ENVERGONHAR-SE E ALARGAR O CORAÇÃO.
O
perdão se torna cada vez mais uma experiência para místicos e santos do
presente e do passado. Como é difícil perdoar, e como faz bem sentir-se
perdoado.
O Papa Francisco nesta semana recordou que para pecar
não temos vergonha, mas temos vergonha de confessar o nosso pecado.“É
verdade que nenhum de nós matou ninguém, mas tantas pequenas coisas,
tantos pecados quotidianos, de todos os dias... E quando pensamos: ‘Mas
que coisa, que coração pequenino: eu fiz isto ao Senhor!’ E
envergonhar-se! Envergonhar-se perante Deus e esta vergonha é uma graça:
é a graça de ser pecador. ‘Eu sou pecador e envergonho-me perante Deus e
peço perdão.’ É simples, mas é tão difícil dizer: Eu pequei.”
Quando queremos agredir alguém o chamamos de sem vergonha, safado, etc…
Deus nunca agiu assim diante dos nossos pecados. Diante de Deus todos
nós deveríamos sentir vergonha sim, de nossas malandragens e tirar as
máscaras da nossa consciência e voltar ao amor misericordioso do Pai
Deus numa vida nova, transparente, iluminada.
Deus ama o pecador, mas odeia o pecado. Pecador sim, corrupto não. A corrupção não deixa ver o pecado. Tudo é lícito e justificável.
Quarta feira na audiência pública o Papa Francisco dizia: “A quaresma é
um tempo para "arrumar a vida" nos aproximando de nosso Senhor. Ele
"nos quer perto de si" e nos garante que "nos espera para nos perdoar",
mas quer "uma aproximação sincera" e nos avisa do perigo da hipocrisia:
"O que os hipócritas fazem? Eles se maquiam de bonzinhos: fazem cara de
propaganda, rezam olhando para o céu, se mostram, se consideram mais
justos do que os outros, desprezam os outros. ‘Mas eu sou muito
católico’, dizem eles, ‘porque o meu tio foi um grande benfeitor, a
minha família é esta e eu sou... eu aprendi... eu conheci tal bispo, tal
cardeal, tal padre. Eles se consideram melhores do que os outros. Esta é
a hipocrisia. Nosso Senhor nos diz: 'Não, isso não'. Ninguém é justo
por si mesmo. Todos nós temos a necessidade de ser justificados. E o
único que nos justifica é Jesus Cristo.”
Na sua mensagem o Papa
reafirmava: “Temos que nos aproximar do Senhor ‘para não ser cristãos
disfarçados, que, por trás das aparências, na realidade, não são
cristãos’. Como, então, não ser hipócritas e aproximar-se de Deus? A
resposta vem do próprio Deus na primeira leitura: ‘Lavai-vos,
purificai-vos, afastai dos meus olhos o mal das vossas ações, deixai de
fazer o mal, aprendei a fazer o bem’”. Este é o convite.
Mas
Francisco pergunta: "Qual é o sinal de que estamos no bom caminho?"
Envergonhar-se e alargar o coração. Que o Senhor nos dê esta graça.
‘Socorrei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da
viúva’. Ocupar-se do próximo: do doente, do pobre, de quem tem
necessidade, do ignorante. Os hipócritas não sabem fazer isto, não
podem, porque são tão cheios de si que estão cegos para olhar para os
outros. Quando caminhamos um pouco e nos aproximamos de nosso Senhor, a
luz do Senhor nos faz ver essas coisas e a ajudar os nossos irmãos. Este
é o sinal, este é o sinal da conversão.”
Desejo a você e a sua família uma abençoada semana.
(CNBB)
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