segunda-feira, 21 de outubro de 2013

MAIS VALE SER CRISTÃO SEM O DIZER, DO QUE DIZÊ-LO SEM O SER.

Gálatas 2,19-21
Tiago 2,14-24.26
 
O nosso seguimento de Jesus deve ultrapassar o que é natural. Devemos nos entregar a atitudes místicas. O homem místico é aquele que sobrepõe o natural, que vive uma intimidade profunda com o Senhor.
A Igreja precisa de corações místicos, corações adoradores e profundamente unidos ao Senhor Jesus Cristo, principalmente o viver diário depois da celebração da Santa Missa.
Se faltar a fé no nosso dia-a-dia, o quotidiano é apenas “o terrível quotidiano”; com a fé, transforma-se em sacramento da presença de Deus e sacramento da presença diante de Deus.
É necessário sacralizar todos os nossos dias tornando-nos sacramentos do invisível, imagem e semelhança do Deus vivo.
Quando falo que a Igreja precisa de corações místicos, também afirmo com isso que não podemos ser católicos que apenas amam a Jesus por aquilo que Ele nos dá.
Precisamos ser não apenas profetas, mas as profecias vivas e autênticas do reino de Deus.
Deus não resolve todas as coisas, mas nos salva em todas as circunstâncias, porque é preciso plasmar em nós o homem e a mulher madura, que vai vivendo a experiência de filho, a experiência da responsabilidade. A experiência da Fé madura.
Quando Deus nos dá a oportunidade de sermos cristãos, Ele nos dá o mistério de nascer de novo, de deixar o orgulho, o medo, para tomarmos posse da promessa que Ele fez. Quem nos confirma é Cristo, Ele nos marcou com o selo e nos deu o seu penhor, o Espírito (II Cor 5,5).
O mundo perdeu a visão de Deus, por isso tem uma visão humana tão desfalecida. Pois a fé não se obtém pela reflexão, mas pela ação.
Não basta profetizar, é preciso ser uma profecia, é preciso ser ciência de Deus, e é preciso trazer Cristo. Não basta o esforço, não basta o esforço para um prêmio - seja aqui ou na eternidade - ou saber de cor as regras de vida e mesmo o evangelho.
Mais vale ser cristão sem o dizer, do que dizê-lo sem o ser.
Para o cristão, a fé não é simples adesão às fórmulas de um credo, mas deve abraçar a própria vida e transformá-la.
Tiago e Paulo estão de acordo sobre a necessidade das "obras", entendidas como "atividades que se baseiam na fé", de modo particular a caridade para com os necessitados. (Tiago 2,14-24.26)
Em consonância com isto, o Concílio estimula os cristãos de hoje às multiformes obras de caridade.
Exorta particularmente os religiosos a destinar "alguma parte dos seus bens às outras necessidades da Igreja e ao sustento dos pobres..." (Perfectae Caritatis 13) e recorda a todos os fiéis: "Não se salva, ainda que incorporado à Igreja, aquele que, não perseverando na caridade, permanece no seio da Igreja com o corpo, mas não com o coração... Sua condição privilegiada não se deve aos seus méritos, mas a uma especial graça de Cristo; se a ela não corresponderem com o pensamento, com as palavras e com as obras, não só não se salvarão como também serão mais severamente julgados" (LG 14).
Fé e obras, irmãos.
Como disse Santa Madre Teresa de Jesus às suas filhas: “O Senhor quer obras, minhas filhas!”
A Fé, sem obras, é morta. Obras, sem Fé, são vãs!  
 
 
 

Pe.Emílio Carlos+
Em Reflexões em Gotas- editora Com Deus)

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