“Evangelizar?
Enquanto o mundo se ‘acaba’, vou ficar falando para as pessoas que Deus
é amor… de quê isto vai adiantar? O que adianta as pessoas saberem que
Deus as ama? Olhemos para os pobres, olhemos para a natureza, o efeito
estufa, a poluição, acho que não é fazendo as pessoas saberem que Deus
existe que poderei ajudar o mundo a ser melhor…”.
Esse pensamento pode ser o nosso ou de pessoas ao nosso redor. Será
que sabemos responder a um questionamento como este? Sentimo-nos, vendo o
mundo como está, desejosos de dar nossa contribuição para que ele seja
melhor, queremos ajudar o planeta, queremos revolucionar o mundo ou que,
pelo menos, que nossos filhos desfrutem da alegria de viver em um mundo
de paz. Que eles possam sair à rua e respirar ar puro, possam tomar
água, possam ter o suficiente para viver bem, que sejam felizes tanto
quanto nós, ou mais que nós!
O que fazer? Ah, sim, plantar uma árvore! O que mais? Economizar
energia usando lâmpadas fluorescentes e desligando quando for possível! O
que mais? Não fazer o mal a ninguém, não semear a guerra, fazer doação
aos pobres que me pedirem esmola…
Atitudes assim fazem, sem dúvida, fazem a diferença, mas poucas vezes
garantirão o mundo que de fato queremos. Nem a natureza conservada, nem
o fim da poluição, nem a igualdade de condições financeiras e sociais
(basta ver países muito ricos e com boa distribuição de rendas, mas uma
população com grande falta de sentido de vida e com grandes índices de
suicídio), nem mesmo a “falta de guerra” podem trazer a paz ao coração
do homem e torná-lo mais feliz no mundo em que ele vive.
Aqui está a grande resposta: os homens precisam encontrar o sentido
de suas vidas, precisam encontrar Aquele que nem sabem quem é, mas que
desejam encontrar. Aquele que os criou os amou (e os ama), do qual
vieram e que por isto pode realizá-los, pode preencher todos os anseios
de felicidade de sua vida e torná-los verdadeiramente felizes. Querem
uma vida não somente de momentos felizes, mas inundada de autêntica
alegria. É a partir do sentido de vida que terá sentido todo o resto, a
preservação da natureza, buscar a igualdade social, lutar contra o
preconceito e tantas coisas lícitas e belas.
Só Cristo, “poder de Deus e sabedoria de Deus”, pode ser uma resposta
para o mundo de hoje, só Ele e suas “palavras de vida eterna”. Enquanto
os homens, dotados de conhecimento e técnica, acharem que podem
resolver os problemas sociais e econômicos, excluindo Deus de suas vidas
e da sociedade, e em nome de uma falsa “laicidade” ignorarem a
contribuição da fé na visão social, econômica, política e em todos os
meios de ciência estarão condenados a respostas, não só poucos
convincentes, como vazias e destinadas ao fracasso.
Vem a nós as palavras do Beato João Paulo II no discurso inaugural de
seu pontificado: “Não, tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas
a Cristo! Ao Seu poder salvador abri os confins dos Estados, os
sistemas econômicos assim como os políticos, os vastos campos de
cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe
bem ‘o que é que está dentro do homem’. Somente Ele o sabe!” (Discurso
inaugural em 22 de outubro de 1978)
A maior contribuição que podemos dar é, acima de tudo, incutir nos
mais diversos meios os valores do Evangelho, tornar Cristo, através de
nossa vida, presente neste lugares. É a força, a graça e a potência de
Cristo que trará respostas não só boas, mas completas e convincentes à
sociedade em que vivemos e a cada homem.
A Vontade de Deus é que nos garantirá encontrarmos o nosso lugar no
mundo de hoje, por isto a importância de não só conhecê-la, mas
cumpri-la em nossa vida. Quando faço a Vontade de Deus, estou fazendo o
meu papel e contribuindo não só com a minha salvação, mas com uma vida
melhor, mais digna, mais justa para todos os homens, aqui nesta terra, e
abro a oportunidade de usufruírem da vida eterna.
Revela-nos Senhor a tua Vontade. E faze-nos aderir com alegria, pois é na tua Vontade o meu lugar!
Franco Michel Galdino
Missionário e seminarista* da Comunidade de Vida Shalom
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