Corpos amontoados sem vida, mergulhados entre a fumaça e a escuridão ao som dos
celulares tocando ininterruptamente, corpos pisoteados e amassados... Cenário de
uma das maiores tragédias que assolaram e assombraram o nosso país. Uma trágica
experiência em que foram ceifadas as vidas de centenas de jovens e
adolescentes, e em que se abriu uma ferida dolorosa no tecido social e na carne
de centenas de famílias.
Esse holocausto permanecerá para sempre na memória dos brasileiros e do mundo. Essa tragédia podemos assegurar que foi indiretamente premeditada diante dos relatos das supostas causas do incêndio: alvará vencido, ausência da brigada contra incêndio no local, despreparo dos seguranças para trabalharem com a massa, superlotação, falta de dispositivos de alarme em caso de acidentes, e outras. Somente por essas irregularidades já se pode deduzir que o foco desse comércio de jovens era a ganância do dinheiro. O deus Tánatos usou da sua arma mortal, o Kiss, o beijo da morte, para devorar em questão de poucos minutos as suas vítimas: os jovens em plena flor da idade e com um futuro promissor à frente deixando para traz em meio ao cheiro de fumaça, e brasas, e sangue, a dor e a tristeza.
Essas feridas que rasgaram o coração
das famílias e dos amigos dos mortos na Boate Kiss estarão sempre vivas nas
cicatrizes das suas vidas. Os culpados são esses indivíduos que querem tornar a
vida cada vez mais medíocre e banal, quando compactuam e se vendem a sua alma
para o diabo por bagatelas de favores e dinheiro sujo para prostituir e
corromper as leis e as exigências legais, colocando as vidas humanas nas mãos do
destino cruel e nas ciladas do demônio do poder e do dinheiro.
Que essa
barbárie sirva de lição para todos; em primeiro lugar para os governantes e
políticos principalmente para aqueles que estão acostumados a negociar suas
vidas, seus cargos e projetos às custas do mercado de compra e venda e a
política do favoritismo, e depois também as autoridades responsáveis pelos
laudos, inspeções e alvarás, para que sejam fiéis diante da justiça e da ética
social em prol da vida e do bem comum.
E por fim a sociedade, para que aprenda a defender a vida em todos os sentidos procurando jamais compactuar com qualquer negociação ou ato de corrupção que atente contra esse dom maravilhoso de Deus. O que nos surpreendeu foi assistirmos e constatarmos a força da solidariedade dos brasileiros nesses momentos de dor e desespero; aparecia sempre um gesto profundo de solidariedade, alguém oferecendo um copo com água, um sanduíche, uma refeição, um agasalho, uma casa para descanso, um banho, um ombro, uma companhia silenciosa... Daí podermos deduzir que a solidariedade deve ser acionada e mobilizada com todo amor e ardor como arma e meio de luta na Prevenção. Que cada um de nós, a partir de hoje, se empenhe em ser um fiscal em todo e qualquer lugar, atento para agir em defesa da vida sempre ela estiver ameaçada. | |||
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
O HOLOCAUSTO DE SANTA MARIA E O BEIJO DA MORTE.
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