Na reportagem diferentes Padres e Bispos e
também o Santo Padre vão citando determinadas passagens e dando seus depoimentos
sobre o é que ser um verdadeiro sacerdote de Cristo. Como complica o texto citar
os nomes de todos, então fiquemos apenas naquilo que eles dizem, porque a
mensagem faz sentido e deve ser levada a todos os nossos
sacerdotes.
O sacerdote
é chamado a ser Alter Christus – outro Cristo! Porque na verdade “já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em
mim, e através de mim”. O sacerdote é o amor do Coração de Jesus. Fidelidade
de Cristo, fidelidade do sacerdote.
Em São João
Maria Vianey, o padroeiro dos sacerdotes, vemos um exemplo maravilhoso de um
sacerdote totalmente identificado com seu ministério. Uma das frases mais
comoventes do Santo Cura de Ars sobre o sacerdócio é quando diz que o sacerdócio
é o amor do Coração de Cristo. E todos os sacerdotes que conheci ao longo de
minha vida foram isto mesmo: homens fiéis a
Deus.
O sacerdote
deve ser um mestre autêntico da fé. Deve ser um santificador dentro da
celebração dos Sacramentos e deve ser guia autorizado do povo de Deus, até a
vida Eterna. Ele foi transformado, escolhido por Jesus Cristo e chamado por
Jesus para que ele possa ser verdadeiramente um Pastor, um sacerdote de
hoje.
O primeiro
paroquiano que em 1818 encontra é um menino de doze anos. São João Maria Vianey
lhe diz: você me mostrou o caminho para
Ars, e eu lhe mostrarei o caminho do céu. Ars uma pequena aldeia, miserável,
mas se é pequena do ponto de vista material é ainda menos do ponto de vista
espiritual. O Cura de Ars era literalmente obcecado pela salvação dos seus
paroquianos, de todos, em primeiro lugar dos mais distantes, dos mais hostis,
dos grandes pecadores. Era um sacerdote de Deus, que se fez instrumento de Deus,
lutando contra o demônio, lutando contra a modernidade, e também contra sua
própria debilidade. Porque também era um homem que se meteu numa mística
exigente de espírito combativo, que era realmente
admirável.
Ele gostava
de dizer que o Bom Pastor segundo o Coração de Jesus é o maior tesouro que Deus
pode dar para uma Paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina.
É Cristo, que através dos sacerdotes, derrama na humanidade todo o tesouro de
bens que Ele veio trazer sobre a terra. Nós os sacerdotes somos, por assim
dizer, um pincel nas mãos do Artista. E o Artista é
Deus!
Sabemos que
o sacerdócio é um serviço humilde, e não só um serviço humilde, mas uma grande
honra que seja humilde, porque sabemos que “já não vivo, é Cristo que vive em mim”!
Quem toma a minha carne e a transforma em Sua Carne, para que eu possa ser, por
Sua graça, outro Cristo.
No momento
da ordenação, quando recebe este Sacramento pela ação do Espírito Santo ele é
transformado e configurado em Jesus Cristo. Na verdade o sacerdócio é um
deixar-se fazer, eu creio e estou convencido de que foi Deus que me chamou para
uma missão particular.
O Santo
Sacrifício da Missa se constitui no centro de sua vida e na razão de ser de sua
vida. No altar, o Santo Cura se identificava com Jesus vítima. E sua vida era
como um prolongamento da ação de graças da Missa. Quase não conseguindo chegar a
perceber toda a grandeza do dom e da tarefa confiados a uma pobre criatura
humana, suspirava: ó como é grande o sacerdote! Se ele se desse conta, morreria!
Deus obedece-lhe: ele pronuncia duas palavras e Nosso Senhor desce dos Céus ao
ouvir a sua voz e Se encerra numa pequena
hóstia.
Tomai todos e comei! Isto é meu Corpo que
será entregue por vós! É na celebração da Eucaristia que nos tornamos mais
do que nunca semelhantes a pessoa de Cristo oferecendo-nos com Ele sobre o
altar. E isso se torna o centro do meu dia a dia e do meu
ministério!
A Eucaristia
faz a Igreja! A Eucaristia mantém a Igreja! A Eucaristia, por assim dizer,
completa a Igreja, porque é mediação da vida de Cristo. Quando celebramos a
Missa e dizemos: Tomai e comei, isto É
meu Corpo, não repetimos umas meras palavras de recordação, e sim estamos
atuando na Pessoa de Cristo, estamos oferecendo toda a nossa pessoa, nosso
corpo, os nossos lábios, nossas mãos ao próprio Cristo, para que continue a
oferecer ao Pai o Único Sacrifício Redentor, que é o Sacrifício da
Cruz.
Uma igreja
sem padres é um contrassenso. É como se renunciássemos à presença de Cristo,
Morto e Ressuscitado para a nossa salvação. Porque é o sacerdote e mais ninguém
que torna o Cristo presente entre nós. O sacerdote deve presidir a comunidade,
dando a esta comunidade a sua vida, como disse Jesus: Eu sou o bom Pastor, que
dou a vida pelas minhas ovelhas!
O Santo Cura
de Ars, nos oferece, sem dúvida, a mais perfeita definição da Paróquia. A
Paróquia é uma comunidade Eucarística, daí a necessidade da Missa Dominical, da
adoração ao Santíssimo Sacramento e também da beleza da
liturgia.
O sacerdote,
quando preside a ação litúrgica, preside na pessoa de Cristo. Na Santa Missa, o
sacerdote, como homem deve desaparecer e deve deixar transparecer Jesus, para
que seja Ele que fale. Para que seja Ele que esteja à frente da Assembleia e da
liturgia. A liturgia, tem uma forma de ser celebrada, e o sacerdote não é dono
da liturgia. Não é dono dos Sacramentos! Não é dono desta grande Oração de
louvor, desta oferenda, e desta adoração que toda a Igreja eleva ao Pai, por
Jesus Cristo, no Espírito.
A liturgia
não está nunca em nossas mãos, para ser modificada, mas para ser guardada e
transmitida com grande fidelidade. Isso requer a absoluta renúncia de todo
protagonismo, pois precisamente aí está a sua beleza. Com diz João Batista,
quanto mais nos diminuímos, mais cresce em nós
Jesus.
O fim da
missão de todo presbítero, poderíamos dizer, é cultural, para que todos os
homens possam oferecer-se a Deus, como hóstia viva, santa e agradável a Ele. Que
na própria criação e nos homens, se transforma em
culto.
As pessoas
hoje em dia têm necessidade de paz interior, de viver a alegria, amor e
felicidade. Há uma fome e sede de Deus. O sacerdote é necessário, é
absolutamente necessário, mais precisamente por causa disso: porque as pessoas
precisam saber que Deus os ama e quer que todos cheguem à felicidade
eterna.
O mundo
necessita do Sacrifício Redentor de Cristo. Numa sociedade amplamente
secularizada, o sacerdote deve estar comprometido na primeira linha e estar
certo de que deve remar contra a corrente para ser fiel ao Evangelho. O
sacerdote está ali para levar Cristo e também para levar a cura ao mundo ferido,
para sustentar a verdade e proclamá-la!
É muita
importante esta missão: ter este espírito missionário de não esperar somente que
s pessoas venham a ele, mas também de ser capaz de buscar as
pessoas.
OBS> Sem dúvida um texto expressivo, correto, e
com palavras de autoridades da Igreja, inclusive de Sua Santidade o Papa Bento
XVI. Mas é claro que isso não é tudo. O texto trás coisas importantes,
especialmente as que tratam da obediência e da fidelidade quanto à liturgia e a
forma da celebração dos Sacramentos. Ali não pode haver protagonismos, nem
invencionices, mas se deve manter a fidelidade ao rito estabelecido pela Igreja.
Importante também quanto à eficácia da Santa
Missa como Sacrifício Redentor de Cristo, sem o qual o mundo deixaria de
existir. A Eucaristia é o verdadeiro escudo do nosso planeta, e de toda a vida
na terra. Sem os sacerdotes católicos – isso quer dizer – a própria terra se
extinguiria. Eis a tremenda importância
deles.
Mas há outras coisas que gostaria de lembrar, a
primeira talvez mais importante de todas para que o padre adquira a santidade de
vida, tão necessária para que, do exercício santo do seu ministério sacerdotal,
possa resultar numa comunidade santa, formada por todas as almas a eles
confiadas. De fato, converta-se os sacerdotes católicos, e eles convertem o
mundo. Falo do Sacramento da Confissão, é no confessionário que o padre se torna
santo.
Ou seja, não se pode considerar a caminho da
santidade, ou cumpridor fiel de seu ministério, todo aquele sacerdote que se
nega a confessar as pessoas, ou que ele mesmo não se confessa mais. A confissão
sacramental a um sacerdote católico é condição essencial para a eficácia do
Sacramento da Eucaristia, pois o inverso pode levar a alma à condenação eterna,
por via do sacrilégio, o fato de receber o Corpo de Jesus de forma indigna, com
a alma cheia de pecados graves.
Como aos documentos da Igreja pedem, toda
paróquia que não tem um dia especial dedicado à confissão está fora de ordem. E
é inválida a confissão coletiva, fora de tempos ou momentos de exceção, de grave
crise ou iminência de acidente. Ela não substitui a Sacramental, que deve ser
feita depois, quando a crise passar.
Outro fator de extrema importância que ficou de
fora nesta reportagem acima, diz respeito a manutenção da fidelidade estrita ao
Sacramento da Ordem, a fidelidade quanto à missão do sacerdote. Nós temos,
segundo os últimos dados de pesquisa, em torno de 413 mil sacerdotes católicos
no mundo inteiro, mas podem ter certeza de que dentre eles um número espantoso,
que pode chegar à metade deles, não se dedica com verdadeiro amor e empenho ao exclusivo zelo pelas almas,
conforme o exemplo do Santo Cura, seu padroeiro.
Há milhares de sacerdotes deslocados para
funções burocráticas, eu excessivamente voltados, nas paróquias, para a questão
financeira que deveria estar totalmente a cargo dos leigos. Também nas dioceses!
Além disso, nós temos milhares de outros que não fazem absolutamente nada pela
salvação – sem contar alguns que trabalham para a perdição – das almas, antes se
voltam para pesquisas estranhas, tendo viagens excessivas, e outras coisas que
descaracterizam seu ministério. Ó como isso tudo faz falta para a Igreja, e como
contribui para a ignorância do povo!
Outro fator tremendamente prejudicial que se
constitui num grande perigo para a Igreja é quando o sacerdote vive uma teologia
perniciosa, mesmo que a tenha aprendido e aja de boa fé. Infelizmente a má
formação de milhares de sacerdotes tem contribuído para este caos atual na
Igreja, para estas divisões dentro da Casa de Deus, que tantos males têm
causado. É lamentável que haja tantos destes luminares seguindo por caminhos que
não são os de Pedro, o que faz conduzir as ovelhas por caminhos que não são os
que levam ao Céu.
Jesus nos pediu claramente: Sede um só! Mas não
somos um só, nem dentro da nossa Igreja Católica, quanto mais com estes milhares
de seitas. E de fato, se houvesse a unidade e a unanimidade sacerdotal em trono
do Papa, e do Catecismo da Igreja, não
haveria nem metade das seitas que hoje vicejam como praga daninha.
Enfim, se formos anotar as palavras dos padres
acima, especialmente aquelas que falam em “ser outro Cristo” sinto que é
espantoso o número de sacerdotes que ainda não consegue honrar esta palavra. Eis
porque o Céu nos pede com tanta insistência para rezarmos por eles, porque de
sua conversão depende a conversão do mundo.
Assim, em cada paróquia, os grupos de oração
devem intensificar suas preces pelos padres que ali vivem e trabalham, para que
eles realmente se tornem “outros Cristos” e assim vivam o ministério sacerdotal
à imitação de Jesus, e o exerçam com a dignidade de quem não é apenas “um homem
a serviço de Deus”, mas muito mais que isso “é Deus a serviço dos homens”. Entre a
primeira e a segunda vai um infinito!
Mas infelizmente a imensa maioria, diria a
quase totalidade dos nossos sacerdotes simplesmente não faz ideia da importância
e da dignidade excelsa de seu ministério. Como dizia o Cura de Ars: se o padre
entendesse isso em plenitude, certamente morreria de amor!
Terminando é um pedido do Céu: jamais falar mal
de um sacerdote! Jamais citar seus nomes em público, mesmo em caso de pecado
grave! Antes rezar por ele, porque Deus quer salvar absolutamente a todos sem
exceção! E nossas orações são necessárias para que todos aqueles que não vivem
“in persona Christi”, possam vir a entender o grau infinito de seu chamado. Os
xingamentos contra eles, colaboram apenas para que o inimigo some mais forças em
seus ataques contra os sacerdotes, e isso dificulta sua conversão!...
E retarda a conversão do mundo! É com amor e
com muita oração que conseguiremos que todos os Padres e Bispos do mundo
inteiro, caminhem em unidade perfeita sob Pedro. Então a Igreja reviverá!
(Aarão)
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