segunda-feira, 18 de março de 2013

PARADOXO OU SABEDORIA DE DEUS.




O mundo parou esses dias diante de dois grandes acontecimentos: primeiro, a incomum renúncia de um Papa e, em seguida, a expectativa do brado "Habemus Papam".

Duas surpresas unidas por uma mesma virtude, a mãe das virtudes, a humildade. Dois homens pobres, a ponto de um deles reconhecer seus limites e, como ele mesmo disse, sem o vigor necessário para esse tempo, se recolher em oração. O outro, na certeza de que Deus não escolhe os melhores, os mais fortes, mas os pobres, os bem aventurados que herdarão o Reino dos Céus, se apresenta em oração, pede oração a seu povo. 

Nesta quarta feira, 13, o mundo ouviu o tão esperado Habemus Papam e, atônito com a resposta de Deus, se calou diante de tamanha contradição. Muitos esperavam um revolucionário, um economista ou mesmo um jovem, talvez um João XXIV, Paulo VII ou ainda um João Paulo III. O que Deus, em sua sabedoria, nos deu? Um Francisco. 
Paradoxal?
Não, ou talvez!
Sabedoria de Deus, certamente!
Que Sabedoria! Que surpresa! Que coragem!
Seu nome: Francisco. Papa Francisco.
Deus escolheu Francisco, porque é disso que precisamos.

Sob a intercessão de seu co-fundador, Francisco Xavier [1], pobre, casto e muito obediente, como um bom jesuíta; incansável no anúncio do Evangelho até os confins do mundo sendo, depois de São Paulo, o maior evangelizador dos povos, padroeiro das missões. É dos confins do mundo de hoje, que o Espírito que sopra onde quer[2], te traz e te envia à humanidade.
Deus em seus desígnios nos deu um novo Francisco. Uma resposta a esse tempo, não a resposta que o mundo especulou, mas como nos lembra São Paulo ao romanos, uma resposta ao mundo que espera, gemendo e chorando a manifestação dos filhos de Deus[3]. Ao mundo que espera e Aquele que nos pede para esperar não nos decepciona[4].

Um homem como Francisco de Assis, grato, pobre e violento de coração. Capaz de surpreender a todos com seus primeiros gestos. A gratidão a Deus e a Bento XVI. Gratidão, linguagem das almas esposas. A pobreza ao assumir que só pela força do Alto poderá exercer tal missão e por isso, certamente, suplicou que todos rezassem por ele, antes mesmo de iniciar sua missão com a primeira benção papal. E a violência de coração que se fará necessária para levar ao mundo indiferente a Cristo, a mensagem de que o amor precisa ser amado e só assim encontra-se a felicidade.

Dois Papas vivos para nos ensinar a complementaridade entre a primazia de Deus e o anúncio do Seu Evangelho.
Como o Papa Bento XVI e unidos a Teresa D’Avila, queremos renovar o nosso chamado a uma vida contemplativa, parada com Deus aos moldes da Vocação Shalom. Na certeza de que: SÓ DEUS BASTA. Escolhendo sempre Deus, acima de suas obras.

Com o Papa Francisco e unidos a Francisco de Assis, queremos gritar ao mundo, aos confins do mundo, onde o Senhor nos quiser enviar: O AMOR NÃO É AMADO. E responder ao apelo do Senhor: Francisco reconstrói a minha Igreja.
Realmente, Sabedoria de Deus. Sem dúvida, paradoxal. O que é loucura para os homens para nós cristãos é sabedoria de Deus[5].





[1] Paradoxo?
*Esse grande santo missionário entrou no Céu com quarenta e seis anos, e percorreu grandes distâncias para anunciar o Evangelho, tanto assim que se colocássemos em uma linha suas viagens, daríamos três vezes à volta na Terra. São Francisco Xavier, com dez anos de apostolado, tornou-se merecidamente o Patrono Universal das Missões ao lado de Santa Teresinha do Menino Jesus.
[2] Cf. Jo 3,8
[3] Cf Rm 8,22-24
 
[4]
Cf. Rm 5,5
[5] Cf. I Cor 1,18




por
Enne Karol - Comunidade de Aliança em Natal/RN


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