quinta-feira, 25 de abril de 2013

O SOCORRO DIVINO.

 

A vida e a liberdade são marcas fundamentais no ser humano. São condições que facilitam o encontro com o Criador, com Aquele que vem ao mundo e se solidariza com as pessoas que sofrem, tirando-as da opressão e dos males que as sacrificam. É Deus que vem em socorro dos que são ameaçados e sem liberdade.

As palavras “coragem” e “esperança” traduzem o sentimento e o nível de realização de todos os indivíduos. Não podemos ficar cegos diante das realidades que nos cercam e nem da ação que resgata a dignidade dos irmãos sofredores. De um lado, enfrentamos a força destruidora da sociedade e, de outro, a ação revitalizadora que vem em socorro dos marginalizados.
Temos que projetar um futuro de paz, de liberdade e de alegria. Significa não agir com libertinagem, sem responsabilidade e desconectado com o contexto social. O “Deus individualismo”, da atualidade, não pode continuar sendo a marca da nova cultura, excluindo da convivência comunitária a força da solidariedade e do amor fraterno, aquilo que dá sentido ao viver.

O socorro divino acontece para libertar os oprimidos dos mais fortes. Deus é Pai de todos e quer reunir seus filhos em família, não deixando ninguém de fora. Até podemos dizer que uma terra de liberdade e vida para todos é da vontade essencial de Deus e constitui tarefa nossa.

Somos sacrificados pelas ideologias dominantes, tendo como centro irradiador, o mundo urbano. As possibilidades das grandes cidades fragilizam nossa capacidade de ação concreta a favor do bem, do que produz frutos sociais e do que causa alienação e descompromisso com o bem comum. Absorvemos, com muita facilidade, uma mentalidade individualista.
Diante da vontade divina firmada na Sagrada Escritura, devemos acolher a verdade que liberta, que abre nossos olhos para abandonar o egoísmo e construir um mundo como casa de vida digna e sem exclusão. Temos que quebrar as barreiras que impedem as pessoas de enxergar o caminho e os instrumentos que conduzem a uma vida de acordo com a vontade de Deus.







Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.

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