Primeira Leitura: Hebreus 3, 7-14
SANTO
ANTÃO
PAI DA VIDA MONACAL(branco, prefácio comum ou dos santos - ofício da memória)
PAI DA VIDA MONACAL(branco, prefácio comum ou dos santos - ofício da memória)
Leitura da carta aos Hebreus - Irmãos, 7Por isso, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, 8não endureçais os vossos corações, como por ocasião da revolta, como no dia da tentação no deserto, 9quando vossos pais me puseram à prova e viram o meu poder por quarenta anos. 10Eu me indignei contra aquela geração, porque andavam sempre extraviados em seu coração e não compreendiam absolutamente nada dos meus desígnios. 11Por isso, em minha ira, jurei que não haveriam de entrar no lugar de descanso que lhes prometera (Sl 94,8-11)! 12Tomai precaução, meus irmãos, para que ninguém de vós venha a perder interiormente a fé, a ponto de abandonar o Deus vivo. 13Antes, animai-vos mutuamente cada dia durante todo o tempo compreendido na palavra hoje, para não acontecer que alguém se torne empedernido com a sedução do pecado. 14Porque somos incorporados a Cristo, mas sob a condição de conservarmos firme até o fim nossa fé dos primeiros dias, - Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial(94)
REFRÃO: Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os
vossos corações.
1. Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão. R.
2. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: "Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras". -R.
3. Quarenta anos desgostou-me aquela raça e eu disse: "Eis um povo transviado, seu coração não conheceu os meus caminhos!" E por isso lhes jurei na minha ira: "Não entrarão no meu repouso prometido!" -R.
1. Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão. R.
2. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: "Não fecheis os corações como em Meriba, como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras". -R.
3. Quarenta anos desgostou-me aquela raça e eu disse: "Eis um povo transviado, seu coração não conheceu os meus caminhos!" E por isso lhes jurei na minha ira: "Não entrarão no meu repouso prometido!" -R.
Evangelho: Marcos 1, 40-45
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos -
Naquele tempo, 40Aproximou-se dele um leproso, suplicando-lhe de
joelhos: "Se queres, podes limpar-me." 41Jesus compadeceu-se dele,
estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: "Eu quero, sê curado." 42E
imediatamente desapareceu dele a lepra e foi purificado. 43Jesus o
despediu imediatamente com esta severa admoestação: 44"Vê que não o
digas a ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta, pela tua
purificação, a oferenda prescrita por Moisés para lhe servir de testemunho."
45Este homem, porém, logo que se foi, começou a propagar e divulgar o
acontecido, de modo que Jesus não podia entrar publicamente numa cidade.
Conservava-se fora, nos lugares despovoados; e de toda parte vinham ter com ele.
- Palavra da salvação.
catolicanet.com
Homilia - Pe Bantu
Pouco a pouco o Evangelho de Marcos vai mostrando quem é Jesus. O episódio de hoje é o terceiro milagre recordado em vista desse objetivo. A situação do leproso é de marginalidade. Essa situação era mais grave no tempo de Jesus, pois tudo girava em torno do puro/impuro. Quem controlava esse rígido código de pureza eram os sacerdotes. Cabia a eles declarar o que podia ou não podia ter acesso a Deus. Deus estaria sob o controle dos sacerdotes e do código de pureza.
O leproso certamente sabia disso. Sabia também que sua vida – e sua libertação da marginalidade – não dependiam do Templo e dos sacerdotes, pois estes só constatavam a cura ou a permanência da doença em seu corpo. Diante disso, o leproso toma uma decisão radical: não vai ao sacerdote, e sim a Jesus. Ajoelha-se diante dele e pede: “Se quiseres, podes curar-me”. Reconhece que o poder da cura que o tira da marginalidade não vem da religião dos sacerdotes, e sim de Jesus. Notemos outro aspecto importante: ao invés de ficar à distância e gritar sua marginalização, aproxima-se e manifesta sua adesão a Jesus enquanto fonte de libertação e vida: “Se quiseres, podes curar-me”. Viola a lei para ser curado.
Jesus quer curar o leproso de sua marginalização, devolvendo-lhe a vida. Para os homens daquele tempo, curar um leproso era sinônimo de ressuscitar um morto. Mas a ação de Jesus é precedida por uma reação. De acordo com a maioria das traduções, a reação de Jesus se traduz em compaixão. Algumas traduções, porém, em vez de ler “compaixão”, lêem “ira”. Jesus teria ficado furioso. Não certamente contra o leproso, mas contra o código de pureza que, em nome de Deus, marginaliza as pessoas, considerando-as como mortas. É contra esse sistema religioso que Jesus se revolta. E o transgride também.
De fato, acreditava-se que a lepra fosse contagiosa. Jesus quebra o código de pureza, tocando o leproso. Com isso, de acordo com o sistema religioso vigente, torna-se impuro: torna-se leproso e fonte de contaminação. Por exemplo no Lv 5,5-6, além de ficar impuro Jesus deveria oferecer um sacrifício!. Torna-se marginalizado e não poderá mais entrar publicamente numa cidade: deverá ficar fora, em lugares desertos, como os marginalizados. O Filho de Deus foi morar com os marginalizados. Aqui o Evangelho de Marcos mostra quem é Jesus: é aquele que rompe os esquemas fechados de uma religião elitista e segregadora, indo habitar entre os banidos do convívio social.
Curado o leproso, Jesus o expulsa. É esse o sentido da expressão “o mandou logo embora”. A expressão é forte e, ao mesmo tempo, estranha. Mas não é estranha se a lermos na ótica da ira de Jesus contra o código de pureza que marginaliza as pessoas: ele não quer que elas continuem vítimas de um sistema social e religioso que rouba a vida.
Jesus dá uma ordem ao curado: “Não conte isso a ninguém! Vá, mostre-se ao sacerdote e ofereça o sacrifício que Moisés mandou, como prova para eles!” Tudo leva a crer que a tarefa da pessoa curada consiste não em divulgar o milagre, mas em colaborar para que o código de pureza seja abolido. De fato, ele deverá se mostrar ao sacerdote para que este constate sua cura. Sinal de que a cura não depende do código de pureza, nem da religião do Templo. A expressão “como prova para eles” tem este sentido: o sacrifício serve como testemunho contra o sistema que o declarava um punido por Deus e banido do convívio social. O sacrifício tem, pois, caráter de denúncia e de abolição do código de pureza.
Não sabemos se a pessoa curada teve a coragem de testemunhar contra o sistema religioso que o mantinha na marginalidade. Marcos diz que o curado “foi e começou a contar e a divulgar muito o fato” (v. 45a). A reação a esse anúncio é evidente: Jesus não pode mais entrar numa cidade, pois, segundo o código de pureza, está contaminado e é fonte de contaminação. Todavia, de toda parte o povo vai procurá-lo, sinal de que está aberto um novo acesso a Deus. Deus, em seu Filho, pode ser encontrado fora, na clandestinidade, entre os que o sistema religioso e social discriminou.
Pai, dá-me forças para combater e vencer as forças do mal que impedem o Reino acontecer na minha vida e na história humana.
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