Chegamos à Semana Santa! Devemos mergulhar na profundidade das
celebrações e vivê-las de maneira intensa, em intimidade com Deus.
Nesta semana, vamos mergulhar nas Palavras de Jesus na cruz.
Vamos meditar assim:
• Domingo – Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem!
• Segunda-feira – Ainda hoje estarás comigo no paraíso.
• Terça-feira – Eis aí tua mãe!
• Quarta-feira – Meu Deus, porque me abandonastes?
• Quinta-feira – Tenho sede!
• Sexta-feira – Tudo esta consumado! Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito.
• Sábado – Liturgia das horas.
• Domingo – Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem!
• Segunda-feira – Ainda hoje estarás comigo no paraíso.
• Terça-feira – Eis aí tua mãe!
• Quarta-feira – Meu Deus, porque me abandonastes?
• Quinta-feira – Tenho sede!
• Sexta-feira – Tudo esta consumado! Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito.
• Sábado – Liturgia das horas.
Lucimar Maziero
Coord. Comissão Nacional de Formação
Domingo de Ramos
“Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem!”
A leitura de hoje está em Lucas 23, 34.
Jesus Cristo tendo anunciado e vivido o
amor, sendo nosso Salvador, dando-nos exemplo de obediência, “foi
obediente até a morte e morte de cruz”. Conhecendo cada acontecimento de
nossa história, sem nunca deixar de nos amar, dá-nos um grande
ensinamento na cruz ao dizer: “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o
que fazem!
Com isso, mostra-nos, que naquele momento, Ele perdoava a cada um de nós e cada um de nossos pecados.
Queridos, hoje, Jesus quer nos recordar
que na cruz Ele já nos concedeu o perdão. Esta fala muda a rota de nossa
vida, nela esta contida o poder de Jesus que perdoa todo nosso pecado.
Jesus nos dá o grande ensinamento de “perdoar”, e o perdão é a receita
que vai consertar toda nossa vida, todo o mundo. Quando há perdão, há
amor. Se há algum tipo de guerra que você precisa vencer, saiba que toda
batalha vencemos com a poderosa arma do perdão.
Nesta fala de Jesus podemos aprender dois
grandes ensinamentos: um é dar o perdão e o outro é receber o perdão.
Sabemos que por nossas próprias forças é muito difícil perdoar, então,
precisamos clamar a graça de Deus.
Hoje te convido a olhar para Cristo
crucificado e de olhos fixos Nele e contemplando-O peçamos a graça para
também perdoar aos que nos ofenderam. Vamos permitir que a imagem de
Cristo Crucificado lave nosso coração de toda raiva, de todo ódio, de
toda dificuldade de perdoar os que nos ofenderam e de dar o nosso
perdão.
Vamos permitir que a ação da graça de
Deus, lave toda ira do nosso coração, limpe toda sujeira que a mágoa e o
ressentimento causaram em nossa vida, visto que pela graça, perdoamos e
o perdão é remédio que cura e liberta.
Segunda-Feira Santa
“Ainda hoje estarás comigo no paraíso!”
A leitura de hoje está em Lucas 23, 32-43.
Vamos pensar um pouco na atitude dos dois ladrões: um blasfema, murmura e o outro pede para estar no paraíso.
Aqui percebemos que diante de Jesus o ser
humano ou aceita-O e conquista a vida eterna, ou renega-O e morre na
angústia. Entre os dois homens crucificados está Jesus. Diante dessas
três cruzes, vemos três atitudes diferentes, um nega e morre, o outro
recebe-O e morrendo ganha a vida eterna, e Jesus morrendo nos dá a
salvação. Perceba que Jesus salva a todos.
Percebemos, também, que o sofrimento dói em todos. A diferença está em como assumimos o sofrimento.
Hoje vamos mais uma vez contemplar Cristo
Crucificado. Olhamos para o Calvário, onde a cruz de Jesus se encontra
no meio de outras duas cruzes. São dois ladrões que estão ao seu lado.
Pelo relato do Evangelho, certamente aqueles homens já sabiam da
existência de Jesus. Naquele momento os três sofrem a crucificação, mas
com certeza a presença de Jesus, que como “cordeiro foi ao matadouro sem
abrir a boca”, convence o ladrão que ficou por nós conhecido como “bom
ladrão”. Ele acredita que aquele homem que está no meio crucificado é
Jesus Cristo, o Senhor, e deseja estar com Ele no paraíso.
Contemplando a cena do calvário, vamos
diante de nossos sofrimentos, deixar que Jesus nos garanta o Reino do
Céu. Vamos rezar desejando que o Senhor nos conduza ao céu, rezar
desejosos de conquistar as coisas do céu, de praticar já aqui na terra o
que faz parte do tesouro do céu. Oramos hoje, desejando ser acolhidos
sempre no coração misericordioso de Jesus, sendo alimentados pela
misericórdia, recebendo a força que nos ajudará a carregar a cruz.
Terça-Feira Santa
“Eis aí tua mãe!”
A leitura de hoje está em João 19, 25-27.
Vamos realizar esta leitura e nos colocar
nesta cena do Calvário. Não há como imaginar, ou medir o tamanho deste
sofrimento: o filho que ama vê sua mãe ao pé da cruz, a mãe que ama vê
seu filho único pregado na cruz.
Se tentarmos passar pelo olhar de Maria e
Jesus que se cruzam, vamos ver uma dor recíproca. Dor que não é
demonstrada pelo desespero, pela revolta ou por gritos. Percebemos uma
dor que se expressa na plenitude do amor.
Mais uma vez Jesus age com amor, e por
amor entrega sua mãe a João. Neste relato, a figura de João representa
cada um de nós, portanto, Jesus no calvário nos deu Maria para levarmos
para casa.
A atitude de amor não só para João, não só para Maria, mas para todos nós. Somos cuidados por Maria, ela vai conosco para casa.
Hoje, vamos contemplar este momento, no
qual recebemos Maria como nossa mãe, para ficar conosco. Lembre-se de
todas as vezes que diante dos sofrimentos, calvário e cruz, Maria se fez
presente. Como ela estava no calvário: em pé, forte.
Agora vamos acolher Maria diante do
calvário de sofrimentos que passamos, porque ela é nossa mãe. Não só
vamos acolhê-la, como seremos acolhidos por ela. O mais forte é saber:
que ela nos é dada pelo seu filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Que a docilidade, a ternura, mas também a
força de Maria, demonstrada quando dizemos “quem é esta que avança como
aurora, terrível como exército em ordem de batalha”, avance em nossa
vida, dando-nos sua benção materna; e colocando em ordem toda nossa
vida.
Quarta-Feira Santa
“Meu Deus, meu Deus porque me abandonaste?”
A leitura de hoje está em Marcos 15, 34-35.
Quantos de nós, no momento de sofrimento,
também já repetimos estas palavras? Porém, talvez repetíssemos numa
dimensão diferente da de Jesus.
Na fala de Jesus não havia revolta, não havia desespero, não havia falta de fé, de esperança.
Hoje, olhando para cruz e contemplando esta fala de Jesus, permitamos que ao olhar para Jesus, que Ele nos console.
Lembre-se, que esta fala, nos mostra o
quanto Jesus sofreu para nos salvar, para nos dar a redenção. Este
sofrimento não deve ser visto por nós, como sofrimento de um condenado,
mas sim como de nosso Salvador.
Vamos tomar como base para nossa oração o
Salmo 21. Vamos ler, meditar, contemplar e orar com ele. Que este Salmo
enriqueça nossa oração e nos una a Jesus neste momento de dor.
Quinta-Feira Santa
“Tenho sede!”
A leitura de hoje está em João 19, 28.
Hoje meditamos na quinta frase de Jesus na cruz, mas junto a estas palavras não podemos deixar de viver “a Quinta-Feira Santa”.
Vamos refletir em três situações:
a) Quinta frase de Jesus: “Tenho sede!”
Nas palavras de Jesus vemos a mais profunda dor de seu corpo, a “sede”. Ao mesmo tempo o mais profundo desejo de salvar a humanidade. Vamos contemplar este momento da cruz onde na mais profunda angústia Jesus fala: “tenho sede”.
b) Ceia do Senhor:
Somos convidados a participar da celebração da Ceia do Senhor, depois de termos percorrido os dias da Quaresma, unidos pela Palavra de Deus, somos movidos pelo Espírito Santo a viver de maneira intensa esta celebração, onde é instituída a Eucaristia e também o sacerdócio.
c) Vigília de adoração ao Santíssimo Sacramento:
Sabemos que após a celebração da Ceia do Senhor, inicia-se a adoração ao Santíssimo. Na maioria das paróquias acontece adoração durante toda noite, intercalando os diversos movimentos de hora em hora. Façamos, também, nosso momento de adoração ao Senhor Jesus. Unindo nossa vida a vida Dele.
Sexta-Feira Santa
“Tudo está consumado!”
“Pai, nas tuas mãos eu entrego o meu Espírito”.
A leitura de hoje está em João 19, 30 e em Lucas 23, 46.
Hoje é Sexta-Feira Santa, dia que a
Igreja pede Jejum e abstinência de carne. Ao participarmos desta
celebração nos deparamos com três momentos: a liturgia da Palavra, a
adoração da Cruz e o rito da Comunhão.
Junto a esta celebração, vamos mergulhar
em duas falas de Jesus. Ele cumpre plenamente a vontade do Pai.
Entrega-se por inteiro para nossa salvação. Ele é o Senhor! Ele é o
Salvador!
Hoje, a Igreja nos convida a adoração da
Cruz, vamos participar desta celebração e vivenciar este momento com o
mais sincero desejo de abraçar a Cruz.
Convido-o a uma leitura tirada de São
Tomás de Aquino: “que necessidade havia para que o Filho de Deus
sofresse por nós? Uma necessidade grande e por assim dizer, dupla: para
ser remédio contra o pecado e para ser exemplo do que devemos praticar”.
Foi em primeiro lugar um remédio, porque
na paixão de Cristo encontramos remédio contra todos os males que nos
sobrevêm por causa de nossos pecados.
Mas não é menor a utilidade em relação ao
exemplo. Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente para orientar
inteiramente nossa vida. Quem quiser viver na perfeição, nada mais tem a
fazer do que desprezar aquilo que Cristo desprezou na cruz e desejar o
que Ele desejou. Na cruz, pois, não falta nenhum exemplo de virtude.
Se procuras um exemplo de caridade:
“ninguém tem amor maior do que Aquele que dá a vida pelos amigos (Jo15,
13). Assim fez Cristo na cruz. E se Ele deu sua vida por nós, não
devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos que sofrer por causa
Dele.
Se procuras um exemplo de paciência,
encontras na cruz o mais excelente! Podemos reconhecer grande paciência
em determinadas circunstâncias: quando alguém suporta com serenidade
grandes sofrimentos ou quando pode evitar os sofrimentos e não o evita.
“Ora, Cristo suportou na cruz grandes sofrimentos, e com grande
serenidade, porque atormentado, não ameaçava”, (I Pe 2, 23); “foi levado
como ovelha ao matadouro” (Is 53, 7).
É grande, portanto, a paciência de Cristo
na cruz. Corramos com paciência ao combate que nos é proposto, com os
olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra de fé. Em
vista da alegria que lhe foi proposta suportou a cruz, não se importando
com a infâmia (Hb 12, 1-12).
Se procuras um exemplo de humildade, contempla O crucificado: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morreu.
Se procuras um exemplo de obediência,
segue Aquele que se fez obediente ao Pai até a morte: como pela
desobediência de um só homem, isto é de Adão, a humanidade toda foi
estabelecida, numa condição de pecado, assim também pela obediência de
Um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça (Rm 5,
19).
Se procuras um exemplo de desprezo pelas
coisas da Terra, segue Aquele que é Rei dos Reis e Senhor dos senhores,
no qual estão encerrados todos os tesouros da sabedoria e da ciência, e
que na cruz está despojado de suas vestes, escarnecido, cuspido,
espancado, coroado de espinho e, por fim, tendo vinagre e fel como
bebida para matar a sede.
“Não te preocupes com as vestes e
riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes” (Jo 19, 24);
(...) “nem com honras, porque fui ultrajado e flagelado; nem com a
dignidade, porque tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em minha
cabeça” (Mc 15, 17); (...)“nem com os prazeres, porque em minha sede
oferecem-me vinagre” (Sl 68, 22).
Sábado Santo
Neste dia, vamos refletir na leitura do
Sábado Santo da Liturgia das Horas. Reflexão tirada de uma antiga
Homilia no grande Sábado Santo:
Que está acontecendo hoje? Um grande
silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão.
Um grande silêncio porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e
ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que
dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos
mortos.
Ele vai antes de tudo à procura de Adão,
nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que
estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão
ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos.
O Senhor entrou onde eles estavam,
levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso
primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e
cheio de admiração: “O meu Senhor esta no meio de nós”. E Cristo
respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse:
“Acorda tu que dormes, levanta-te dente os mortos, e Cristo te
iluminará. Eu sou teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por
ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo meu poder,
ordeno aos que estavam na prisão: Saí!” E aos que jaziam nas trevas:
“Vinde para luz!”; e aos entorpecidos: “Levantai-vos!”
“Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes,
porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te
dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas
mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha
semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma
só e indivisível pessoa.
Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu
filho. Por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu,
que habito no mais alto do céu, desci à terra e fui até mesmo sepultado
debaixo da terra. Por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio,
abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao
sair de um jardim, fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.
Vê em meu rosto os escarros que por ti
recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê na minha face as
bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, tua beleza
corrompida.
Vê em minhas costas as marcas dos açoites
que suportei por ti para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê
minhas mãos fortemente pregadas à arvore da cruz, por causa de ti, como
outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso.
Adormeci na cruz e por tua causa a lança
penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no Paraíso.
Meu lado curou a dor de teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da
morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida por ti.
Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te
expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso,
mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da
vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí
anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem
como Deus, embora não sejas Deus.
Está preparado o trono dos querubins,
prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado
o banquete, a mansão e os tabernáculos eternos adornados, abertos os
tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde
toda a eternidade.”
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