quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O SÉCULO DA ESPIRITUALIDADE SEM DEUS.

Os homens não têm procurado servir a Deus, mas à sua própria vontade.

 
"Antes morrer do que pecar" (São Domingos Sávio)
O primeiro mandamento do Decálogo pede ao homem que ame a Deus sobre todas as coisas. “Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Dt 6, 4-5). É tal a importância desta prescrição que Jesus reconhece nela, sem hesitar, “o maior e o primeiro mandamento” (Mt 22, 38).
Também Santo Agostinho teve diante de si a primazia do amor na vida cristã. Uma sentença célebre do santo latino diz: “Ama e faz o que quiseres”. Com isto, o doutor da graça não quer dizer que as obras, a prática das virtudes ou as orações não sejam importantes na caminhada quotidiana; ele lembra, ao contrário, que tantos atos de piedade e de fé se resumem no mandamento do amor - e que é justamente por causa dele que o católico teme a Deus e procura cumprir os outros mandamentos. “Eis o amor de Deus: que guardemos seus mandamentos” (1 Jo 5, 3). 

Santo Afonso de Ligório explica que “desde que uma alma ama a Deus, levada por esse amor, evitará tudo o que desagrada e fará tudo o que satisfaz a esse amável Salvador”. De onde se conclui que todos os pecados e ingratidões que os homens têm cometido contra Deus decorrem da falta de amor para com Ele. Se os Seus filhos O amassem verdadeiramente, prefeririam morrer a pecar, como preferiu São Domingos Sávio. Se de fato amassem o Senhor, não se aborreceriam em permanecer minutos ou horas diante do Santíssimo Sacramento; ao contrário, empenhar-se-iam continuamente na oração, para falar cada vez mais com o objeto de seu amor. Se de fato amassem a Deus, sofreriam penas e mais penas sem desanimar, pois, nas palavras de Santo Afonso, “para um grande amor nada há que seja difícil demais”.
No entanto, ama-se a Deus? Infelizmente, não. Se por um lado o nosso século contempla, atônito, “a existência do ateísmo militante, operando em plano mundial” 01, por outro, vê crescerem de maneira escabrosa múltiplas filiais de espiritualidade sem Deus. Trata-se de um fenômeno espantoso, mas tristemente real. Os homens não têm procurado servir a Deus, mas à sua própria vontade. Desprezando o batismo que muitas vezes receberam em sua infância, descambam para outras religiões, procurando aquela que melhor se encaixe aos seus gostos ou caprichos.
E, se a comunidade pentecostal da esquina satisfaz por pouco tempo, não tem problema: segue-se ainda à procura de outras, mais brandas ou “tolerantes”. Procede-se com as coisas de Deus como com os bens terrenos: negociando, estabelecendo uma espécie de “barganha” espiritual. Não se procura a religião por causa de uma procura agostiniana da Verdade, mas por uma sede de satisfação pessoal, para resolver alguns problemas temporais e obter algumas consolações.
É claro que este não é um fato novo. São Lucas narra nos Atos o episódio de um certo Simão, “que exercia magia na cidade (...) e fazia-se passar por um grande personagem” (At 8, 9). Diante da pregação dos apóstolos, o mago, deslumbrado, “ofereceu-lhes dinheiro” (v. 18), para que também ele pudesse impor as mãos e fazer com que os fiéis recebessem o Espírito Santo. A resposta de São Pedro foi dura: “Maldito seja o teu dinheiro e tu também, se julgas poder comprar o dom de Deus com dinheiro!” (v. 20). Nos tempos apostólicos, indivíduos como Simão eram repreendidos severamente e instados ao arrependimento; hoje, tais “homens de negócios” exibem-se em redes de televisão sem nenhum pudor ou constrangimento.
“Maldito seja (...), se julgas poder comprar o dom de Deus” – são palavras do primeiro Papa. O dom de Deus é graça, não se compra. A salvação de nossa alma é graça, não se pode negociar. Para obtê-la, é preciso voltar ao primeiro mandamento: amar a Deus sobre todas as coisas, amar-Lhe e conformar-se à Sua vontade - à vontade de Deus, e não à nossa. Afinal, como ensina Santo Afonso, “fazer a própria vontade e seguir sua inclinação não é servir a Deus”.




 
Por Equipe Christo Nihil Praeponere 
Referências
  1. Constituição apostólica Humanae salutis, para a convocação do Concílio, 25 de dezembro de 1961, Papa João XXIII

MÊS DAS ALMAS DO PURGATÓRIO.

O mês de novembro é especialmente consagrado às almas do Purgatório e leva os cristãos a se lembrarem ainda mais do que acontece além da sepultura. Muitas vezes se esquece de que a trajetória terrena é uma preparação para o que vai ocorrer a cada um além morte. A alma espiritual, indestrutível, no momento de deixar este mundo como a borboleta que ao sair da crisálida desdobra as suas asas, deixa esta alma o corpo para começar uma outra etapa da existência inteiramente espiritual, aguardando a ressurreição. Naquele instante da morte comparece o ser racional diante de Deus par por Ele julgado conforme se tenha feito o bem ou o mal segundo os mandamentos do Criador. É o instante do juízo particular. Entre a eternidade bem-aventurada e a desventurada, há um estado passageiro de sofrimento e de expiação pelo qual devem passar aqueles que, destinados ao Céu, ainda não estão, para nele poder entrar desde logo, suficientemente purificados dos seus pecados.  É o Purgatório. Baseados na Bíblia vários concílios definiram como dogma de fé a existência deste lugar de purificação. Grandes teólogos atestam esta verdade com argumentos irrefutáveis. Através do Sacramento da Penitência os pecados são perdoados, mas cumpre que se restabeleça a ordem violada e esta ou é reparada neste mundo através dos sacrifícios reparadores ou pelas indulgências devidamente recebidas. Caso contrário, a alma deverá passar pelo Purgatório antes de entrar no Céu. Aí haverá a quitação completa da dívida para com Deus. As almas que estão no Purgatório estão misteriosamente contentes e ao mesmo tempo atormentadas.  Há a certeza da felicidade eterna que as aguarda.  Sua salvação está garantida.  Não podem mais pecar porque amam a Deus com todas as suas potencialidades.  Como o ouro se apura no crisol, assim se purificam as almas antes de entrarem para a visão beatifica. 
Desaparece a ferrugem, os vestígios do pecado.  Deus concilia então os direitos de sua justiça com os de sua bondade. . Com razão Tertuliano, fazendo alusão aos sofrimentos do Purgatório, os chama de “tomentos da misericórdia divina”.  Diz o Pe. Faber que o Purgatório onde se sofre para expiar é o último excesso do amor infinito do Ser Supremo para com sua criatura. Quem, contudo, está ainda na terra pode ajudar as almas do Purgatório abreviando-lhes o tempo que lhes falta para ir para junto de Deus A ajuda às almas do Purgatório pode ser feita através das Missas oferecidas e participadas nas suas intenções. Depois a esmola bem direcionada é uma reparação para as próprias faltas e pode ser aplicada também para as almas do Purgatório. Além disto, as orações feitas nas intenções destas almas são valiosíssimas. Entre estas preces sobressai o terço ou um dos seus mistérios oferecidos nas intenções dos falecidos.  Através da oração o cristão como que se reveste da onipotência divina. Aditem-se as indulgências que se podem ganhar pelas almas do Purgatório.  São Francisco Xavier não deixava passar um dia sem orar pelos mortos. Como ele, muitos outros santos que acreditavam na onipotência das preces feitas com fervor. Cristo ensinou: “Pedi e recebereis, buscai e achareis”, para mostrar que tudo é possível àquele que ora. Portanto, nada mais louvável do que interceder por aqueles que breve estarão lá no Céu, onde serão intercessores dos que deles se lembraram neste mundo. 
Além do mais, a quem socorreu as almas do Purgatório, certamente Deus fará com que outros depois se lembrem também de orar por aquele que foi tão caridoso com seus irmãos falecidos. Nunca se recordam demais as palavras do Livro dos Macabeus: “Santo e piedoso pensamento é rezar pelos mortos para que se libertem de seus pecados” (2Mc 12, 43-46). Lembra o teólogo John O’ Brien que um dos relatos mais tocantes que nos foram trans¬mitidos sobre este assunto nos escritos dos Padres da Igreja, vem-nos de S. Agostinho, no princípio do séc V. O sábio bispo conta que sua mãe, chegada a hora da morte, lhe fez este último pedido: «Sepulta o meu corpo em qualquer lugar, não importa onde; não te preocupes com ele. Mas peço-te somente que, onde quer que estejas, te lembres de mim no altar do Senhor». A lembrança deste pedido inspirou ao fi¬lho esta ardente prece: «Por isso Te imploro, ó Deus do meu coração, pelos pecados da minha mãe. Que ela repouse em paz com o seu marido [... ] E inspira, Senhor, aos teus servos meus irmãos, que eu sirvo pela palavra, pelo coração e pela escrita, a todos os que lerem estas linhas, que lembrem no Teu altar, a Tua serva Mónica».



Côn. José Geraldo

LITURGIA DIÁRIA - "NO TERCEIRO DIA TERMINAREI MEU TRABALHO"

 
Primeira Leitura (Rm 8,31b-39)

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, 31bse Deus é por nós, quem será contra nós? 32Deus, que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos daria tudo junto com ele? 33Quem acusará os escolhidos de Deus? Deus, que os declara justos? 34Quem condenará? Jesus Cristo, que morreu, mais ainda, que ressuscitou, e está, à direita de Deus, intercedendo por nós? 35Quem nos separará do amor de Cristo? Tribulação? Angústia? Perseguição? Fome? Nudez? Perigo? Espada? 36Pois é assim que está escrito: “Por tua causa somos entregues à morte, o dia todo; fomos tidos como ovelhas destinadas ao matadouro”. 37Mas, em tudo isso, somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou!
38Tenho certeza de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os poderes celestiais, nem o presente nem o futuro, nem as forças cósmicas, 39nem a altura nem a profundeza, nem outra criatura qualquer serão capazes de nos separar do amor de Deus por nós, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Responsório (Sl 108)

— Salvai-me, Senhor, segundo a vossa bondade!
— Salvai-me, Senhor, segundo a vossa bondade!
— Agi a meu favor, ó Senhor Deus, por amor do vosso nome, libertai-me, pois vossa lealdade é benfazeja! Necessitado e infeliz, eis o que sou, dentro de mim meu coração está ferido!
— Senhor, meu Deus, vinde ajudar-me e salvar-me, segundo vosso amor e compaixão. Para que nisso reconheçam vossa mão e saibam que sois vós que o fizestes!
— Celebrarei o meu Senhor em alta voz, em meio à multidão hei de louvá-lo. Pois ele defende o indigente e o salva daqueles que condenam sua alma.
 
Evangelho (Lc 13,31-35)

31Naquela hora, alguns fariseus aproximaram-se e disseram a Jesus: “Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar”. 32Jesus disse: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho. 33Entretanto, preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém.
34Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! 35Eis que vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo: não me vereis mais, até que chegue o tempo em que vós mesmos direis: Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.


 Reflexão


Até os Fariseus, que tiveram sua conduta muitas vezes censurada por Jesus, sabem que ele corre perigo de morte e o alertam sobre Herodes. Tudo por causa da sua linha profética, que o torna incômodo, porque o profeta fiel á sua missão, não fala o que o mundo quer ouvir, não fala para agradar as pessoas, e também por outro lado, não tem medo de falar tudo o que se refere a Verdade Divina. E uma qualidade primordial de um profeta: não fala para fazer média ou com segundas intenções, para tirar proveito dos seus ouvintes, como alguns pregadores de hoje em dia, que falam muito mais não dizem nada... Isto é, só fazem barulho...
Em sua resposta onde chama Herodes de Raposa, alguém que usa sua astúcia para o mal, Jesus deixa claro que tem uma missão a cumprir, um trabalho a fazer, e que nada irá detê-lo, mesmo sabendo que em Jerusalém sua vida será tirada. Jesus não é alguém "marcado para morrer" e a sua vida é uma desgraça e uma fatalidade... O que nele está em evidência é a sua total fidelidade á missão de Salvar a Humanidade, missão esta que terá pleno êxito...
Muito séria e atual a exortação sobre Jerusalém, pois aí a gente pode se enxergar nesse evangelho, pois a Jerusalém é a nossa Igreja, onde por excelência o Reino deve ser sinalizado, o lugar do acolhimento, da convivência fraterna, da comunhão, lugar do encontro de Deus manifestado em Jesus, com os Homens, lugar onde a Vida do irmão está em primeiro lugar, lugar do amor que se doa, que se ajuda, que se compreende, que é solidário e busca sempre a justiça.
Com um perfil assim, legado pelo próprio Senhor Jesus, a nossa Igreja nunca será simpática aos olhos do mundo e de algumas instituições. Os profetas da pós modernidade, pregam sempre o contrário do que prega a Igreja. Ninguém pense que a Igreja será vitoriosa no confronto com o mundo, Jesus não saiu-se vitorioso em Jerusalém, ao contrário, passou pelo vexame de uma morte humilhante e vergonhosa, entretanto, ao terceiro dia completou sua obra com a Ressurreição.
Que a nossa Igreja, que percorre a mesma estrada de Jesus e dos profetas, não se curve, não se submeta ás Forças contrárias ao Reino, ainda que venha o fracasso, ainda que a Igreja seja ridicularizada, pois haverá um "Terceiro Dia" , o Dia do Senhor, o Dia da Verdade, o dia em que Deus "dará o troco" aos que não acreditaram, aos que o combateram....
 
 
 
Diácono José da Cruz

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

NÃO HAVERÁ MAIS NOITE PORQUE O SENHOR DEUS VAI BRILHAR SOBRE ELES.


Apocalipse 22,1-7

A última passagem do Apocalipse articula-se repentinamente com o primeiro trecho do Gênesis, ao início da história: lá uma fonte que se polui, aqui um rio (o Espírito) que salva; lá uma árvore cujos frutos se corrompem, aqui a árvore da vida e da eternidade; lá a busca e a corrida do homem pela felicidade, aqui a resposta à imensa nostalgia pela perda da amizade de Deus; lá o homem que procura a alegria, aqui a alegria, o amor a penetrar no homem. 
Dois temas enchem a Bíblia: o templo e o matrimônio. 
O templo parece quase materializar o desejo de Deus de habitar entre os homens, de fazer amizade conosco. 
O matrimônio traduz bem a total comunhão entre dois seres.
Na cidade celeste a humanidade é unida a Deus e é morada de Deus. 
Esta maravilhosa comunhão do homem com Deus, já vivida na Eucaristia e no amor fraterno, aparece como as núpcias eternas de Jesus com a humanidade. 
A Igreja de hoje vive estas realidades e possui a certeza de que a história humana tem um sentido, o paraíso é uma realidade e a humanidade caminha para Deus.
Por isso, reza intensamente: “Vem, Senhor Jesus!”
 
 
 
 
 
 
 

Pe.Emílio Carlos
em Reflexões em Gotas-
Ed.Com Deus

TODOS OS SANTOS.

 
Só tem sentido falar de “santo” se fazemos referência a Deus, tendo Jesus Cristo como critério de santidade. Ele testemunhou a prática das bem-aventuranças na convivência de seu tempo. Foi capaz de enfrentar os caminhos da vida, seja no sofrimento, como também nas alegrias, colocando sua vida como doação para o bem das pessoas e do mundo.
A santidade é fruto de uma consciência convicta de pertencer a Jesus Cristo e de colocar tudo na vida como prática de amor a Deus. Ela vem da consciência fraterna na comunidade, do respeito e do valor que damos às realidades que nos cercam. Supõe um estilo de vida marcado pela esperança, pela mansidão, pela misericórdia e pureza.
Podemos dizer que os santos são os bem-aventurados, os felizes, que conseguiram prosseguir na vida mesmo tendo que enfrentar dificuldades e sofrimentos. Estão sempre apoiados em Deus e não simplesmente nas coisas materiais, naquilo que é passageiro e que não satisfaz plenamente os desejos do coração das pessoas.
Ser santo é não duvidar do amor de Deus e nem agir com violência revidando atitudes de maldade. É decepcionar-se com as injustiças que acontecem e desrespeitam os mais fracos e indefesos. É ter a capacidade de agir com misericórdia e amor, superando conflitos, desavenças, agindo para defender um mundo de paz.
Santidade e justiça caminham juntas na construção do reino de Deus. Quem se ajusta à vontade soberana de Deus tem lugar em seu reino. É reino de valores que têm preços até de martírio, como aconteceu com o Mestre Jesus Cristo. É o preço pago pela felicidade adquirida no Evangelho, no meio de um mundo de muita hostilidade.
O mundo, no sentido pejorativo, não reconhece o valor e a dignidade de quem participa da filiação divina. Na verdade, não reconhece valores de eternidade. Tudo isto dificulta a fidelidade de quem acredita na mensagem de Jesus Cristo, caminho de santidade e de vida autenticamente feliz. Os contra valores da cultura moderna são totalmente desestimuladores de uma verdadeira santidade de vida.



Dom Paulo Mendes 

E,AGORA, JOVEM?!

 
O ano de 2013 foi singular na vida da Igreja Católica no Brasil, pela escolha da juventude como sua prioridade. A CNBB escolheu como tema da Campanha da Fraternidade a juventude, o Rio de Janeiro sediou a Jornada Mundial da Juventude.  Transpareceu que a Igreja Católica quer respirar com os jovens, caminhar com eles, sonhar seus sonhos, lutar suas lutas...
A peregrinação da cruz e do ícone de Nossa Senhora pelas comunidades em nosso país favoreceu com que a presença da Igreja, que tem com missão comunicar Cristo, estivesse junto às mais variadas realidades: educacionais, de sofrimento, exclusão, de trabalho, de oração, caminhada, reflexão, celebrações, adoração...
A JMJ marcou vivamente a memória de todos os que lá estiveram ou acompanharam pelos meios de comunicação. Em torno do sucessor de Pedro, Francisco, que tem como missão confirmar na fé, os jovens puderam renovar seu compromisso com a humanidade e com Jesus Cristo, atendendo o Seu convite: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.
Muitos bons propósitos, planos, projetos e iniciativas surgiram a partir das vivências desses momentos e de inúmeros outros. Passado o tempo de empolgação inicial, é hora de verificarmos as chamas que ainda fumegam, de planos e iniciativas, que não estão apenas ancorados em nós mesmos, mas no fundamento, que é Cristo e no desejo de segui-Lo. Porém, a relação do jovem com a Igreja passa, necessariamente, pelos ministros sagrados, consagrados, passa pelas nossas paróquias, pastorais e movimentos. Será que todos esses agentes têm também se ocupado com os jovens? Estão eles comunicando e proporcionando uma experiência de Deus? A juventude tem sido prioridade pastoral em vários planos, mas tem se constituído em ação de oportunidade, escuta, participação dos jovens como força ativa em nossas comunidades?
Não pode ser permitido aos jovens a apatia diante da fé, do projeto de Jesus Cristo, da vida social do nosso país e das realidades mais desafiadoras e excludentes! É preciso que os jovens saibam viver, buscando os mais altos valores, os projetos mais audaciosos, os sonhos mais preciosos... Viver é pouco se se não coloca razão no dia-a-dia da vida, dando sentido a partir de uma meta de vida. O que muda a história é o que, antes, muda o coração humano. Nada melhor do que deixarmos enquanto batizados, que seja Cristo capaz de nos encantar com sua vida, seus gestos e posturas. Não podemos considerar Jesus totalmente conhecido e apreendido por nossa razão e sentimentos, é sempre uma novidade que deve nos questionar e nos encantar.
“ Ide, sem medo, para servir. Seguindo estas três palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe mais alegria. Queridos jovens, regressando às suas casas, não tenham medo de ser generosos com Cristo, de testemunhar o seu Evangelho.  Deus envia o profeta Jeremias, lhe dá o poder de ‘extirpar e destruir, devastar e derrubar, construir e plantar’ (Jr 1,10). E assim é também para vocês. Levar o Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio; para construir um mundo novo.” (Papa Francisco).





Fonte: cotidiano

LITURGIA DIÁRIA - SÃO POUCOS OS QUE SE SALVAM?


Primeira Leitura (Rm 8,26-30)

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, 26também, o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois nós não sabemos o que pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis.
27E aquele que penetra o íntimo dos corações sabe qual é a intenção do Espírito. Pois é sempre segundo Deus que o Espírito intercede em favor dos santos. 28Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus. 29Pois aqueles que Deus contemplou com seu amor desde sempre, esses ele predestinou a ser conformes à imagem de seu Filho, para que este seja o primogênito numa multidão de irmãos. 30E aqueles que Deus predestinou, também os chamou. E aos que chamou, também os tornou justos; e aos que tornou justos, também os glorificou.

Responsório (Sl 12)

— Senhor, eu confiei na vossa graça!
— Senhor, eu confiei na vossa graça!
— Olhai, Senhor, meu Deus, e respondei-me! Não deixeis que se me apague a luz dos olhos e se fechem, pela morte, adormecidos! Que o inimigo não me diga: “Eu triunfei!” Nem exulte o opressor por minha queda.
— Uma vez que confiei no vosso amor! meu coração, por vosso auxílio, rejubile, e que eu vos cante pelo bem que me fizestes!
 
Evangelho (Lc 13,22-30)
 
Naquele tempo, 22Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém. 23Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?”
Jesus respondeu: 24“Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão”. 25Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta!’ Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’.
26Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!’ 27Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!’ 28Ali haverá choro
e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vós, porém, sendo lançados fora.
29Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30E assim há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”.


 Reflexão
 
Sem dúvida o mais importante do texto evangélico é o anúncio de Jesus de que a boa nova da salvação não se dirige de forma exclusiva aos filhos de Israel, mais está aberta a todos os povos da terra. Mas junto com este anúncio tão importante para todos nós há outro que não convém esquecer e que está no princípio do texto.
Devemos voltar a ler o texto e ver de onde surge o anúncio de Jesus de que a salvação é para todos os povos. Não o diz Jesus como um discurso programático nem como uma catequese. Esse anúncio faz parte da resposta de Jesus a um que lhe faz uma pergunta concreta, muito concreta: “Senhor, serão poucos os que se salvarão?” A resposta de Jesus caminha em duas direções. Por uma parte, deixa-lhe claro ao que lhe pergunta que há que se esforçar. Por outra, que ninguém está isento desse esforço.
Os judeus, portadores da promessa
Sem dúvida, o que fazia a pergunta era judeu. Como judeu, tinha consciência de que a promessa a tinha recebido o antigo o povo de Israel. Aos patriarcas Abraão, Isaac e Jacob, Deus tinha-se dirigido para prometer-lhes que sua descendência ia ser mais numerosa que a areia das praias marinhas. A promessa tinha-se ido concretizado na entrega da Terra Prometida, na monarquia de Davi. O salvador viria da família do rei Davi. E, ainda que tanto a monarquia como o povo tivesse sido infiéis à Aliança, a promessa se tinha mantido. Pelos profetas a Palavra de Deus tinha seguido chegando ao povo e os judeus tinham plena consciência de ser o povo eleito. Tinham – pensavam – um verdadeiro direito sobre os demais povos. Se os “outros” queriam aceder à salvação, teriam que passar primeiro pela conversão ao judaísmo, para cumprir a lei.
Porém em sua resposta Jesus deixa claro que ter o selo de “ser judeu” não é nenhuma garantia de que a salvação se vá presentear. Há que se esforçar por entrar pela porta estreita. O Reino de Deus é dos esforçados, dirá Jesus em outro texto evangélico. Não vale dizer que somos do mesmo povo, nem que temos comido e bebido com o Senhor. Traduzido a termos mais atuais: não vale dizer que temos ido à missa aos domingos e que temos recebido os sacramentos. O que vale é a entrega pessoal e o compromisso para construir o Reino, para criar fraternidade, para reunir os filhos e filhas de Deus em torno da mesa comum, abrir as mãos para criar fraternidade e renunciar ao ódio, a violência e todo o que cria divisão e ruptura entre as pessoas, as famílias e os povos.
A salvação não se consegue com um certificado de ter cumprido uma série de requisitos rituais (se chame sacramentos, cumprimento de normas...). A salvação é fruto do compromisso pessoal em colaborar na obra do Reino. A salvação é fruto da graça de Deus que trabalha em nós e nos converte em criaturas novas. A salvação é nos deixar transformar pelo amor de Deus. A salvação é nos deixar encher pelo amor de Deus, mais não se produz sem nosso consentimento e nossa colaboração. A salvação é dom que se acolhe ativamente, é compromisso que transforma nossa vida e dá frutos para a vida do mundo.
A salvação é para todos os povos
Por isso, porque não podia ser de outra maneira, a salvação, a nova Aliança que traz Jesus, está aberta a todos os povos. Porque todos somos filhos do Pai e a todos se dirige seu amor. Não se apresentar a carteira de identidade ou o passaporte e reclamar um suposto direito a ter um posto na mesa do Reino. As palavras de Jesus, que para os judeus puderam ser quase ofensivas, para nós, para o resto da humanidade, são um anúncio de esperança e de vida. Assim o entenderam os apóstolos, pouco depois da morte de Jesus, quando, ante as pretensões de alguns que pensavam que para se fazer discípulos de Jesus os não judeus primeiro deviam se converter ao judaísmo e determinaram que para ser cristão não tinham que ser judeus, que a nova aliança em Jesus tinha abolido a anterior com suas leis e seus ritos.
Também não era nada novo. Já o tinham anunciado os profetas em muitas ocasiões. Assim podemos ver no texto de Isaías que se lê na primeira leitura. Todos nós estamos convocados.
Reino é para todos. Mas convém também que todos nos esforcemos e nos comprometamos. O Reino está aí, mais o temo que ir construindo dia a dia, criando família, dando esperança, compartilhando com os irmãos o que temos. Até, como diz a segunda leitura na carta aos Hebreus, nos deixando corrigir, fortalecendo nossos joelhos e caminhando juntos pela senda do Reino, a que nos leva a todos, sem exceção, sem excluir a ninguém, à mesa comum dos filhos em torno do Pai.
 



Fonte: Ciudad Redonda
Pe. Fernando Torres Pérez cmf

terça-feira, 29 de outubro de 2013

SEMPRE É TEMPO.

 
Não te preocupes Porque falharam os teus planos e os problemas se agigantaram…
Não te aborreças Porque os amigos se ausentaram em tua adversidade…
Não maldigas os parentes Porque viraram as costas na hora de tua angústia…
Não te ressintas Com os que te negaram ajuda e crédito…
Não blasfemes Contra a vida, não acuses as pessoas pelos teus insucessos…
Conserva inabalável Tua fé e tua serenidade…
Renova tuas forças e tua coragem…
Nada está perdido…
Sempre é tempo…
Dentro de ti estão todos os recursos para uma nova vida e uma carreira ainda melhor, confie sempre em você e tudo dará certo…

FOME NO MUNDO: O QUE ESTAMOS FAZENDO?

As mensagens do Papa Francisco aos governantes parecem entrar por um ouvido e sair pelo outro

 
 
Manuel Bru
© DR







Todos sabem que 20% da população mundial consome e gasta 80% dos recursos totais do planeta. Quantas vezes já ouvimos isso? Quantas vezes já dissemos isso? E adiantou alguma coisa?
 
Também sabemos que 178 milhões de crianças menores de 5 anos têm problemas de crescimento devido à desnutrição, e que 60% das crianças da África Subsaariana sofrem de anemia devido à sua pobre dieta. Em seu conjunto, 5 bilhões de pessoas passam fome no mundo, das quais um bilhão padece de desnutrição crônica.
 
Além disso, sabemos que, com as novas tecnologias, cada vez podemos obter rendimentos agrícolas mais elevados, mas também, que enormes extensões de terra são semeadas com uma só variedade e que este fenômeno, a monocultura, torna a terra semeada mais vulnerável a pragas e doenças.
 
Para solucionar esta situação, foram produzidos fertilizantes, pesticidas e herbicidas poderosos e agressivos, além da modificação genética das sementes, e isso tem contaminado a água, criando gravíssimos riscos para a saúde humana e para os ecossistemas do planeta.
 
Também sabemos que 82% do mercado mundial de sementes está sob patentes, e que apenas 10 multinacionais controlam 67% da produção de sementes no mundo. Sobre o milho, a algodão, a soja, o trigo, o açúcar, o cacau, o leite, especula-se no mercado internacional tanto quanto sobre o ouro, a prata, o alumínio, o gás natural ou a gasolina.
 
Portanto, sobre eles são contratados igualmente "futuros" e "opções", e tais alimentos passam de ser necessidades básicas para a vida humana a meros produtos financeiros, submetidos às flutuações do investimento em ações.
 
E, como dizia o Papa Francisco aos membros da FAO, também todos nós sabemos que "a produção atual de alimentos é mais do que suficiente e, no entanto, há milhões de pessoas que sofrem e morrem de fome".
 
Diante deste verdadeiro escândalo, o Papa pergunta aos dirigentes do mundo: O que estamos fazendo?
 
"Então, é necessário encontrar os modos para que todos possam se beneficiar dos frutos da terra, não apenas para evitar que se alargue o fosso entre os são mais abastados e aqueles que se devem contentar com as migalhas, mas também e sobretudo para uma exigência de justiça e de equidade, bem como de respeito devido a cada ser humano."
 
Mas tudo isso parece entrar por um ouvido e sair pelo outro.

LITURGIA DIÁRIA - A SEMENTE CRESCE E TORNA-SE UMA GRANDE ÁRVORE.

Primeira Leitura (Rm 8,18-25)
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.
Irmãos, 18eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. 19De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. 20Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; 21também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. 22Com efeito, sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em dores de parto. 23E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo. 24Pois já fomos salvos, mas na esperança. Ora, o objeto da esperança não é aquilo que a gente está vendo; como pode alguém esperar o que já vê? 25Mas se esperamos o que não vemos, é porque o estamos aguardando mediante a perseverança.

Responsório (Sl 125)

— Maravilhas fez conosco o Senhor!
— Maravilhas fez conosco o Senhor!
— Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções.
— Entre os gentios se dizia: “Maravilhas fez com eles o Senhor!” Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!
— Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas, ceifarão com alegria.
— Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!
 
Evangelho (Lc 13,18-21)

Naquele tempo, 18Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? 19Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. 20Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? 21Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.


 Reflexão


Neste Evangelho, através das parábolas da semente de mostarda e do fermento, Jesus nos explica como que cresce o Reino de Deus.
Reino de Deus é esse projeto de vida nova instituído por Jesus: um mundo vivendo na verdade, na justiça, na paz, na fraternidade e na graça de Deus. É um projeto que tem aqui na terra apenas a primeira fase. Seu desabrochar pleno será no céu.
No Reino de Deus há um contraste entre a pequenês e a fraqueza do início, e a magnitude e força dele depois de desenvolvido. Isso porque existe alguém agindo nele e apoiando os cristãos, que é o Espírito Santo.
O fermento, depois de misturado na massa de farinha, a gente não o vê agindo. Assim acontece com o Reino de Deus: as pessoas não o vêem, a não ser pela fé. Mas vêem o seu resultado. É o que os pagãos diziam dos primeiros cristãos: “Vede como eles se amam!”
Percebe-se nas duas parábolas, pela maneira de Jesus contar, que Jesus quis acentuar mais o êxito final do que o processo de desenvolvimento. É a semente de mostarda tornando-se uma árvore tão grande que os passarinhos vêm fazer ninhos em seus galhos. E é o fermento, pelo qual ninguém dava nada, que fermenta toda a massa. A conclusão que se tira é a paciência. É esperar e confiar no resultado final, mesmo que não se vêem indícios agora. É não abandonar a luta nem sair dos critérios evangélicos de ação.
Em toda a história bíblica, especialmente nos Evangelhos, percebe-se a predileção de Deus pela debilidade, pequenês e pobreza. É Judite que vence Holofernes, Davi que vence Golias, o homem nascido na gruta que transformou o mundo, doze homens simples, a maioria pescadores, que são os primeiros encarregados de levar em frente a obra a Igreja das catacumbas que depois se desenvolveu e cobre a face da terra, o líder de comunidade pobre, doente e sem estudo, que opera maravilhas etc. Na fragilidade, as pessoas se abrem mais a Deus e o deixam agir. Essas duas parábolas nos trazem uma mensagem de esperança, de otimismo e de paciência.
Nós temos uma sede de êxitos imediatos, e isso nos torna impacientes, diante da lentidão do Reino de Deus. Essa impaciência tem levado muitos a trabalhar à margem dos critérios cristãos. Vamos, então, continuar firmes na luta, apesar dos precários resultados.
Havia, certa vez, um fazendeiro que tinha três filhos homens. Quando ele estava bem idoso e com a saúde debilitada, o filho mais novo quis assumir a coordenação de tudo: dos funcionários, das lavouras, do comércio, da sede da fazenda...
Vendo aquilo, o pai estava preocupado. Deu muitos conselhos ao filho, argumentou, mas não o convenceu. Um dia, os dois estavam sentados no pátio da fazenda, e o pai teve uma idéia: Saiu, pegou uma varinha, deu-a para o filho e disse: “Quebre para mim esta vara”. O rapaz quebrou na hora.
O pai saiu, pegou um punhado de varinhas e deu o feixe para o filho, com o mesmo pedido. O rapaz lutou, colocou o feixe no joelho... mas não conseguiu. O pai então lhe disse:
“Meu filho, se você assumir tudo sozinho aqui na fazenda, vai ser como aquela varinha isolada. Você não conseguirá vencer todos o problemas e dificuldades, e será quebrado. Agora, se você trabalhar junto com seus irmãos, vocês serão fortes e tudo poderão vencer.”
A união faz a força. É preferível o bom, juntos, do que o ótimo, sozinho. Caminhando com a Comunidade, os resultados poderão ser mais lentos, mas serão mais seguros.

A semente cresce e torna-se uma grande árvore.
 Pe. Queiroz

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

COM O OLHAR DIRIGIDO AO CÉU.

Prepare-se para comemorar Todos os Santos e o dia de Finados, com as reflexões desta carta de Dom Jaume Pujol, bispo de Tarragona (Espanha)

 
 
Dom Jaume Pujol
© DR







São muitos os artistas que representaram, com seus pincéis, a maior das esperanças cristãs: habitar um dia na glória de Deus, por toda a eternidade.
Lembro do impacto produzido em mim ao contemplar a Glória de Bernini, em São Pedro, e, certamente, a pintura de Michelangelo no teto da Capela Sistina. Também na Basílica del Pilar, de Zaragoza (Espanha), ao levantar os olhos, encontrei-me diante do afresco de Goya, intitulado "A adoração do nome de Deus", mas conhecido como "A Glória".

Pensar na vida eterna, para um cristão, não é um exercício de espiritismo, nem entregar-se à ilusão do irreal em busca de um consolo fácil. É meditar nas palavras de Jesus Cristo sobre a vida futura de cada pessoa. É levar em consideração que, junto à nossa realidade visível e finita, há outra invisível, mas não por isso menos certa.
Não temos a experiência deste momento, mas temos a palavra de Deus, Criador e Redentor, que não pode falhar; e esta palavra é mais verdadeira que todas as nossas certezas, que, sem Ele, não seriam.

Nos próximos dias, de forma consecutiva, a Igreja dedicará duas celebrações a esta crença na imortalidade da alma: a festa de Todos os Santos e o dia de Finados. A comemoração desta última festividade começou há mais de mil anos.
  Naquela época, a abadia de Cluny tinha uma importância enorme. Encontrava-se à cabeça de mais de 1.100 mosteiros beneditinos estabelecidos sobretudo na Europa Ocidental. Ela recebia tantas petições de sufrágios pelos defuntos – costume de sempre da Igreja –, que decidiu estabelecer um "dia dos defuntos", no qual as Missas e orações seriam oferecidas por todos eles em conjunto. Em 2 de novembro de 998, começou a celebração que depois se estendeu a toda a Igreja.

Nesse dia, rezamos e oferecemos sufrágios pelos nossos familiares falecidos, pelas pessoas por quem temos sentimentos de amor e gratidão. E também elevamos orações, unindo-nos ao sacrifício de Cristo, que se renova em cada Missa, por todos – inclusive por aqueles de quem ninguém se lembra –, para que estejam logo no céu, desfrutando da presença de Deus.

Antes disso, celebraremos a festa de Todos os Santos. Nela, dirigimos nosso pensamento aos que já desfrutam da glória celestial. Alguns deles são honrados publicamente pela Igreja como beatos ou santos.
A imensa maioria é composta por santos anônimos, crianças, jovens, adultos e idosos, leigos, padres ou religiosos que morreram e viveram na graça de Deus, fiéis à sua vontade e fazendo das suas vidas um serviço aos outros.

É uma boa oportunidade para que nos perguntemos se pensamos com frequência no céu, no sentido mais profundo da vida, na grande esperança de uma felicidade que não terá fim.

O TEMPO PRESENTE.

Gostaria que antes de ler esta nossa reflexão você tome sua Bíblia e leia este texto: Lucas 12, 54-59 .
Assim como nós percebemos as mudanças climáticas, as rotações das estações do ano, e detectamos se vem chuva ou sol, nós também precisamos estar atentos (as) aos sinais de Deus para interpretar o tempo presente da nossa vida. Este que santo Agostinho disse: “Temo a graça que passa mais não volta!” Claro não é a graça de Deus que se deixa de derramar, mas este momento presente que é graça. O tempo é algo que não volta atrás.
Cada dia que passa percebo mais que não sou eu o determinador do meu futuro. Só tenho o hoje, só o hoje.
 
Tenho medo de não aproveitar a graça, o tempo que me é dado: o hoje. Tenho medo de que as minhas falhas me impeçam de enxergar a beleza que está à minha volta e dentro de mim.
Jesus nos ensina a dar valor ao tempo presente da nossa vida e nos mostra que as revelações do Pai também se manifestam por meio dos fatos e dos acontecimentos do nosso dia a dia. Por meio das diversas situações que passamos o Senhor nos dá os meios para que possamos praticar a justiça e o amor. 
Portanto, o nosso momento presente é também um presente de Deus para nós, porque representa uma chance que temos para pôr em prática, concretamente, o que o Senhor nos ensina na Sua Palavra. 
Interpretar o tempo presente” é fazer uma reflexão do modo como nós estamos vivendo, das ações que estamos praticando, da justiça ou injustiça que estamos promovendo diante dos nossos irmãos. 
Nós só temos um tempo para tomar decisão: é o tempo presente. 
Se não avaliarmos agora, a nossa vida, talvez mais tarde já não tenhamos tempo para arrependimento. Portanto, a hora é essa, se você está passando por algum momento difícil de sofrimento ou de doença, se você não está compreendendo nada do que tem sucedido na sua vida ou com a sua família, dê um voto de confiança no Senhor e procure perceber os sinais que devem ser evidentes. 
O Espírito Santo quer nos dar a melhor direção e quer fazer de nós homens e mulheres novos, acrisolados e purificados. Confiemos Nele e tudo passará! 
O tempo simplesmente não para. E este mesmo tempo que muda nosso exterior mexe também com o nosso interior. Falo isto porque a vida é cheia de oportunidades. Ou antes, é feita de oportunidades. E muitas vezes insistimos em coisas que não são nossas. Ou que apenas entraram em nossas vidas momentaneamente. E o que é realmente nosso, passa... Ou sequer descobrimos que é nosso.
Nos caminhos da vida existem portas que levam a lugares que somente nós podemos ir. Mas é preciso buscar! É preciso procurar! É preciso tentar! E para tudo isto, é preciso alguma liberdade. Viver é ter coragem de arriscar e buscar o que é nosso. Algumas coisas passam e voltam. Porém, outras não voltam mais. É preciso ter coragem! E é necessário tentar! Existem muitas portas fechadas para cada um de nós. Todavia, algumas estão apenas esperando para serem abertas. E então? Vai tentar abrir alguma? Ou vai simplesmente deixar tudo como está? A escolha é sua, e somente sua...Lembre-se: poder escolher é um Dom. Saber escolher é uma graça. Está em nossas mãos a liberdade de escolha.
Tenho compreendido que grande sabedoria é viver bem o presente. Os sábios da história ensinam que esta é uma trilha segura que nos leva a Deus. O desafio continua sendo descobrir o tempo certo para cada coisa, e agir de acordo. Sei que este enigma não é só meu e acredito que chegamos mais próximos de uma resposta quando abrimos mão de nossos projetos e abraçamos os de Deus, fazendo do seu tempo o nosso e vivendo cada momento como se fosse: o primeiro; o último e o único momento. Agindo assim, não fazemos nada por um acaso e cada palavra, cada gesto, decisão... Por simples que sejam, passam a ser a coisa mais importante de nossa vida.
Quando se fala de tempo é preciso saber respeitar sua passagem, compreender seus segredos e guardar seus ensinamentos sem deixar de vivê-lo. Sabemos que o tempo trabalha a nosso favor ou contra nós, dependendo da maneira como o utilizamos. Então valorizemos nosso tempo dividindo-o com quem espera de nós um sorriso, uma abraço, um ombro amigo, um gesto de amor. E vivamos melhor cada dia de nossa vida.




Pe .Emílio Carlos Mancini

LITURGIA DIÁRIA - DOIS JUDAS E DUAS HISTÓRIAS

 
Primeira Leitura (Ef 2,19-22)

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios.
Irmãos, 19já não sois mais estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. 20Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. 21É nele que toda a construção se ajusta e se eleva para formar um templo Santo no Senhor. 22E vós também sois integrados nesta construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito.

Responsório (Sl 18)

— Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.
— Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.
— Os céus proclamam a glória do Senhor, e o firmamento, a obra de suas mãos; o dia ao dia transmite esta mensagem, a noite à noite publica esta notícia.
— Não são discursos nem frases ou palavras, nem são vozes que possam ser ouvidas; seu som ressoa e se espalha em toda a terra, chega aos confins do universo a sua voz.

 
Evangelho (Lc 6,12-19)


12Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. 13Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor.
17Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 18Vieram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. 19A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.

 Reflexão

Há de se pensar que a diferença entre os dois Judas chamados pelo Senhor, é que um era Santo e o outro era pecador. É bom que se diga que ninguém tem o seu destino traçado diante de Deus, mas vamos escrevendo nossa história com as decisões tomadas no dia a dia, e que podem ser favoráveis ou contrárias ao Reino de Deus. Hoje é dia de São Judas Tadeu, que aparece como o penúltimo da lista dos que foram “convocados” por Jesus sendo o outro Judas, o último.
Os dois tiveram a mesma oportunidade, os dois tinham fraquezas e pecados, porém o nosso São Judas confiou na Graça de Deus e na sua misericórdia, permitiu que a Força de Deus viesse ao encontro da sua fraqueza, colocou-se disponível e abriu-se totalmente a Jesus que o chamou para o apostolado. O outro Judas percorreu o caminho contrário, preferiu os seus ideais do mundo, e em vez de se  entregar e colocar a sua vida á serviço do Reino que Jesus havia anunciado, tentou dominar Jesus, para que ele fizesse o seu "joguinho" e atendesse as suas conveniências, e o pior, quando viu que deu tudo errado, não acreditou na misericórdia de Deus e no fundo chorou de raiva, por ter se enganado diante da Verdade Absoluta.
A santidade não é ausência de pecado, alguém disse que, os mais santos pecavam sete vezes ao dia, mas ser santo é ser separado, consagrado para Deus, é um entrega total a ele, da nossa vida, daquilo que somos, para que a sua missão e o seu anúncio ecoem e se prolonguem em nós, que nos tornamos também Discípulos Missionários.

São Judas é um Santo muito popular e tem milhões de devotos no mundo inteiro, mas a devoção não pode parar nele, mas sim naquele que o santificou, a devoção aos nossos Santos e Santas de Deus, só é válida quando nos conduzem a Jesus, pois a Graça maior que se pode conseguir de um Santo como São Judas, é uma conversão profunda e sincera, inspirada pelo seu exemplo, Fé e testemunho. São Judas Tadeu! Rogai por todos nós!
 


Diác. José da Cruz