quinta-feira, 31 de agosto de 2017

LITURGIA DIÁRIA - À ESPERA DA VOLTA

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1a Leitura - 1 Tessalonicenses 3,7-13
Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses.
1 7 Assim, irmãos, fomos consolados por vós, no meio de todas as nossas angústias e tribulações, em virtude da vossa fé.
8 Agora, sim, tornamos a viver, porque permaneceis firmes no Senhor. 9 E como poderíamos agradecer a Deus por vós, por toda a alegria que tivemos diante dele por vossa causa?! 10 Noite e dia, com intenso, extremo fervor, oramos para que nos seja dado ver novamente a vossa face e completar o que ainda falta à vossa fé. 11 Que Deus, nosso Pai, e nosso Senhor Jesus nos preparem o caminho até vós! 12 Que o Senhor vos faça crescer e avantajar na caridade mútua e para com todos os homens, como é o nosso amor para convosco. 13 Que ele confirme os vossos corações, e os torne irrepreensíveis e santos na presença de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos!
Palavra do Senhor.


Salmo - 89/90
Saciai-nos de manhã com vosso amor!
Vós fazeis voltar ao pó todo mortal
quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!”
Pois mil anos para vós são como ontem,
qual vigília de uma noite que passou.

Ensinai-nos a contar os nossos dias
e dai ao nosso coração sabedoria!
Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?
Tende piedade e compaixão de vossos servos!

Saciai-nos de manhã com vosso amor,
e exultaremos de alegria todo o dia!
Que a bondade do Senhor e nosso Deus
repouse sobre nós e nos conduza!
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho,
fazei dar frutos o labor de nossas mãos!
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Evangelho - Mateus 24,42-51
Aleluia, aleluia, aleluia. Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo, 24 42 disse Jesus: “Vigiai, pois, porque não sabeis a hora em que virá o Senhor.
43 Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa. 44 Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes. 45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente que o Senhor constituiu sobre os de sua família, para dar-lhes o alimento no momento oportuno? 46 Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, na sua volta, encontrar procedendo assim! 47 Em verdade vos digo: ele o estabelecerá sobre todos os seus bens. 48 Mas, se é um mau servo que imagina consigo: 49 - "Meu senhor tarda a vir', e se põe a bater em seus companheiros e a comer e a beber com os ébrios, 50 o senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e na hora em que ele não sabe, 51 e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes”.
Palavra da Salvação.


Neste Evangelho Jesus nos faz refletir sobre o nosso desempenho na  missão que o Pai nos entregou em vista da nossa entrada no céu. Precisamos ter consciência do valor do nosso tempo e das descobertas que, a todo o momento, nós fazemos em relação ao projeto de Deus para vivermos aqui na terra. Aqui na terra somos como passageiros em busca de uma pátria definitiva e não sabemos quando terminará o prazo desta viagem. Na verdade, trazemos dentro de nós um desejo e um anseio de eternidade. Por isso, nos confundimos achando que permaneceremos para sempre instalados aqui neste mundo, porém, Jesus nos exorta a que fiquemos vigilantes quanto ao fato da brevidade da nossa vida. Nunca chegará o dia em que podemos estar descansados e acomodados compreendendo que já cumprimos com a nossa missão. A cada momento da nossa vida o Senhor nos mostra algo novo a vivenciar e nos renova para que possamos assumir a obra que Ele nos destinou. Por isso, precisamos então, todos os dias, pesar, medir e contar os nossos atos e as nossas intenções e pedir ao Senhor a graça de nos conservar atentos (as) e vigilantes a fim de que sejamos encontrados no nosso posto quando do Seu regresso. O nosso compromisso com Deus se dá em relação ao nosso irmão e o amor que vivermos será o parâmetro da fidelidade da nossa vida. – Você tem consciência da missão que o Senhor lhe entregou para realizar aqui na terra? - Você acha que já cumpriu tudo? O que está faltando? - Como você tem tratado aqueles que o Senhor lhe colocou como responsável por eles? - O que você acha que Deus ainda vai lhe destinar como compromisso? - Você está disposto (a) a aceitar qualquer chamado do Senhor? – Você tem desejo de eternidade? 





Helena Serpa 

POR QUE CHAMAMOS DEUS DE "NOSSO PAI"?

Ainda em preâmbulo à Oração do Senhor, Santo Tomás de Aquino explica neste texto em que sentido Deus é chamado de Pai, expondo os deveres que temos seja para com Ele, enquanto filhos, seja para com o próximo, enquanto irmãos.

II․ "Pai"
3․ Em que sentido Deus é Pai․ — Aqui se nos deparam duas questões: saber em que sentido Deus é Pai e o que lhe devemos enquanto tal. Ora, Deus é chamado Pai (a) em razão do modo especial com que nos criou, fazendo-nos à sua imagem e semelhança, não impressas nas criaturas inferiores: "Não é ele teu Pai, teu Criador, que te fez e te estabeleceu?" (Dt 32, 6). Também o é (b) em razão de seu governo; ora, ainda que tudo esteja sob seu poder, a nós Ele governa como senhores, ao passo que as demais coisas são como escravas em suas mãos: "Sois vós, Pai, que o governais pela vossa Providência" (Sb 14, 3) e, como se lê no mesmo livro, "nos governais com muita indulgência" (Sb 12, 18). Deus é Pai, além disso, (c) a título de adoção, pois se às outras criaturas concedeu alguns pequenos dons, a nós transmitiu uma herança, porque nos fez filhos seus e, "se filhos, também herdeiros" (Rm 8, 17). Como diz o Apóstolo, "não recebestes um espírito de escravidão para viverdes ainda no temor, mas recebestes o espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba! Pai!" (Rm 8, 15) [1].
4․ O que a ele devemos․ — De nossa parte, devemos-lhe quatro coisas.
a) Em primeiro lugar, que o honremos: "Se eu, pois, sou vosso pai, onde está a minha honra?" (Ml 1, 6), a qual consiste em três coisas: (i) em relação a Deus, dar-lhe louvor, como canta o salmista: "Honra-me quem oferece um sacrifício de louvor" (Sl 49, 23), que deve estar não só nos lábios, mas também no coração: "Esse povo", disse o Senhor , "vem a mim apenas com palavras e me honra só com os lábios, enquanto seu coração está longe de mim" (Is 29, 13); (ii) em relação a si mesmo, guardar a pureza de corpo, : "Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo" (1Cor 6, 20); (iii) em relação ao próximo, julgá-lo com equidade, como diz o Salmo: "Reina o rei poderoso que ama a justiça" (Sl 98, 4).
b) Em segundo, que o imitemos, uma vez que é nosso Pai: "Chamar-me-ás pai, e não cessarás de me seguir" (Jr 3, 19). Ora, imitamo-lo perfeitamente quando a ele nos assemelhamos em três aspectos: (i) no amor: "Sede, pois, imitadores de Deus como filhos muito amados. Progredi na caridade" (Ef 5, 1), e isso deve estar no coração; (ii) na misericórdia, pois o amor deve vir acompanhado de compaixão [2]: "Sede, portanto, misericordiosos" (Lc 6, 36), o que tem de manifestar-se em nossas obras; e (iii) na perfeição, pois o amor e a misericórdia devem ser perfeitos: "Portanto, sede perfeitos, assim como o vosso Pai celeste é perfeito" (Mt 5, 48).
c) Em terceiro lugar, que lhe sejamos obedientes: "Com quanto mais razão nos havemos de submeter ao Pai de nossas almas?" (Hb 12, 9). E isto por três motivos [3]: primeiro, (i) por seu domínio, já que ele é o Senhor: "Faremos tudo o que o Senhor disse e seremos obedientes" (Ex 24, 7); segundo, (ii) pelo exemplo que nos deu o verdadeiro Filho, ao fazer-se obediente ao Pai até a morte, como se diz na Epístola aos Filipenses (cf. Fl 2, 8); terceiro, (iii) porque nos é proveitoso: "Dançarei diante do Senhor que me escolheu" (2Sm 6, 21s) [4].
d) Por fim, que sejamos pacientes nas adversidades com que ele nos castiga, : "Meu filho, não desprezes a correção do Senhor, nem te espantes que ele te repreenda, porque o Senhor castiga aquele a quem ama, e pune o filho a quem muito estima" (Pr 3, 11s).
III. "… nosso…"
5․ O que devemos ao próximo․ — Com esta palavra se põem em evidência os nossos dois deveres para com o próximo. O primeiro é o (a) amor. Com efeito, visto que todos são filhos de Deus, temos de tratar o próximo como a um irmão: "Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê", diz São João, "é incapaz de amar a Deus, a quem não vê" (1Jo 4, 20). O segundo é o (b) respeito, por ser ele filho de Deus: "Acaso não é um mesmo o Pai de todos nós? Não foi um mesmo Deus que nos criou? Por que razão somos pérfidos uns para com os outros?" (Ml 2, 10); "Adiantai-vos em honrar uns aos outros" (Rm 12, 10). , por causa do fruto que recebemos daquele que "se tornou autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem" (Hb 5, 9). 



Referências

  1. A noção de paternidade aplicada a Deus, diz Santo Tomás, só existe propriamente no seio da Santíssima Trindade, uma vez que o Pai gera o Filho ab æterno de sua própria substância, coigual e coeterno a si com a mesma glória e segundo a mesma natureza divina. Em S. Th. I, q. 33, a. 3, co., o Aquinate diferencia quatro tipos de filiação que podem atribuir-se às criaturas com respeito a Deus, não em sentido próprio e adequado (secundum rationem perfectam), mas em razão de certa semelhança (secundum aliqualem similitudinem), que pode ser: a) de vestígio, e assim ele é chamado Pai das criaturas irracionais (cf. 38, 28); b) de imagem, e assim ele é Pai das criaturas racionais (cf. Dt 32, 6); c) de graça, e deste modo ele é Pai dos homens que, sendo seus filhos adotivos, ordenam-se à herança da glória eterna pelo dom da graça que lhes foi concedido (cf. Rm 8, 16s); e d) de glória, e neste sentido Deus é Pai dos santos que já entraram na posse da herança eterna (cf. Rm 5, 2).
  2. Ao longo de S. Th. II-II, qq. 28-33, Santo Tomás trata dos efeitos imediatos, tanto internos quanto externos, do ato principal da virtude da caridade, que é o amor (dilectio). Entre os efeitos internos, o Angélico enumera a misericórdia, "uma virtude especial [...] que nos inclina a compadecer-nos das misérias e desgraças do próximo, considerando-as de certo modo como próprias, enquanto entristecem o nosso irmão e na medida em que podemos, além disso, ver-nos a nós mesmos em semelhante estado. É a virtude por excelência dentre todas as que se referem ao próximo; e o mesmo Deus manifesta em grau sumo sua omnipotência ao compadecer-se misericordiosamente de nossos males e remediar nossas necessidades" (A. Royo Marín, Teología de la Perfección Cristiana. Madrid: BAC, 2012, p. 526, n; 366). O Aquinate chega a afirmar que, considerada em si mesma, a misericórdia é a maior das virtudes, visto que a ela pertence repartir com os outros e socorrê-los na necessidade, o que é característico de quem é superior. É por isto que se diz que ter misericórdia é próprio de Deus, que está acima de todas as criaturas. Mas, do ponto de vista do sujeito, a misericórdia só pode considerar-se a maior virtude se quem a possui for o mais eminente, sem ninguém acima que o socorra e tendo abaixo de si todos os demais. Ora, para quem tem um superior ao qual recorrer é melhor unir-se a ele do que suprir as necessidades de alguém inferior. Por isso, a caridade, pela qual nos unimos a Deus, essencial e soberanamente superior a todos, tem prioridade sobre a misericórdia, pela qual socorremos aos necessitados, acidental e circunstancialmente inferiores a nós (cf. S. Th. II-II, q. 30, a. 4, co.).
  3. A obediência, diz Santo Tomás, é uma virtude moral que nos dispõe a cumprir prontamente as ordens e preceitos de um superior (cf. S. Th. II-II, q. 104, a. 2, ad 3), seja ele outro homem ou o próprio Deus, a cujo império devemos sujeitar nossa vontade em razão de certa necessidade de justiça (ex quadam necessitate iustitiæ), visto que ele é o primeiro motor não só das coisas que se movem naturalmente, mas também de todas as vontades livres (cf. S. Th. II-II, q. 104, a. 4, co.).
  4. "Grandes são as vantagens da obediência tanto para a inteligência como para a vontade e o coração. — 1.ª) Para a inteligência: a) Certeza de conhecer e fazer infalivelmente a vontade divina. b) Certeza do socorro divino: Ego ero tecum (Ex 3, 21). c) Certeza de êxito: Omnia cooperantur in bonum (Rm 8, 28), ainda que o superior esteja equivocado. — 2.ª) Para a vontade: a) É fonte da verdadeira liberdade. Nada escraviza tanto como o apego à própria vontade. b) É fonte de fortaleza; para obedecer até ao heroísmo é preciso ser muito valente; c) É garantia de perseverança no bem. — 3.ª) Para o coração: a) Fonte de paz individual e coletiva. Que sossego no coração, que paz tão profunda reina em uma casa ou no mosteiro de pessoas obedientes! b) Princípio de ordem. Cada coisa em seu lugar: o superior, mandando; o súdito, obedecendo. Resultado: a paz (tranquillitas ordinis). c) Ausência de responsabilidade e escrúpulos: 'obedecí', única conta que temos de prestar a Deus" (A. Royo Marín, op. cit., pp. 581-582, n. 420).



Equipe Christo Nihil Praeponere 

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

LITURGIA DIÁRIA - MESTRES DA LEI E FARISEUS HIPÓCRITAS

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1a Leitura - 1 Tessalonicenses 2,9-13
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Tessalonicenses.
2 9 Vós vos lembrais, irmãos, dos nossos trabalhos e de nossa fadiga. Trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, pregamo-vos o Evangelho de Deus.
10 Vós sois testemunhas, e também Deus, de quão santa, justa e irrepreensivelmente nos portamos convosco que crestes. 11 E sabeis que procedemos com cada um de vós como um pai com seus filhos: 12 nós vos temos exortado, estimulado, conjurado a vos comportardes de maneira digna de Deus, que vos chama ao seu Reino e à sua glória. 13 Por isso é que também nós não cessamos de dar graças a Deus, porque recebestes a palavra de Deus, que de nós ouvistes, e a acolhestes, não como palavra de homens, mas como aquilo que realmente é, como palavra de Deus, que age eficazmente em vós, os fiéis.

Palavra do Senhor.


Salmo - 138/139
Senhor, vós me sondais e me conheceis!
Em que lugar me ocultarei de vosso espírito?
E para onde fugirei de vossa face?
Se eu subir até os céus, ali estais;
se eu descer até o abismo, estais presente.

Se a aurora me emprestar as suas asas,
para eu voar e habitar no fim dos mares,
mesmo lá vai me guiar a vossa mão
e segurar-me, com firmeza, a vossa destra.

Se eu pensasse: “A escuridão venha esconder-me
e que a luz ao meu redor se faça noite!”
Mesmo as trevas, para vós, não são escuras,
a própria noite resplandece como o dia.

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Evangelho - Mateus 23,27-32
Aleluia, aleluia, aleluia.
O amor de Deus se realiza em todo aquele que guarda sua palavra fielmente (1Jo 2,5).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
23 27 Disse Jesus: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes aos sepulcros caiados: por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos, de cadáveres e de toda espécie de podridão.
28 Assim também vós: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade. 29 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Edificais sepulcros aos profetas, adornais os monumentos dos justos 30 e dizeis: Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos manchado nossas mãos como eles no sangue dos profetas. 31 Testemunhais assim contra vós mesmos que sois de fato os filhos dos assassinos dos profetas. 32 Acabai, pois, de encher a medida de vossos pais!”
Palavra da Salvação.



Jesus mais uma vez enfrentou os mestres da Lei e os fariseus, chamando-os de hipócritas. Tão falsos, que pareciam sepulcros caiados, ou seja, defuntos que antes de serem enterrados, recebem uma maquiagem para não terem uma aparência muito horrível. Mas como o sabemos, por fora estão reluzentes, e por dentro é só podridão.
“Assim também vós: por fora, pareceis justos diante dos outros, 
mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça”.
Prezada leitora, prezado leitor. Espero que Jesus não esteja falando com você, nem comigo. Palavras duras, porém reveladoras de grande verdade. É só ligar a T.V. nos noticiários, principalmente em época de campanha, que vemos estampado nas caras dos candidatos, esta grande verdade dita hoje por Nosso Senhor Jesus Cristo, para todos nós.
Sabemos que existem pessoas que se enquadram perfeitamente nestas palavras de Jesus. Uns mais, outros menos. Porém, muitos são assim. Por fora, lidos rostos, até com maquiagem, mesmo sendo homens, pois afinal, vão se expor diante das câmeras, e isso não pode ser feito de cara limpa, é claro!
E com um ar de muita honestidade, essas e esses nossos irmãos, falam bonito, “preocupados” com o bem público, “empenhados” em resolver todos os problemas do bem comum, e assim por diante.
Porém, se tivéssemos um raio x especial para vermos o seu interior, cairíamos de susto ao ver que não passam de SEPULCROS CAIADOS!
E nós também não escapamos dessa denúncia feita por Jesus não! Pois podemos também de vez em quando, agir com falsidades, com fingimentos, aparentando-nos honestos e santos, para os demais, mas lá no fundo, cheira a podridão dos nossos pecados feitos ou cometidos às escondidas.
Fiquemos atentos sobre esta realidade lamentável, pois, em nossos atos e na aparência pessoal, é sempre refletido o nosso interior. Por mais que treinamos aparentar a verdade ao falar, não é possível, pelo menos por muito tempo, enganar a todos.
Veja, por exemplo, o rosto de uma criança. Você denota alguma maldade?  Claro que não. Ali está um semblante inocente, completamente puro, sem registros de ódio, ou de ruindade. Tristeza, sim. Isso pode acontecer, principalmente se os pais vivem brigando, se a pobreza lhe priva de uma infância feliz, etc. Mas mesmo assim, naquele rostinho, nós vemos a inocência.
O mesmo não acontece num rosto experiente, marcado por ódio, frustrações, muito egoísmo, crimes, entre outros.
Por isso, não adiante pintar o nosso rosto com cremes especiais, não adianta fazer maquiagens profissionais, pois a nossa maldade, a nossa injustiça transparecerá, será revelada nas nossas expressões faciais.
Repetimos aqui, o que já escrevemos antes.
Embaixo da pele do nosso rosto, há uma fina camada de gordura que durante o tempo ela vai se emoldurando de acordo com os nossos pensamentos e nossas emoções, e principalmente de acordo com a nossa descrença ou da nossa FÉ.
Desse modo, a nossa cara revela o nosso interior. Não adianta disfarçar. Todos perceberão que aquela pessoa é um mentiroso, uma mentirosa, ao fazer aquelas declarações para o público...
Que bom que você não é um(a) desses! 
 
 
 
  José Salviano

O ESPIRITISMO TEM ALGUMA COISA A VER COM O EVANGELHO DE CRISTO?

Da Santíssima Trindade à fé na Igreja, da divindade de Cristo ao juízo final, o espiritismo renuncia a praticamente todo o credo cristão. Em que consiste, pois, seu anunciado “cristianismo”?


Por Frei Boaventura Kloppenburg — No Brasil, o movimento criado por Allan Kardec (AK) é mantido e divulgado pela Federação Espírita Brasileira, fundada em 1884, que a propõe sistematicamente não apenas como "a religião", mas também como "espiritismo cristão" [...].
Embora o próprio AK jamais tenha usado esta expressão, tomada de J. B. Roustaing (1865), ofereceu-lhe, no entanto, um bom fundamento para isso quando proclamou que o espiritismo é a realização das promessas de Jesus Cristo acerca do Consolador e a apresentou como "a Terceira Revelação" [...]. Em O Evangelho segundo o espiritismo (cito agora a 90.ª ed., p. 59) escreve AK: "Assim como o Cristo disse: 'Não vim destruir a lei, porém cumpri-la', também o espiritismo diz: não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução. Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo".
Semelhantes afirmações são comuns entre os espíritas e pode ser que sejam sinceras, mas mostram um desconhecimento profundo da doutrina do Evangelho segundo Mateus, Marcos, Lucas e João e segundo o ensinamento apostólico contido em suas cartas. O Reformador, órgão oficial do nosso kardecismo, de março de 1981, num artigo sobre a missão do Consolador (que seria o Espírito Santo segundo o Evangelho de São João), conclui: "É missão, pois, do espiritismo devolver ao cristianismo a sua pureza original, libertando-o dos dogmas e das idéias humanas nele introduzidas" (p. 85).
Veremos agora como se fez esta fundamental operação libertadora:
1) A revelação divina. — Para a generalidade dos cristãos de todos os tempos, sejam eles católicos, ortodoxos ou protestantes, os livros da Sagrada Escritura são divinamente inspirados. É um princípio inconcusso ("dogma") dos cristãos. No credo espírita de AK não entra este ponto fundamental. Jamais o afirma em nenhuma de suas obras. Mas com freqüência se compraz em mostrar o que ele considera absurdos e contradições da Bíblia. No órgão oficial da Federação Espírita Brasileira, Reformador, janeiro de 1953, p. 23, encontramos a posição bem definida dos nossos espíritas perante a Bíblia: "Do Velho Testamento já nos é recomendado somente o Decálogo e do Novo Testamento apenas a moral de Jesus; já consideramos de valor secundário, ou revogado e sem valor algum, mais de 90% do texto da Bíblia. Só vemos na Bíblia toda um livro respeitável pelo seu valor cultural, pela força que teve na formação cultural dos povos do Ocidente". [...]
Falando de escritos apostólicos do Novo Testamento, escreve AK: "Todos os escritos posteriores (aos Evangelhos), sem exclusão dos de S. Paulo, são apenas, e não podem deixar de ser, simples comentários ou apreciações, reflexos de opiniões pessoais, muitas vezes contraditórias que, em caso algum, podem ter a autoridade da narrativa dos que receberam diretamente do Mestre as instruções" ( Obras póstumas, 10.ª ed., p. 110). Esta posição negativa reaparece com freqüência na literatura espírita brasileira. Assim, por exemplo, Carlos Imbassahy, em À Margem do Espiritismo (2.ª ed.), esclarece que, "em matéria de escritura, os espíritas, no a que se referem, é tão unicamente aos Evangelhos. Não os apresentam, porém, como prova, senão como fonte de luz subsidiária, elemento de reforço" (p. 126). Pois "nem a Bíblia prova coisa nenhuma, nem temos a Bíblia como probante. O espiritismo não é um ramo do cristianismo como as demais seitas cristãs. Não assenta os seus princípios nas escrituras. Não rodopia junto à Bíblia. A nossa base é o ensino dos espíritos, daí o nome — espiritismo" (p. 219).
2) A doutrina sobre Deus. — Os conceitos de AK sobre a existência de Deus e seus atributos coincidem de fato com a doutrina cristã. Duas vezes, em seus escritos, AK se refere expressamente ao panteísmo, para rejeitá-lo ( O livro dos espíritos, 22.ª ed., p. 53; Obras póstumas, 10.ª ed., p. 179). E contra os panteístas chega a afirmar positivamente uma nítida distinção entre Deus e o Universo, acusando o panteísmo de "confundir o Criador com a criatura"; e, por isso, declara inequivocamente: "As obras de Deus não são o próprio Deus" (O livro dos espíritos, p. 54). Não obstante, por vezes tem expressões com sabor panteísta. Assim quando diz que "ignoramos" se a inteligência é uma "emanação da Divindade" (O livro dos espíritos, p. 56); ou quando o "fluido universal" toma qualidades panteístas; ou quando esclarece que os espíritos "se acham mergulhados no fluido divino" (cf. A gênese).
Já Leão Denis, outro patriarca do espiritismo, então membro da equipe de codificação da doutrina espírita, resvalou para um evidente monismo panteísta. Segundo seu modo de falar, "Deus é a grande alma universal, de que toda alma humana é uma centelha, uma irradiação. Cada um de nós possui, em estado latente, forças emanadas do divino foco" (assim em Cristianismo e Espiritismo, 5.ª ed., p. 246). Fala com freqüência de Deus como "divino foco", "supremo foco do bem e do belo", "o grande foco divino" etc. Também em outra obra sua, Depois da Morte, 6.ª ed., voltam expressões panteístas: "Deus é infinito e não pode ser individualizado; isto é, separado do mundo, nem subsistir à parte" (p. 114); ou: "o Ser supremo não existe fora do mundo, porque este é a sua parte integrante e essencial" (p. 124). Em vez do "Deus fantástico da Bíblia", ele quer o "Deus imanente, sempre presente no seio das coisas" (p. 213): "O universo não é mais essa criação, essa obra tirada do nada de que falam as religiões. É um organismo imenso animado de vida eterna" (p. 123); e em seguida explica que Deus está para o universo como a alma para o corpo: "O eu do universo é Deus" (p. 349).
3) A Santíssima Trindade. — Todos os cristãos, católicos, ortodoxos e protestantes, professam sua fé na Santíssima Trindade. É o mistério central da fé e mensagem cristã, desde os primórdios do cristianismo. Mas o credo espírita proposto por AK desconhece totalmente a Santíssima Trindade. A posição de AK, no conjunto de suas obras, é de absoluto e sistemático silêncio com relação a esta doutrina cristã. Seu silêncio era apenas oportunista. Na realidade, em seu sistema de pensamento não cabia este mistério cristão, não só porque para ele "absolutamente não há mistérios" ( Obras póstumas, p. 201), mas porque não há lugar para uma intensa vida divina intratrinitária, dado que, segundo AK, o Deus que não cria incessantemente, desde toda a eternidade, seria um Deus solitário e ocioso (cf. O livro dos espíritos, p. 56).
Mas se AK julgou mais oportuno não negar abertamente o mistério trinitário, seus seguidores não compartilham este ponto de vista. Já Leão Denis, em Cristianismo e Espiritismo, p. 74, abre sua crítica dos nossos principais dogmas com estas palavras: "Começa com a estranha concepção do Ser divino, que se resolve no mistério da Trindade". Depois explica: "A noção da Trindade, colhida numa lenda hindu que era a expressão de um símbolo, veio obscurecer e desnaturar essa alta idéia de Deus [...]. Essa concepção trinitária, tão incompreensível, oferecia, entretanto, grande vantagem às pretensões da Igreja. Permitia-lhe fazer de Jesus Cristo um Deus" (p. 75).
No Brasil, o espiritismo em peso ou desconhece ou nega a Santíssima Trindade.

4) A doutrina sobre Jesus. — Professam os cristãos que Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. A afirmação da divindade de Jesus é fundamental para a fé cristã. Mas este Jesus não entra no credo espírita formulado por AK. Ele nos deixou entre suas Obras Póstumas um "Estudo sobre a natureza de Cristo", de 41 páginas, todo ele tendenciosamente orientado para provar que Jesus não era Deus. Com este objetivo nega, sucessivamente, o valor dos milagres, das palavras de Jesus, da opinião dos Apóstolos e das profecias messiânicas.
Mas nos dias de AK surgiu um advogado de Bordéus chamado João Batista Roustaing, que teve seu primeiro contato com o espiritismo em 1861 e em 1865 publicou sua obra: Espiritismo Cristão ou Revelação da Revelação, em três volumes. Sua tese central: o corpo de Jesus não era real, de carne e osso, mas aparente e meramente fluídico. Repetia o docetismo do primeiro século cristão. Sua tese não foi aceita por AK. Mas no Brasil a Federação Espírita, desde sua fundação, propaga a obra de Roustaing. Bittencourt Sampaio, Sayão, Bezerra de Menezes, Guillon Ribeiro e outros conhecidos dirigentes da Federação Espírita são rusteinistas professos. Guillon Ribeiro, que foi presidente da Federação em 1920-1921 e de 1930 a 1943 e tradutor das obras de AK, compendiou a cristologia espírita no título que deu ao livro: Jesus, nem Deus nem homem, reeditado e divulgado pela Federação Espírita.
5) A doutrina sobre a redenção. — "É pelo sangue de Jesus Cristo que temos a redenção, a remissão dos pecados, segundo a riqueza de sua graça que ele derramou profusamente sobre nós", explicava São Paulo ( Ef 1, 7). Nossa redenção pela paixão, morte e ressurreição de Jesus é outra verdade fundamental da fé cristã. Nisso consiste propriamente a "boa nova" ou o "evangelho". Mas nem esta verdade tão central entra no credo espírita de AK. Segundo ele cada um deve ser seu próprio redentor através do sistema das reencarnações.
Por isso no espiritismo a soteriologia (ou doutrina sobre a redenção ou salvação do homem) é deslocada da cristologia para a antropologia. Leão Denis ( foto acima) o enuncia cruamente quando escreve: "Não, a missão de Cristo não era resgatar com o seu sangue os crimes da humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo, resgatar-se da ignorância e do mal. É o que os espíritos, aos milhares, afirmam em todos os pontos do mundo" ( Cristianismo e Espiritismo, p. 88). E o Reformador, órgão máximo da propaganda reencarnacionista no Brasil, ensina em seu número de outubro de 1955 (p. 236): "A salvação não se obtém por graça nem pelo sangue derramado por Jesus no madeiro", mas "a salvação é ponto de esforço individual que cada um emprega, na medida de suas forças".
Daí esta doutrina de AK: "Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes" ( O céu e o inferno, 16.ª ed., p. 88). Ele reconhece a necessidade e o valor do arrependimento; mas este arrependimento não basta ao pecador para obter o perdão divino. Segundo ele, a contrição é apenas o início da expiação e tem como conseqüência o desejo de "uma nova encarnação para se purificar" (O livro dos espíritos, p. 446). "O arrependimento concorre para a melhoria do espírito, mas ele tem que expiar o seu passado" (ibid., p. 448); "o arrependimento lhe apressa a reabilitação, mas não o absolve" (ibid., p. 450); "o arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito, destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação" (O céu e o inferno, p. 90); e a graça é coisa que não existe porque "seria uma injustiça" (O evangelho segundo o espiritismo, 39.ª ed., p. 76).
No livro Roma e o Evangelho (5.ª ed.), o espírito de "Maria" dita estas palavras: "Jesus Cristo não podia, nem quis assumir todas as responsabilidades individuais, contraídas ou por contrair, emanadas dos pecados dos homens, e muito menos podia, pelo sacrifício da sua vida, remir a humanidade da pena de desterro a que fora condenada [...]. A redenção da humanidade não se firma, pois, nos méritos e sacrifícios de Jesus, e, sim, nas boas obras dos homens [...]. Que cegueira! Quanta aberração! Supor e afirmar que os sofrimentos e a morte do Justo foram ordenados do alto, em expiação dos pecados de todos, é a mais orgulhosa das blasfêmias contra a justiça do Eterno".
6) A doutrina sobre a Igreja. — "Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica." É a profissão cristã. Nem esta profissão entra no credo espírita. Com a negação da doutrina cristã sobre a redenção e santificação dos homens, contestam-se conseqüentemente também todos os meios instituídos por Jesus Cristo para a salvação e santificação.
  • A começar pelo Batismo. Jesus mandou aos Apóstolos ir pelo mundo inteiro, ensinar a todos tudo quanto ele lhes ordenara, batizando a todos "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28, 19-20), esclarecendo: "Aquele que crer e for batizado será salvo; o que não crer será condenado" (Mc 16, 16). No Brasil, os espíritas, fiéis à doutrina codificada por AK, já não batizam nem fazem batizar seus filhos. Nem teria sentido. Pois é pelas reencarnações que os homens devem alcançar a perfeição.
  • Na última ceia Jesus instituiu a Eucaristia e ordenou aos Apóstolos: "Fazei isto em minha memória" (Lc 22, 19). Mas os espíritas não o fazem. Nem teria sentido. Pois, segundo eles, o mistério pascal não tem valor de sacrifício pelos pecados dos homens.
  • Jesus disse aos apóstolos: "Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados" (Jo 20, 23). Mas os espíritas não procuram receber o perdão divino que lhes é generosamente oferecido. Nem teria sentido. Pois somente mediante as reencarnações se alcança o perdão.
  • Jesus disse a Pedro: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus e o que ligares na terra será ligado nos céus e o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16, 18-19). Mas os espíritas não dão nenhuma importância nem a Pedro e seus sucessores, nem à Igreja que Jesus dizia "sua", nem ao poder das chaves que o Senhor Jesus entregou ao chefe do colégio apostólico.
  • Jesus declarou aos Apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve, quem vos despreza a mim despreza, e quem me despreza, despreza aquele que me enviou" (Lc 10, 16). Para os espíritas tudo isso já está superado. Pois eles vão receber as orientações dos espíritos que baixam em seus centros.
Proclamando a nulidade dos sacramentos, quer AK que o espiritismo não tenha "nem culto, nem rito, nem templos" ( Obras póstumas, p. 235). E o Conselho Federativo Nacional dos espíritas, em sua reunião de 5 de julho de 1952, declarou, "por unanimidade, que o espiritismo é religião sem ritos, sem liturgia e sem sacramentos". Proclama-se assim a total inutilidade da Igreja, que será substituída pelo espiritismo. No livro Depois da Morte (p. 80), profetiza Leão Denis: "Chegará a ocasião em que o catolicismo, seus dogmas e práticas não serão mais do que vagas reminiscências quase apagadas da memória dos homens, como o são para nós os paganismos romanos e escandinavos".
Não seria difícil continuar a lista de negações. Assim, para dar apenas mais alguns exemplos, o espiritismo:
  • nega a criação da alma humana;
  • recusa a união substancial entre corpo e alma;
  • afirma que não há anjos e demônios;
  • repudia os privilégios de Maria Santíssima;
  • não admite o pecado original;
  • contesta a graça divina;
  • abandona toda a doutrina do sobrenatural;
  • rejeita a unicidade da vida humana terrestre;
  • ignora o juízo particular depois da morte;
  • não concede a existência do purgatório; ridiculariza o inferno; reprova a ressurreição da carne;
  • e desdenha o juízo final.
Em uma palavra: renuncia a todo o credo cristão. Em que consiste, pois, seu anunciado "cristianismo"? Tudo é simplesmente reduzido à aceitação de alguns princípios morais do Evangelho, tal como AK aprendera em sua juventude, no Instituto de Pestalozzi, em Yverdun, na Suíça. Seu manual "cristão" é unicamente O Evangelho segundo o Espiritismo, "com a explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida", que AK publicou em 1864.





Transcrito e levemente adaptado de Espiritismo, orientação para os católicos,
do Frei Boaventura Kloppenburg,
9.ª ed., São Paulo: Loyola, 2014, pp. 26-32.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

QUO VADIS, DOMINE?

Uma das cenas mais arrepiantes da literatura cristã, num dos livros mais belos de todos os tempos.

Os cristãos nasceram sob perseguição implacável dos poderosos deste mundo – e continuam sofrendo perseguição implacável até o dia de hoje, apesar do silêncio cúmplice da grande mídia que evita abordar relatórios como o deste link, sobre os números que colocam o cristianismo como a religião mais perseguida do mundo inclusive na atualidade.
Um dos mais famosos e sangrentos períodos de terror humano para os seguidores de Cristo aconteceu sob o império de Nero, que reinou em Roma do ano 54 até 68 d.C.
Para evitar que São Pedro, o Papa, fosse executado pelos perseguidores imperiais, os cristãos da comunidade romana o aconselharam a sair da cidade. O primeiro Papa sentiu com força aquele dilema entre permanecer e resistir junto com a Igreja nascente ou fugir para a Galileia e pregar o Evangelho a partir de lá.
É nesse contexto que se desenrola a história de uma das mais extraordinárias obras da literatura cristã de todos os tempos: Quo Vadis, do autor polonês Henryk Sienkiewicz.
No relato, Pedro resolve abandonar a Cidade Eterna. De manhã cedo, quando vai atravessar a Porta Latina para sair de Roma, ele é atingido por uma luz intensa que vem na sua direção. Quando a luz se aproxima, ele reconhece Jesus, que está com a cruz sobre as costas.
Pedro cai de joelhos perante o Senhor, ergue-lhe os braços e pergunta em latim:
“Quo vadis, Domine?” – ou seja, “Para onde vais, Senhor?”
E Cristo responde:
“Já que abandonas o meu povo, eu vou a Roma para ser crucificado mais uma vez”.
Foi quando o Apóstolo entendeu com toda a clareza que, a exemplo de Cristo, ele também devia ficar em Roma e, se fosse preciso, encarar a morte – e morte de cruz.
Envergonhado por ter tentado poupar-se, mesmo que fosse com a justificativa de continuar pregando o Evangelho em segurança, Pedro voltou a Roma para junto da comunidade perseguida.
E a continuação da história todos nós conhecemos: São Pedro foi preso e sofreu o martírio por Cristo em torno ao ano 64 d.C., crucificado de cabeça para baixo na colina do Vaticano.
Caravaggio - Domínio Público
 
 
 
 
 
 
 
Aleteia

LITURGIA DIÁRIA - O MARTÍRIO DE JOÃO BATISTA

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1a Leitura - Jeremias 1,17-19
Leitura do livro do profeta Jeremias.
Naqueles dias, a palavra do Senhor foi-me dirigida: 1 17 "Tu, porém, cinge-te com o teu cinto e levanta-te para dizer-lhes tudo quanto te ordenar. Não temas a presença deles; senão eu te aterrorizarei à vista deles;
18 quanto a mim, desde hoje, faço de ti uma fortaleza, coluna de ferro e muro de bronze, (erguido) diante de toda nação, diante dos reis de Judá e seus chefes, diante de seus sacerdotes e de todo o povo da nação. 19 Eles te combaterão mas não conseguirão vencer-te, porque estou contigo, para livrar-te - oráculo do Senhor".
Palavra do Senhor.


Salmo - 70/71
Minha boca anunciará vossa justiça.

Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor:

que eu não seja envergonhado para sempre!

Porque sois justo, defendei-me e libertai-me!

Escutai a minha voz, vinde salvar-me!

Sede uma rocha protetora para mim,

um abrigo bem seguro que me salve!

Porque sois a minha força e meu amparo,

o meu refúgio, proteção e segurança!

Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.

Porque sois, ó Senhor Deus, minha esperança,

em vós confio desde a minha juventude!

Sois meu apoio desde antes que eu nascesse,

desde o seio maternal, o meu amparo.

Minha boca anunciará todos os dias

vossa justiça e vossas graças incontáveis.

Vós me ensinastes desde a minha juventude,

e até hoje canto as vossas maravilhas.

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Evangelho - Marcos 6,17-29
Aleluia, aleluia, aleluia. Felizes os que são perseguidos por causa da justiça do Senhor, porque o reino dos céus há der deles! (Mt 5,10)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 6 17 o próprio Herodes mandara prender João e acorrentá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, com a qual ele se tinha casado.
18 João tinha dito a Herodes: "Não te é permitido ter a mulher de teu irmão". 19 Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém. 20 Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia. 21 Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos principais da Galiléia. 22 A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas. Disse o rei à moça: "Pede-me o que quiseres, e eu to darei". 23 E jurou-lhe: "Tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade do meu reino". 24 Ela saiu e perguntou à sua mãe: "Que hei de pedir?" E a mãe respondeu: "A cabeça de João Batista". 25 Tornando logo a entrar apressadamente à presença do rei, exprimiu-lhe seu desejo: "Quero que sem demora me dês a cabeça de João Batista". 26 O rei entristeceu-se; todavia, por causa da sua promessa e dos convivas, não quis recusar. 27 Sem tardar, enviou um carrasco com a ordem de trazer a cabeça de João. Ele foi, decapitou João no cárcere, 28 trouxe a sua cabeça num prato e a deu à moça, e esta a entregou à sua mãe. 29 Ouvindo isto, os seus discípulos foram tomar o seu corpo e o depositaram num sepulcro.
Palavra da Salvação.


Quem denuncia incomoda o denunciado, o qual procura eliminar o denunciante. Foi o que aconteceu a João, por ter denunciado muitas injustiças daqueles tempos, principalmente a injustiça do poderoso Herodes.
João Batista, foi o último profeta, que morreu por ter denunciado o mal no mundo, o mal causado por Herodes, pelo seu abuso de poder, pelo seu egoísmo.
Também somos egoístas, queremos o melhor para nós. Queremos sempre mais para a nossa pessoa, e às vezes é custe o que custar. Será que nunca fomos um pouquinho como  Herodes? Pegando para nós algo ou alguma pessoa que pertencia a um irmão ou a uma irmã?  Será que nunca passamos "a rasteira" ou "puxamos o tapete" de alguém só porque ele ou ela está sendo mais eficiente do que nós?  Você que é líder, patrão, chefe, será que nunca fez uso do seu poder para humilhar, para se aproveitar, para abusar, para enriquecer mais, para levar vantagem, para se tornar mais importante, para eliminar ou deixar fora de combate um rival, em fim, para ser mais injusto e pecador?           
A filha de Herodíades  de certa forma se prostituiu se exibindo para o poderoso em troca de um favor. Sabemos dos vários tipos de prostituição existentes em nossa sociedade. E também sabemos que nem sempre a prostituição é direta, ou seja, a venda ou aluguel do próprio corpo feminino ou masculino. Mas também, a venda dos próprios princípios, ou das suas convicções. Aquele jornalista que passou a defender o fazendeiro que com a sua agroindústria da cana, estava poluindo todos os mananciais de água daquela região, em troca de favores e dinheiro. Aquela moça, jovem e bonita,  que usou da sua sensualidade para subir na vida!           
Erodes na sua demonstração de poder, abusa desse mesmo poder por várias vezes. Tomando a mulher do outro, oferecendo o que a dançarina pedisse para  exibir a sua sensualidade diante dele em requebros eróticos para alimentar a sua fantasia, e depois mandando executar um homem santo que o havia denunciado sem medo. Aliás, "embaçado" pelos goles de vinho, Herodes nem se lembrou de que palavra de rei não podia voltar atrás, e ofereceu o que a dançarina pedisse. Qualquer coisa. Não pensou que ela poderia  pedir algo tão difícil. Foi uma atitude impensada para não dizer, pouco ou nada inteligente.  Aquela moça poderia ter pedido um dos seus dedos cortado, ou outro órgão qualquer em um prato... Portanto, em sua oferta "generosa", Ele deveria ter se precavido e fazer algumas restrições.            
Prezados irmãos, e prezadas irmãs. Que Deus pai em nome de Jesus nos ajude a nunca usar o poder nem a nossa sensualidade para  pecar, para prejudicar o irmão e  nos afastar de Deus. Vamos ter mais cuidado com o dia do juízo final!
 
 
  Salviano.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

LITURGIA DIÁRIA - AI DE VÓS,GUIAS CEGOS

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1a Leitura - 1 Tessalonicenses 1,1-5.8-10
Leitura da primeira de São Paulo aos Tessalonicenses.
1 1 Paulo, Silvano e Timóteo à igreja dos tessalonicenses, reunida em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo.
2 A vós, graça e paz da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo! 3 Sentimo-nos na obrigação de incessantemente dar graças a Deus a respeito de vós, irmãos. Aliás, com muita razão, visto que a vossa fé vai progredindo sempre mais e desenvolvendo-se a caridade que tendes uns para com os outros. 4 De sorte que nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, pela vossa constância e fidelidade no meio de todas as perseguições e tribulações que sofreis. 5 Elas constituem um indício do justo juízo de Deus e de que sereis considerados dignos do Reino de Deus, pelo qual padeceis. 8 Em verdade, partindo de vós, não só ressoou a palavra do Senhor pela Macedônia e Acaia, mas também se propagou a fama de vossa fé em Deus por toda parte, de maneira que não temos necessidade de dizer coisa alguma. 9 De fato, a nosso respeito, conta-se por toda parte qual foi o acolhimento que da vossa parte tivemos, e como abandonastes os ídolos e vos convertestes a Deus, para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro, 10 e aguardardes dos céus seu Filho que Deus ressuscitou dos mortos, Jesus, que nos livra da ira iminente.


Salmo - 149
O Senhor ama seu povo de verdade.

Cantai ao Senhor Deu um canto novo

e o seu louvor na assembléia dos fiéis!

Alegre-se Israel em quem o fez

e Sião se rejubile no seu rei!

Com danças glorifiquem o seu nome,

toquem harpa e tambor em sua honra!

Porque, de fato, o Senhor ama seu povo

e coroa com vitória os seus humildes

Exultem os fiéis por sua glória

e, cantando, se levantem de seus leitos

com louvores do Senhor em boa.

Eis a glória para todos os seus santos.
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Evangelho - Mateus 23,13-22
Aleluia, aleluia, aleluia.
Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
Naquele tempo disse Jesus: 23 13 “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens o Reino dos céus. Vós mesmos não entrais e nem deixais que entrem os que querem entrar.
14 15 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Percorreis mares e terras para fazer um prosélito e, quando o conseguis, fazeis dele um filho do inferno duas vezes pior que vós mesmos. 16 Ai de vós, guias cegos! Vós dizeis: ‘Se alguém jura pelo templo, isto não é nada; mas se jura pelo tesouro do templo, é obrigado pelo seu juramento’. 17 Insensatos, cegos! Qual é o maior: o ouro ou o templo que santifica o ouro? 18 E dizeis ainda: ‘Se alguém jura pelo altar, não é nada; mas se jura pela oferta que está sobre ele, é obrigado’. 19 Cegos! Qual é o maior: a oferta ou o altar que santifica a oferta? 20 Aquele que jura pelo altar, jura ao mesmo tempo por tudo o que está sobre ele. 21 Aquele que jura pelo templo, jura ao mesmo tempo por aquele que nele habita. 22 E aquele que jura pelo céu, jura ao mesmo tempo pelo trono de Deus, e por aquele que nele está sentado”.
Palavra da Salvação.


Jesus enfrenta os fariseus, denunciando a sua hipocrisia.  Aqueles que se apresentavam como salvadores, mas pela sua ausência da prática da palavra, não passavam de grandes obstáculos para que seus seguidores entrassem no Reino dos Céus.
Os mestres da Lei e os fariseus, pelos seus atos injustos, não estavam merecendo a salvação, e o pior, estavam impedindo os demais de consegui-la.
Eles desprendiam grandes esforços pela conversão das pessoas, pela adesão de todos aos ditames da Lei, porém, quando o conseguiam, acabavam desviando a todos do verdadeiro caminho da casa do Pai.  Isso por causa das 600 e tantas leis que eles inventaram só para ganhar vantagens, e acima de tudo, ganhar dinheiro às custas da ingenuidade dos humildes.
Aqueles hipócritas chegaram ao ponto de valorizar mais a oferta e o ouro do Templo do que mesmo o próprio Templo.
Por isso, Jesus os considera insensatos e cegos!
pois o que mais importa é a presença de Deus vivo no Templo, e não as riquezas dele.
Dá para perceber o grau de distorção da palavra de Deus, a distorção do verdadeiro sentido da religião, e de tudo aquilo que até então Deus havia revelado pelos seus profetas, e demais inspirados.
Os mestres da Lei e os fariseus, eram do tipo: “fazem o que nós mandamos e não fazem o que fazemos”.
Foi o que Jesus disse em outra oportunidade. Jesus até reconheceu a inteligência, a capacidade, a esperteza e a sabedoria deles com relação às escrituras, porém deixou bem claro aos seus discípulos que eles não serviam como exemplo e modelo de vida.
O cristão tem de ser autêntico. Não se admite um cristão que discrimina, que mente, que seja falso, e principalmente que falseia com a caridade.
É aí que entre a frase de Jesus: “sede perfeitos como o vosso Pai é perfeito”.
É claro que nunca atingiremos a perfeição, muito menos uma perfeição igual a de Deus Pai. Porém, pelo menos busquemos nos aproximar dela. Acho que é isso que Jesus quis nos dizer.
O ideal seria mesmo que fôssemos perfeitos como o Pai, porém, isso é inatingível. Mas o que agrada a Deus, é o nosso esforço continuado, diário, e insistente para viver segundo o Evangelho. O que agrada a Deus, é o nosso emprenho constante de FAZER A VONTADE DO PAI.
 
 
 
 
 
  José Salviano.