Evidências históricas e arqueológicas sobre o juiz mais injusto da História.
Os evangelistas nos descrevem com pormenor o procedimento do
governador romano da Judeia Pôncio Pilatos durante a Paixão e Morte de
Nosso Senhor.
Porém, nada mais sabemos sobre esse personagem. Tampouco abundam sobre ele outras fontes históricas.
Entretanto, a agência católica ACI Digital republicou um apanhado de dados que nos permitem formar uma ideia sobre ele.
Em 1961, arqueólogos liderados pelo Dr. Antonio Frova descobriram em
Cesareia Marítima, uma cidade romana na costa mediterrânea de Israel,
uma pedra calcária que tinha inscrito o nome de Pôncio Pilatos.
Ela foi gravada em latim e posta numa das escadas do anfiteatro de
Cesareia. A inscrição diz: “Pôncio Pilatos, prefeito da Judeia, dedicou
ao povo de Cesareia um templo em honra a Tibério”.
A placa de 82 cm de largura e 68 cm de altura está atualmente no Museu de Israel, em Jerusalém.
A informação corresponde ao reinado do imperador Tibério entre os
anos 14 e 37 d.C. e concorda o período do julgamento de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Concorda também com o cronograma bíblico descrito no Novo
Testamento.
São Lucas, em seu Evangelho, se refere a Pilatos como governador
romano da Judeia durante o reinado de Tibério César. (São Lucas 3, 1)
Além dos Evangelhos, vários historiadores pagãos da época também mencionam aquele governador da Judeia.
Cornélio Tácito, historiador romano do século I, cita Pilatos em um
de seus escritos, segundo ACI: “Imputou os cristãos que tomam o nome de
Cristo, o qual durante o reinado de Tibério havia sido condenado à morte
pelo procurador Pôncio Pilatos”.
Também falou sobre ele Flavio Josefo, historiador hebreu que
participou na Guerra dos Judeus entre os anos 66 e 70. No ano 93, no
século I, escreveu o seguinte:
“Naquele tempo apareceu Jesus, homem excepcional, se é que podemos chamá-lo de homem, pois realizou milagres incríveis (…).
Tanto entre os judeus como entre os gregos havia muitos discípulos
que o seguiam. Devido à denúncia dos líderes do povo, Pilatos o condenou
ao suplício da cruz.
Mas isso não impediu que os seus discípulos continuassem amando-o como antes. Depois de três dias da sua morte, apareceu vivo”.
Filo de Alexandria, um contemporâneo de Jesus, descreveu Pilatos como
uma pessoa cruel caracterizada pela “sua venalidade, violência, furtos,
assaltos, pelo seu comportamento abusivo, suas frequentes execuções de
presos que não haviam sido julgados e sua ferocidade sem limites”.
Não se sabe ao certo como e onde Pôncio Pilatos morreu.
Mas há várias suposições. Uma diz que teria cometido suicídio depois de cair na desgraça do imperador.
Outra acha que foi exilado para a Gália, atual França, onde morreu.
Outras supõem que Pilatos se converteu ao cristianismo antes de
morrer ou, ainda, alguns textos apócrifos fantasiam que sofreu o
martírio.
Uma carta apócrifa atribui a um suposto predecessor de Pôncio Pilatos
na governação da Judeia de nome Publius Lentulus uma descrição de Jesus
Cristo que não resiste à crítica histórica.
Pilatos temia perder o cargo de pró-cônsul. Por causa dessa ambição vil cometeu a maior injustiça judiciária da História.
Seu espírito mole e cruel, cheio de ambições rolou como rolam os
homens sem amor a Deus, sem amor à justiça, e caiu na maior das
infâmias.
Barrabás era um chefe de gangue que tinha participado de uma sedição,
mas Pilatos o apresentou aos arruaceiros incitados pelo Sinédrio como
uma opção a Jesus.
“Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam: Barrabás!” (São Mateus 27, 21).
Jesus, entretanto, era o descendente primogênito de Davi, o fundador
da mais ilustre e eminente estirpe real de Israel no Antigo Testamento e
a nobreza de seu porte se impunha por si.
Jesus simbolizava a dignidade e a tradição da toda a história do povo judeu, o povo eleito amado por Deus.
Inesperadamente, o cônsul sem moral se encontrou face à face dAquele que tinha passado pela terra só fazendo o bem.
Ele tinha do outro lado, sob seu poder, o pináculo da infâmia e da torpeza, do crime e da corrupção.
Pilatos agiu como um centrista, achando que os homens não são tão ruins e que não iriam preferir Barrabás a Jesus.
Ele não compreendeu que quando os homens não seguem a Jesus, preferem quase necessariamente a Barrabás.
E suas mãos, embora ele tentasse lavar, ficaram sujas para toda a eternidade.
Prof. Felipe Aquino
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