem do padre, você pediu ordem do padre, para fazer isso?”. São expressões marcadas pelo ciúme, pela inveja, pela concorrência... que  podem fazer matar o carisma do irmão. Certa ocasião em uma celebração da palavra faltou um dos leitores e eu solicitei a um amigo que frequentava a comunidade, para que fosse fazer a leitura pois era um ótimo comunicador.
Surpreendentemente notei que ele não fez a leitura, que poderia ser um estímulo para continuar, ao final alguém da liturgia me explicou “Ele não é da equipe de leitores da nossa comunidade”.
Se dentro da comunidade é assim,imaginem quando o Espírito Santo contraria certas normas, e manifesta seus dons e carismas em pessoas de outras Igrejas Cristãs e até em pessoas que nem têm religião. Os Donos da Igreja agem como os discípulos desse evangelho... Ficam indignados e começam a  maldizer a pessoa, inventar calúnias para difama-la e acabar com a festa.
Querer fazer monopólio de  carismas do Espírito Santo é a mesma coisa que tentar reter água em nossas mãos em formato de concha.Ninguém consegue pois o Espírito é livre e sopra onde quer. Em outras Igrejas Cristãs há Líderes e Pastores sérios, que pregam divinamente a  Palavra libertadora,como este homem que aparece no evangelho.
Não precisamos aplaudi-los e mudar de Igreja por causa disso, mas tenhamos respeito e admiração pelo seu trabalho, pois age em nome de Jesus, sob o impulso do Espírito Santo, disso não resta a menor dúvida...

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

CARREGAR OS FARDOS.

“ Deve-se admitir, portanto, que, se o evangelho da paz não é mais convincente quando anunciado por cristãos, isso bem pode ser por eles terem deixado de dar um exemplo vivo de paz, unidade e amor. Na verdade, temos que compreender que a Igreja nunca pretendeu ser absolutamente perfeita na terra, e que ela é Igreja de pecadores, carregada de imperfeições. A paz cristã e a caridade cristã estão baseadas nessa necessidade de ‘carregar os fardos uns dos outros’, de aceitar as fraquezas que infestam a nossa e a vida dos outros. Nossa unidade é uma luta contra a desunião, e a nossa paz subsiste no meio do conflito.”
 
 
 
 
Peace in the Post-Christian Era, de Thomas Merton
Editado por Patricia A. Burton. Apresentação de Jim Forest.
(Orbis Books, Maryknoll, New York), 2004. p. 129