Faço eco à importante denúncia que o pe. Paulo Ricardo colocou em seu blog, a respeito da tramitação-relâmpago de um projeto que abre ainda mais as portas para o aborto no Brasil. Trata-se do PL 60/99 (isso mesmo, de catorze anos atrás), que foi desengavetado às pressas em março último e, após se metamorfosear no PLC 03/2013,
passou incólume e a uma velocidade super-sônica por dois plenários e
duas comissões no Congresso, até ser definitivamente aprovado na semana
passada e encaminhado agora para sanção presidencial.
Sim, este projeto já tramitou pelas duas casas tudo o que podia
tramitar, já foi aprovado quatro vezes e, agora, a única coisa que pode
impedi-lo de se transformar em lei é o veto da sra. Dilma Rousseff!
Leiam a história completa no site do Padre Paulo. Eu vou resumir: o projeto que «[d]ispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual»
é bem pequeno, contendo apenas duas páginas e quatro artigos. O último
diz somente que a lei entra em vigor noventa dias após a publicação. O
primeiro fala genericamente que os hospitais devem prestar apoio à
mulher vítima de violência sexual e, o segundo, define esta como «qualquer forma de atividade sexual não consentida».
É no artigo terceiro, onde estão definidos os «serviços» que devem ser imediata e obrigatoriamente
prestados às vítimas de violência sexual, que se encontram os maiores
problemas. Mais especificamente, nos dois seguintes incisos:
IV – profilaxia da gravidez;[...]VII – fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários disponíveis.
O texto publicado pelo Padre Paulo
explica muito corretamente que isto é estratégia abortista clássica, que
na prática legaliza o aborto por via oblíqua através da «técnica de
ampliar o significado das exceções para os casos de aborto até torná-las
tão amplas que na prática possam abranger todos os casos». É exatamente
isso o que se vem fazendo no Brasil há anos, como qualquer leitor regular do Pró-Vida de Anápolis está cansado de saber.
A malícia do PLC 03/2013 reside
precisamente na proeza de autorizar o aborto sem mencioná-lo uma única
vez. A má fé dos que o redigiram e trabalharam por sua aprovação
relâmpago revela-se insofismavelmente quando consideramos que ele
permite – mais ainda, manda – o «serviço» (!) do aborto sem precisar citá-lo explicitamente.
Afinal de contas, a tal “profilaxia da
gravidez” do inciso IV acima citado é um termo provavelmente
recém-inventado, que na prática vai ser lido como “emprego de
micro-abortivos”. Também os “direitos legais” do inciso VII serão
interpretados como uma autorização prévia para assassinar uma criança
inocente, cuja previsão não existe na legislação brasileira. Deste modo, fortalece-se e sedimenta-se a ideologia abortista no Brasil sem precisar mexer na legislação.
O que pode ser feito? Entrar em contato
com os órgãos do Poder Executivo Nacional, sem dúvidas, para marcar
posição e exigir o veto presidencial; não para o projeto como um todo, porque é óbvio que os hospitais devem fornecer medicação contra DSTs para as vítimas de estupro (art. 3º, caput,
V) e é justo que as encaminhem «ao órgão de medicina legal e às
delegacias especializadas com informações que possam ser úteis à
identificação do agressor» (id. ibid., III), por exemplo, mas pelo menos para os incisos IV e VII, que na prática não servem para outra coisa senão para exigir que profissionais de saúde traiam o juramento que fizeram na sua formatura e sujem as suas mãos com o sangue de inocentes.
E, quando o veto não vier e a lei entrar em vigor, o que se pode fazer é a desobediência civil
pura e simples, por meio de objeção de consciência: preste-se todo o
serviço e apoio às vítimas de violência sexual sim, e com denodo e
dedicação; mas não se lhes ministrem drogas abortivas e, absolutamente,
não se lhes entreguem às garras dos abutres depravados (muitas vezes
ditos «assistentes sociais») ávidos pelo sangue de crianças abortadas!
Que elas sejam tratadas com toda a atenção e humanidade que não costumam
encontrar nas mãos das militantes pró-aborto (mesmo as transvestidas de
«assistentes sociais») que nelas não vêem senão uma oportunidade de
cometerem um crime hediondo sem ser punidas por isso.
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