1a
Leitura - Deuteronômio 18,15-20
Leitura
do livro do Deuteronômio.
Moisés falou ao povo, dizendo: 18 15 “O Senhor, teu Deus, te suscitará dentre os teus irmãos um profeta como eu: é a ele que devereis ouvir.
16 Foi o que tu mesmo pediste ao Senhor, teu Deus, em Horeb, quando lhe disseste no dia da assembléia: ‘Oh! Não ouça eu mais a voz do Senhor, meu Deus, nem torne a ver mais esse fogo ardente, para que eu não morra!’
17 E o Senhor disse-me: ‘está muito bem o que disseram;
18 eu lhes suscitarei um profeta como tu dentre seus irmãos: pôr-lhe-ei minhas palavras na boca, e ele lhes fará conhecer as minhas ordens.
19 Mas ao que recusar ouvir o que ele disser de minha parte, pedir-lhe-ei contas disso.
20 o profeta que tiver a audácia de proferir em meu nome uma palavra que eu lhe não mandei dizer, ou que se atrever a falar em nome de outros deuses, será morto”.
Palavra do Senhor.
Moisés falou ao povo, dizendo: 18 15 “O Senhor, teu Deus, te suscitará dentre os teus irmãos um profeta como eu: é a ele que devereis ouvir.
16 Foi o que tu mesmo pediste ao Senhor, teu Deus, em Horeb, quando lhe disseste no dia da assembléia: ‘Oh! Não ouça eu mais a voz do Senhor, meu Deus, nem torne a ver mais esse fogo ardente, para que eu não morra!’
17 E o Senhor disse-me: ‘está muito bem o que disseram;
18 eu lhes suscitarei um profeta como tu dentre seus irmãos: pôr-lhe-ei minhas palavras na boca, e ele lhes fará conhecer as minhas ordens.
19 Mas ao que recusar ouvir o que ele disser de minha parte, pedir-lhe-ei contas disso.
20 o profeta que tiver a audácia de proferir em meu nome uma palavra que eu lhe não mandei dizer, ou que se atrever a falar em nome de outros deuses, será morto”.
Palavra do Senhor.
Salmo - 94/95
Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus!
Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos o rochedo que nos salva!
Ao seu encontro caminhemos com louvores
e, com cantos de alegria, o celebremos!
Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra,
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho,
as ovelhas que conduz com sua mão.
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz:
“Não fecheis os corações como em Meriba,
como em Massa, no deserto, aquele dia,
em que outrora vossos pais me provocaram,
apesar de terem visto as minhas obras”.
2a Leitura - 1 Coríntios 7,32-35
Leitura
da primeira carta de são Paulo aos Coríntios.
7 32 Irmãos, eu gostaria que estivésseis livres de preocupações. O homem não casado é solícito pelas coisas do Senhor e procura agradar ao Senhor.
33 O casado preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar à sua mulher,
34 e, assim, está dividido. Do mesmo modo, a mulher não casada e a jovem solteira têm zelo pelas coisas do Senhor e procuram ser santas de corpo e espírito. Mas a que se casou preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar ao seu marido.
35 Digo isso para o vosso próprio bem e não para vos armar um laço. O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações.
Palavra do Senhor.
7 32 Irmãos, eu gostaria que estivésseis livres de preocupações. O homem não casado é solícito pelas coisas do Senhor e procura agradar ao Senhor.
33 O casado preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar à sua mulher,
34 e, assim, está dividido. Do mesmo modo, a mulher não casada e a jovem solteira têm zelo pelas coisas do Senhor e procuram ser santas de corpo e espírito. Mas a que se casou preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar ao seu marido.
35 Digo isso para o vosso próprio bem e não para vos armar um laço. O que eu desejo é levar-vos ao que é melhor, permanecendo junto ao Senhor, sem outras preocupações.
Palavra do Senhor.
Evangelho - Marcos 1,21-28
Aleluia, aleluia, aleluia.
O povo que jazia nas trevas viu brilhar uma luz grandiosa; a luz despontou para aqueles que jaziam nas sobras da morte (Mc 4,16).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
1 21 Dirigiram-se para Cafarnaum. E já no dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar.
22 Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas.
23 Ora, na sinagoga deles achava-se um homem possesso de um espírito imundo, que gritou:
24 "Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei quem és: o Santo de Deus!
25 Mas Jesus intimou-o, dizendo: "Cala-te, sai deste homem!"
26 O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito, saiu.
27 Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: "Que é isto? Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade; além disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!"
28 A sua fama divulgou-se logo por todos os arredores da Galiléia.
Palavra da Salvação.
O
“homem com um espírito impuro” representa todos os homens e mulheres, de todas
as épocas, cujas vidas são controladas por esquemas de egoísmo, de orgulho, de
auto-suficiência, de medo, de exploração, de exclusão, de injustiça, de ódio,
de violência, de pecado. É essa humanidade prisioneira de uma cultura de morte,
que percorre um caminho à margem de Deus e das suas propostas, que aposta em
valores efêmeros e escravizantes ou que procura a vida em propostas falíveis ou
efêmeras. O Evangelho de hoje garante-nos, porém, que Deus não desistiu da
humanidade, que Ele não Se conforma com o fato de os homens trilharem caminhos
de escravidão, e que insiste em oferecer a todos a vida plena.
Para
Marcos, a proposta de Deus torna-se realidade viva e atuante em Jesus. Ele é o
Messias libertador que, com a sua vida, com a sua palavra, com os seus gestos,
com as suas ações, vem propor aos homens um projeto de liberdade e de vida. Ao
egoísmo, Ele contrapõe a doação e a partilha; ao orgulho e à auto-suficiência,
Ele contrapõe o serviço simples e humilde a Deus e aos irmãos; à exclusão, Ele
propõe a tolerância e a misericórdia; à injustiça, ao ódio, à violência, Ele
contrapõe o amor sem limites; ao medo, Ele contrapõe a liberdade; à morte, Ele
contrapõe a vida. O projeto de Deus, apresentado e oferecido aos homens nas
palavras e ações de Jesus, é verdadeiramente um projeto transformador, capaz de
renovar o mundo e de construir, desde já, uma nova terra de felicidade e de
paz. É essa a Boa Nova que deve chegar a todos os homens e mulheres da terra.
Os
discípulos de Jesus são as testemunhas da sua proposta libertadora. Eles têm de
continuar a missão de Jesus e de assumir a mesma luta de Jesus contra os
“demônios” que roubam a vida e a liberdade do homem, que introduzem no mundo
dinâmicas criadoras de sofrimento e de morte. Ser discípulo de Jesus é
percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu e lutar, se necessário até ao dom
total da vida, por um mundo mais humano, mais livre, mais solidário, mais justo,
mais fraterno. Os seguidores de Jesus não podem ficar de braços cruzados, a
olhar para o céu, enquanto o mundo é construído e dirigido por aqueles que
propõem uma lógica de egoísmo e de morte; mas têm a grave responsabilidade de
lutar, objetivamente, contra tudo aquilo que rouba a vida e a liberdade ao
homem.
O
texto refere o incômodo do “homem com um espírito impuro”, diante da presença
libertadora de Jesus. O pormenor faz-nos pensar nas reações agressivas e
intolerantes – por parte daqueles que pretendem perpetuar situações de
injustiça e de escravidão – diante do testemunho e do anúncio dos valores do
Evangelho. Apesar da incompreensão e da intolerância de que são, por vezes,
vítimas, os discípulos de Jesus não devem deixar-se encerrar nas sacristias,
mas devem assumir corajosamente e de forma bem visível o seu empenho na
transformação das realidades políticas, econômicas, sociais, laborais,
familiares.
A
luta contra os “demônios” que desfeiam o mundo e que escravizam os homens
nossos irmãos é sempre um processo doloroso, que gera conflitos, divisões,
sofrimento; mas é, também, uma aventura que vale a pena ser vivida e uma luta
que vale a pena travar. Embarcar nessa aventura é tornar-se cúmplice de Deus na
construção de um mundo de homens livres.
P.
Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
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