Na
Palavra de Deus que hoje nos é proposta, cruzam-se vários temas (a fé, a
salvação, a radicalidade do “caminho do Reino”, etc.); mas sobressai a reflexão
sobre a atitude correta que o homem deve assumir face a Deus. As leituras
convidam-nos a reconhecer, com humildade, a nossa pequenez e finitude, a
comprometer-nos com o “Reino” sem cálculos nem exigências, a acolher com
gratidão os dons de Deus e a entregar-nos confiantes nas suas mãos.
Na primeira leitura, o profeta Habacuc interpela Deus, convoca-o
para intervir no mundo e para pôr fim à violência, à injustiça, ao pecado…
Deus, em resposta, confirma a sua intenção de atuar no mundo, no sentido de
destruir a morte e a opressão; mas dá a entender que só o fará quando for o
momento oportuno, de acordo com o seu projeto; ao homem, resta confiar e
esperar pacientemente o “tempo de Deus”.
O Evangelho convida os discípulos a aderir, com coragem e
radicalidade, a esse projeto de vida que, em Jesus, Deus veio oferecer ao
homem… A essa adesão chama-se “fé”; e dela depende a instauração do “Reino” no
mundo. Os discípulos, comprometidos com a construção do “Reino” devem, no
entanto, ter consciência de que não agem por si próprios; eles são, apenas,
instrumentos através dos quais Deus realiza a salvação. Resta-lhes cumprir o
seu papel com humildade e gratuidade, como “servos que apenas fizeram o que
deviam fazer”.
A segunda leitura convida os discípulos a renovar cada dia o seu
compromisso com Jesus Cristo e com o “Reino”. De forma especial, o autor exorta
os animadores cristãos a que conduzam com fortaleza, com equilíbrio e com amor
as comunidades que lhes foram confiadas e a que defendam sempre a verdade do
Evangelho.
1º leitura: Hab.
1,2-3; 2,2-4 - AMBIENTE
Sobre a vida e a personalidade de Habacuc, não sabemos nada: o
título do livro não indica o lugar do nascimento do profeta, nem o tempo histórico
em que o profeta viveu.
A menção dos “caldeus” (Hab 1,6) parece situar a proclamação de
Habacuc na época em que os babilônios, depois de desmembrarem o império
assírio, procuravam impor o seu domínio aos povos de Canaan. Estaríamos, pois,
nos finais do séc. VII a.C.…
O rei de Judá é, nesta altura, Joaquim (609-598 a.C.). Trata-se de
um rei fraco, incompetente, que explora o povo, que deixa aumentar as
injustiças e cavar um fosso cada vez maior entre ricos e pobres; além disso, o
rei desenvolve uma política aventureirista de alianças com as super-potências
da época… Apesar das simpatias pró-egípcias de Joaquim, Judá sente já o peso do
imperialismo babilônio e vê-se obrigado a pagar um pesado tributo a
Nabucodonosor. Prepara-se a queda de Jerusalém nas mãos dos babilônios, a morte
de Joaquim, a deportação do seu filho e sucessor Joaquin (que reinou apenas
três meses – cf. 2Re 24,8) e a partida para o exílio de uma parte significativa
da classe dirigente de Judá (1ª deportação: 597 a.C.).
MENSAGEM
O nosso texto começa por expor a queixa do profeta: “até quando,
Senhor, clamarei sem que me escutes? Até quando gritarei ‘violência’, sem que
me salves?” (Hab. 1,2)…
Habacuc grita a sua impaciência (e a impaciência do seu Povo),
questionando a atitude complacente de Deus para com o pecado; ele não
compreende que Deus contemple, impassível, as lutas e contendas do seu tempo…
Habacuc sente-se interpelado pelo que o rodeia e não concebe que Deus (esse
mesmo Deus que se manifestou como libertador e salvador na história do Povo e
que se proclama fiel aos compromissos que assumiu para com os homens) não ponha
fim a tantas grosseiras violações do seu projeto para o mundo. O profeta não se
limita a escutar a Palavra de Jahwéh e a transmiti-la; mas ele próprio toma a
iniciativa, pergunta a Deus, exige respostas. E, como uma sentinela vigilante,
o profeta fica à espera que Deus se justifique (cf. Hab 2,1).
Finalmente, Deus digna-se responder. A mensagem é de esperança,
pois a resposta de Deus deixa claro que Ele não fica indiferente diante do mal
que desfeia o mundo e que o momento da vingança divina está para chegar; ao
homem, resta esperar com paciência o tempo da ação de Deus (cf. Hab 2,2-5):
nessa altura, o orgulhoso e o prepotente receberão o castigo e o justo
triunfará.
Em conclusão: diante da injustiça e da opressão, Jahwéh parece,
muitas vezes, indiferente e ausente; mas, de acordo com o seu plano (que o
homem não conhece em pormenor), Ele encontrará o momento ideal para intervir,
para castigar o imperialismo, o orgulho, a injustiça e a opressão.
ATUALIZAÇÃO
¨ Com frequência encontramos pessoas que nos questionam acerca da
relação entre Deus, a sua justiça e a situação do mundo: se Deus existe, como é
que Ele pode pactuar com a injustiça e a opressão? Se Deus existe, porque é que
há crianças a morrer de cancro ou de fome? Se Deus existe, porque é que os bons
sofrem e os maus são compensados com glória, honras e triunfos? Se Deus existe,
porquê o sofrimento inocente? Estas são as questões que, hoje, mais
obstaculizam a crença em Deus… A nossa resposta tem de ser o reconhecimento
humilde de que os projetos de Deus ultrapassam infinitamente a nossa pequenez e
finitude e que nós nunca conseguiremos explicar e abarcar os esquemas de Deus…
¨ Sobretudo, importa perceber que os caminhos de Deus não são
iguais aos nossos.
Deus tem o seu próprio ritmo; e o ritmo de Deus não é o ritmo da
nossa impaciência, da nossa correria, do nosso egoísmo, dos nossos interesses…
Do ponto de vista de Deus, as coisas integram-se num “todo” que nós, na nossa
pequenez, não podemos abarcar. Resta-nos respeitar – mesmo sem entender – o
ritmo de Deus.
¨ Além disso, precisamos aprender a confiar em Deus, a
entregarmo-nos nas suas mãos, a sentir que Ele é um Pai que nos ama e que,
aconteça o que acontecer, está a escrever a história por caminhos direitos
(embora os caminhos pelos quais Deus conduz o mundo nos pareçam, tantas vezes,
estranhos, misteriosos, enigmáticos, incompreensíveis). Há que confiar na
bondade e na magnanimidade desse Deus que nos ama como filhos e que tudo fará,
sempre, para nos oferecer vida e felicidade.
¨ Mesmo sem entender, a nossa missão é continuar a dar testemunho…
Deus chama-nos a denunciar tudo o que impede a realização plena do projeto de
felicidade que Ele tem para o homem (a injustiça, a violência, a repressão, o
egoísmo, o medo…); mas quanto ao tempo exato e aos moldes da intervenção
salvadora e libertadora de Deus no mundo e na história pessoal de cada homem ou
mulher, isso só a Deus diz respeito.
2º leitura: 2Tim.
1,6-8.13-14 - AMBIENTE
A segunda carta a Timóteo contém, como a primeira, conselhos
pastorais de Paulo para o seu grande colaborador e sucessor na animação das
Igrejas da Ásia: esse Timóteo que acompanhou Paulo nas suas viagens
missionárias e que, segundo a tradição, foi bispo de Éfeso.
Também aqui, é muito duvidoso que seja Paulo o autor deste texto.
Os argumentos são os mesmos que vimos, a propósito da primeira carta a Timóteo:
linguagem diferente da utilizada habitualmente por Paulo, estilo diferente,
doutrinas diferentes e, sobretudo, um contexto eclesial que nos situa mais no
final do séc. I ou princípios do séc. II do que na época de Paulo (o grande
problema destas cartas já não é o anunciar o Evangelho, mas o “conservar a fé”,
frente aos falsos mestres que se infiltram nas comunidades e que ensinam falsas
doutrinas).
De qualquer forma, quem escreve a carta (e que se apresenta na
pele de Paulo) diz encontrar-se na prisão e pressentir a proximidade da morte.
Exorta insistentemente Timóteo a perseverar no ministério e a conservar a sã
doutrina. É uma espécie de “testamento”, no qual Timóteo (que aqui representa
todos os animadores das comunidades cristãs) é convidado a manter-se fiel ao
ministério e à doutrina recebidos dos apóstolos.
MENSAGEM
O autor da carta começa por exortar Timóteo (e os animadores das
comunidades cristãs, em geral) a que reanime o carisma que recebeu quando Paulo
e o colégio dos anciãos lhe impuseram as mãos, consagrando-o para o ministério
apostólico (vs. 6-8). É um pedido lógico: mesmo que a opção de doar a vida a
Deus e aos irmãos já tenha sido tomada, essa decisão fundamental necessita,
cada dia, de ser aprofundada e confirmada… As desilusões, os fracassos, a
monotonia, a fragilidade humana arrefecem o entusiasmo original; e é necessário,
a cada instante, redescobrir o sentido das opções fundamentais que, um dia, o
discípulo fez. Na sequência, são recordadas a Timóteo três das qualidades
fundamentais que devem estar sempre presentes no apóstolo: a fortaleza frente
às dificuldades, o amor que o impulsionará para uma entrega total a Cristo e
aos homens e a prudência (ou moderação) necessária para a animação e orientação
da comunidade.
Na segunda parte do texto que nos é proposto (vs. 13-14), Timóteo
é exortado a conservar-se fiel à sã doutrina recebida de Paulo. Estamos – como
já dissemos atrás – numa época em que as heresias começam a infiltrar-se na
comunidade cristã e a confundir os cristãos. O animador da comunidade tem o
dever de ensinar a doutrina verdadeira e de defender a comunidade de tudo
aquilo que a afasta da verdade do Evangelho de Jesus, fielmente transmitido
pelo testemunho apostólico.
ATUALIZAÇÃO
¨ A interpelação do autor da segunda carta a Timóteo dirige-se,
antes de mais, a todos aqueles que um dia aceitaram o batismo e optaram por
Cristo. Na verdade, o mundo que nos rodeia apresenta imensos desafios que,
muitas vezes, nos desmobilizam do serviço do Evangelho e dos valores de Jesus.
É por isso que é preciso redescobrir os fundamentos do nosso compromisso. Quais
são os interesses que influenciam a minha vida e que condicionam as minhas
opções: os meus gostos pessoais, as indicações da moda, as sugestões da
sociedade, ou as exigências e os valores do Evangelho de Jesus?
¨ Como é que eu revitalizo, dia a dia, o meu compromisso com Cristo
e com os irmãos? Há muitos caminhos para aí chegar… Mas a comunhão com Deus, a
oração, a escuta e partilha da Palavra de Deus, os sacramentos são formas
privilegiadas para redescobrir o sentido das minhas opções e do meu compromisso
com Deus. Isto faz sentido, para mim? É este o caminho que venho procurando
seguir? Mantenho com Deus esse diálogo necessário?
¨ O nosso texto interpela de forma direta os animadores das
comunidades cristãs.
Convida-os a redescobrir, cada dia, esse entusiasmo que lhes enchia
o coração no dia em que optaram pela entrega da própria vida a Cristo e aos
irmãos. Convida-os a despirem-se da preguiça, da inércia, do comodismo e a
fazerem da sua vida, em cada dia, um dom corajoso ao “Reino”. É isso que
acontece comigo? Sou forte, corajoso, sem medo, quando se trata de vencer as
dificuldades que me impedem de me dar a Cristo e aos outros? O que me
impulsiona é o amor, ou são interesses próprios e egoístas? Sou uma pessoa
moderada e de bom senso, que não trata os irmãos da comunidade de forma
agressiva e prepotente?
¨ No texto há, ainda, um convite a conservar a doutrina
verdadeira. O que é que isto significa: um conservar inalteradas as fórmulas e
os ritos, ou um redescobrir cada dia o essencial, adaptando-o sempre às novas
realidades e aos novos desafios que o mundo põe? Como é que sabemos se estamos
em consonância com a proposta de Jesus?
Evangelho: Lucas
17,5-10
Continuamos a percorrer o “caminho de Jerusalém” e a deparar com
as “lições” que preparam os discípulos para o desafio de compreender e de dar
testemunho do “Reino”. Desta vez, o nosso texto junta um “dito” de Jesus sobre
a fé e uma parábola que convida à humildade.
Nas “etapas” anteriores, Jesus tinha avisado os discípulos da
dificuldade de percorrer o “caminho do Reino” (disse-lhes que entrar no “Reino”
é “entrar pela porta estreita” – Lc. 13,24; convidou-os à humildade e à
gratuidade – cf. Lc. 14,7-14; avisou-os de que é preciso amar mais o “Reino” do
que a própria família, os próprios interesses ou os próprios bens – cf. Lc.
14,26-33; exigiu-lhes o perdão como atitude permanente – cf. Lc. 17,5-6);
agora, são os discípulos que, preocupados com a exigência do “Reino”, pedem
mais “fé”.
O “dito” sobre a fé que ocupa a primeira parte do Evangelho que
hoje nos é proposto aparece numa forma um pouco diferente em Mt. 17,20 (um
“dito” análogo lê-se também em Mc. 11,23 e Mt. 21,21, a propósito da figueira
seca). No estado atual do texto, é muito difícil definir o contexto original do
“dito” de Jesus, o seu enquadramento e o seu significado. Aqui, no entanto, ele
serve a Lucas para manifestar a preocupação dos discípulos com a dificuldade em
percorrer esse difícil “caminho do Reino”.
MENSAGEM
A primeira parte do nosso texto é, portanto, constituída por um
“dito” sobre a fé (vs. 5-6). Depois das exigências que Jesus apresentou, quanto
ao caminho que os discípulos devem percorrer para alcançar o “Reino”, a
resposta lógica destes só pode ser: “aumenta-nos a fé”. O que é que a fé tem a
ver com a exigência do “Reino”?
No Novo Testamento em geral e nos sinópticos em particular, a fé
não é, primordialmente, a adesão a dogmas ou a um conjunto de verdades
abstratas sobre Deus; mas é a adesão a Jesus, à sua proposta, ao seu projeto –
ou seja, ao projeto do “Reino”. No entanto, os discípulos têm consciência de
que essa adesão não é um caminho cômodo e fácil, pois supõe um compromisso
radical, a vitória sobre a própria fragilidade, a coragem de abandonar o
comodismo e o egoísmo para seguir um caminho de exigência… Pedir a Jesus que
lhes aumente a fé significa, portanto, pedir-lhe que lhes aumente a coragem de
optar pelo “Reino” e pela exigência que o “Reino” comporta; significa pedir que
lhes dê a decisão para aderirem incondicionalmente à proposta de vida que Jesus
lhes veio apresentar.
Jesus aproveita, na sequência, para recordar aos discípulos o
resultado da “fé”. A imagem utilizada por Jesus (a ordem dada à “amoreira” para
se arrancar da terra e ir plantar-se a ela própria no mar) mostra que, com a
“fé” tudo é possível: quando se adere a Jesus e ao “Reino” com coragem e
determinação, isso implica uma transformação completa da pessoa do discípulo e,
em consequência, uma transformação do mundo que o rodeia. Aderir ao “Reino” com
radicalidade é ter na mão a chave para mudar a história, mesmo que essa
transformação pareça impossível… O discípulo que adere ao “Reino” com coragem e
determinação é capaz de autênticos “milagres”… E isto não é conversa fiada:
quantas vezes a tenacidade e a coragem dos discípulos de Jesus transformam a
morte em vida, o desespero em esperança, a escravidão em liberdade!
Na segunda parte do nosso texto (vs. 7-10), Lucas descreve a
atitude que o homem deve assumir diante de Deus. Os fariseus estavam
convencidos de que bastava cumprir os mandamentos da Torah para alcançar a
salvação: se o homem cumprisse as regras, Deus não teria outro remédio senão
salvá-lo… A salvação dependia, de acordo com esta perspectiva, dos méritos do
homem. Deus seria, assim, apenas um contabilista, empenhado em fazer contas
para ver se o homem tinha ou não direito à salvação…
Jesus coloca as coisas numa dimensão diferente. A atitude do
discípulo – desse discípulo que adere a Jesus e ao “Reino”, que faz as “obras
do Reino” e que constrói o “Reino” – frente a Deus não deve ser a atitude de
quem sente que fez tudo muito bem feito e que, por isso, Deus lhe deve algo;
mas deve ser a atitude de quem cumpre o seu papel com humildade, sentindo-se um
servo que apenas fez o que lhe competia.
O que Jesus nos pede no Evangelho de hoje é que percorramos, com
coragem e empenho, o “caminho do Reino”. Quando o discípulo aceita percorrer
esse caminho, é capaz de operar coisas espantosas, milagres que transformam o
mundo… E, cumprida a sua missão, resta ao discípulo sentir-se servo humilde de
Deus, agradecer-lhe pelos seus dons, entregar-se confiada e humildemente nas
suas mãos.
ATUALIZAÇÃO
¨ A “fé” é, antes de mais, a adesão à pessoa de Jesus Cristo e ao
seu projeto.
Posso dizer, de fato, que é a “fé” que conduz e que anima a minha
vida? Jesus é o eixo central à volta do qual se constrói a minha existência? É
Jesus que marca o ritmo e a cor das minhas opções e dos meus projetos?
¨ O “Reino” é uma realidade sempre “a fazer-se”; mas
apresentam-se, com frequência, situações de injustiça, de violência, de
egoísmo, de sofrimento, de morte, que impedem a concretização do “Reino”. Como
é que eu – homem ou mulher de fé – ajo, nessas circunstâncias? A minha “fé” em
Jesus conduz-me a um empenho concreto pelo “Reino” e entusiasma-me a lutar
contra tudo o que impede a concretização do “Reino”? A minha “fé” nota-se nos
meus gestos? Há algo de novo à minha volta pelo fato de eu ter aderido a Jesus
e pelo fato de eu estar a percorrer o “caminho do Reino”? Quais são os
“milagres” que a minha “fé” pode fazer?
¨ Nós, homens, somos, com frequência, muito ciosos dos nossos
direitos, dos nossos créditos, daquilo que nos devem pelas nossas boas ações.
Quando transportamos isto para a relação com Deus, construímos um deus que não
é mais do que um contabilista, que escreve nos seus livros os nossos créditos e
os nossos débitos, a fim de nos pagar religiosamente, de acordo com os nossos
merecimentos… Na realidade – diz-nos o Evangelho de hoje – não podemos exigir
nada de Deus: existimos para cumprir, humildemente, o papel que Ele nos confia,
para acolher os seus dons e para O louvar pelo seu amor. É nesta atitude que o
discípulo de Jesus deve estar sempre.
¨ De certas pessoas diz-se que “não dão ponto sem nó”, para
descrever o seu egoísmo e as suas atitudes interesseiras. Porque é que fazemos as
coisas? O que é que motiva as nossas ações e gestos: o amor desinteressado, ou
o interesse pela retribuição?
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