terça-feira, 26 de março de 2013

A MORTE DE JESUS.




A morte de Jesus No nosso símbolo da fé, proclamamos que Jesus “padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”. Estas afirmações possuem um denso conteúdo e nos auxiliam a compreender o sentido de nossa redenção. A entrega voluntária do Senhor na Cruz é ponto central do Evangelho pregado pela Igreja. “Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (ICor 15,3). Vejamos, agora, o que significa o mistério da sua morte. Ele morreu crucificado Se observarmos os textos do Evangelho, vamos perceber que a causa da condenação de Jesus foi a blasfêmia. 

Ele, no entender do Sinédrio, dizia ser “Filho de Deus” (Mt 26,65; Mc 14,64; Lc 22,71). Ora, a punição devida para um blasfemador era a morte (Lv 24,16; Mt 26,66). Além disto, as autoridades judaicas entregaram aos romanos, como se ele fosse um líder contra as forças imperiais (Mc 15,1; Lc 23,1-2.5). Desta forma, depois de inquirir o povo de Jerusalém sobre a libertação de um prisioneiro (Mt 17,27; Mc 15,12), o governador Pôncio Pilatos manda flagelar e crucificar Jesus por ter-se feito “rei dos judeus” (Mt 27,26.37; Mc 15,15.26; 23,24), satisfazendo assim a intenção do sumo sacerdote e dos demais anciãos do povo. A entrega voluntária de Jesus À morte Apesar das acusações e da condenação de Jesus, sua morte não se deve a um conjunto de circunstâncias. 

Em todo o tempo, o Novo Testamento nos afirma que Ele se entregou voluntariamente na Cruz para redimir os pecados da humanidade (Jo 10, 17; Mt 20,28; 1Jo 4,10). O Messias era o Servo Sofredor que em sua morte redentora revelava o amor divino. A consequência final e mais brutal na vida do homem decaído era a morte. Jesus, fazendo-se homem, mesmo sem ter cometido nenhuma transgressão, se entrega à morte para vencer o pecado e suas consequências e participar, pela fé e pelos sacramentos, esta vitória aos seus discípulos. Assim sendo, a causa mais profunda da morte de Jesus não pode ser imputada aos homens que o condenaram à morte, mas a toda humanidade pela experiência do pecado. O único sacrifício de Cristo A obra salvífica de Jesus se desenvolve desde a encarnação até a ascensão, encontrando o seu ápice na sua morte e ressurreição. 

A sua morte, ou a Páscoa da Cruz, possui dois sentidos básicos: ela é o sacrifício pascal e o sacrifício da nova e eterna aliança selado uma única vez. Pelo primeiro sentido, Jesus é sacerdote, vítima e altar, pois, na Cruz, Ele oferece a si mesmo no templo do seu corpo ao Pai (Hb 10,10.19-22). Esta entrega é o ato oposto ao de Adão e Eva. Estes queriam ser autônomos diante de Deus, enquanto, Jesus, em sua natureza humana, subordinou tudo à vontade divina. O segundo sentido é o pacto de amizade firmado pela entrega de Jesus. Deus, querendo selar uma aliança eterna e definitiva com os homens, vem ao nosso encontro em Jesus, manifestando a riqueza de seu amor, de sua misericórdia e de sua justiça (Mt 26,28; Jo 3,16). Apesar da transgressão do pecado, com o sacrifício de Jesus, aparece a benevolência de Deus e a resposta fiel do homem. Doravante, todos os homens vão ser chamados a entrarem na comunhão com o Pai, através da entrega de Cristo na Cruz (Fl 3,10.18; Cl 3,3-4). 

A Vitória de Cristo A morte do Senhor na Cruz é a sua vitória sobre o pecado, a morte e o demônio. Durante sua vida, Ele foi igual aos homens em tudo, exceto no pecado. Sua morte é a entrega de um inocente que carregava sobre si as consequências das transgressões da humanidade. Ela é uma morte vicária e expiatória, na qual se visibiliza o homem sem pecado capaz de se compadecer dos pecados dos seus irmãos. Além disto, a morte não vence Jesus, pois Ele ressuscita! Sobre alguém que já venceu a morte que poder ela ainda teria? O pró- prio demônio atentou Jesus a se opor ao plano do Pai. Mas, Ele se manteve fiel e, por isso, abriu um novo caminho para os homens vencerem também o pecado, a morte e o demônio. 

A Eucaristia No dia anterior ao de sua morte, Jesus antecipou aqueles eventos cruentos na Última Ceia. Lá, Ele instituiu o memorial da sua entrega voluntária, sacrifical e expiatória através das espécies do pão e do vinho, consagrando-os como seu corpo oferecido pelos homens (Lc 22,19) e seu sangue derramado por muitos para remissão dos pecados (Mt 26,28). Assim, a Eucaristia é o sacramento memorial da entrega de Cristo na Cruz para a salvação da humanidade. 




Para aprofundar... Para saber mais sobre o assunto, indicamos CIC, do número 571 até 630; o Compêndio do Catecismo, da pergunta 112 a 124; e o Youcat, da pergunta 94 até 103. Pe. Vitor Gino Finelon Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vidadicas para emagrecer rápido

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