As mudanças no conceito de família e suas desastrosas consequências para a educação das crianças.
O debate em torno das novas propostas de família traz à tona uma
questão que, muitas vezes, passa despercebida: a educação das crianças. O lar, conforme ensina o Papa Paulo VI, é "a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade".
A mãe e o pai, por conseguinte, têm não só o dever, mas também o
direito de transmitir aos filhos aqueles tantos valores que convergem
para uma correta compreensão da dignidade da pessoa humana. Portanto,
esse direito dos pais é inegociável e não pode de maneira alguma ser
usurpado ou vilipendiado.
Acontece, não raras vezes, de se chegar à conclusão de que a família,
apesar de sua fundamental importância para a justa ordenação da
sociedade, encontra-se sob constante ataque nas suas estruturas, seja
por meio de ideologias, seja por ações do próprio Estado. Esses
ataques nada mais são que uma ferramenta utilizada por governos
totalitários, a fim de assumirem o controle da educação das crianças e,
desse modo, solaparem a clareza do direito natural e suplantarem em seu
lugar um novo padrão de comportamento. A técnica é muito bem
apresentada na obra de Geoge Orwell, "A revolução dos bichos", quando o
Estado toma os filhotes de uma das personagens para educá-los e
transformá-los em militantes do partido.
Ademais, o controle da educação das crianças é imprescindível para
que o Estado consiga eliminar a fé da sociedade, pois a geração
proveniente de uma escola sem valores dificilmente estará aberta aos
ensinamentos da Igreja. Um caso emblemático de como esse tipo de
política é danosa é a Suécia, onde as constantes ingerências do governo
promoveram, de uma forma assustadora, a maior taxa de aborto em
adolescentes de toda a Europa. As escolas foram transformadas
em salas de bate-papo sobre sexo e os casos de estupros tiveram um
aumento de 1000 porcento, como atesta Johan Lundell, secretário-geral do
grupo sueco pró-vida Ja till Livet. Tudo ao arrepio da sociedade que,
proibida de educar seus filhos em casa, vê-se obrigada a ter de escutar
das crianças que os professores em sala de aula lhes perguntaram o que
as excitavam. [1][2]
Não obstante a esse exemplo lamentável da Suécia, a elite globalista, leia-se
ONU e outras fundações internacionais, não perde a oportunidade de
exigir das nações a implantação imediata de medidas contrárias à
dignidade da família e da criança, como "casamento" gay e educação
sexual. É dessa maneira que, ajudado pelo lobby dos meios de
comunicação, o Governo aprova uma lei que obriga os pais a matricularem
seus filhos nas escolas a partir dos quatro anos de idade. É dessa
maneira que jornais de grande audiência no país colocam um sexólogo para
discutir o que é ejaculação com crianças de 10 a 11 anos. Isso em plena
luz do dia.
A mesma petulância vale para ridicularizar a fé, sobretudo a cristã, e
intimidar aqueles que apresentem qualquer tipo de oposição. A título de
exemplo, veja-se o caso de um aluno da Universidade Atlântica
da Flórida, nos Estados Unidos, que após recusar-se a escrever o nome de
Jesus em uma folha e depois pisar sobre ela, a pedido de seu professor,
acabou se envolvendo em uma briga que resultou na sua expulsão.
Em sua defesa, o professor alegou que o garoto o havia ameaçado e que,
ao contrário das acusações, ele era "uma pessoa muito religiosa" e
identificava a si mesmo "como um cristão".[3] Como se um verdadeiro cristão provocasse outro a blasfemar contra Cristo.
De toda essa questão, o que se está em jogo não é somente a educação
das crianças. Isso é só a ponta do iceberg. O que se está em jogo é a
própria organização da sociedade e a fé que a sustenta. Engana-se quem
enxergue a situação como um "progresso". A instituição familiar e, por
conseguinte, todo o arcabouço que dá forma à reunião de todo o gênero
humano, encontra-se ameaçado, na iminência da instauração de uma cultura
da morte. Tudo isso graças a uma mentalidade contraceptiva que viu no
divórcio uma falsa liberdade. Os filhos tornaram-se bens de consumo e o
casamento, de Sacramento à mera união contratual e com prazo de
validade, baseada em sentimentos espúrios.
Não! A família não é isso e nem pode ser. Assim, recobrar a
genuinidade do matrimônio e a sua sacralidade é um passo fundamental
para que a humanidade esteja verdadeiramente inserida na dignidade
natural querida por Deus. O homem não se faz homem por si mesmo, mas por sua fidelidade inegociável ao modelo dado por Cristo.
Por: Equipe Christo Nihil Praeponere
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