Conheça a história da jovem L.B., cuja vida foi transformada pela infinita misericórdia do Senhor
Salve Maria!
No mês de setembro completei meu primeiro ano
de conversão. Se eu era ateia, protestante ou budista? Definitivamente
não, talvez fosse o tipo mais difícil de converter: eu era católica. Fiz
uma experiência muito forte do amor de Deus. Quero contar o que me
aconteceu e especialmente destacar o papel do Padre Paulo Ricardo em
tudo isso.
Em 2012, fui morar no Rio de Janeiro: o emprego dos sonhos, lá teria a
minha casa, muitos ideais na cabeça, coração batendo forte e desejoso
de aventuras e novas histórias... Quando lá cheguei foi tudo BEM
diferente. O dono do escritório começou a rivalizar pesado comigo e me
demitiu exatamente um mês depois, sem conseguir apontar meio motivo
razoável. Ao mesmo tempo meu namoradinho carioca, lindo, inteligente,
que tocava violão erudito pra mim em noites de lua cheia com vista para o
Pão de Açúcar também resolveu me chutar.
De alegrias tropicais minha vida passou a um inferno dos mais
dantescos. Fui para casa, comprei os acessórios, enchi a despensa,
posicionei as plantas... Aquela cena que se ensaia mil vezes desde a
infância, mas eu pensava que teria um gosto diferente, que estaria em
segurança, tudo daria certo e eu seria feliz. Mas o gosto era TÃO
AMARGO... Não se parecia em nada com a doçura que essas ideias
românticas de felicidade prometem.
Então, o vazio tomou conta de mim de forma avassaladora.
Meu coração ardia de vontade de me confessar. Procurei o pároco da
linda Igreja de São José, o Revmo. Padre André, sacerdote jovem que
tinha acabado de voltar dos estudos em Roma. Sentei-me no banco, nem o
conhecia, e comecei a contar meus pecados de estimação. Só que dessa
vez, irritada por tantas coisas impalatáveis e que eu já não entendia,
disse ao Padre num surto de sinceridade que eu não me arrependia porque
"eu não concordava".
O Padre calmamente me disse: "Minha filha,
então eu não posso te absolver. Sem o arrependimento sincero e o
compromisso de não buscar mais esses caminhos de nada vale a confissão.
Quer um conselho? Pare de sofrer. Saia da Igreja já que ela não te
satisfaz, mas não selecione apenas as partes que te agradam e ainda diga
que é católica. Não existe isso de não concordar e fazer o que se quer,
seja honesta e saia. Outra opção é você buscar a respostas de suas
dúvidas no Catecismo e obedecer ao Papa. Desta forma você vai ser de fato uma católica. Como está você não o é".
Eu fiquei atônita. NUNCA tinha ouvido UM Padre sequer dizer aquilo. Ele
disse mais outras coisas específicas pra cada pecado que eu havia
cometido e especialmente para aqueles dos quais que eu não me
arrependia.
Foi TÃO CLARO que não teve jeito de eu defender minhas
ideias, era óbvio que eu havia construído um muro de retórica pra me
defender e legitimar minhas más escolhas e vícios. Até aquele
ponto havia vivido como a maioria, de um jeito muito simplista: se eu
extinguisse a culpa, o erro não seria meu. De um jeito que eu não sei
explicar eu disse ao Padre que eu me arrependia. E eu disse isso com
toda a minha alma e entendimento. Recebi ali uma cura incrível que
jamais vou conseguir explicar. Passei a amar o Papa com TODAS AS MINHAS
FORÇAS e fiquei muito curiosa em relação ao Catecismo e aos Evangelhos,
parecia que havia passado muito tempo exilada, sentia saudade da Vida
porque estando tão distante de Deus eu tinha me afastado de mim mesma e
esquartejado corpo, alma e espírito em pequenas e indecifráveis partes
que não faziam sentido por elas mesmas ou em conjunto. Eu tinha
desenvolvido um soberbo exoesqueleto de pretensa "razão" e por ele me
sustentava. Meu corpo físico e místico estava em frangalhos dentro
daquela dura casca de superficialidade.
Depois disso voltei aos Sacramentos, às Missas Dominicais, à
Adoração... Mas, quase não conseguia levantar da cama, fiquei doente e
sem forças por muitas semanas. Eu só me levantava pra comprar comida às
vezes e pra ir até a Igreja. Levantar um braço doía muito. Eu não quis
contar pra minha família ou amigos o que tinha acontecido. Sentia uma
mistura de choque, medo, raiva, tristeza, indignação, revolta, pânico,
culpa, vergonha...
Tive anorexia. Anemia. Problemas estomacais. Infecções alimentares.
Dores fortes no corpo todo. Depois de uns dois meses consegui sair de
casa pra fazer esportes. E adquiri o hábito de caminhar na Lagoa rezando
o Rosário. As pessoas olhavam curiosas achando engraçado uma moça com
visual moderninho de roupa de ginástica caminhando com o Terço nas mãos.
Eu queria lembrar as pessoas de que sempre há tempo para o Rosário. Não
existe desculpa.
Então passei a participar do dia-a-dia da Igreja e fiz novos amigos,
já que os primeiros, do escritório, jamais me ligaram nem pra saber se
eu estava viva ou precisando de alguma coisa. E o tal namoradinho ainda
fez questão de me esfregar outra garota na cara o mais que pôde. De que
tinha valido tanta lua cheia, violão e romance? Nem respeito por mim ele
conseguia ter! Naquela solidão radical eu fiquei pensando no que eu
tinha por valores, quanto tempo eu gastava dando satisfações às outras
pessoas, por que eu superestimava ser a "fofa, querida, gracinha" na
boca dos outros e de que isso me valia no final das contas... Qual era o sentido da minha vida, afinal?
Meu dinheiro estava no limite. Às vezes eu tinha de racionar pão. Tudo
estava muito estranho... Tudo em que eu acreditava tinha se transformado
em fumaça. Nenhuma das minhas velhas teorias poderia explicar ou me
socorrer naquela nova situação.
Mas eu fiquei doente por mais muito tempo, sempre alternando
"estiagens" e vontade de fazer as coisas. Nessas minhas temporadas na
cama eu buscava coisas pra ver, pra me encorajar... Já que eu não queria
conversar com as pessoas e ter de explicar o que nem eu mesma
compreendia. Foi numa dessas, naqueles vídeos relacionados que eu achei o
Padre Paulo Ricardo. Vi um vídeo, gostei, mesmo que ele me parecesse
"duro demais" e até mesmo fanático. Mas existia algo diferente naquele
Padre: ele tinha AUTORIDADE. Digo isso não somente pelo incrível domínio
teórico e por citar as fontes e documentos oficiais com precisão, mas
era outro tipo de autoridade, aquilo só poderia ter sido dado pelo
próprio Deus. Eu entendi isso com a alma, mais que apenas com a razão,
por isso ele me convenceu. Em pouco tempo via playlists inteiras e
aquela musiquinha inicial já me aquecia o coração. Sou muito
grata a Deus também por ter enviado o Padre Paulo para ajudar a mim e a
muitos como eu. Nós só amamos verdadeiramente aquilo que conhecemos,
então este Padre tem o carisma de alimentar nossa fé através do
conhecimento. Muita gente se prende apenas ao plano teórico e
continua a ser um descrente com muitas informações. Discutem, se
posicionam, mas não amam ou vivem aquilo de que falam. É importante usar
o conhecimento como uma poderosa ferramenta vivificadora da fé. Às
vezes é preciso ver uma foto para entendermos uma determinada situação, o
Padre Paulo nos revela através de "imagens teóricas" aquilo que vemos
com pouca definição. Hoje rezo com mais fé porque entendo que isso tem
real importância e valor, mesmo com meus limites. Também sinto mais paz e
segurança porque esse conhecimento otimizou meu tempo de oração:
entendo o que devo temer e o que não, isso muda muito o foco.
Passei cinco meses sem trabalho, e finalmente voltei pra minha casa.
Vivi um tipo de retiro espiritual onde eu menos poderia imaginar...
Voltei outra, menos ruidosa, mais obediente, estudiosa, centrada, de
olho nas necessidades alheias e sobretudo FELIZ! Eu entendi que o Amor é
a origem da própria vida, ou seja, é a alma do próprio Deus. O amor
humano é sua imagem e semelhança. Felicidade é uma escolha definitiva
pelo Amor. E a alegria é a consequência de tudo isso!
Hoje eu consigo trabalhar melhor que antes, viver minha vida e
sonhos com a certeza de que Deus sonha e realiza tudo comigo. Ajudo e
amparo muitas pessoas com essas coisas que aprendi estudando, sofrendo e
rezando. Aprendi o valor da penitência, intercessão, fé e, sobretudo,
da obediência.
Pra ser livre é preciso ter regras. Se não as tem você é escravo dos
seus sentidos e ignorância. A santa obediência ensina muito aos que
buscam a humildade e a ela se submetem. Vejo que muitos dos meus amigos
inteligentíssimos não compreendem a Deus porque seus ricos vasos estão
sempre cheios, e dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Deus
espera que nos esvaziemos de nós mesmos pra poder entrar. Ele não nos
invadiria nem para nos salvar. Este é o verdadeiro sentido da liberdade
que Ele nos deu.
Uma profunda fé em Deus coloca TUDO em justa perspectiva.
Depois que o centro se alinha as coisas tomam seus devidos lugares e
proporções.
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