Para que um pecado seja mortal
requerem-se três condições
A Igreja nos ensina que não podemos comungar em pecado mortal sem antes
nos confessar. Pecado mortal é aquele que é grave, normalmente contra um dos
Dez Mandamentos de Deus: matar, roubar, adulterar, prostituir, blasfemar,
prejudicar os outros, ódio, etc.. É algo que nos deixa incomodados...
Veja o que diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC) sobre isso:
§1856 - O pecado mortal, atacando em nós o princípio vital que é a
caridade, exige uma nova iniciativa da misericórdia de Deus e uma conversão do
coração, que se realiza normalmente no sacramento da Reconciliação:
“Quando a vontade se volta para uma coisa de per si contrária à caridade
pela qual estamos ordenados ao fim último, há no pecado, pelo seu próprio
objeto, matéria para ser mortal... quer seja contra o amor de Deus, como a
blasfêmia, o perjúrio etc., ou contra o amor ao próximo, como o homicídio, o
adultério, etc. Por outro lado, quando a vontade do pecador se dirige às vezes
a um objeto que contém em si uma desordem, mas não é contrário ao amor a Deus e
ao próximo, como, por exemplo, palavra ociosa, riso supérfluo etc., tais
pecados são veniais” (S. Tomás, S. Th. I-II,88,2).
§1857 – Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições ao
mesmo tempo: “É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria
grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente” (RP 17).
§1858 – A matéria grave é precisada pelos Dez Mandamentos segundo a
resposta de Jesus ao jovem rico: “Não mates, não cometas adultério, não roubes,
não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe”
(Mc 10,19). A gravidade dos pecados é maior ou menor; um assassinato é mais
grave do que um roubo. A qualidade das pessoas lesadas entra também em
consideração. A violência exercida contra os pais é em si mais grave do que
contra um estrangeiro.
§1859 – O pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento.
Pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à lei de
Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma
escolha pessoal. A ignorância afetada e o endurecimento do coração (cf. Mc
3,5-6; Lc 16,19-31) não diminuem, antes aumentam, o caráter voluntário do
pecado.
§1860 – A ignorância involuntária pode diminuir ou até escusar a
imputabilidade de uma falta grave, mas supõe-se que ninguém ignore os
princípios da lei moral inscritos na consciência de todo ser humano. Os
impulsos da sensibilidade, as paixões podem igualmente reduzir o caráter
voluntário e livre da falta, como também pressões exteriores e perturbações
patológicas. O pecado por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave.
§1861 – O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade humana,
como o próprio amor. Acarreta a perda da caridade e a privação da graça
santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado
mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de
Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer
opções para sempre, sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é
em si falta grave, devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à
misericórdia de Deus.
§1862 – Comete-se um pecado venial quando não se observa, em matéria
leve, a medida prescrita pela lei moral, ou então quando se desobedece à lei moral
em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou sem pleno consentimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário