Este
fato triste que aconteceu no Acre nos faz refletir sobre algumas
verdades que não são contadas em muitas de nossas escolas e
universidades…
Em um evento ateu que diz lutar por um Estado sem religião, a Bíblia
Sagrada, Palavra de Deus, foi queimada, no Acre. O responsável pela 4ª
edição do “Encontro Nacional de Ateus” (ENA), Felipe Zanon, militante
petista, formado em história e estudante do 3º período do curso de
Direito da Universidade Federal do Acre (UFAC), disse que a queima da
Bíblia Sagrada foi “para protestar contra o mal causado pelo
cristianismo ao longo de sua história”. Ele afirma que autorizou o ato
blasfemo. Quem fez a queima da Bíblia foi o vocalista da banda Violação
Anal, Roberto Oliveira. Ele queimou um exemplar da Bíblia em meio a
apresentação de sua banda, na 4ª edição do Sara(te)u – Uma noite
dionisíaca realizada na UFAC.
O militante petista disse: “Eu acredito em mim mesmo, no que sou, no
que posso! Respeito os demais, suas crenças… Não temos problema nenhum
em quem crer ou não em Deus. Nós buscamos a laicidade do Estado,
queremos um estado sem religião, todos merecem o mesmo respeito…”
A matéria abaixo citada afirma que Felipe Zanon “já foi policial
militar, mas foi expulso da corporação por indisciplina. Em julho do ano
passado, foi preso preventivamente acusado de agredir e chantagear
garotas com vídeos íntimos. Ao menos quatro jovens, com idades entre 16 e
21 anos, denunciaram o rapaz”. Você poderá ler essa matéria na íntegra
por este link:http://www.revoltabrasil.com.br/politica/6059-petista-organiza-evento-em-que-biblia-sagrada-e-queimada-e-diz-lutar-por-um-estado-sem-religiao.html (Acesso em 04/01/16)
Reitero a fala de Felipe Zanon que diz “lutar por um Estado sem
religião”; ora, a nossa Constituição Federal não impõe aos brasileiros
nenhuma religião, e defende a liberdade religiosa. Quem deseja amar,
adorar e servir a Deus, que nos deu a Bíblia Sagrada, é o povo. O Estado
brasileiro é laico, mas o povo é religioso. Ao menos 90% dos
brasileiros são cristãos (católicos, protestantes, ortodoxos,
anglicanos, etc…) e têm a Bíblia como Santa Palavra de Deus. Ora, não se
pode ofender de maneira tão bárbara a maioria do povo católico. Segundo
o Código Penal configura crime. Quem deseja ser respeitado, precisa
antes respeitar os outros. Este homem afirmou: “Respeito os demais, suas
crenças…”. Se fosse verdade não autorizaria e aprovaria um gesto que
ofende a esmagadora maioria cristã. Suas palavras não condizem com o
gesto tão ofensivo.
Por outro lado, Zanon também afirma que o gesto foi “para protestar
contra o mal causado pelo cristianismo ao longo de sua história”. Ora,
será que ele sabe que foi a Igreja Católica quem salvou a civilização
Ocidental de desaparecer? Veja o que diz o Dr. Thomas Woods, da
Universidade de Harvard:
“Bem mais do que o povo hoje tem consciência, a Igreja Católica
moldou o tipo de civilização em que vivemos e o tipo de pessoas que
somos. Embora os livros textos típicos das faculdades não digam isto, a
Igreja Católica foi a indispensável construtora da Civilização
Ocidental. A Igreja Católica não só eliminou os costumes repugnantes do
mundo antigo, como o infanticídio e os combates de gladiadores, mas,
depois da queda de Roma, ela restaurou e construiu a civilização”. [T.
Woods, How the catholic church built the Westen Civilization, 2005, pg.
7].
Nos orgulhamos da Civilização Ocidental que a Igreja Católica salvou,
onde se preza a liberdade, os direitos humanos, o respeito pela mulher e
por cada pessoa. Sem o trabalho lento e paciente da Igreja durante
cerca de dez séculos, após a queda do Império Romano e a ameaça dos
bárbaros, o Ocidente não seria o mesmo. Foi a Igreja quem preservou as
obras literárias da Antiguidade.
Foi esta civilização moderna, gerada no bojo do Cristianismo que nos
deu o milagre das ciências modernas, a saudável economia de livre
mercado, a segurança das leis, a caridade como uma virtude, o esplendor
da Arte e da Música, uma filosofia assentada na razão, a agricultura, a
arquitetura, as primeiras Universidades, as Catedrais e muitos outros
dons que nos fazem reconhecer em nossa Civilização a mais bela e
poderosa civilização da História. Na verdade a Igreja soube aproveitar o
que havia de bom na civilização greco-romana, não as desprezou, e soube
com os valores cristãos moldar a nossa Civilização. Nossa Civilização
tem uma enorme dívida com a Igreja.
É preciso saber distinguir entre a “Pessoa” da Igreja, fundada por
Cristo, divina, santa, e as “pessoas” da Igreja que são seus filhos,
santos e pecadores. Onde há homens há erros e pecados. Na Igreja também.
A contribuição da Igreja para o desenvolvimento da ciência foi
enorme; muitos cientistas foram padres. Pe. Nicholas Steno, é
considerado o “pai da geologia”. O “pai da egiptologia” foi o padre
Athanasius Keicher. A primeira pessoa a medir a taxa de aceleração de um
corpo em queda livre foi o Pe. Giambattista Riccioli. Pe. Rober
Boscovitch é considerado o pai da moderna teoria atômica. Os jesuítas se
dedicavam ao estudo dos terremotos tal que a sismologia veio a ser
conhecida como a “ciência Jesuítica”. Trinta e cinco crateras da lua
foram nomeadas por cientistas e matemáticos jesuítas.
J. L. Heilbron (1999), da Universidade da Califórnia em Berkeley, disse que:
“A Igreja Católica Romana deu mais suporte financeiro e social ao
estudo da astronomia por mais de seis séculos do que qualquer outra
instituição”. T. Woods afirma que “o verdadeiro papel da Igreja no
desenvolvimento da ciência moderna permanece um dos mais bem guardados
segredos da história moderna”.
Foram os monges da Igreja que preservaram a herança literária do mundo Antigo após a queda de Roma diante dos bárbaros em 476.
Reginald Grégoire (1985) afirma que os monges deram “a toda a Europa…
uma rede de fábricas, centros de criação de gado, centros de educação,
fervor espiritual, … uma avançada civilização emergiu da onda caótica
dos bárbaros”. Ele afirma que: “Sem dúvida alguma S. Bento (o mais
importante arquiteto do monaquismo ocidental) foi o Pai da Europa. Os
Beneditinos e seus filhos, foram os Pais da civilização Europeia”.
O desenvolvimento do conceito de “lei internacional” é atribuída aos
pensadores dos séc. XVII e XVIII, mas na verdade surgiu no séc. XVI nas
universidades espanholas católicas; foi o Padre Francisco de Vitória,
quem ganhou o título de “pai da lei internacional”. A lei ocidental é
uma dádiva da Igreja; a lei canônica foi o primeiro sistema legal na
Europa, o que deu início ao primeiro corpo coerente de leis.
Segundo Harold Berman (1974), “foi a Igreja que primeiro ensinou ao
homem ocidental um sistema moderno de lei. A Igreja foi quem primeiro
ensinou que conflitos, estatutos, casos, e doutrina podem ser
reconciliadas por análises e sínteses”. A formulação dos direitos, que
surgiu da civilização ocidental, não veio de John Locke e Thomas
Jefferson, mas muito antes, das leis canônicas da Igreja Católica.
Alguns historiadores de economia antiga afirmam que a moderna
economia, surgiu com Adam Smith e outros teóricos da economia do séc.
XVIII, mas estudos recentes estão mostrando a importância do pensamento
econômico dos Escolásticos da Igreja, particularmente os teólogos
católicos espanhóis e séc. XV e XVI. O grande economista atual Joseph
Schumpeter considera que esses pensadores católicos foram os fundadores
da ciência econômica moderna.
Woods cita Lecky, um historiador do séc. XIX, crítico da Igreja, que
admitiu que, tanto no campo espiritual como no compromisso da Igreja com
os pobres, foi feito algo novo no mundo ocidental e que representou um
grande crescimento em relação à Antiguidade.
Assim, a Igreja berçou a Civilização Ocidental em todos os seus
campos: arte, filosofia, física, matemática, música, arquitetura,
direito, economia, moral, ciência, letras, línguas, etc…
A Igreja Católica foi e é a Instituição que mais caridade fez e faz
no mundo. Segundo revelam os dados do último “Anuário Estatístico da
Igreja”, (2015), publicado pela “Agência Fides” a Igreja administra
115.352 Institutos sanitários, de assistência e beneficência em todo o
mundo. Deste número, 5.167 hospitais, a maior parte na América, 1.493 e
1.298 na África; 17.322 dispensários (serviços de saúde) a maioria na
África; 5.256, América 5.137 e Ásia 3.760; 648 leprosários distribuídos
principalmente na Ásia (322) e África (229);15.699 casas para idosos,
doentes crônicos e deficientes – Europa (8.200) e América (3.815);
10.124 orfanatos, principalmente na Ásia (3.980) e América (2.418);
11.596 jardins da infância, a maior parte na América (3.661) e Ásia
(3.441); 14.744 consultores matrimoniais, distribuídos no continente
americano (5.636) e Europa (6.173); 3.663 centros de educação e
reeducação social, além de 36.386 instituições de outros tipos.
Será que Zanon conhece esses dados? Dizem os bons filósofos que
quando faltam argumentos, se apela para a violência. Não é um bom
caminho.
Prof. Felipe Aquino
Nenhum comentário:
Postar um comentário