quinta-feira, 28 de março de 2013

A MÁXIMA EXPRESSÃO DO AMOR.


Primeira Leitura: Êxodo 12, 1-8.11-14

CEIA DO SENHOR
(branco, glória, prefácio da eucaristia - ofício próprio)

Leitura do livro do Êxodo - Naqueles dias, 1O Senhor disse a Moisés e a Aarão: 2"Este mês será para vós o princípio dos meses: tê-lo-eis como o primeiro mês do ano. 3Dizei a toda a assembléia de Israel: no décimo dia deste mês cada um de vós tome um cordeiro por família, um cordeiro por casa. 4Se a família for pequena demais para um cordeiro, então o tomará em comum com seu vizinho mais próximo, segundo o número das pessoas, calculando-se o que cada um pode comer. 5O animal será sem defeito, macho, de um ano; podereis tomar tanto um cordeiro como um cabrito. 6E o guardareis até o décimo quarto dia deste mês; então toda a assembléia de Israel o imolará no crepúsculo. 7Tomarão do seu sangue e pô-lo-ão sobre as duas ombreiras e sobre a verga da porta das casas em que o comerem. 8Naquela noite comerão a carne assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas. 11Eis a maneira como o comereis: tereis cingidos os vossos rins, vossas sandálias nos pés e vosso cajado na mão. Comê-lo-eis apressadamente: é a Páscoa do Senhor. 12"Naquela noite, passarei através do Egito, e ferirei os primogênitos no Egito, tanto os dos homens como os dos animais, e exercerei minha justiça contra todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor. 13O sangue sobre as casas em que habitais vos servirá de sinal (de proteção): vendo o sangue, passarei adiante, e não sereis atingidos pelo flagelo destruidor, quando eu ferir o Egito. 14Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o com uma festa em honra do Senhor: fareis isso de geração em geração, pois é uma instituição perpétua. - Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial(115)

REFRÃO: O cálice por nós abençoado/ é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

1.
Que poderei retribuir ao Senhor Deus/ por tudo aquilo que ele fez em meu favor?/ Elevo o cálice da minha salvação,/ invocando o nome santo do Senhor. -R.

2. 
É sentida por demais pelo Senhor/ a morte de seus santos, seus amigos./ Eis que sou o vosso servo, ó Senhor,/ mas me quebrastes os grilhões da escravidão! -R.

3.
 Por isso oferto um sacrifício de louvor,/ invocando o nome santo do Senhor./ Vou cumprir minhas promessas ao Senhor/ na presença de seu povo reunido. -R.

Segunda Leitura: 1º Coríntios 11, 23-26


Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios - Irmãos, 23Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão 24e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. 25Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. 26Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha. - Palavra do Senhor.

Evangelho: João 13, 1-15


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João - Naquele tempo, 1Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou. 2Durante a ceia, - quando o demônio já tinha lançado no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de traí-lo -, 3sabendo Jesus que o Pai tudo lhe dera nas mãos, e que saíra de Deus e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, depôs as suas vestes e, pegando duma toalha, cingiu-se com ela.  

5Em seguida, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido. 6Chegou a Simão Pedro. Mas Pedro lhe disse: Senhor, queres lavar-me os pés!... 7Respondeu-lhe Jesus: O que faço não compreendes agora, mas compreendê-lo-ás em breve. 8Disse-lhe Pedro: Jamais me lavarás os pés!... Respondeu-lhe Jesus: Se eu não tos lavar, não terás parte comigo. 9Exclamou então Simão Pedro: Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça. 10Disse-lhe Jesus: Aquele que tomou banho não tem necessidade de lavar-se; está inteiramente puro. Ora, vós estais puros, mas nem todos!... 11Pois sabia quem o havia de trair; por isso, disse: Nem todos estais puros. 12Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes, sentou-se novamente à mesa e perguntou-lhes: Sabeis o que vos fiz? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. 14Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros. 15Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós. - Palavra da salvação.



 Homilia - Pe Bantu
 

Celebrando a “Ceia” com os seus amigos Jesus inaugura a “Nova Páscoa”, isto é, dá um novo sentido para a “Páscoa” que, em seu contexto histórico, era a maior festa do ano para os judeus. Mantendo seu ritual como no AT (Ex 12), Israel celebrava a Páscoa para fazer memória da “antiga libertação do Egito” e atualizar “os benefícios de Deus” para com os seus filhos.

Na carta aos coríntios, Paulo transmite o novo e definitivo sentido da Páscoa. Afirma o apóstolo: “O Senhor, na noite em que era entregue, tomou o pão, dando graças o partiu, e disse: ‘Isto é o meu corpo que se entrega por vós. Fazei isto em memória de mim’” (ICor 11,23-24). No pão repartido Jesus entrega seu corpo aos discípulos. Trata-se de uma doação total. No pão está presente o “Amor em Plenitude”. Este Amor que se doa provoca transformação. Agora não é apenas uma transformação social, mas uma libertação do pecado, resgate para uma vida nova.

Quando repartimos o pão na celebração da eucaristia, devemos sentir o Amor de Jesus que se doa em plenitude. Amor que alimenta e revigora a nossa vida. Amor que nos compromete com os irmãos e irmãs. Amor que nos faz ser fiéis à vontade do Pai.

Jesus pede aos discípulos: “Fazei isto em memória de mim” (ICor 11,24b.25b). O pedido de Jesus aos discípulos estende-se também a todos nós. Portanto, hoje celebramos o Amor presente no pão que se reparte e nos comprometemos em vivê-lo plenamente.

A liturgia da Quinta-feira Santa é um convite a aprofundar concretamente no mistério da Paixão de Cristo, já que quem deseja seguí-lo deve sentar-se à sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite em que iam entregá-lo. E por outro lado, o mesmo Senhor Jesus nos da um testemunho maduro da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que temos todos os fiéis quando decide lavar os pés dos seus discípulos.

A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor na qual Jesus, um dia como hoje, na véspera da Sua paixão, “enquanto ceiava com seus discípulos tomou pão…” . Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos nos reuníssemos e nos recordássemos d’Ele abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em memória de mim” .

Assim podemos afirmar que a Eucaristia é o memorial não tanto da Última Ceia, e sim da Morte Paixão e Ressurreição de Jesus Cristo nosso Senhor! Poderíamos dizer que a alegria é por nós e a dor por Ele. Entretanto predomina o gozo porque no amor nunca podemos falar estritamente de tristeza, porque aquele que dá e se entrega con amor e por amor, o faz com alegria e para dar alegria.

Hoje inicia a festa da “crise pascoal”, isto é, da luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte, mas sim combatida por ela. A noite do sábado de Glória é o canto à vitória, porém tingida de sangue, e hoje é o hino à luta, mas de quem vence, porque sua arma é o amor em plenitude do Deus Todo-Poderoso.

Jesus aproveitou os últimos momentos antes de ser levado para o Calvário para nos ensinar a vivenciar o verdadeiro amor. Assim foi que Ele tirou o manto da realeza, da autoridade e da dignidade de ser Filho de Deus e abaixou-se para servir aos seus amigos.

Ao pegar uma toalha e aplicar-se a lavar e enxugar os pés dos seus discípulos Ele nos mostrou que tem autoridade aquele (a) que presta serviço, por amor. E nos deu a seguinte explicação: “compreendeis o que acabo de fazer?… Se eu, o Senhor e mestre vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros”. 

Pedro tentou dissuadi-Lo do Seu propósito de lavar os pés dos discípulos pensando que Jesus, iria com esse gesto rebaixar-se e humilhar-se, porém, Jesus replicou com uma afirmação que é muito importante para todos nós, hoje: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo.” Os pés significam o nosso caminhar, nossas ações, nossas escolhas, nossas preferências. Portanto, nós também, quando acolhemos com humildade o auxílio de alguém que em Nome de Jesus se oferece para nos ajudar nós estamos nos deixando lavar por Jesus. Jesus deseja nos purificar e usa os nossos irmãos como Seus instrumentos. Quando nós não admitimos ser lavados é porque achamos que somos muito perfeitos e, por isso, não carecemos da ajuda de ninguém. Da mesma forma, seguindo o exemplo do Mestre nós necessitamos lavar os pés das pessoas que surgem no nosso caminho e precisam do nosso amor e da nossa atenção. Por meio do nosso próximo mais próximo, Jesus nos serve, nos lava e purifica para que nós possamos também fazer o mesmo com outros. Só quando nós nos deixarmos lavar nós iremos entender a profundidade do gesto de Jesus.

A atitude de serviço, humildade e expressão de Amor, simbolizada no lava-pés, foi uma preparação para celebrar com mais dignidade a “Ceia”, conforme disse o próprio Jesus a Pedro: “Se não te lavar, não terás parte comigo”.

O que você acha deste gesto de Jesus? Você tem deixado que alguém lave os seus pés? O que significa para você lavar os pés do irmão? O que para você é melhor: “lavar os pés” de alguém ou deixar que alguém “lave os seus? ”.
Pai, ajuda-me a superar os esquemas mundanos que rompem a fraternidade e me reduzem aos esquemas do pecado, impedindo que eu me faça servidor do meu próximo.

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