A simplicidade dos carros – acompanhada pela simplicidade de vida – impedirá que os ministros da Igreja se acomodem em seus templos ou lares
No dia 6 de julho, pouco antes de iniciar sua viagem ao Brasil, o Papa Francisco
se entreteve com um grupo de aproximadamente 6.000 candidatos à vida
religiosa e ao sacerdócio, que haviam chegado de toda a Itália. Em dado
momento, ele confessou que «não se sente bem quando vê padres e
religiosos em carros “último modelo”. Não pode ser! O carro é
necessário, mas que seja simples! Pensemos em quantas crianças morrem de
fome! Num mundo em que as riquezas causam tanto dano, temos que ser
coerentes. O dinheiro não pode ser a primeira preocupação da paróquia».
O “carro dos padres”, porém, é apenas a “ponta do iceberg” da grande reforma que o Papa deseja ver abraçada, primeiramente pelos eclesiásticos e, em seguida, por todos os cristãos que almejam um futuro melhor para a Igreja e a sociedade. Para ele, o apego aos bens materiais impede o encontro íntimo e profundo com Deus, transforma a Igreja numa empresa e corrompe o coração humano, fazendo-o insensível às necessidades e aos sofrimentos dos irmãos. Quando não partilhados, os bens escravizam a quem os detém. Seu lugar deve ser ocupado pela única riqueza que alimenta a esperança da humanidade: a solidariedade.
Foi o que disse no Rio de Janeiro, na visita que fez, no dia 24 de julho, ao Hospital São Francisco de Assis: «Quis Deus que meus passos, depois do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, se dirigissem para o santuário do sofrimento humano, que é o Hospital São Francisco de Assis. É bem conhecida a conversão do santo patrono de vocês: o jovem Francisco abandona riquezas e comodidades para fazer-se pobre entre os pobres. Entende que não são as coisas, o ter, os ídolos do mundo, a verdadeira riqueza; não são eles que dão a verdadeira alegria, mas, sim, seguir a Cristo e servir os irmãos».
No dia seguinte, no encontro que manteve com a Comunidade da Varginha, o Papa acrescentou que a conversão e a identidade do cristão se realizam plenamente na atividade por uma sociedade justa e fraterna: «Ninguém pode ficar insensível diante das desigualdades que subsistem no mundo! Não é a cultura do egoísmo e do individualismo que constrói e conduz a um mundo mais habitável, mas a cultura da solidariedade, que faz ver no outro não um concorrente ou um número, mas um irmão.
Nenhum esforço de pacificação será duradouro nem haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, marginaliza e abandona na periferia a parte de si mesma. Uma sociedade que assim age, empobrece a si própria e perde algo de essencial de si mesma. Só quando somos capazes de partilhar é que nos enriquecemos: tudo aquilo que se partilha, se multiplica! A medida da grandeza de uma sociedade é demonstrada pela maneira como trata a quem não tem outra coisa senão a sua pobreza!».
Por fim, no dia 27, ao discursar para bispos, sacerdotes, religiosos e seminaristas reunidos na catedral metropolitana, Francisco lhes indicou o caminho para a grande obra de renovação eclesial e social por ele almejada: «Em muitos ambientes, ganhou espaço a cultura da exclusão e do descartável. Não há mais lugar para o idoso e para o filho indesejado. Não há mais tempo para se deter com o pobre caído à margem da estrada. As relações humanas parecem regidas por dois dogmas: a eficiência e o pragmatismo. Tenhamos coragem de ir contracorrente! Não renunciemos a este dom de Deus, que é sermos a única família dos seus filhos. O que torna a nossa civilização verdadeiramente humana é o encontro, a acolhida, a solidariedade, a fraternidade. Coloquemo-nos a serviço da cultura da comunhão e do encontro!».
A simplicidade dos carros – acompanhada pela simplicidade de vida – impedirá que os ministros da Igreja se acomodem em seus templos ou lares, como meros prestadores de serviços religiosos. A comunhão e o encontro obrigam a sair, disse Francisco: «Não podemos nos enclausurar em nossas comunidades ou instituições, quando há tanta gente esperando o evangelho! Não se trata somente de abrir a porta para acolher, mas de sair para procurar e encontrar. Com coragem, pensemos a pastoral a partir da periferia, a partir de quem está afastado e não frequenta a paróquia. Ele também é convidado à mesa do Senhor!».
O “carro dos padres”, porém, é apenas a “ponta do iceberg” da grande reforma que o Papa deseja ver abraçada, primeiramente pelos eclesiásticos e, em seguida, por todos os cristãos que almejam um futuro melhor para a Igreja e a sociedade. Para ele, o apego aos bens materiais impede o encontro íntimo e profundo com Deus, transforma a Igreja numa empresa e corrompe o coração humano, fazendo-o insensível às necessidades e aos sofrimentos dos irmãos. Quando não partilhados, os bens escravizam a quem os detém. Seu lugar deve ser ocupado pela única riqueza que alimenta a esperança da humanidade: a solidariedade.
Foi o que disse no Rio de Janeiro, na visita que fez, no dia 24 de julho, ao Hospital São Francisco de Assis: «Quis Deus que meus passos, depois do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, se dirigissem para o santuário do sofrimento humano, que é o Hospital São Francisco de Assis. É bem conhecida a conversão do santo patrono de vocês: o jovem Francisco abandona riquezas e comodidades para fazer-se pobre entre os pobres. Entende que não são as coisas, o ter, os ídolos do mundo, a verdadeira riqueza; não são eles que dão a verdadeira alegria, mas, sim, seguir a Cristo e servir os irmãos».
No dia seguinte, no encontro que manteve com a Comunidade da Varginha, o Papa acrescentou que a conversão e a identidade do cristão se realizam plenamente na atividade por uma sociedade justa e fraterna: «Ninguém pode ficar insensível diante das desigualdades que subsistem no mundo! Não é a cultura do egoísmo e do individualismo que constrói e conduz a um mundo mais habitável, mas a cultura da solidariedade, que faz ver no outro não um concorrente ou um número, mas um irmão.
Nenhum esforço de pacificação será duradouro nem haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, marginaliza e abandona na periferia a parte de si mesma. Uma sociedade que assim age, empobrece a si própria e perde algo de essencial de si mesma. Só quando somos capazes de partilhar é que nos enriquecemos: tudo aquilo que se partilha, se multiplica! A medida da grandeza de uma sociedade é demonstrada pela maneira como trata a quem não tem outra coisa senão a sua pobreza!».
Por fim, no dia 27, ao discursar para bispos, sacerdotes, religiosos e seminaristas reunidos na catedral metropolitana, Francisco lhes indicou o caminho para a grande obra de renovação eclesial e social por ele almejada: «Em muitos ambientes, ganhou espaço a cultura da exclusão e do descartável. Não há mais lugar para o idoso e para o filho indesejado. Não há mais tempo para se deter com o pobre caído à margem da estrada. As relações humanas parecem regidas por dois dogmas: a eficiência e o pragmatismo. Tenhamos coragem de ir contracorrente! Não renunciemos a este dom de Deus, que é sermos a única família dos seus filhos. O que torna a nossa civilização verdadeiramente humana é o encontro, a acolhida, a solidariedade, a fraternidade. Coloquemo-nos a serviço da cultura da comunhão e do encontro!».
A simplicidade dos carros – acompanhada pela simplicidade de vida – impedirá que os ministros da Igreja se acomodem em seus templos ou lares, como meros prestadores de serviços religiosos. A comunhão e o encontro obrigam a sair, disse Francisco: «Não podemos nos enclausurar em nossas comunidades ou instituições, quando há tanta gente esperando o evangelho! Não se trata somente de abrir a porta para acolher, mas de sair para procurar e encontrar. Com coragem, pensemos a pastoral a partir da periferia, a partir de quem está afastado e não frequenta a paróquia. Ele também é convidado à mesa do Senhor!».
Nenhum comentário:
Postar um comentário