A reunião de oração do GO acontece semanalmente. Conforme a reunião
vai crescendo e/ou o núcleo sentir, ele poderá discernir a necessidade
de se ter uma equipe de serviço de intercessão.
Esta equipe irá ser composta por pessoas que já são participantes do
grupo e que em oração serão discernidas pelo núcleo e convidadas pelo
coordenador do grupo de oração. Mesmo os grupos que já tenham o
ministério de intercessão, o núcleo será sempre o primeiro intercessor
do grupo, e é este quem deve orar e discernir semanalmente como o Senhor
quer que o grupo seja conduzido (inclusive a palavra que será pregada).
Quem tem o ministério de governo do grupo é sempre o núcleo. Por isso
os grupos tendo ou não ministério de intercessão o núcleo estará sempre
orando pelo grupo e discernindo pessoas que deverão ser convidadas para
as diversas equipes de serviços que forem sendo necessárias para o grupo
(acolhida, música, crianças, cura, intercessão, etc.)
Os intercessores no grupo de oração por serem participantes deste,
louvam, cantam, ouvem a palavra pregada. Durante o Grupo de Oração os
intercessores estão dentro do grupo, participando e vivendo o
Pentecostes. Pede-se que pelo menos um membro da equipe/ministério de
intercessão seja membro também do núcleo.
A Equipe/Ministério de Intercessão é um grupo menor (equipe de
serviço), formado por doze pessoas no máximo (a proporção está
relacionada ao tamanho do grupo de oração), que se reúne semanalmente em
outro dia diferente da Reunião de Oração, para interceder pelos pedidos
das pessoas do GO que geralmente são recolhidos numa cestinha depois de
cada reunião de oração e entregues para alguém da Equipe de
Intercessão.
II. Como formar uma Equipe de Intercessão
A equipe/ministério de intercessão é formada pelo discernimento do
Núcleo do Grupo de Oração, como todas as outras equipes de apoio do
grupo.
O Grupo de Oração é uma pequena comunidade e necessita de vários
serviços (ministérios) conforme as pessoas vão vivendo o batismo no
Espírito Santo e os carismas vão aflorando do meio do povo. O núcleo do
grupo de oração é quem tem o carisma de governo e coordenação do grupo, e
é o responsável por organizar as equipes que vão sendo necessárias para
o funcionamento e crescimento do grupo: acolhida, cura, crianças,
intercessão, música, novos, livraria, etc. Cabe ao núcleo discernir as
pessoas do grupo que serão chamadas para as diversas equipes.
Os servos do núcleo do grupo selecionam alguns nomes (ouvindo também
sugestões dadas pelos outros servos do próprio grupo), em sua oração
pessoal ouvem o Senhor e confirmam na Palavra de Deus. Num segundo
momento partilham na reunião do núcleo, o que o Senhor falou. Os nomes
que forem orados e confirmados por todos, deverão ser chamados para a
equipe de intercessão. Os nomes que não foram unanimemente confirmados,
deverão continuar sendo orados até um maior esclarecimento espiritual.
Assim, para formar a equipe de intercessão, o núcleo deve através da
oração pedir ao Espírito Santo o discernimento sobre as pessoas que
devem formar ou entrar para a equipe, aliados ao jejum e ao pastoreio.
Há critérios humanos que também auxiliam na escolha das pessoas, tais como:
- Ser madura na fé, buscando uma vida de oração pessoal diária;
- Ter vida sacramental (confissão e eucaristia);
- Ser sigilosa e discreta;
- Ser assídua ao grupo de oração;
- Ser obediente e submissa à coordenação do grupo de oração;
- Ser sincera e humilde;
- Assumir o compromisso de reunir-se semanalmente para a intercessão.
Sabendo, no entanto, que o Senhor não chama os capacitados, mas capacita os escolhidos!
A vivência e uma caminhada maior na Renovação Carismática também
ajudam, mas não deve ser o principal critério de escolha, pois alguns,
pela abertura maior, atingem uma maturidade espiritual e uso dos dons
antes dos outros.
O grupo deve ter entre 6 a 12 pessoas, dependendo do tamanho do grupo
de oração. Alguns membros da equipe de intercessão deverão fazer parte
também do núcleo como representantes do ministério, e nesse caso poderão
também pregar no grupo e conduzir a reunião do grupo aberto, conforme
os carismas que o Senhor for distribuindo para cada membro do núcleo.
A equipe de intercessão recebe notícias e orientações do núcleo e
deve tomar parte em retiros e aprofundamentos anunciados na reunião,
procurando sempre crescer mais na graça e no conhecimento e no seu
ministério.
Depois de formada a equipe de intercessão, discerne-se qual, entre os
participantes, será o responsável pelas coisas práticas, por exemplo, o
local onde deverá ser a reunião, de preferência fixa, o mesmo dia da
semana e hora; recebimento de cartas, bilhetes, telefones e pedidos de
oração. As reuniões da equipe de intercessão deverão ser semanais,
sempre em dia e horário diferentes das da reunião de oração.
Não há uma autoridade entre os intercessores, pois todos devem buscar
a humildade e a vontade de Deus através da revelação do Espírito.
III. Desenvolvimento da Reunião da Intercessão
Os membros do grupo de intercessão devem preparar-se antes de ir para
a reunião na oração pessoal, alguma forma de jejum, reza do terço,
devoções pessoais, etc.
O local pode ser numa capela, na casa de um intercessor ou numa sala
da paróquia. Não há exigência que seja diante do sacrário. O critério de
discernimento deve ser a privacidade e a liberdade no Espírito que os
intercessores terão no lugar escolhido.
Na reunião da intercessão sugere-se que no início se faça a oração de
São Miguel Arcanjo, ore-se o Magnificat (Lc 1,46-55), cântico de
libertação, pedindo a proteção de Maria Santíssima como mãe e
intercessora; a armadura do Cristão (Ef 6,10-17), pedir o dom da
humildade (2 Cor 10,4-5), a proteção do sangue de Jesus sobre nós,
nossas casas, famílias, trabalhos, etc (cf. 1 Pd 1,18-19; Rm 5,9).
Ressaltamos, contudo que essas orações não são “fórmulas mágicas”,
devendo ocupar um breve tempo inicial da reunião, e que só terão
eficácia se todos os intercessores estiverem abertos e sendo movidos
pelo Espírito Santo de Deus.
Faz-se então um breve momento com oração de perdão individual,
orando-se uns pelos outros, para que sejamos um canal sem obstruções.
A intercessão é uma oração de batalha espiritual, por isso todos
precisam do sustento da oração uns dos outros. Mesmo durante a semana
podemos recorrer uns ao outros para participar e orar por alguma
necessidade pessoal, mas deve ficar bem claro que ao iniciar o grupo de
intercessão, os interesses pessoais e preocupações ficam de fora, porque
nossa prioridade é prestar um serviço aos irmãos. O nosso enfoque passa
a ser o que vem nos pedidos de oração.
O grupo deve dispor sempre de um tempo para orar, uns pelos outros,
por suas famílias, comunidades e ainda, se for o caso, por alguma
necessidade ou problema imediato. Esta intercessão é muito importante e
para ela deve ser reservar um tempo determinado, tomando cuidado para
não absorver o tempo destinado a finalidade principal da reunião: a
intercessão pelas necessidades dos participantes do grupo de oração.
Cuidado com pessoas que vão para a reunião da intercessão para se servirem de Deus ao invés de servirem a Deus!
Depois dessas orações iniciais faz-se um grande louvor, ora-se em
línguas com manifestação dos carismas (dom do discernimento, palavra de
sabedoria palavra de ciência, visualizações, etc.), que são utilizados
durante toda a extensão da reunião.
Devemos pedir ao Espírito Santo a maneira como devemos orar por cada
situação, exercendo a intercessão profética. Muitas vezes somos movidos
pelo Espírito a fazer jejum, rezar o rosário em casa, ou naquele momento
fazermos uma intercessão de concórdia. A palavra de ciência ajuda-nos a
orar pela causa de alguma situação ou enfermidade. Para isso é preciso
fazer silêncio e escuta depois do momento de louvor ou da oração em
línguas.
A Bíblia deve ser usada como referência para a oração e para algumas
confirmações, quanto aos discernimentos. É importante a intercessão ter
um caderno com o histórico do que o Senhor está falando.
Não é papel da intercessão discernir o andamento do grupo de oração,
ao qual pertence, mas sim, suplicar e orar pelas necessidades dos
participantes do grupo. O núcleo é o intercessor principal de si mesmo e
é quem discerne como será o andamento do grupo de oração.
As orações da equipe de intercessão deverão ser inspiradas pelo
Espírito Santo, usando-se os dons necessários às realidades dos pedidos,
principalmente o dom de línguas. Assim é possível fazer oração por
cura, libertação, súplicas, clamor, saturação, conforme a inspiração do
Espírito Santo para a pessoa ou situação apresentada.
Ao orar-se pelos pedidos dos papéis, caso não sejam lidos, deve-se
deixar o Espírito Santo mover a oração, pedindo dons de revelação e
impondo-se as mãos sobre eles. No caso de leitura dos mesmos, deve-se
sempre guardar sigilo absoluto, até mesmo depois das reuniões entre os
próprios membros da equipe. Depois se joga água benta e sugere-se
queimá-los para garantir o sigilo.
Quando várias pessoas se unem num só espírito e num só coração, há
ordem e harmonia e a eficácia da intercessão se faz sentir conforme o
equilíbrio que a reunião for sendo conduzida.
Cuidado com pessoas que monopolizam ou querem impor seu discernimento aos demais.
A Reunião da intercessão deve terminar com louvores e orações de ação
de graças, crendo que todas as orações já chegaram diante do trono. Os
intercessores devem também colocar aos pés da cruz de Jesus todas as
dificuldades, fardos e situações que foram apresentadas naquele dia. O
intercessor não leva o fardo dos outros para casa.
O tempo de duração da reunião da intercessão deve ser entre uma hora e meia e duas horas.
IV. Freqüência à Reunião da Intercessão
Assim como a Reunião de Oração, os intercessores não devem faltar às
reuniões da intercessão. O dia e a hora do grupo de intercessão devem
ser respeitados e levados a sério. A intercessão é um ministério de
vida, a pessoa continua mesmo intercedendo fora das reuniões, em sua
vida diária, em meio as afazeres. A oração em línguas muita ajuda, bem
com a oração do nome de Jesus, oração do coração. Se uma pessoa, mesmo
sendo boa intercessora, tem dificuldades em freqüentar a Reunião de
Oração e/ou a reunião da intercessão, ela não deve continuar como serva
do grupo.
Naturalmente doenças, viagens, prioridades de estado (família,
estudos) fazem parte da vida dos intercessores, acarretando por vezes
ausências que não podem ser vistas como infidelidade à aliança.
Para exercer um ministério, o Senhor sempre dá condições para ele.
Caso não haja, é provável que não seja a vontade do Senhor ou que a
pessoa esteja resistindo ao chamado. Em ambos os casos, devem buscar
auxílio no discernimento.
VI. Orientações práticas para o Intercessor
- Freqüentar com assiduidade o grupo de oração – O grupo de oração é a base do ministério. Assim os membros de uma equipe de intercessão, que é um serviço do grupo de oração, devem freqüentar assiduamente este grupo para se alimentar, caminhar junto e para prestar atenção às necessidades do grupo.
- Fazer algum tipo de jejum ao menos 01 vez por semana – Mt 6,16-18; Is 58,6-7 – O jejum acompanhado de oração é de grande eficácia. Aconselha-se o jejum proposto por Nossa Senhora em Medjugorje, as quartas e as sextas-feiras. No dia de reunião da intercessão sugere-se uma preparação incluindo penitência ou jejum.
- Revestir-se diariamente da armadura do cristão – Ef 6,13-17 – Como defesa contra os ataques do inimigo, vistamos a Armadura do Cristão todos dias ao levantarmos
- Rezar diariamente o Rosário e o Magnificat – Lc 1,46-55 – É pedido de Nossa Senhora que rezemos no mínimo o quarto todos os dias. É uma oração de grande valor como ressalta o Santo Padre na Carta Apostólica: “Rosarium Virginis Mariae”.
- Louvar ao Senhor sempre. O louvor é a arma da vitória, o louvor liberta, pois tiramos os olhos de nós mesmos e olhamos para o Senhor. Abrimos os caminhos para Deus agir. Eclo 43,32-33
- Ter uma vida de oração pessoal e escuta – Is 50,4-5
- Ler e meditar a Palavra de Deus – Sempre ir buscar discernimento na fonte da sabedoria que é a Palavra de Deus. A intercessão alimentada pela Palavra tem grande eficácia (cf. Sl 118,105).
- Participar o maior número de vezes por semana da Eucaristia e pelo menos uma vez por mês a Confissão com um sacerdote.
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