Primeira Leitura: Joel 2, 12-18
(roxo, pref. da Quaresma IV - ofício do dia da IV semana)
Leitura da profecia de Joel - 12Por isso, agora ainda - oráculo do Senhor -, voltai a mim de todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos de luto. 13Rasgai vossos corações e não vossas vestes; voltai ao Senhor vosso Deus, porque ele é bom e compassivo, longânime e indulgente, pronto a arrepender-se do castigo que inflige. 14Quem sabe se ele mudará de parecer e voltará atrás, deixando após si uma bênção, ofertas e libações para o Senhor, vosso Deus? 15Tocai a trombeta em Sião: publicai o jejum, convocai a assembléia, reuni o povo; 16santificai a assembléia, agrupai os anciãos, congregai as crianças e os meninos de peito; saia o recém-casado de seus aposentos, e a esposa de sua câmara nupcial. 17Chorem os sacerdotes, servos do Senhor, entre o pórtico e o altar, e digam: Tende piedade de vosso povo, Senhor, não entregueis à ignomínia vossa herança, para que não se torne ela o escárnio dos pagãos! Por que diriam eles: onde está o seu Deus? 18O Senhor afeiçoou-se à sua terra, teve compaixão de seu povo; - Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial(50)
REFRÃO: Misericórdia, ó Senhor, pois
pecamos!
1. Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!/ Na imensidão do vosso amor, purificai-me!/ Lavai-me todo inteiro do pecado/ e apagai completamente a minha culpa! -R.
2. Eu reconheço toda a minha iniquidade,/ o meu pecado está sempre à minha frente./ Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,/ pratiquei o que é mau aos vossos olhos! -R.
3. Criai em mim um coração que seja puro,/ dai-me de novo um espírito decidido./ Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,/ nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! -R.
4. Dai-me de novo a alegria de ser salvo/ e confirmai-me com espírito generoso!/ Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,/ e minha boca anunciará vosso louvor! -R.
1. Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!/ Na imensidão do vosso amor, purificai-me!/ Lavai-me todo inteiro do pecado/ e apagai completamente a minha culpa! -R.
2. Eu reconheço toda a minha iniquidade,/ o meu pecado está sempre à minha frente./ Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,/ pratiquei o que é mau aos vossos olhos! -R.
3. Criai em mim um coração que seja puro,/ dai-me de novo um espírito decidido./ Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,/ nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! -R.
4. Dai-me de novo a alegria de ser salvo/ e confirmai-me com espírito generoso!/ Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,/ e minha boca anunciará vosso louvor! -R.
Segunda Leitura: 2º Coríntios 5, 20-21; 6, 1-2
Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios - Irmãos,
20Portanto, desempenhamos o encargo de embaixadores em nome de
Cristo, e é Deus mesmo que exorta por nosso intermédio. Em nome de Cristo vos
rogamos: reconciliai-vos com Deus! 21Aquele que não conheceu o
pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornássemos justiça de
Deus. 1Na qualidade de colaboradores seus, exortamo-vos a que não
recebais a graça de Deus em vão. 2Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo
favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável,
agora é o dia da salvação. - Palavra do Senhor.
Evangelho: Mateus 6, 1-6.16-18
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus -
Naquele tempo, 1Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos
homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto
de vosso Pai que está no céu. 2Quando, pois, dás esmola, não toques a
trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para
serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua
recompensa. 3Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o
que fez a direita. 4Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu
Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á. 5Quando orardes, não
façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas
das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam
sua recompensa. 6Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e
ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á.
16Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hipócritas, que
mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuam. Em verdade
eu vos digo: já receberam sua recompensa. 17Quando jejuares, perfuma
a tua cabeça e lava o teu rosto. 18Assim, não parecerá aos homens que
jejuas, mas somente a teu Pai que está presente ao oculto; e teu Pai, que vê num
lugar oculto, recompensar-te-á. - Palavra da salvação.
Homilia - Pe Bantu
Com a celebração das cinzas damos início ao grande e forte tempo de oração, penitência e Jejum que se pode também traduzir por tempo de partilha. É o tempo de conversão do coração humano ante as necessidades dos outros.
Como o próprio nome no-lo diz, são quarenta dias de penitência que nos preparam para a celebração da vitória final da graça sobre o pecado e da vida sobre a morte. Durante estes dias a nossa oração se torna mais intensa e a penitência mais acentuada. É um tempo de retorno a Deus, de conversão e de abertura aos outros.
A imposição das cinzas nos recorda que nossa vida na terra é passageira, que algum dia vamos morrer e que o nosso corpo vai se converter em pó e que a vida definitiva se encontra no céu. Ensina-nos ainda que os céus e a terra hão de passar um dia. Em troca, todo o bem que tenhamos em nossa vida nós o vamos levar à eternidade. Ao final da nossa vida, só levaremos aquilo que tenhamos feito por Deus e por nossos irmãos.
As cinzas é um sacramental, que não nos tira os pecados, mas nos relembra a nossa condição de miseráveis, de frágeis e pecadores. E assim, reconhecendo a nossa situação recorremos ao Sacramento da Reconciliação. É um sinal de arrependimento, de penitência, mas, sobretudo de conversão. Com esta celebração damos início a nossa caminhada com Cristo do jardim das oliveiras até ao triunfo na manhã do primeiro dia da semana que é o Domingo da Ressurreição.
Quaresma é deveras o tempo de reflexão em nossa vida, de entender aonde vamos, de analisar como está nosso comportamento com nossa família: o marido, a esposa, os filhos, os pais e todos os que nos rodeiam.
O Evangelho de hoje nos oferece uma ajuda e nos faz entender como praticar as “três obras de penitência”: oração, esmola e jejum e como utilizar bem o tempo da Quaresma. Jesus fala das três obras de piedade dos judeus: a esmola, o jejum e a oração; e faz uma crítica pelo fato de que eles as praticam para serem vistos pelos outros.
O segredo para o efeito é a atenção para que não sejamos como os farizeus hipócritas: «Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus» (Mt 6, 1).
Para Jesus é preciso criar uma nova relação com Deus e ao mesmo tempo nos oferece um caminho de acesso ao coração de Deus. Para ele, justiça consiste em conseguir o lugar onde Deus nos quer. O caminho para chegar ali está expresso na Lei de Deus. «Se a vossa justiça não superar a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus».
Dizia anteriormente que este é o tempo de oração, que se caracteriza por uma relação de aliança entre Deus e o homem em Cristo. Este encontro com Cristo não se exprime apenas em pedidos de ajuda, mas também em louvor, ação de graças, escuta e contemplação. Rezar é confiar no Senhor que nos ama e corresponder ao seu amor incondicionado. Por sua vez, a oração penitencial privilegia o agradecimento da misericórdia de Deus e prepara o coração para o perdão e para a reconciliação.
É tempo da prática do jejum. O jejum tem certamente uma dimensão física, como a privação voluntária de alimentos. O que jejuamos deve ser partilhado ou seja entregue aos nossos irmãos que passam fome. É e sobretudo a privação do pecado. O jejum é sinal do combate contra o espírito do mal. O modelo deste combate é Cristo, que foi tentado muitas vezes ao sucesso, ao domínio e à riqueza. No entanto, a sua vitória sobre todo o mal que oprime o homem inaugurou um tempo novo, um reino de justiça, de verdade, de paz, de amor e de partilha.
A experiência do jejum exterior e interior favorece a opção pelo essencial. No nosso tempo, o jejum tornou-se uma prática habitual. Alguns jejuam por razões dietéticas e estéticas. O jejum cristão não tem uma dimensão dietética ou estética como é prática nos nossos dias. Mas sim uma referência Cristológica e solidária com os nossos irmãos e irmãos excluídos da sociedade por causa de divérsas condições: raciais, religião, cor, tribo, língua etc. Como Cristo e com Cristo jejuamos para sermos mais solidários e abertos ao outro e aos outros. Sob várias formas podemos jejuar, como por exemplo, o jejum midiático da televisão, da internet, do celular, da língua etc. para redescobrir a beleza do diálogo em família, da partilha de interesses, do encontro e da comunhão com os irmãos e irmãs.
Quando como cristãos vivemos bem o jejum, cria-se em nós nos convertemos em seres solidários, seres que partilham tudo entre todos. Niguém chamará seu ao que possui. Por outras palavras reatualizaremos o Actos dos Apóstolos 2,42 que é a essencia do cristianismo. A relação dinâmica entre o amor e a adesão a Cristo fazem do gesto de ajuda, expresso na esmola, uma partilha fraterna e não uma esmola humilhante.
Quaresma é tempo de dar esmola e esta nos ajuda a vencer a incessante tentação, educando-nos para ir ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos. Tal é a finalidade das coletas especiais para os pobres, que são promovidas em muitas partes do mundo durante a Quaresma. Desta forma, a purificação interior é confirmada por um gesto de comunhão eclesial, como acontecia já na Igreja primitiva.
Hoje, a oração, o jejum e a esmola não perderam atualidade e continuam a ser propostos como instrumentos de conversão. A estes meios clássicos podemos acrescentar outros em ordem a melhorar a relação com Deus, conosco próprios e com os outros.
E o maior dentre eles é o amor. O amor é criativo e encontra formas sempre novas de viver a fraternidade. Permite-nos que contribuamos para a sinceridade do coração e a coerência das atitudes no caminho da paz. Faz-nos evitar a crítica maldizente, os preconceitos e os juízos acerca dos outros, favorece a autenticidade da vida cristã. E tem como obstáculos a vencer o egoísmo e orgulho, que impedem a generosidade do coração.
Estmos hoje diante de um convite veemente: CONVERTEI-VOS E ACREDITAI NO EVANGELHO. O Evangelho é o próprio Cristo. Que nos convida à conversão interior, à mudança de mentalidade para acolher o Reino de Deus e para anunciar a Boa notícia.
Homilia - Pe Bantu
Com a celebração das cinzas damos início ao grande e forte tempo de oração, penitência e Jejum que se pode também traduzir por tempo de partilha. É o tempo de conversão do coração humano ante as necessidades dos outros.
Como o próprio nome no-lo diz, são quarenta dias de penitência que nos preparam para a celebração da vitória final da graça sobre o pecado e da vida sobre a morte. Durante estes dias a nossa oração se torna mais intensa e a penitência mais acentuada. É um tempo de retorno a Deus, de conversão e de abertura aos outros.
A imposição das cinzas nos recorda que nossa vida na terra é passageira, que algum dia vamos morrer e que o nosso corpo vai se converter em pó e que a vida definitiva se encontra no céu. Ensina-nos ainda que os céus e a terra hão de passar um dia. Em troca, todo o bem que tenhamos em nossa vida nós o vamos levar à eternidade. Ao final da nossa vida, só levaremos aquilo que tenhamos feito por Deus e por nossos irmãos.
As cinzas é um sacramental, que não nos tira os pecados, mas nos relembra a nossa condição de miseráveis, de frágeis e pecadores. E assim, reconhecendo a nossa situação recorremos ao Sacramento da Reconciliação. É um sinal de arrependimento, de penitência, mas, sobretudo de conversão. Com esta celebração damos início a nossa caminhada com Cristo do jardim das oliveiras até ao triunfo na manhã do primeiro dia da semana que é o Domingo da Ressurreição.
Quaresma é deveras o tempo de reflexão em nossa vida, de entender aonde vamos, de analisar como está nosso comportamento com nossa família: o marido, a esposa, os filhos, os pais e todos os que nos rodeiam.
O Evangelho de hoje nos oferece uma ajuda e nos faz entender como praticar as “três obras de penitência”: oração, esmola e jejum e como utilizar bem o tempo da Quaresma. Jesus fala das três obras de piedade dos judeus: a esmola, o jejum e a oração; e faz uma crítica pelo fato de que eles as praticam para serem vistos pelos outros.
O segredo para o efeito é a atenção para que não sejamos como os farizeus hipócritas: «Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus» (Mt 6, 1).
Para Jesus é preciso criar uma nova relação com Deus e ao mesmo tempo nos oferece um caminho de acesso ao coração de Deus. Para ele, justiça consiste em conseguir o lugar onde Deus nos quer. O caminho para chegar ali está expresso na Lei de Deus. «Se a vossa justiça não superar a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus».
Dizia anteriormente que este é o tempo de oração, que se caracteriza por uma relação de aliança entre Deus e o homem em Cristo. Este encontro com Cristo não se exprime apenas em pedidos de ajuda, mas também em louvor, ação de graças, escuta e contemplação. Rezar é confiar no Senhor que nos ama e corresponder ao seu amor incondicionado. Por sua vez, a oração penitencial privilegia o agradecimento da misericórdia de Deus e prepara o coração para o perdão e para a reconciliação.
É tempo da prática do jejum. O jejum tem certamente uma dimensão física, como a privação voluntária de alimentos. O que jejuamos deve ser partilhado ou seja entregue aos nossos irmãos que passam fome. É e sobretudo a privação do pecado. O jejum é sinal do combate contra o espírito do mal. O modelo deste combate é Cristo, que foi tentado muitas vezes ao sucesso, ao domínio e à riqueza. No entanto, a sua vitória sobre todo o mal que oprime o homem inaugurou um tempo novo, um reino de justiça, de verdade, de paz, de amor e de partilha.
A experiência do jejum exterior e interior favorece a opção pelo essencial. No nosso tempo, o jejum tornou-se uma prática habitual. Alguns jejuam por razões dietéticas e estéticas. O jejum cristão não tem uma dimensão dietética ou estética como é prática nos nossos dias. Mas sim uma referência Cristológica e solidária com os nossos irmãos e irmãos excluídos da sociedade por causa de divérsas condições: raciais, religião, cor, tribo, língua etc. Como Cristo e com Cristo jejuamos para sermos mais solidários e abertos ao outro e aos outros. Sob várias formas podemos jejuar, como por exemplo, o jejum midiático da televisão, da internet, do celular, da língua etc. para redescobrir a beleza do diálogo em família, da partilha de interesses, do encontro e da comunhão com os irmãos e irmãs.
Quando como cristãos vivemos bem o jejum, cria-se em nós nos convertemos em seres solidários, seres que partilham tudo entre todos. Niguém chamará seu ao que possui. Por outras palavras reatualizaremos o Actos dos Apóstolos 2,42 que é a essencia do cristianismo. A relação dinâmica entre o amor e a adesão a Cristo fazem do gesto de ajuda, expresso na esmola, uma partilha fraterna e não uma esmola humilhante.
Quaresma é tempo de dar esmola e esta nos ajuda a vencer a incessante tentação, educando-nos para ir ao encontro das necessidades do próximo e partilhar com os outros aquilo que, por bondade divina, possuímos. Tal é a finalidade das coletas especiais para os pobres, que são promovidas em muitas partes do mundo durante a Quaresma. Desta forma, a purificação interior é confirmada por um gesto de comunhão eclesial, como acontecia já na Igreja primitiva.
Hoje, a oração, o jejum e a esmola não perderam atualidade e continuam a ser propostos como instrumentos de conversão. A estes meios clássicos podemos acrescentar outros em ordem a melhorar a relação com Deus, conosco próprios e com os outros.
E o maior dentre eles é o amor. O amor é criativo e encontra formas sempre novas de viver a fraternidade. Permite-nos que contribuamos para a sinceridade do coração e a coerência das atitudes no caminho da paz. Faz-nos evitar a crítica maldizente, os preconceitos e os juízos acerca dos outros, favorece a autenticidade da vida cristã. E tem como obstáculos a vencer o egoísmo e orgulho, que impedem a generosidade do coração.
Estmos hoje diante de um convite veemente: CONVERTEI-VOS E ACREDITAI NO EVANGELHO. O Evangelho é o próprio Cristo. Que nos convida à conversão interior, à mudança de mentalidade para acolher o Reino de Deus e para anunciar a Boa notícia.
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