terça-feira, 5 de janeiro de 2016

TU ÉS MARIA, NOSSA MESTRA E MÃE NA FÉ.




A Santíssima Virgem Maria, por haver ensinado tantas coisas a Jesus, igualmente é nossa mestra na medida em que converte em nosso modelo de espiritualidade, cujo ponto alto está na irrestrita fé no Senhor, seu Deus. Maria ensinou ao Filho uma porção de coisas. Com ela o Mestre aprendeu a falar, a dar os primeiros passos e a conhecer o nome das coisas e dos objetos, assim como a diferenciar o dia da noite, o frio do calor. Como criança, Jesus aprendeu com sua mãe o valor dos pequenos gestos da vida humana. Não sendo rica nem culta, Maria transmitiu-lhe a riqueza do amor e o entendimento dos espíritos povoados de Deus, no mistério das realidades da vida simples, calcada na segurança do amor sem fim.

Maria é a mãe do Jesus histórico e do Cristo da fé. Pela graça e amor do Pai ela se tornou a mãe do Messias, nosso Salvador. Nela não se encontra apenas o advento de Deus no mundo, mas também uma irradiação de sua presença amorosa e transformadora. Quando o cristão deseja compreender bem o mistério de sua espiritualidade e de sua fé, ele experimenta o dever, a urgência de considerar e refletir sobre a pessoa e o lugar de Maria no projeto de Deus e na vida da Igreja.
A Igreja de Jesus tem três pilares: Carismática, Petrina e Mariológica.
A pessoa de Maria, como a nova Eva, é mencionada nas Sagradas Escrituras, do Gênesis ao Apocalipse. Por isso o próprio Senhor dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamará pelo nome de Emanuel (Is 7,14).

Com Maria Jesus conheceu o nome das pessoas, dos parentes e dos pequenos animais domésticos. Nesse particular, ressalte-se que Maria foi mãe, mestra e guia de Jesus-menino.
Hoje se nota que o nosso mundo está repleto de egoísmo, excesso de personalismo, onde muitas mulheres renunciam ou postergam a maternidade a planos irrelevantes ou subalternos, em nome do prazer, da estética, da profissão, de uma pretensa liberdade, de ideais duvidosos de um falso espaço ou de uma enganosa realização. 

Ah, que lição Maria nos dá! Ela é a mulher simples que se despe de seus ideais humanos, mergulha no escuro da fé, doando-se ao seu Deus, esvaziando-se de si mesma para ser preenchida pela riqueza do Espírito Santo. Tal doação credencia-a ao titulo de medianeira de todas as graças.

São abundantes as referências dos clássicos. De um lado, vemos São Boaventura ensinando que a vontade de Deus é que recebamos todas as graças por intermédio de Maria. De outro, São Luis Maria Grignion de Monfort nos fala, abaixo, dos méritos e das virtudes de Jesus que adornam a espiritualidade de Maria, e pela mãe são transmitidos a nós: Deus Filho comunicou à sua Mãe tudo o que adquiriu por sua vida e morte: seus méritos infinitos e suas virtudes admiráveis. Jesus a fez tesoureira de tudo que seu Pai lhe deu em herança; é por ela que ele aplica seus méritos aos membros do corpo místico, que comunica suas virtudes, e distribui suas graças; ela é o canal misterioso, o aqueduto pelo qual passam abundantes e docemente suas misericórdias (In: Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. Ed. Vozes, 1987.)  .

Existem muitas mulheres como Maria! Há pessoas que a tudo renunciam, sacrificando-se pelo amor de seus filhos (e às vezes até de filhos alheios) e de sua família, elegendo-os como prioridade de suas vidas, deixando de lado as ilusórias promessas do mundo, as irreais sensações de estabilidade e tranquilidade, para se dedicarem ao amor, para escutarem o filho balbuciar seu nome, afagarem seu rosto com suas mãozinhas, chamando-as de mamãe, e iniciando com elas o processo de aprendizado pela vida. 

Com seu amor de mãe, Maria cuida dos irmãos de seu Filho,  que ainda peregrinam e se debatem entre os perigos e as angústias, até que sejam conduzidos à Pátria feliz. Por isso, a Santíssima Virgem é invocada na Igreja com os títulos de Advogada, Auxiliadora, Amparo e Medianeira.

A grande lição de vida que Maria nos dá é sua fé em seu Senhor; é sua disponibilidade em estar a serviço, a capacidade de se colocar à disposição de um projeto que ela mesma não sabia como era, mas suficientemente claro para ser abraçado pela fé, afinal, vindo do seu Senhor, só podia ser coisa boa. É incrível a humildade de Maria, reconhecendo-se pequena antes os intrincados caminhos de Deus.

O silêncio de Maria é revelador, povoado de mensagens, não de acomodação nem de resignação, é pleno de confiança e entrega, certa que Deus sempre faz o melhor por seus filhos, mesmo que estes não possam perceber, de imediato, esses benefícios.
A grande fé que se derrama do coração de Maria é a tônica que ajudou a edificar aquele lar em Nazaré, onde o amor e a esperança brotavam em torrentes, cujo exemplo vara os séculos e nos conduz, hoje, à sua imitação.

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