Primeira Leitura: Isaías 50, 4-9
Leitura do livro do profeta Isaías - 4O Senhor Deus deu-me a língua de um discípulo para que eu saiba reconfortar pela palavra o que está abatido. Cada manhã ele desperta meus ouvidos para que escute como discípulo; 5(o Senhor Deus abriu-me o ouvido) e eu não relutei, não me esquivei. 6Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros. 7Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio: eis por que não me senti desonrado; enrijeci meu rosto como uma pedra, convicto de não ser desapontado. 8Aquele que me fará justiça aí está. Quem ousará atacar-me? Vamos medir-nos! Quem será meu adversário? Que se apresente! 9O Senhor Deus vem em meu auxílio: quem ousaria condenar-me? Cairão em frangalhos como um manto velho; a traça os roerá. - Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial(68)
REFRÃO: Respondei-me pelo vosso imenso amor, neste tempo favorável, Senhor Deus.
1.Por vossa causa é que sofri tantos insultos, e o meu rosto se cobriu de confusão; eu me tornei como um estranho a meus irmãos, como estrangeiro para os filhos de minha mãe. Pois meu zelo e meu amor por vossa casa me devoram com fogo abrasador: e os insultos de infiéis que vos ultrajam recaíram todos eles sobre mim! - R.
2. O insulto me partiu o coração; Eu esperei que alguém, de mim tivesse pena; procurei quem me aliviasse e não achei! Deram-me fel como se fosse um alimento, em minha sede ofereceram-me vinagre! -R.
3. Cantando eu louvarei o vosso nome e agradecido exultarei de alegria! Humildes, vede isto e alegrai-vos: o vosso coração reviverá, se procurardes o Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, e não despreza o clamor de seus cativos.-R.
1.Por vossa causa é que sofri tantos insultos, e o meu rosto se cobriu de confusão; eu me tornei como um estranho a meus irmãos, como estrangeiro para os filhos de minha mãe. Pois meu zelo e meu amor por vossa casa me devoram com fogo abrasador: e os insultos de infiéis que vos ultrajam recaíram todos eles sobre mim! - R.
2. O insulto me partiu o coração; Eu esperei que alguém, de mim tivesse pena; procurei quem me aliviasse e não achei! Deram-me fel como se fosse um alimento, em minha sede ofereceram-me vinagre! -R.
3. Cantando eu louvarei o vosso nome e agradecido exultarei de alegria! Humildes, vede isto e alegrai-vos: o vosso coração reviverá, se procurardes o Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, e não despreza o clamor de seus cativos.-R.
Evangelho: Mateus 26, 14-25
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus - Naquele tempo, 14Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e perguntou-lhes: 15Que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei. Ajustaram com ele trinta moedas de prata. 16E desde aquele instante, procurava uma ocasião favorável para entregar Jesus. 17No
primeiro dia da festa dos ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus
e perguntaram-lhe: Onde queres que preparemos a ceia pascal? 18Respondeu-lhes
Jesus: Ide à cidade, à casa de um tal, e dizei-lhe: O Mestre manda
dizer-te: Meu tempo está próximo. É em tua casa que celebrarei a Páscoa
com meus discípulos. 19Os discípulos fizeram o que Jesus tinha ordenado e prepararam a Páscoa. 20Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos. 21Durante a ceia, disse: Em verdade vos digo: um de vós me há de trair. 22Com profunda aflição, cada um começou a perguntar: Sou eu, Senhor? 23Respondeu ele: Aquele que pôs comigo a mão no prato, esse me trairá. 24O
Filho do Homem vai, como dele está escrito. Mas ai daquele homem por
quem o Filho do Homem é traído! Seria melhor para esse homem que jamais
tivesse nascido! 25Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: Mestre, serei eu? Disse-lhe Jesus: Tu o disseste. - Palavra da salvação.
Homilia - Pe Bantu
Na Quarta-Feira Santa, a Igreja nos propõe meditar o Evangelho de
Jesus segundo Mt 26, 14-25. Essa leitura nos apresenta a traição de
Judas. Ela nos descreve como Judas foi ter com os chefes dos sacerdotes e
se oferece para trair Jesus. Aceita trinta moedas de prata como
recompensa de sua traição. Por apenas trinta moedas de prata, um dos
Doze entrega o Mestre! Por quantas moedas tens tu vendido Jesus? É
chegada a hora das trevas!
Com um simples beijo
Judas planeja vender o seu mestre. Por trinta moedas traça-se o poder
financeiro, material e finito pela vida, dom de Deus. Uma verdadeira
contradição, o dono de tudo é trocado pelo dinheiro. Ontem como hoje a
opção pelo dinheiro e a rejeição da vida tem falado mais alto. Assim
como Judas que passa a servir os poderosos que, para manterem seus
privilégios e suas riquezas, desprezando a vida e promovendo a morte,
nas nossas sociedades de hoje continua, Jesus, nos pobres, nos órfão e
nas viúvas, nos andarilhos, tem teto e excluídos sendo vendido pelas
riquezas passageiras. Digo isso porque a sociedade neoliberal
globalizada tem esta característica, e o grande império deste mundo e
seus aliados fazem à guerra e destroem a vida movidos pela ambição do
dinheiro. Eles produzem uma ideologia e uma cultura de ambição e
violência que passa a ser assimilada por muitos.
Voltemos para o nosso
texto para meditar melhor o conteúdo da Semana Santa. Estamos hoje
diante da agonia de Jesus no Monte das Oliveiras quando, diante do
sofrimento que passaria nas próximas horas, Jesus, numa tristeza mortal,
num gesto humano suplica ao Pai: “Meu Pai, se possível, que este cálice
passe de mim” (Mt 26, 39). Mas imediatamente, como cordeiro que vai
para o matadouro, diz: “Contudo, não seja feito como eu quero, mas como
tu queres” (Mt 26, 39). É a Vítima perfeita que se entrega, é o Cordeiro
Pascal, é aquele que tira o pecado do mundo por amor! O Bom Pastor,
aquele que dá a vida por suas ovelhas!
São
Mateus nos revela hoje o modo como Jesus foi traído por um dos seus
homens de confiança. O evangelho destaca que o gesto estava inserido num
contexto maior do desígnio divino sobre o destino do Messias. Nem por
isso sua responsabilidade foi menor. As palavras terríveis que recaíram
sobre ele não deixam dúvida a este respeito: “Seria melhor que nunca
tivesse nascido!” Só Judas age na contramão da vontade do Mestre, mesmo
que sua decisão, já estivesse no contexto da vontade de Deus.
A atitude cristã, que
devemos ter, é a de corresponder com a graça divina, e não desprezá-la,
traindo o amor de Cristo, como fez Judas. Peçamos ao Senhor que nos
conceda uma fé firme e permanente a ponto de fazermos à diferença neste
mundo cheio de ganância e uma busca constante de privilégios e,
sobretudo, onde parecendo que não ainda o grito de Maquiavel “o fim
justifica os meios” continua ditando normas. Tira-se a vida em troca de
Poder, Prazer e Posse.
Jesus faz do dom de sua
vida entregue, doada livremente por nós, a Nova e eterna Aliança com o
Pai celeste. Afim de que livres do pecado, vivemos agora na liberdade de
filhos e filhas de Deus.
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