quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Qual é a diferença entre ambão e púlpito?

 

Parecem duas palavras que significam a mesma coisa, mas envolvem notáveis diferenças

É frequente que as pessoas confundam ambões com púlpitos, mas, historicamente, os dois termos identificavam objetos diferentes.

Ambão

EAST NEWS
A palavra tem origem grega e significa algo como “elevação”. Desde o século IV, os cristãos tinham por costume usar uma plataforma elevada durante a missa para cantar ou ler a Epístola (no geral, era lida uma das cartas de São Paulo) e o Evangelho. Alguns historiadores acreditam que essa plataforma deriva da que os rabinos usavam para ler as escrituras diante do povo. Espiritualmente, ela é inspirada no fato de que Jesus “subiu à montanha, sentou-se e seus discípulos se aproximaram dele. Então tomou a palavra e começou a ensiná-los” (Mateus 5,1-2).
À medida que o rito litúrgico se desenvolvia, passaram a ser colocados dois ambões para distinguir entre a Epístola e o Evangelho: o ambão da Epístola era colocado ao lado sul do sacrário, enquanto o do Evangelho ficava ao norte.
No século XIV começou um declive no uso dos ambões, que perderam espaço para os púlpitos.

Púlpito

A palavra deriva do latim ‘pulpĭtum’, que, originalmente, designava uma espécie de palco. Nas igrejas medievais, o púlpito se tornou uma plataforma usada principalmente para a pregação. O púlpito era colocado no centro da nave principal, o lugar onde ficava o povo. Sua posição era elevada para que a voz do sacerdote chegasse mais facilmente até os fiéis.
Com o surgimento do protestantismo, os púlpitos se tornaram elemento central nas igrejas separadas e passaram a decair notavelmente nas católicas. No século XIX, as igrejas católicas começaram a usar um atril ou leitoril portátil, que era trazido para os sermões e retirado para o restante da missa.
A Instrução Geral do Missal Romano, porém, pede hoje que se prefira um ambão estável e não um simples atril portátil. O ambão, conforme a estrutura da igreja, deve ser colocado de tal maneira que os ministros ordenados e os leitores possam ser vistos e escutados convenientemente pelos fiéis.




Philip Kosloski |

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