quinta-feira, 27 de março de 2014

A VAIDADE HUMANA E O VAZIO EXISTENCIAL.


A vaidade excessiva é uma grande carência, normalmente revela altos níveis de egoísmo.

No idioma hebraico, língua original dos textos do Antigo Testamento, vaidade é traduzido por "hãvel", que significa vazio, vapor, um vazio absoluto. Partindo para o termo em latim "vanitas", "vanitatis" - o significado é o mesmo, vacuidade (o que é próprio do vácuo), ou seja: VAZIO ABSOLUTO!

Vivemos a era do culto ao corpo, onde a aparência é essencial, não é raro vermos academias mais lotadas que igrejas. A procura de clínicas estéticas é cada vez maior, causando inclusive a morte de pacientes devidos a imperícia de falsos cirurgiões. A busca para preencher este "vazio" movimenta milhões e milhões em um mercado que cresce a cada ano.

As propagandas na TV induzem nossos jovens a um padrão estético ideal. Os acessórios também fazem parte deste requintado mundo "it", ou seja, todo mundo correndo atrás das tendências. Roupas de grife, tatuagens, e até mutilações pelo corpo, são um nível extremo do comportamento humano em evidência nestes dias.

Há algumas semanas a declaração de uma mãe causou uma grande repercussão nas redes sociais por ela ter dito que sonhava comprar um apartamento mas o consumismo de sua filha não deixava. A mãe em questão seria uma diarista, moradora de uma comunidade carente de São Paulo, que afirmou que cada "rolezinho" de sua filha ao Shopping tem um custo aproximado de R$ 400,00, R$ 500,00.

"Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade" (Eclesiastes 1, 2).

Acima estão as palavras do sábio rei Salomão, uma afirmação de que ninguém escapa da vaidade, pois tudo é vaidade. O sábio vai mais além: "vi tudo o que se faz debaixo do sol, e eis: tudo vaidade, e vento que passa" (Eclesiastes 1, 14).

Parece que vivemos em uma busca constante para preencher um vazio existencial em nossa alma. Independente de termos ou não uma vida religiosa, demonstramos constante insatisfação com o que temos, o que somos e o que desejamos nunca nos satisfaz de fato. A cada objetivo alcançado na vida, o vazio volta a nos consumir como uma doença voraz, insaciável.

Vaidade é pecado? Não, mas sendo excessiva tem um efeito devastador em nossas vidas. Quem precisa de mil pares de sapatos? Quem precisa de sete carros na garagem? O que é o luxo e a ostentação senão o sintoma de alguém vazio em busca de reconhecimento. A vaidade excessiva é uma grande carência, normalmente revela altos níveis de egoísmo. A pessoa tem uma dificuldade enorme em compartilhar com os outros.

O que nos é suficiente? A soberania da Graça que há em Nosso Senhor Jesus Cristo é capaz de nos deixar satisfeitos. A Graça de Deus é suficiente para que possamos gozar uma vida plena e completa.

Uma pessoa cheia da Graça de Deus está sempre satisfeita, seja na dor, seja na pobreza, seja na saúde, seja na prosperidade. Esse é o segredo, estar satisfeito. Nós nascemos na pobreza mais absoluta e acabaremos nossa vida em uma pobreza não menos absoluta.

Nascemos sem nada e não levaremos nada depois da morte. Se alguma coisa vai permanecer, mesmo após a nossa morte, é o que seja eterno. E o que é eterno, São Paulo nos diz: "por ora subsistem(eternamente) a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade" (I Coríntios 13, 13).

Não existe nada melhor para deixar alguém mais satisfeito do que fazer a caridade. Caridade também é traduzida por amor, uma das formas de se traduzir caridade nos termos gregos é, simplesmente, amor.

Fazer caridade é realizar um ato de amor e o resultado disso é a nossa alma satisfeita. Uma alma satisfeita não se preocupa com o que comer,o que vestir, ou o que estão pensando acerca de nós.

Conclusão: O segredo universal para preencher nosso vazio existencial não é alimentar nossa vaidade,mas encher a nossa alma com a Graça de Deus por meio da caridade.

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria" (I Coríntios 13, 3).

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