Grande parte dos jovens cristãos
enfrentam um dilema na sua vida amorosa: como competir com um mundo
secular, no qual os valores são postos de lado e tudo é permitido em
nome de uma felicidade passageira? No meio deste questionamento, o
namoro acaba sendo uma grande interrogação, já que, por vezes, a vida
parece conspirar contra aqueles que buscam viver o namoro do jeito que
ele deve ser vivido.
O namoro, para inicio de conversa, não é um passatempo gostoso nem tampouco um troféu para ser exibido no meio dos amigos.
Buscamos alguém para namorar, porque descobrimos que a vida partilhada é
mais fácil de ser vivida. Nem todos se dão conta disso, mas o namoro
para ser frutífero precisa iniciar-se pela admiração e só pode ser
mantido se esta admiração se transformar em amor. Só o amor prepara o
jovem casal para o sacramento do matrimônio.
Não é fácil encontrar alguém que enxergue o namoro como uma escola para o casamento. A
mentalidade reinante é a de que, no namoro, tudo é permitido e nenhum
compromisso precisa ser assumido. O resultado? Relacionamentos vazios,
que acabam e deixam feridas difíceis de serem saradas.
O jovem que quer fazer a vontade de Deus
precisa sofrer as demoras que são inerentes ao processo de espera. Leva
tempo até encontrar alguém com mentalidade cristã para se relacionar.
Namorar a primeira pessoa que aparece em nossa vida, temendo não
encontrar mais ninguém que mereça o nosso amor, é uma atitude arriscada,
já que o nosso coração não é um bilhete de loteria.
Acredite: você também vai encontrar
alguém que queira partilhar a vida a dois. Se a sua vocação for para o
matrimônio, esteja preparado para ouvir os anseios do seu coração e ouse
fazer a diferença neste mundo tão cheio de valores deturpados. Esteja
aberto aos relacionamentos, não se esconda das pessoas, mostre-se como
você realmente é e, com estas atitudes positivas, a pessoa que você
tanto procura chegará até você.
Nada de desespero! O jovem
cristão compreende e vive a sabedoria bíblica, que nos ensina que para
tudo há um tempo, e não se deixa abater diante de uma realidade
aparentemente assustadora. Sei que causa certo desconforto ver todos os nossos amigos namorando, enquanto continuamos solteiros; mas é preciso entender que tudo o que vale a pena nessa vida só se alcança com uma paciência de herói.
Não é vergonhoso estar solteiro. Aliás,
um jovem que se empenha em viver santamente sua afetividade busca
colocar Deus acima de todos os seus desejos, pois sabe que, como todo
bom Pai, o Senhor conhece o que é melhor para nós e jamais vai nos
privar de trazer coisas boas para nossa vida. Melhor esperar em Deus e
encontrar alguém que o complete do que se arriscar em aventuras
desnaturadas e encontrar alguém que lhe roube de você mesmo.
Vejo muita gente solteira, mas
realizada. Não levanto a bandeira da solteirice eterna, mas também não
acredito que um namoro desregrado seja melhor do que uma vida
celibatária e feliz. Se a pessoa que você tanto procura está demorando a
chegar, pense nisso como uma etapa necessária de crescimento. A mãe
espera pacientemente por seu filho durante nove meses e, depois,
alegra-se com a vida que lhe foi dada.
Aprendi que só a espontaneidade e a
verdade nos gabaritam a encontrar alguém para namorar. Neste processo, a
paciência tem de andar de mãos dadas com a lucidez. Quando o desespero
bate à porta de alguém que se sente só, a visão se turva diante do
essencial. Por isso, antes mesmo de querer ofertar nossos afetos para
alguém, faz-se necessário avaliar o quanto estamos empenhados em fazer o
outro feliz. E a felicidade só aparece no namoro do jovem casal que
aprendeu a amar.
Paulo Franklin
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