1. “VEM, ESPÍRITO SANTO”
é uma aclamação que fazemos continuamente. Quando clamamos pelo
Espírito, estamos falando da Terceira Pessoa da Trindade, mas chamá-la
de Espírito é uma tradução do nome. O nome original do Espírito, aquele
pelo qual o conheceram os primeiros destinatários da revelação, é
Ruah.
Em hebraico, Ruah significa o
espaço atmosférico entre o céu e a terra, que pode ser calmo ou
agitado, onde se percebe mais facilmente o sopro do vento; por
extensão, o espaço vital no qual o homem se move e respira. No sentido
comum da Bíblia esta palavra significa duas coisas estritamente ligadas
entre si: o vento e a respiração. Foram estes dois os sentidos físicos
fundamentais de Ruah, dos quais Deus se serviu para nos revelar a
realidade do seu Espírito: o do vento e o do sopro ou respiração.
No
princípio do Gênesis se fala do “Espírito de Deus” que soprava com
força sobre as águas (cf. Gn 1, 2). Aqui a proximidade entre Espírito e
vento é tamanha, que os tradutores modernos muitas vezes ficaram na
incerteza se traduziam a expressão por “Espírito de Deus” ou “vento de
Deus”, ou “vento impetuoso”; escolhendo ora uma, ora outra tradução.
Depois lemos: “Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas
narinas o sopro da vida” (Gn 2, 7).
Por
diversas vezes a Bíblia nos narra a imagem do vento impetuoso e do
turbilhão, expressando o poder, a liberdade e a transcendência do
Espírito, uma força arrasadora e indomável, capaz de “dilacerar os
montes e despedaçar os rochedos” (I Rs 19, 11), de “levantar as ondas
até o céu e fazê-las descer aos abismos (Sl 107, 25-26).
Quanto
às imagens de respiração, do sopro ou da brisa suave, servem para
exprimir a bondade, a delicadeza, a quietude, a presença do Espírito
divino. A respiração é aquilo que há de mais “íntimo”, mais vital e
pessoal no ser humano. O Espírito Santo personifica, com evidência, o
mistério de Deus que é, ao mesmo tempo, poder absoluto e ternura sem
limites.
2. O ESPÍRITO SANTO VEM EM AUXÍLIO DA NOSSA FRAQUEZA:
O Espírito é mistério de poder e transcendência. É a única força
verdadeira, o único poder real que sustenta a Igreja! Assim como o
cristão individualmente, a Igreja não vive da própria força. A força da
Igreja não está nos “sábios raciocínios”, inteligência, diplomacia,
filosofia, direito canônico, organização.
Dizia
Paulo: “Nosso Evangelho vos foi pregado não somente por palavra, mas
também com poder, com o Espírito Santo e com plena convicção” (I Ts 1,
5). É do Espírito Santo, portanto, que a Igreja e todo evangelizador
recebem o poder de convencer e converter, de penetrar o coração de uma
cultura, induzindo os povos à obediência da fé. Por conseguinte, o
Espírito Santo é a fonte e o segredo da coragem e da audácia do fiel
cristão. Todas as coisas na Igreja e em nós cristãos, ou ganham a força
do Espírito Santo, ou são impotentes.
3. O ESPÍRITO ENCHE A NOSSA SOLIDÃO:
O Espírito é mistério da bondade e da suavidade, da familiaridade com
Deus e também da quietude. É Ele quem cria a “intimidade com Deus”:
Deus em nós e nós em Deus, e tudo graças à presença do Espírito Santo.
Não é o local que cria intimidade, mas o amor, e o amor vem do Espírito
Santo. O Espírito Santo foi para Jesus, em sua vida terrena, o
companheiro inseparável e quer sê-lo também para nós. Se a fraqueza nos
levar à experiência da força do Espírito, a solidão pode dar estímulo a
que se faça a experiência deste doce hóspede.
Andar ou remar contra o vento: como cansa! Fazê-lo com o vento a favor: quanto prazer! Fazer as coisas sem o Espírito Santo: como pesa! Fazer com Ele: como tudo é mais leve!
Andar ou remar contra o vento: como cansa! Fazê-lo com o vento a favor: quanto prazer! Fazer as coisas sem o Espírito Santo: como pesa! Fazer com Ele: como tudo é mais leve!
Oremos:
Vem, Espírito Santo! Vem, força de Deus e doçura o Senhor! Vem, Tu que
és ao mesmo tempo movimento e repouso! Renova a nossa coragem, dá à
nossa igreja um novo vigor, cria em nós a intimidade com Deus! Não
dizemos mais como o profeta: vem dos quatro cantos, como se ainda não
soubéssemos de onde vens. Mas dizemos: Vem, Espírito, do lado
transpassado de Cristo crucificado! Vem dos lábios do Ressuscitado!
Para refletir:
1. Você se deixa guiar pelo Espírito na sua fraqueza ou acaba desistindo das coisas por não se sentir capaz?
2. Como você tem experimentado essa intimidade com Deus? Tem obedecido ao que o Espírito lhe revela da vontade de Jesus ou faz tudo do seu jeito?
Pe. Juarez Dalan –
Nenhum comentário:
Postar um comentário