– Sinto muito, mas as notícias não são
boas…
Foi isto que Cliona Johnson ouviu da
profissional que lhe fazia um exame de ultrasom. Ela e seu marido, já pais de
quatro meninas e um menino, só resolveram fazer o procedimento para descobrir o
sexo do bebê, o que não haviam feito das outras vezes, porque seu único filho
homem estava ansioso para saber se ele finalmente teria um
irmãozinho.
O chefe do departamento responsável pelo
exame, explicou a ela e seu marido John Paul que seu bebê de 22 semanas de
gestação sofria de anencefalia. Após o baque inicial do diagnóstico,
Cliona e seu marido John Paul nem por 1 minuto pensaram em abortar o bebê e isto
ficou claro quando seu marido disse a ela que queria dar o nome a seu filho de
John Paul, como seu próprio nome.
Voltaram para casa e contaram à sua linda
família a novidade. A reação, como natural, foi de tristeza, mas logo em seguida
a normalidade voltou à casa dos Johnsons. Cliona teve a certeza de que teria
esta criança pelo tempo que ela lhe fosse confiada, fosse até o dia seguinte,
por mais 3 meses ou o que fosse possível.
Todos as noites, ao se deitar, Cliona dizia boa
noite a seu filho ainda não nascido. A cada manhã ela agradecia porque ele
estava com ela por mais um dia. Ela estava consciente, durante todo o tempo, da
dor que haveria quando seu filho se fosse, mas ela sabia que apesar desta dor o
importante seria as memórias que ela e sua família poderiam ter do tempo que
passaram com o pequeno John Paul.
John Paul nasceu e faleceu após 17
minutos. Seu pai foi quem cortou seu cordão umbilical e quem o batizou.
O bebê foi tomado nos braços por seus familiares e tudo ocorreu na paz enquanto
a vida de John Paul expirava.
Cliona e sua bela família aprenderam através do
pequeno John Paul, ela hoje tem conciência disto, que a dor faz parte da vida
tanto quanto a alegria. Cliona, que se considerava uma perfeccionista, através
da dor aprendeu com seu bebê que há beleza na imperfeição. Ele ensinou à sua
família a aproveitar mais a vida, a viver as pequenas coisas e os breves
momentos. Ensinou sua mãe a ser mais paciente com seus filhos e ensinou, principalmente, que a imperfeição
nos seres humanos é uma coisa bela.
Eis as palavras de Cliona ao final do vídeo
abaixo:
“Quando uma mãe está diante de um
diagnóstico de uma condição que seu bebê irá morrer em breve a tendência é que
ela tente afastar de si esta dor. Todos preferiríamos que esta dor fosse embora.
Mas o que eu gostaria de fazer é encorajar uma mãe que se encontre nesta
situação a parar e pensar que o futuro, de um jeito ou de outro, reserva que eu
permaneça viva e meu filho faleça. Eu não tenho escolha. A escolha que eu tenho
é o que eu farei, qual será minha participação na vida de meu bebê enquanto eu o
tenha comigo e qual será minha participação em sua morte. E eu ficarei aqui, de
uma forma ou de outra, com a dor de tudo isso pelo que passei.
A
escolha é se eu ficarei aqui com a dor, mas também com as lembranças e a
capacidade de cura desta dor ou se ficarei aqui com a dor e sem as doces
lembranças.
Então o que eu gostaria de dizer a uma
mulher que se encontre também nesta situação é que isto é sim possível. É
difícil, mas é um sentimento único poder segurar seu filho neste
momento.”
Quem ama de verdade, como Cliona e sua
família, não ama APESAR das imperfeições, mas ama COM as
imperfeições, pois esta é uma das principais características de nós,
humanos. E não é isto exatamente uma imagem do amor que o Senhor Deus tem por
nós? Ele não nos ama mesmo que tenhamos os maiores defeitos em nossos
corações?
John Paul pode ter visto a luz por apenas 17
minutos, mas foi e será amado para sempre. E a luz de sua vida está a brilhar
cada vez mais para sua família e para todos nós.
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