sexta-feira, 30 de setembro de 2016

LITURGIA DIÁRIA - O MUNDO PRECISA DE TESTEMUNHAS FIÉIS A JESUS


 Ruinas de Corazim


1a Leitura - Jó 38,1.12-21; 40,3-5
Leitura do livro de Jó.
38 1 Então, do seio da tempestade, o Senhor deu a Jó esta resposta:
12 “Algum dia na vida deste ordens à manhã? Indicaste à aurora o seu lugar,
13 para que ela alcançasse as extremidades da terra, e dela sacudisse os maus,
14 para que ela tome forma como a argila de sinete e tome cor como um vestido,
15 para que seja recusada aos maus a sua luz, e sejam quebrados seus braços já erguidos?
16 Foste até as fontes do mar? Passaste até o fundo do abismo?
17 Apareceram-te, porventura, as portas da morte? Viste, por acaso, as portas da tenebrosa morada?
18 Abraçaste com o olhar a extensão da terra? Fala, se sabes tudo isso!
19 Qual é o caminho da morada luminosa? Onde é a residência das trevas?
20 Poderias alcançá-la em seu domínio, e reconhecer as veredas de sua morada?
21 Deverias sabê-lo, pois já tinhas nascido: são tão numerosos os teus dias!”
40 3 “Queres reduzir a nada a minha justiça, e condenar-me antes de ter razão?
4 Tens um braço semelhante ao de Deus, e uma voz troante como a dele?
5 Orna-te então de grandeza e majestade, reveste-te de esplendor e glória!”
Palavra do Senhor.

Salmo - 138/139
Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!

Senhor, vós me sondais e conheceis,
sabeis quando me sento ou me levanto;
de longe penetrais meus pensamentos,
percebeis quando me deito e quando eu ando,
os meus caminhos são todos conhecidos.

Em que lugar me ocultarei de vosso espírito?
E para onde fugirei de vossa face?
Se eu subir até os céus, ali estais;
se eu descer até o abismo, estais presente.

Se a aurora me emprestar as suas asas,
para eu voar e habitar no fim dos mares;
mesmo lá vai me guiar a vossa mão
e segurar-me com firmeza a vossa destra.

Fostes vós que me formastes as entranhas,
e no seio de minha mãe vós me tecestes.
Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor,
porque de modo admirável me formastes!
Que prodígio e maravilha as vossas obras!
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Evangelho - Lucas 10,13-16
Aleluia, aleluia, aleluia.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse Jesus: 10 13 "Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e Sidônia tivessem sido feitos os prodígios que foram realizados em vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, cobrindo-se de saco e cinza.
14 Por isso haverá no dia do juízo menos rigor para Tiro e Sidônia do que para vós.
15 E tu, Cafarnaum, que te elevas até o céu, serás precipitada até aos infernos.
16 Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou".
Palavra da Salvação.


 Reflexão

Por meio deste Evangelho somos chamados (as), hoje a repensar as nossas ações e a nos comprometer com uma mudança nas nossas atitudes. Jesus recriminava as pessoas das cidades onde     milagres eram realizados, e nem por isso, tomavam consciência para mudar de atitude e dar testemunho de fé. Assim sendo, elas não se convertiam, não progrediam espiritualmente e davam contra testemunho diante das outras cidades. O mundo precisa de testemunhas fiéis a Jesus, para ser restaurado e nós, como verdadeiros cristãos, podemos estar jogando fora o tempo precioso em que estamos vivendo.  Devemos ter em mente que a fé remove montanhas e o testemunho da nossa fé poderá transformar o coração e a vida do povo de Deus. A cada dia Jesus nos concede novas oportunidades para escutar a Sua voz por meio da Sua Palavra, assim como também, dos acontecimentos da nossa vida e continua na Sua missão de nos exortar e advertir. Jesus abre os nossos olhos para que distingamos as Suas obras no meio de nós, às quais muitas vezes nem percebemos porque não exercitamos a nossa fé.   Corazim, Betsaida, Cafarnaum, significam cada um de nós que somos testemunhas dos prodígios do Senhor na nossa vida, mas continuamos os mesmos. Por causa da dureza do nosso coração, não conseguimos ser verdadeiros instrumentos a favor de Deus diante daqueles que nos “escutam” apenas falar. Propomo-nos a edificar o reino de Deus aqui na terra, falamos em Seu Nome, mas não agimos conforme pregamos.  Olhamos e não vimos, ouvimos e não escutamos. Assim fazendo rejeitamos o Senhor que veio do céu para nos dar vida nova. Se, falamos, mas não agimos, estamos contribuindo para que Jesus seja rejeitado, em vista das nossas más ações diante dos homens.  - Você tem percebido as coisas boas da sua vida? Você tem motivos para louvar a Deus? Quais? – A sua pregação tem sido eficaz diante dos homens? – Você fala e vive o que fala? – Você tem sido instrumento de atração ou de rejeição das pessoas para Jesus? – Você tem certeza de que vai para o céu?





Helena Serpa 

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

SÃO MIGUEL, RAFAEL E GABRIEL.

 
Sabemos – por ensinamento de Santo Tomás de Aquino, o “Doutor Angélico” – que os anjos se dividem em três hierarquias, cada uma composta por nove coros. A terceira hierarquia, composta pelos serafins, querubins e tronos, é a mais “privilegiada”, os anjos que a compõem vivem ao redor do trono de Deus, contemplando sua glória e cantando seus louvores. Pela luz que é comunicada a eles, vinda do trono de Deus, são instrumentos de aperfeiçoamento das demais hierarquias.

Os anjos da segunda hierarquia povoam os espaços celestes (cf. Ef 6,12). Encontram-se entre o céu e a terra. Ajudam a melhor governar o mundo e combatem as hierarquias infernais. São, portanto, grandes defensores da humanidade. Essa hierarquia é composta pelas dominações, virtudes e potestades.

A primeira hierarquia é composta pelos principados, arcanjos e anjos, que vivem na terra, ao lado dos homens. Os arcanjos são aqueles a quem Deus confia missões extraordinárias da fé e revelações de realidades acima da compreensão humana. Nesse coro encontram-se São Miguel, cujo nome significa “Quem como Deus?” (cf. Ap 12,10), São Rafael, “Deus cura” (cf. Tb 5,4) e São Gabriel, “Força de Deus” (cf. Lc 1,26), cujas festas eram celebradas a 29 de março, a 24 de outubro e a 24 de março respectivamente. Mas o novo calendário reuniu em uma só celebração a festa destes arcanjos, no dia 29 de setembro. Esta data foi escolhida por corresponder à da consagração a igreja dedicada a São Miguel, no século V, a seis milhas da via Salária.

São Miguel
São Miguel, antigo padroeiro da sinagoga, é agora padroeiro de toda a Igreja católica. Chefe dos arcanjos, é a figura angélica mais nobre das Sagradas Escrituras.

Foi cultuado desde os primeiros séculos da história do cristianismo. É venerado por sua coragem no momento da queda dos anjos, em que Lúcifer seduziu um terço dos anjos do céu e, ao querer tomar o trono de Deus, veio Miguel, liderando os dois terços que permaneceram fiéis a Deus, e expulsou satanás e seus anjos decaídos (cf. Ap 12,7-9).

Miguel protege o povo eleito (cf. Dn 10,13), combate contra satanás (cf. Ap 12,7ss), no juízo universal intervirá em favor do povo de Deus (cf. Dn 12,1-2).

Célebre e muito antigos são os santuários a ele consagrados em Puglia (Itália, 491) e em Mont-Saint-Michel (França). Em Roma, foi-lhe dedicado o Mausoléu de Adriano, porque no século VI, enquanto Gregório Magno fazia uma procissão para esconjurar a peste, apareceu em cima do sepulcro do imperador romano Adriano o arcanjo Miguel com a espada levantada e a peste cessou, então o povo passou a chamar o referido Mausoléu de Castelo de Sant’Angelo (Santo Anjo).

Depois, São Miguel auxiliou a alguns santos em sua missão. Citamos como exemplo Santa Joana d’Arc e São Geraldo Magela. Invoquemo-lo nas tentações e dificuldades, para que nos dê coragem de vencê-las e, nos sofrimentos, para que nos conforte.

São Gabriel
Sabe-se pouco sobre este arcanjo, mas sabe-se que Gabriel é anunciador por excelência das revelações divinas. É o anjo das belas e alegres notícias, como o nascimento de João Batista, o precursor, e depois o nascimento de Jesus. Também ele explica ao profeta Daniel como se dará a plena restauração, da volta do exílio ao advento do Messias.

Ele tem um grande prestígio até mesmo entre os maometanos.

São Rafael
São Rafael é citado apenas em um livro da Bíblia. É o acompanhante do jovem Tobias, daí lhe vem a função de guia de todos os que viajam. Ele ainda sugeriu a Tobias o remédio para a cura da cegueira do pai, por isso é invocado como curador e protetor dos farmacêuticos. Também orientou a libertação do demônio que agia no matrimônio de Sara, por isso é invocado como protetor dos casais.
 
 
 
 
 

Maria Auristela Barbosa Alves


Bibliografia
Festa dos Anjos. Maná, ano 9, n. 41, set/94, pp.37-39, Fortaleza: Shalom.
Menezes, Goretti Bezerra de. As criaturas invisíveis de Deus. Maná, ano 3, n. 6, set/1988, pp. 20-24, Fortaleza: Shalom.
Paiva Filho, Alberto. As criaturas invisíveis de Deus. Maná, ano 4, n. 7, mar/1989, pp. 23-228, Fortaleza: Shalom.
Sgarbossa, Mario e Giovannini, Luigi. Um santo para cada dia. 4 ed. São Paulo: Paulus, 1996.

LITURGIA DIÁRIA - VEREIS O CÉU ABERTO.

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1a Leitura - Daniel 7,9-10.13-14
Leitura da profecia de Daniel.
7 9 Continuei a olhar, até o momento em que foram colocados os tronos e um ancião chegou e se sentou. Brancas como a neve eram suas vestes, e tal como a pura lã era sua cabeleira; seu trono era feito de chamas, com rodas de fogo ardente.
10 Saído de diante dele, corria um rio de fogo. Milhares e milhares o serviam, dezenas de milhares o assistiam! O tribunal deu audiência e os livros foram abertos.
13 Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido.
14 A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído.
Palavra do Senhor.

Salmo - 137/138
Perante os vossos anjos, vou cantar-vos, ó Senhor!

Ó Senhor, de coração eu vos dou graças,
porque ouvistes as palavras dos meus lábios!
Perante os vossos anjos vou cantar-vos
e ante o vosso templo vou prostrar-me.

Eu agradeço vosso amor, vossa verdade,
porque fizestes muito mais que prometestes;
naquele dia em que gritei, vós me escutastes
e aumentastes o vigor da minha alma.

Os reis de toda a terra hão de louvar-vos
quando ouvirem, ó Senhor, vossa promessa.
Hão de cantar vossos caminhos e dirão:
“Como a glória do Senhor é grandiosa!”
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Evangelho - João 1,47-51
Aleluia, aleluia, aleluia.
Bendizei ao Senhor Deus, os seus poderes, seus ministros que fazeis sua vontade! (Sl 102,21)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo, 1 47 Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: “Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade”.
48 Natanael pergunta-lhe: “Donde me conheces?” Respondeu Jesus: “Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira”.
49 Falou-lhe Natanael: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”.
50 Jesus replicou-lhe: “Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta”.
51 E ajuntou: “Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Hoje nós celebramos três arcanjos: Miguel, Gabriel e Rafael. O Evangelho é próprio da festa.
A palavra anjo significa enviado, mensageiro; eles são os mensageiros de Deus para nós.
A Bíblia fala mais de trezentas vezes a respeito dos anjos. E a Igreja sempre acreditou na existência deles. A presença dos anjos em nossa vida é mais um sinal do amor infinito de Deus por nós, e da sua criatividade em promover a nossa felicidade e salvação.
Os anjos estão muito ligados à nossa tradição católica brasileira. Basta ver as nossas igrejas de estilo barroco e colonial, quantos anjos têm.
No Antigo Testamento, os anjos aparecem muitas vezes como simples manifestações de Deus. A expressão “Anjo de Javé”, que aparece muito no Antigo Testamento, designa o próprio Javé (Deus) enquanto se manifesta aos homens.
Nós não sabemos como que os anjos são realmente. Isso nos ultrapassa e não nos foi revelado, talvez porque nem precisa. Mas alguma coisa sabemos. Eles são espíritos, criados por Deus para nos ajudar: “Não são todos eles (os anjos) espíritos que estão encarregados de um ministério, enviados a serviço daqueles que deverão herdar a salvação?” (Hb 1,14).
As representações dos anjos em forma de crianças com asas são puramente imaginárias. É um modo que a tradição cristã encontrou para expressá-los.
Quanto aos três arcanjos da festa de hoje, S. Miguel (Quem é como Deus?) é o arcanjo que se insurgiu contra satanás e seus seguidores (Jd 9; Ap 12,7; Zc 13,1-2). Ele é o defensor dos amigos de Deus (Dn 10,12.21) e o protetor do seu povo (Dn 12,1).
S. Gabriel (Força de Deus) é um dos espíritos que estão diante de Deus (Lc 1,19), revela a Daniel os segredos do plano de Deus (Dn 8,16; 9,21-22), anuncia a Zacarias o nascimento de João Batista (Lc 1,11-20) e a Maria o nascimento de Jesus. S. Gabriel é o mensageiro de Deus, que dá sempre boas notícias.
S. Rafael (Deus cura) está também entre os sete anjos que estão diante do trono de Deus (Tb 12,15; Ap 8,2). Ele acompanha e protege Tobias nas peripécias de sua viagem e cura-lhe o pai cego. A missão de S. Rafael é nos proteger.
A Igreja peregrina sobre a terra associa-se às multidões dos anjos que na Jerusalém celeste contam a glória de Deus (Ap 5,11-14).
Dia 29 de setembro recorda a dedicação da basílica de S. Miguel, em Roma, inaugurada no séc. V.
No Evangelho de hoje Jesus fala: “Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. É uma referência ao sonho de Jacó (Cf Gn 28,12). Ele viu o céu aberto, uma escada que ligava a terra ao céu, e os anjos de Deus subindo e descendo. Embaixo estava o Filho do Homem, isto é, Jesus, colocando a escada. Na verdade, a escada é o próprio Jesus, que recuperou a ligação entre a terra e o céu, ligação que fora rompida pelo pecado original. A escada simboliza também todas as manifestações de Deus aos homens: a natureza, os acontecimentos da história, os profetas, a Bíblia... e também os anjos. Por essa escada “é chuva que à terra desce, é prece que sobe ao céu”.
Certa vez, em um orfanato ouvia-se um murmúrio excitado, porque uma senhora estava para chegar e levar a pequena Ana Paula com ela para a sua casa. A menina ainda estava confusa em seus pensamentos.
“Você quer ir comigo para casa e ser minha filha?” perguntou a senhora falando delicadamente. “Eu não sei”, respondeu Ana Paula timidamente. “Mas eu vou dar a você roupas bonitas e muitas outras coisas. Você terá um quarto só seu e uma mesa com cadeira”.
Depois de um pequeno momento em silêncio, a menina falou com ansiedade: “Mas o que terei de fazer para ganhar tudo isso?” Com lágrimas correndo pelo rosto, a senhora lhe disse: “Apenas amar-me e ser minha filha”. Disse isso enquanto abraçava a menina junto a seu peito.
Deus nos adotou como filhos e filhas e nos dá tanta coisa, inclusive os anjos como protetores. E tudo o que ele pede de nós é que o amemos e lhe obedeçamos.
S. Gabriel trouxe para nós a maior alegria do mundo, transmitindo a Maria Santíssima a grande notícia vinda de Deus, de que ela foi escolhida para ser a Mãe do Messias. Na primeira parte da Ave Maria, nós repetimos, agradecidos, aquelas palavras do arcanjo S. Gabriel.
Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.






Pe Queiroz (falecido)



quarta-feira, 28 de setembro de 2016

ORAÇÃO: UM REMÉDIO CONTRA O MAL

orandopretoebranco 
Sem oração, nenhum de nós fica de pé espiritualmente e ninguém consegue fazer a vontade de Deus…
Outro remédio fundamental que a Igreja nos recomenda contra o pecado é a oração. A nossa vontade ficou enfraquecida pelo pecado original e a nossa natureza ficou marcada pela concupiscência, isto é, uma força que nos puxa para o mal.
Quem de nós não sente isso? Jesus disse claro: “O espírito é forte, mas a carne é fraca. Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26,41).
Por isso, só pela força humana você não conseguirá vencer a luta contra o pecado. As paixões como que habitam em nossa carne.
Jesus estimava tanto a oração que passava noites inteiras no alto dos mon­tes da Galileia conversando com o Pai (cf. Lc 5,16; 6,12; 9,29). E aí estava a sua força: de dia pregava, de noite rezava. Ensinou os discípulos a rezarem (cf. Mt 6,9) e insistiu com eles: “É necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo” (Lc 18,1b). “Pedi e se vos dará” (Mt 7,7).
Orar é uma ordem, um mandamento do Senhor. Sem oração, nenhum de nós fica de pé espiritualmente e ninguém consegue fazer a vontade de Deus. A razão é muito clara: “Porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 4).
São Tomás de Aquino disse que todas as graças que o Se­nhor, desde toda a eternidade, determinou conceder-nos, não as quer conceder a não ser por meio da oração.
“A oração é necessária, disse o santo, não para que Deus conheça as nossas necessidades, mas para que fiquemos conhecendo a necessidade que temos de recorrer a Deus, reconhecendo-O como o único autor de todos os bens”.
Quando o Senhor manda: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis” (Mt 7,7), Ele deseja que reconheçamos que só Ele é o autor dos nossos bens e que, portanto, devemos a Ele recorrer.
É por isso que desagradamos profundamente a Deus todas as vezes que buscamos socorro fora dEle, especialmente nas práticas idolátricas – magia, necromancia, car­tomancia, adivinhação, invocação dos mortos, horóscopo e em outras práticas – sendo infiéis a Deus (cf. Dt 18,9-12).
Por outro lado, aquele que ora, manifesta confiança em Deus, como O salmista disse: “Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele: e ele agirá” (Sl 36,5).
O velho Tobias afirmava: “Pede-lhe que dirija os teus passos, de modo que os teus planos estejam sempre de acordo com a sua vontade” (Tb 4,20b).
Feliz o cristão que adquiriu o hábito de conversar, coração a coração, familiarmente, com Deus.
Deus quer que conversemos com Ele, diz S. Afonso de Ligório, e quer ser tratado como amigo íntimo. Ninguém nos ama tanto como Ele e até as nossas pequenas coisas Lhe interessam.

É preciso sermos transparentes diante do Senhor; abrin­do-Ihe o coração com toda a liberdade e confiança. Diz o livro da Sabedoria que “Deus antecipa-se a dar-se a conhecer aos que O desejam” (cf. Sb 6,13).
São Paulo expressou tudo isso em poucas palavras:
“Vivei sempre contentes. Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cris­to” (1 Ts 5,16-18).
Você deve conversar com Deus em todas as ocasiões: na alegria e na dor; na penúria e na fartura, na saúde e na doença, pedindo, agradecendo, louvan­do, bendizendo, cantando…
Você pode orar quando está na bicicleta, no ônibus, no carro, na cozinha, no banheiro, no silêncio do quarto, na rua. E Deus estará sempre acolhendo a sua oração.

Enfim, a oração é a força do homem, é o caminho mais simples para receber os dons de Deus. Sem oração você não conhecerá a vitó­ria.
São Afonso de Ligório, doutor da Igreja, viveu 91 anos. Escreveu mais de cem livros e disse que, se em toda a sua vida tivesse de fazer uma só pregação, essa seria sobre a oração.
Sem oração é impossível caminhar na fé e fazer a vontade de Deus. Ela é a nossa força; por ela os santos chegaram à santidade; e, sem ela ninguém experimentará a glória e o poder de Deus.
A oração é para a alma o que o ar é para o corpo.
Uma alma que não reza é uma alma que não respira; não tem vida. Quanto mais você comungar com Ele pela oração, mais se tornará um instrumento útil em suas santas mãos. É uma grande ilusão querer fazer algo por Deus, e para Deus, sem antes muito rezar. Esta é a maior tentação que sofremos: rezar pouco, não rezar ou rezar mal.
A oração pode mudar todas as coisas; o Anjo Gabriel disse à Maria: “Para Deus nada é impossível” (Lc 1,37).
“Tudo é possível ao que crê” (Mc 9,23), nos garantiu o Senhor. E mais, “Tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado” (Mc 11,24).
São Paulo recomenda com insistência: “Orai em todo o tempo” (Ef 6,18), “perseverai na oração” (Col 4,2), “orai sempre e em todo o lugar” (1 Tim 2,8). “Antes de tudo recomendo que se façam súplicas, orações, petições, ações de graças por todos os homens…” (1Tim 2,1).
E São Pedro nos adverte: “Lançai em Deus todas as vossas preocupações porque Ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5,7).
O Papa Paulo VI disse certa vez: “…A oração está no ponto mais alto da razão, no vértice da psicologia, no ápice da moralidade e da esperança.” (L’Osservatore Romano – 14/3/1976).
Além do mais, o próprio Senhor nos deu o exemplo:
“Entretanto espalhava mais e mais a sua fama, e concorriam grandes multidões para o ouvir e ser curadas das suas enfermidades. Mas ele costumava retirar-se a lugares solitários para orar” (Lc 5,15-16).
Há muitas formas de oração e todas elas são boas, desde que sejam feitas “com o coração”. Tudo pode ser mudado pela oração.






Prof. Felipe Aquino

O ALFAIATE DESATENTO

Um conto para inspirar você

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Era uma vez, a menos de mil quilômetros daqui, um alfaiate viúvo que vivia com a filha pequena… Apesar de ser um ótimo artesão, era uma pessoa que não prestava atenção em algumas coisas.
Assim, costumava sair à rua com a mesma roupa velha, todas esfarrapadas, que usava o dia in­teiro dentro de casa.
As pessoas comentavam: “Um homem que anda tão mal vestido não pode ser um profissional competente. Esse alfaiate não deve ser bom”.
Os comentários se espalhavam, e ninguém mais encomendava roupas para o alfaiate, que foi ficando pobre. Um dia, sua filha disse: “Pai, não temos quase nada para comer. O senhor precisa fazer alguma coisa, senão vamos morrer de fome”.
O alfaiate foi até’ o sótão da casa, onde fazia muito tempo guardava coisas que considerava sem utilidade. Ao remexer nas pilhas empoeiradas, descobriu que entre elas havia objetos de valor. Ele nem se lembrava mais quando os tinha posto ali, nem por quê. Juntou uma porção desses objetos num carrinho e foi vendê-los no mercado da cidade. Com o dinheiro que recebeu, comprou comidas deliciosas para ele e para sua filha.
No caminho de volta para casa ele viu, pendurado na porta de uma tenda, um tecido magnífico, como nunca ti­nha visto. Era inteiro bordado com fios de todas as cores do arco-íris, formando várias figuras distintas. Nele também havia padrões ornamentais com fios de ouro e prata entrelaçados que brilhavam à luz do sol. O alfaiate, maravilhado, resolveu comprar aquele tecido com o dinheiro que havia sobrado.
Assim que chegou em casa, esticou o tecido sobre a mesa, pensou um pouco, e depois cortou e costurou um belíssimo manto que quase arrastava no chão
Quando saiu à rua com aquele manto, as pessoas o rodearam e perguntaram:
– Onde foi que você comprou este manto? No Orien­te, na ilha de Java?
– Não – respondeu o alfaiate. – Eu mesmo o fiz.
– Então, nós também queremos um manto lindo como este.
E foram levar tecidos para ele, formando uma fila à porta de sua casa. Eram tantas pessoas, e tantos mantos eles fez, que acabou ficando rico.
Mas ele era uma pessoa que não prestava atenção em algumas coisas. Ele não tirava seu manto: costurava com ele, fazia comida, cuidava do jardim.
Passou-se muito, muito tempo. O manto ficou velho e estragado. As pessoas, vendo-o tão mal vestido na rua, começaram a achar que ele não devia ser um bom profis­sional. E deixaram de fazer encomendas. E ele ficou pobre outra vez.
Certo dia, não tendo nada para fazer, o alfaiate ficou observando o manto e descobriu que ainda havia um pedaço do tecido que não estava estragado. Pôs o manto sobre a mesa, cortou as partes rasgadas, desmanchou as cos­turas, pensou um pouco e fez um lindo casaco, com uma gola enorme.
Quando saiu com o casaco, as pessoas queriam saber: – Onde foi que você comprou este casaco? Na Aus­trália, no Polo Norte?
– Não, eu mesmo o fiz.
E foram tantas encomendas de casacos, que o alfaiate ficou rico outra vez.
Mas continuava sendo aquele homem que não prestava atenção em algumas coisas. A qualquer tipo de comemo­ração – casamento, batizado, enterro, festa de aniversário -lá ia ele com o casaco.
Passou-se muito, muito tempo. E o casaco ficou todo esburacado, cheio de manchas. Ninguém mais fazia en­comendas. Ele ficou pobre. Percebendo que o casaco ainda tinha um pedaço bom de tecido, o alfaiate o desmanchou e fez um colete tão lindo que todos na rua lhe perguntavam:
– Onde foi que você comprou este colete? No Afe­ganistão? Na Terra do Fogo?
– Não, eu mesmo o fiz.
E com tantas encomendas de coletes, o alfaiate ficou rico. Mas, não sei se já lhes contei, ele era uma pessoa que não prestava atenção em algumas coisas. Não tirava o colete para nada, nem mesmo para tomar banho.
Passou-se muito, muito tempo. E o colete ficou em petição de miséria. Pobre mais uma vez, o alfaiate aproveitou o pequeno pedaço de tecido do colete que ainda estava per­feito e sabem o que ele fez? Uma gravata-borboleta. Mas não era uma gravata qualquer. Era tão linda e brilhava tanto, que todos queriam gravatas como aquela.
Depois de muito trabalhar, ele acabou ficando rico. E não deixava de ser aquela pessoa que Não P… A… em A … Coisas. Nem para dormir ele tirava a gravata.
Passou-se muito, muito tempo. E a gravata ficou torta, ensebada, irreconhecível. O alfaiate ficou pobre outra vez, já que ninguém mais lhe fez encomendas.
(Não se preocupem, o conto já está chegando ao fim.)
O alfaiate ainda descobriu na gravata um pedacinho de tecido que podia servir para alguma coisa. E então fez um superutrabelíssimo botão, bem redondo, que costurou na sua roupa velha, no meio do peito. Ninguém notava os farrapos que ele vestia; o botão era tão brilhante e magnífico que todos queriam botões como aquele. E tantos ele fez, que ficou rico.
Mas continuava sendo aquela pessoa que N Prestava A em A C. Por muito, muito tempo. E ele foi pobre.
Desmanchou o botão e ainda sobrou um pedacinho de tecido bem pequenininho, que conservava intactos alguns padrões de fios dourados e prateados, entremeados com todas as cores do arco-íris, que brilhavam intensamente.
O que o alfaiate fez com aquele pedaço minúsculo que sobrou do magnífico
tecido?
* * *
Pois o contador de histórias que narrou este conto para mim disse que cada um de nós é que tinha que inventar no que o alfaiate transformou aquele paninho precioso, porque esta é uma história que continua com cada um.
Existem muitas formas de contar a história desse alfaiate.
É por causa dele e do seu botão que este conto sempre foi ­lembrado e continuará sendo contado para sempre, noite e dia, em qualquer lugar do mundo onde haja gente. Porque sempre existirão pessoas que não prestam atenção em algumas coisas.
E sempre existirão coisas que guardam seu brilho num lugar cada vez menor e mais profundo.

LITURGIA DIÁRIA - AS RAPOSAS TÊM TOCAS...

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1a Leitura - Jó 9,1-12.14-16
Leitura do livro de Jó.
9 1 Jó tomou a palavra nestes termos:
2 “Sim; bem sei que é assim; como poderia o homem ter razão contra Deus?
3 Se quisesse disputar com ele, não lhe responderia uma vez entre mil.
4 Deus é sábio em seu coração e poderoso, quem pode afrontá-lo impunemente?
5 Ele transporta os montes sem que estes percebam, ele os desmorona em sua cólera.
6 Sacode a terra em sua base, e suas colunas são abaladas.
7 Dá uma ordem ao sol que não se levante, põe um selo nas estrelas.
8 Ele sozinho formou a extensão dos céus, e caminha sobre as alturas do mar.
9 Ele criou a Grande Ursa, Órion, as Plêiades, e as câmaras austrais.
10 Fez maravilhas insondáveis, prodígios incalculáveis.
11 Ele passa despercebido perto de mim, toca levemente em mim sem que eu tenha percebido.
12 Quem poderá impedi-lo de arrebatar uma presa? Quem lhe dirá: ‘Por que fazes isso?’
14 Quem sou eu para replicar-lhe, para escolher argumentos contra ele?
15 Ainda que eu tivesse razão, não responderia; pediria clemência a meu juiz.
16 Se eu o chamasse, e ele não me respondesse, não acreditaria que tivesse ouvido a minha voz”.
Palavra do Senhor.

Salmo - 87/88
Chegue a minha oração até a vossa presença!

Clamo a vós, ó Senhor, sem cessar, todo o dia,
Minhas mãos para vós se levantam em prece.
Para os mortos, acaso, faríeis milagres?
Poderiam as sombras erguer-se e louvar-vos?

No sepulcro haverá quem vos cante o amor
E proclame entre os mortos a vossa verdade?
Vossas obras serão conhecidas nas trevas,
Vossa graça, no reino onde tudo se esquece?

Quanto a mim, ó Senhor, clamo a vós na aflição,
Minha prece se eleva até vós desde a aurora.
Por que vós, ó Senhor, rejeitais a minha alma?
E por que escondeis vossa face de mim?
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Evangelho - Lucas 9,57-62
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu tudo considero como perda e como lixo a fim de eu ganhar Cristo e ser achado nele! (Fl 3,8s)

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 9 57 enquanto caminhavam, um homem disse a Jesus: “Senhor, seguir-te-ei para onde quer que vás”.
58 Jesus replicou-lhe: “As raposas têm covas e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”.
59 A outro disse: “Segue-me”. Mas ele pediu: “Senhor, permite-me ir primeiro enterrar meu pai”.
60 Mas Jesus disse-lhe: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos; tu, porém, vai e anuncia o Reino de Deus”.
61 Um outro ainda lhe falou: “Senhor, seguir-te-ei, mas permite primeiro que me despeça dos que estão em casa”.
62 Mas Jesus disse-lhe: “Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus”.
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Como vimos ontem, depois do ministério na Galileia, Jesus tomou a direcção de Jerusalém. Não se trata só de mudança de caminho em sentido topográfico, mas também em sentido teológico e místico. Este novo caminho culminará na morte ressurreição de Jesus. É uma perspectiva paradigmática também para os discípulos. A vida cristã passa necessariamente por um encontro com Cristo no Calvário. Não basta contemplar a glória de Cristo; é preciso fixar o nosso olhar também na cruz, onde Cristo atingiu perfeição e chegou à glória (cf. Heb 5, 8s.)
Os diálogos referidos no evangelho dizem-nos que, além dos Doze, havia outros que queriam seguir Jesus, ainda que não soubessem claramente o que isso significava. As exigências do seguimento de Cristo só se tornaram claras depois da Páscoa. Lucas não nos diz quem são os três interlocutores. Mateus diz-nos que um era um escriba e outro, um discípulo (8, 19.21). Em Lucas, os três retraem-se atemorizados pela “nudez” exigida por Jesus a quem O quer seguir. O primeiro apresentou-se por sua iniciativa. Jesus mostra-lhe o esvaziamento que segui-l´O significa: «o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça» (v. 58). O segundo já é discípulo, como nos informa Mateus. Jesus ordena-lhe que O siga. Mas ele pede licença para ir enterrar o pai. Jesus responde-lhe: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos» (v. 60). Para o Senhor, está morto tudo o que não seja o Deus vivo (cf. Jo 14, 6). O terceiro fez um programa que apresenta a Jesus: «Eu vou seguir te, Senhor, mas primeiro permite que me despeça da minha família» (v. 61). Mas Jesus diz-lhe: «Quem olha para trás, de¬pois de deitar a mão ao arado, não é apto para o Reino de Deus» (v. 62).
Não sabemos como acabaram estes episódios. O evangelho apenas refere o que Jesus oferece a quem o segue, isto, o caminho da cruz. É preciso coragem!
Meditatio
Job ensina-nos um profundo respeito por Deus. Ninguém pode tentar resistir a Deus dirigindo-Lhe palavras de crítica, ou de recusa: «Quem lhe poderá dizer: ‘Por que fazes isso? ‘ Quem sou eu para lhe replicar e rebuscar argumentos contra Ele?». Pelo contrário, temos que confiar-nos a Ele e aceitar a sua grandeza infinita. Mas o Deus forte de que nos fala o Antigo Testamento fez-se homem, assumiu a nossa condição mortal e revelou-se no rosto pequeno, frágil e vulnerável de Jesus.
De facto, no evangelho de hoje, contemplamos Jesus que, agindo com toda a autoridade de Deus, o faz com uma humildade que nos impressiona. Ao mesmo tempo que diz: «Segue-me… vai… deixa…», pede-nos para escolhermos corajosamente uma vida pobre e sofredora semelhante à d´Ele: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça» (v. 58). Vive a sua autoridade no máximo despojamento, como quem nada possui. Quem ousaria falar de uma tal autoridade e duma tal humilhação juntas na mesma Pessoa? Atingimos o coração da fé pedida ao discípulo. Como S. Paulo, podemos dizer: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12, 10b). Isto enche-nos de alegria. Todo o avanço no caminho do Espírito depende de uma renovada adesão à vida de Jesus.
A misteriosa figura do Servo de Javé preparou-nos para o mistério de Cristo. Para Jesus, o tempo da paixão é o tempo mais puro e
mais perfeito da sua oblação de amor ao Pai pelos homens. É também o tempo em que melhor se manifesta a Sua total confiança, o seu abandono, a sua disponibilidade. A oblação de amor de Cristo cresce no silêncio da paixão, até ao momento culminante do impressionante grito na Cruz: “Meu Deus, Meu Deus, porque Me abandonaste?” (Mc 15, 34; Mt 27-45), grito que manifesta a dolorosa experiência da reprovação do pecado pelo Pai, que envolve Cristo por causa da Sua solidariedade com os pecadores. A humanidade de Cristo é arrasada pela dilacerante separação de Deus, que o pecado realiza no homem. Mas S. Lucas também nos recorda o supremo grito de confiança de Jesus, na Cruz: “Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito!” (Lc 23, 46). Esse grito manifesta a união de amor entre o Pai e o Filho, união que nunca foi quebrada, mesmo nas horas mais dramáticas, na sua “hora”.
A adaptação da grandeza e do poder de Cristo à nossa fraqueza humana, pela escolha da humildade e da fraqueza, revela-se magnificamente na Eucaristia. Sob as espécies eucarísticas, Jesus consuma a Sua “Kénosis” ou aniquilamento. Este despojar-se das prerrogativas divinas, esta humilhação de Si mesmo, já Cristo a tinha realizado na Sua Incarnação, Paixão e Morte (cf. Fil 2, 6-8). Todavia esse esvaziamento não retirou à humanidade de Cristo aquele fascínio que encanta as multidões e atrai discípulos. Da Sua humanidade, desprende-se a infinita beleza da divindade, ou também a força divina dos Seus milagres, mesmo que não seja de modo extraordinário, tal como aconteceu na Transfiguração. A Sua incomensurável caridade, a delicada bondade do Seu coração, manso e humilde, aberto a todos, aos pequenos e aos grandes, aos ignorantes e aos dotados, aos pobres e aos ricos deixa entrever a grandeza do Seu Coração, que é o Coração de Deus.







Dehonianos

terça-feira, 27 de setembro de 2016

10 ENSINAMENTOS DE PADRE PIO PARA "SACUDIR" SUA VIDA.

"Se o demônio não dorme para nos perder, Nossa Senhora não nos abandona nem um instante sequer."

Padre Pio, un uomo segnato dall'Amore - pt
Herdeiro espiritual de São Francisco de Assis, o Padre Pio de Pietrelcina foi o primeiro sacerdote a ter impresso sobre o seu corpo os estigmas da crucificação. Ele é conhecido em todo mundo como o “Frei” estigmatizado.
O Padre Pio, a quem Deus deu dons particulares e carismas, se empenhou com todas as suas forças pela salvação das almas. Os muito testemunhos sobre a grande santidade do Frei, chegam até os nossos dias, acompanhados de sentimentos de gratidão. Suas intercessões providencias junto a Deus foram para muitos homens causa de cura do corpo e motivo de renovação do espírito.
Alguns ensinamentos de Padre Pio que irão “sacudir” sua vida:
1. Não se preocupe com o amanhã. Faça o bem hoje.
2. Se Jesus nos faz assim felizes na Terra, como será no Céu?
3. Se o temor o deixa angustiado, exclame como São Pedro: “Senhor, salve-me!” Ele lhe estenderá a mão: aperte-a com força e caminhe alegremente”.
4. Procure fazer sempre melhor: hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje.
5. Se o demônio não dorme para nos perder, Nossa Senhora não nos abandona nem um instante sequer.
6. Quando desperdiça o tempo, você despreza o dom de Deus, o presente que Ele, infinitamente bom, abandona ao seu amor e à sua generosidade.
7. Sejam como pequenas abelhas espirituais, que levam para sua colmeia apenas mel e cera. Que, por meio de sua conversa, sua casa seja repleta de docilidade, paz, concórdia, humildade e piedade.
8. Faça sempre o bem, assim dirão: “Este é um cristão”. Suporte tribulações, enfermidades e dores por amor a Deus e pela conversão dos pobres pecadores.
9. Um convertido exprimiu o receio de tornar a cair. Padre Pio disse-lhe: “Eu estarei com você. Você poderia pensar, meu filho, que eu deixaria recair uma alma que levantei? Vá em paz e tenha confiança!”
10. Quem tem tempo não espera pelo tempo. Não deixemos para amanhã o que podemos fazer hoje. As sepulturas transbordam de boas ações deixadas para depois… E, além disso, quem nos diz que viveremos até amanhã? Escutemos a voz de nossa consciência, a voz do real profeta: “Se ouvirdes a voz do Senhor hoje, não queirais fechar vossos ouvidos”. Devemos renascer e acumular somente as riquezas que nos pertencem, lembrando de que somente o instante que escapa está sob nosso domínio. Não podemos intercalar tempo entre um instante e outro, pois esse não nos pertence.





(via Felipe Aquino)

LITURGIA DIÁRIA - NÃO PODEMOS PROMOVER DISCÓRDIA EM NOME DE DEUS.

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1a Leitura - Jó 3,1-3.11-17.20-23
Leitura do livro de Jó.
3 1 Então Jó abriu a boca e amaldiçoou o dia de seu nascimento.
2 Jó falou nestes termos:
3 “Pereça o dia em que nasci e a noite em que foi dito: uma criança masculina foi concebida!
11 Por que não morri no seio materno, por que não pereci saindo de suas entranhas?
12 Por que dois joelhos para me acolherem, por que dois seios para me amamentarem?
13 Estaria agora deitado e em paz, dormiria e teria o repouso
14 com os reis, árbitros da terra, que constroem para si mausoléus;
15 com os príncipes que possuíam o ouro, e enchiam de dinheiro as suas casas.
16 Ou então, como o aborto escondido, eu não teria existido, como as crianças que não viram o dia.
17 Ali, os maus cessam os seus furores, ali, repousam os exaustos de forças,
20 Por que conceder a luz aos infelizes, e a vida àqueles cuja alma está desconsolada,
21 que esperam a morte, sem que ela venha, e a procuram mais ardentemente do que um tesouro,
22 que são felizes até ficarem transportados de alegria, quando encontrarem o sepulcro?
23 Ao homem cujo caminho é escondido e que Deus cerca de todos os lados?”
Palavra do Senhor.

Salmo - 87/88
Chegue a minha oração até a vossa presença.

A vós clamo, Senhor, sem cessar, todo o dia,
e de noite se eleva até vós meu gemido.
Chegue a minha oração até a vossa presença,
inclinai vosso ouvido a meu triste clamor!

Saturada de males se encontra a minha alma,
minha vida chegou junto às portas da morte.
Sou contado entre aqueles que descem à cova,
toda gente me vê como um caso perdido!

O meu leito já tenho no reino dos mortos,
como um homem caído que jaz no sepulcro,
de quem mesmo o Senhor se esqueceu para sempre
e excluiu por completo da sua atenção.

Ó Senhor, meu pusestes na cova mais funda,
nos locais tenebrosos da sobra da morte.
Sobre mim cai o peso do vosso furor,
vossas ondas enormes me cobrem, me afogam.

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Evangelho - Lucas 9,51-56
Aleluia, aleluia, aleluia.
Veio o Filho do homem, a fim de servir e dar sua vida em resgate por muitos (Mc 10,45).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
9 51 Aproximando-se o tempo em que Jesus devia ser arrebatado deste mundo, ele resolveu dirigir-se a Jerusalém.
52 Enviou diante de si mensageiros que, tendo partido, entraram em uma povoação dos samaritanos para lhe arranjar pousada.
53 Mas não o receberam, por ele dar mostras de que ia para Jerusalém.
54 Vendo isto, Tiago e João disseram: "Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?"
55 Jesus voltou-se e repreendeu-os severamente.
56 "O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las". Foram então para outra povoação.
Palavra da Salvação.

 Reflexão

Neste Evangelho, mais uma vez, Jesus nos mostra que Deus não deseja a destruição de ninguém, e não se compraz em liquidar com as pessoas para realizar os Seus planos.  Mesmo sabendo que em Jerusalém iria se dar o desfecho da Sua Missão de Salvador da humanidade, onde seria crucificado, morto e sepultado e depois ressuscitado, Jesus tomou a firme decisão de seguir para lá com os Seus discípulos. No caminho, os samaritanos, sabedores de que Jesus ia para Jerusalém, lugar do templo do povo judaico, com quem eles não se davam bem, não aceitaram hospedá-Lo no povoado da cidade de Samaria. Os discípulos que acompanhavam Jesus não estavam entendendo a dimensão do Seu ministério e insinuaram para que Ele fizesse alguma coisa a fim de liquidar com os samaritanos que se opunham aos seus propósitos. Queriam aproveitar-se do poder de Jesus para revidarem a oposição dos samaritanos. Jesus, porém, não os aprovou e os repreendeu.  Mesmo tendo todo o poder Jesus teve bom senso e mudou a sua rota evitando assim o confronto com os samaritanos. Jesus nos dá, assim, uma grande lição de humildade ao ser rejeitado pelos samaritanos. Nós, como os discípulos de Jesus não nos conformamos quando somos rejeitados por alguém e não somos acolhidos dignamente. Na maioria das vezes desejamos logo dar o troco, nos valendo, muitas vezes, da nossa posição social, ou financeira, achando que também podemos “mandar descer fogo do céu” para prejudicar a quem nos feriu. Mesmo quando nos consideramos homens e mulheres de Deus e seguidores (as) de Jesus, nos arvoramos da nossa posição, nos achando intocáveis e, então, esquecemos dos exemplos de Jesus. Não podemos promover discórdia em nome de Deus nem tampouco oferecer vingança quando Jesus no ensina a amar. O fogo de que precisamos pedir para vir do céu é o fogo do Espírito Santo, que é o amor de Deus que incendeia os corações dos nossos inimigos.  – Qual a lição que você tira para a sua vida? – Você é uma pessoa vingativa que quer dar o troco seja de que jeito for? – Você aceita perder numa discussão, num jogo, numa competição? - Você, é daquelas pessoas que evitam os conflitos ou dão tudo por uma confusão?  - Você gosta de se aproveitar de situações que o (a) privilegiam.







Helena Serpa 

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

BRASIL: 32 SUICÍDIOS POR DIA.

9 em cada 10 casos de suicídio poderiam ser prevenidos. E isso também depende de você.


suicide
Um problema de saúde pública que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas é o suicídio. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas.
A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.
Já pensou em suicídio ou conhece alguém que corre este risco? Ligue 141.
Mas como buscar ajuda se sequer a pessoa sabe que ela pode ser ajudada e que o que ela passa naquele momento é mais comum do que se divulga? Ao mesmo tempo, como é possível oferecer ajuda a um amigo ou parente se também não sabemos identificar os sinais e muito menos temos familiaridade com a abordagem mais adequada?
O primeiro passo é informar-se sobre a realidade do suicídio e sobre os mitos com relação ao tema.
O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal.
Também fazem parte do que habitualmente chamamos de “comportamento suicida“: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio.
Uma pequena proporção do comportamento suicida chega ao nosso conhecimento. Só no Brasil, 17% das pessoas já pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida.
O suicídio é um fenômeno presente ao longo de toda a história da humanidade, em todas as culturas. É um comportamento com determinantes multifatoriais e resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais.
Dessa forma, deve ser considerado como o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser considerado de forma causal e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. É a consequência final de um processo.
Mitos sobre o comportamento suicida
Erros e preconceitos vêm sendo historicamente repetidos, contribuindo para a formação de um estigma em torno da doença mental e do comportamento suicida. O estigma resulta de um processo em que pessoas são levadas a se sentirem envergonhadas, excluídas e discriminadas. O resumo a seguir ilustra os mitos sobre o comportamento suicida. O conhecimento pode contribuir para a desconstrução deste estigma em torno do comportamento suicida.
1. O suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu livre arbítrio. 
FALSO.
Os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção do suicídio. Após o tratamento da doença mental, o desejo de se matar desaparece.
2. Quando uma pessoa pensa em se suicidar, terá risco de suicídio para o resto da vida. 
FALSO.
O risco de suicídio pode ser eficazmente tratado e, após isso, a pessoa não estará mais em risco.
3. As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção. 
FALSO.
A maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa parte dos suicidas expressou, em dias ou semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de saúde, seu desejo de se matar.
4. Se uma pessoa que se sentia deprimida e pensava em suicidar-se, em um momento seguinte passa a se sentir melhor, normalmente significa que o problema já passou. 
FALSO.
Se alguém que pensava em suicidar-se e, de repente, parece tranquilo, aliviado, não significa que o problema já passou.  Uma pessoa que decidiu suicidar-se pode sentir-se “melhor” ou sentir-se aliviado simplesmente por ter tomado a decisão de se matar.
5. Quando um indivíduo mostra sinais de melhora ou sobrevive à uma tentativa de suicídio, está fora de perigo. 
FALSO.
Um dos períodos mais perigosos é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou quando a pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada. Como um preditor do comportamento futuro é o comportamento passado, a pessoa suicida muitas vezes continua em alto risco.
6. Não devemos falar sobre suicídio, pois isso pode aumentar o risco. 
FALSO.
Falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.
7. É proibido que a mídia aborde o tema suicídio. 
FALSO.
A mídia tem obrigação social de tratar desse importante assunto de saúde pública e abordar esse tema de forma adequada. Isto não aumenta o risco de uma pessoa se matar; ao contrário, é fundamental dar informações à população sobre o problema, onde buscar ajuda etc.
Os números do suicídio
A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio, e a cada três segundos uma pessoa atenta contra a própria vida. As taxas de suicídio vêm aumentando globalmente. Estima-se que até 2020 poderá ocorrer um incremento de 50% na incidência anual de mortes por suicídio em todo o mundo, sendo que o número de vidas perdidas desta forma, a cada ano, ultrapassa o número de mortes decorrentes de homicídio e guerra combinados. Além disso, cada suicídio tem um sério impacto na vida de pelo menos outras seis pessoas.
No Brasil
O Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios. Em 2012 foram registradas 11.821 mortes, cerca de 30 por dia, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres. Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes, sendo observado um aumento de mais de 30% em jovens. Os números brasileiros devem, entretanto, ser analisados com cautela.
Em primeiro lugar porque pode haver uma subnotificação do número de suicídios, em segundo lugar porque há uma grande variabilidade regional nas taxas.
Fatores de risco
Os dois principais fatores de risco são:
1. Tentativa prévia de suicídio
É o fator preditivo isolado mais importante. Pacientes que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar suicídio novamente. Estima-se que 50% daqueles que se suicidaram já haviam tentado previamente.
2. Doença mental
Sabemos que quase todos os suicidas tinham uma doença mental, muitas vezes não diagnosticada, frequentemente não tratada ou não tratada de forma adequada. Os transtornos psiquiátricos mais comuns incluem depressão, transtorno bipolar, alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas e transtornos de personalidade e esquizofrenia. Pacientes com múltiplas comorbidades psiquiátricas têm um risco aumentado, ou seja, quanto mais diagnósticos, maior o risco.
O manual sobre o suicídio foi especialmente elaborado para os profissionais de saúde, mas há informações úteis para toda a sociedade.







(Fontes: Setembro Amarelo e Associação Brasileira de Psiquiatria)