Paulo
Roberto Gaefke
Conta uma
lenda, que dois monges que atravessavam uma área deserta, quando diante de um
rio violento, avistaram uma linda jovem que tentava atravessá-lo sem sucesso.
Um dos
monges, não sem dificuldades, atravessou o rio e colocando a mulher em suas
costas conseguiu atravessar o rio em segurança. A jovem abraçou-o agradecida,
comovida com o seu gesto e seguiu seu caminho...
Retomando
a jornada, o outro monge que assistiu a tudo calado, repreendeu o amigo,
falando do contato carnal que houve com aquela jovem, da tentação de ter aquele
contato mais direto com uma mulher, o que era proibido pelas suas
leis. E durante um bom trecho do caminho, esse monge falou sobre a mulher
e sobre o pecado cometido até que aquele que ajudou a jovem na travessia falou:
Querido
amigo, eu atravessei o rio com a jovem e lá eu a deixei, mas você ainda
continua carregando-a em seus pensamentos...
Assim,
todos sabem que Deus não nos dá fardos maiores que aqueles que podemos
suportar, e muitos dos nossos fardos já poderiam estar abandonados em outras
curvas da vida, mas nós insistimos em carregá-los.
Levamos
nossas dores e frustrações ao extremo.
Dramatizamos
demais, elevamos ao cubo cada dor, cada ofensa, cada contrariedade e por isso,
não conseguimos relaxar, perdoar ou mesmo ser feliz, pois o peso que vamos
acumulando em nossas costas são demais para qualquer cristão.
Neste dia
especial, eu lhe convido a uma reflexão.
Quais são
os fardos que você continua carregando e que já não estão mais com você? Qual é
a dor que você anda revivendo e fazendo com que velhas feridas voltem a
sangrar? Por que você não consegue perdoar quem lhe magoou ou se perdoar a si mesmo? Quantas
oportunidades você anda deixando para trás por estar amarrado ao passado?
Desarme-se
dos velhos pensamentos; do espírito da revolta, da tristeza. Hoje é dia de
desmontar o velho acampamento do comodismo e seguir adiante na longa jornada
que a vida apresenta. Quanto mais leve a sua mochila, mais fácil a subida rumo
a felicidade...
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