"Satanás
é quem quer a morte e a guerra", diz o exorcista. Para o padre, vigília
convocada pelo Papa Francisco neste sábado "incomodará o diabo".
O famoso exorcista da diocese de Roma, o padre Gabriele Amorth, afirmou esta semana que "estes que querem a guerra na Síria são instrumentos do diabo".
As declarações do sacerdote foram feitas à emissora italiana Tgcom24.
"O Senhor é um Deus de paz, quer a paz, quer o amor entre os homens,
quer a solidariedade e a ajuda, de modo que o rico ajude o pobre. E
Satanás é quem quer a morte e a guerra", disse.
Padre Amorth aplaudiu a iniciativa do Papa Francisco de convocar uma
vigília de oração pela paz no Oriente Médio. Ele assegurou que, sem
dúvida, "incomodará o diabo". "O Papa tem o objetivo de
influir. De que modo? Como um Papa, orando pela ajuda de Deus, este é o
modo de atuar dos cristãos. Não com bombas para rebater outras bombas,
mas com a oração para rebater as bombas."
As palavras do sacerdote italiano são de repúdio à intervenção
militar estrangeira na Síria, após um ataque que matou centenas de
pessoas no país. Para o padre Gabriele Amorth, a ingerência das
potências mundiais na Síria não afastaria a ameaça do uso indevido de
armas químicas. "Tenho presente a frase que disse o Papa Pio XII para
evitar a segunda guerra mundial: ‘Tudo está perdido com a guerra, tudo
se pode salvar com a paz’. Todos os sistemas violentos deveriam ser
condenados", concluiu.
Neste sábado, véspera da natividade de Nossa Senhora, todo o mundo se
coloca de joelhos diante do Imaculado Coração de Maria para pedir a
paz, para implorar a Deus que os homens recordem as tristes lições do
último século e ponham termo a guerras injustas.
De fato, o Catecismo da Igreja Católica lembra que "a paz não é
somente ausência de guerra e não se limita a garantir o equilíbrio das
forças adversas". É importante recordar este ensinamento moral católico,
especialmente quando muitos tendem a confundir a defesa da paz com um
malfadado pacifismo. Este tem por essência não a paz de Cristo (cf. Jo
14, 27), obra da justiça (cf. Is 32, 17), mas uma caricatura dela, fruto
seja da inércia dos que negam a existência do mal, seja da covardia dos
que a reconhecem, porém não desejam combatê-la.
Como dizia o bem-aventurado João XXIII, a paz da qual fala a Igreja:
"não é paz completamente tranquila, de todo serena. É paz operosa, não ociosa nem inerte. Sobretudo é paz militante contra todo o erro, mesmo que dissimulado sob aparências de verdade, contra o atrativo e seduções do vício, e contra toda a espécie de inimigos da alma, que procuram enfraquecer, manchar e arruinar os bons costumes ou a nossa fé católica; e também contra os ódios, rivalidades, dissídios que a podem quebrar ou lacerar. Por isso, o Divino Redentor nos deu e recomendou a sua paz."01
Para o cristão, a verdadeira paz é fruto de uma guerra, de um combate
pesado, para o qual ele deve tomar "a armadura de Deus", cingir-se com a
verdade, vestir-se "com a couraça da justiça" e, sobretudo, embraçar "o
escudo da fé" (cf. Ef 6, 13s).
Esta guerra, porém, diz São Paulo, "não é contra homens de carne e
sangue (...), mas contra os principados e potestades, contra os
príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal
(espalhadas) nos ares" (Ef 6, 12). Mais que pedir o fim da guerra e o
cessar das armas, urge que se rejeitem as propostas malignas do príncipe
deste mundo, o diabo, e que se convertam os propósitos dos corações das
pessoas. Afinal, não existe uma arma que mate sem que haja, antes, o
pecado da cólera e do ódio ao próximo.
Mesmo que a situação soe como irreversível e as negociações, a este
ponto, pareçam frustradas, unamos nossa oração ao pedido de paz
oferecido pelo Santo Padre, a fim de que se afigure neste mundo pelo
menos uma sombra daquele glorioso dia em que "uma nação não levantará a espada contra outra, e não se arrastarão mais para a guerra" (Is 2, 4).Por Equipe Christo Nihil Praeponere -ACI
Nenhum comentário:
Postar um comentário