quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

"AI DE MIM, SE DE TI ME ESQUECER JERUSALÉM"

"Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, que mão direita se paralise! Que minha língua se pregue ao meu paladar, se eu não lembrar de ti, se não puser Jerusalém Acima de todas as minhas alegrias" Salmo 136, 5-6.Quando compôs esses versículos, o salmista tentava traduzir em palavras algo que só se alcança pela fé: tocar a realidade Santa de Jerusalém. Capital de Israel, maior cidade do país, dividida, desejada por povos do mundo inteiro, a cidade de Davi é, de fato, local propício de se experimentar a eleição de Deus por um povo. Nas ruas apertadas de uma Jerusalém moderna, que cresce ao ritmo do comércio capitalista, ainda é possível respirar espiritualidade. Ou melhor, sempre o será. A antiga cidade cercada pelos muros foi ao longo dos tempos tomada, destruída. Por 17 vezes veio ao chão. 18 vezes foi levantada. Sinal concreto de que Deus não tira dali seu olhar.

E como poder tirar se a cidade é verdadeiramente apaixonante? Pra onde se vira está um vestígio de Deus; rastros de um amor incondicional que foi ganhando corpo, território com a conquista do Rei Davi e que adquiriu até a plenitude dos tempos, quando o Verbo Encarnado atravessou suas ruas a presença inefável do Crucificado.A via dolorosa é apenas uma das marcas impressas nesta Terra que o tempo não apaga. Todos os anos, quem a atravessa, partindo do Getsemani, entrando pelo pórtico das ovelhas - hoje, porta dos leões - experimenta no espírito o sacrifício amoroso de Jesus. Subindo em direção ao Calvário, se depara com as quedas, a dor, o sofrimento, mas, acima de tudo com o "teimoso" propósito do Cristo, de ali, aceitar os planos do Pai e nos salvar. No fim, se sabe que apesar da sua grande força, a morte não tem poder sobre a vida; sobre aqueles que um dia se decidiram por Jesus, da mesma forma - ainda que imperfeita - que Ele um dia se decidiu por nós.
Tive a graça de passar 15 dias percorrendo a Terra Santa. Foram experiências poderosas do amor, da escolha, da misericórdia e da providência de Deus, mas poucos lugares me tocaram tanto quanto Jerusalém. Poucos lugares me mudaram tanto quanto a Igreja da Ressurreição, templo que abriga as últimas estações da Via Sacra. Ali, sacrifício, morte e ressurreição se misturam, se compilam, se fundem. Não há como escapar à presença do Deus vivo que deixou o sepulcro vazio para preparar para nós um caminho aberto ao Céu.





George Lima Facundo
Comunidade Católica Fonte de Água Viva - Ministério de Comunicação Social

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