A doutrina e o uso das indulgências na Igreja Católica há
vários séculos encontram sólido apoio na Revelação divina, e vem dos Apóstolos.
“Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena
temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e
determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora
da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de
Cristo e dos Santos”. (Norma 1 do Manual das
Indulgências)
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que: “Pelas
indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do
Purgatório, a remissão das penas temporais, sequelas dos pecados”. (n. 1498)
O pecado tem duas consequências: a culpa e a pena. A culpa é perdoada na Confissão;
a pena, que
é a desordem que o pecado provoca no pecador e nos outros, e que precisa ser
reparado, é eliminada pela indulgência que pode ser plenária
(total) ou parcial.
De acordo com o Manual das Indulgências, para se ganhar uma
indulgência plenária (uma vez por dia apenas),
para si mesmo ou para as almas, deve-se fazer:
a) uma
Confissão individual rejeitando todos os pecados (basta
uma Confissão para várias indulgências);
b) receber
a Sagrada Eucaristia;
c) rezar
pelo Papa ao menos um Pai-nosso e uma Ave-Maria.
Não é necessário que tudo seja feito no mesmo dia.
Além disso, escolher uma dessas práticas:
1)
Adoração ao Santíssimo Sacramento pelo menos por
meia hora. (concessão n. 3)
2)
Leitura espiritual da Sagrada Escritura ao menos
por meia hora. (concessão n. 50)
3)
Piedoso exercício da Via Sacra. (concessão n. 63)
4)
Recitação do Rosário de Nossa Senhora na igreja,
no oratório ou na família ou na comunidade religiosa ou em piedosa associação. (concessão n. 63)
Para o Ano da Misericórdia o Papa Francisco autorizou outros
meios de “alcançar misericórdia” por meio da indulgência plenária. Esta prática
pode, então, substituir uma das quatro opções citadas acima: Rosário, ou
Adoração do Santíssimo, ou Via Sacra, ou leitura bíblica meditada.
Segundo a carta do Papa Francisco a D. Rino Fisichella,
presidente do pontifício conselho para a promoção da nova evangelização, se
concede a indulgência para o Ano Santo:
1 - PEREGRINAÇÃO ATÉ A PORTA SANTA
“Para viver e obter a indulgência os fiéis são chamados a
realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou
nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais
em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão”.
2 - DOENTES E PESSOAS IMPOSSIBILITADAS
“Penso também em quantos, por diversos motivos, estiverem
impossibilitados de ir até à Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas
idosas e sós, que muitas vezes se encontram em condições de não poder sair de
casa. Viver com fé e esperança jubilosa este momento de provação, recebendo a
comunhão ou participando na santa Missa e na oração comunitária, inclusive
através dos vários meios de comunicação, será para eles o modo de obter a
indulgência jubilar”.
3 - ENCARCERADOS
“O meu pensamento dirige-se também aos encarcerados, que
experimentam a limitação da sua liberdade. Nas capelas dos cárceres poderão
obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela,
dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para eles a
passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os
corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.
4 - OBRAS DE MISERICÓRDIA ESPIRITUAIS OU CORPORAIS
“Todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras
pessoalmente obterá sem dúvida a indulgência jubilar. Daqui o compromisso a
viver de misericórdia para alcançar a graça do perdão completo e exaustivo pela
força do amor do Pai que não exclui ninguém. Portanto, tratar-se-á de uma
indulgência jubilar plena, fruto do próprio evento que é celebrado e vivido com
fé, esperança e caridade”.
5 - FIÉIS FALECIDOS
“A indulgência jubilar pode ser obtida também para quantos
faleceram. A eles estamos unidos pelo testemunho de fé e caridade que nos
deixaram. Assim como os recordamos na celebração eucarística, também podemos,
no grande mistério da comunhão dos Santos, rezar por eles, para que o rosto
misericordioso do Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa e possa abraçá-los
na beatitude sem fim”.
6 - FIÉIS QUE FREQUENTAREM IGREJAS DA FRATERNIDADE SÃO PIO X
[A Indulgência também] “é dirigida aos fiéis que por
diversos motivos sentem o desejo de frequentar as igrejas oficiadas pelos
sacerdotes da Fraternidade São Pio X. Movido pela exigência de corresponder ao
bem destes fiéis, estabeleço por minha própria vontade que quantos, durante o
Ano Santo da Misericórdia, se aproximarem para celebrar o Sacramento da
Reconciliação junto dos sacerdotes da Fraternidade São Pio X, recebam
validamente e licitamente a absolvição dos seus pecados”.
Que neste Ano Santo que se iniciará, saibamos aproveitar a
oportunidade para vivê-lo intensamente e buscar ir ao encontro dessa fonte
inesgotável de misericórdia que nasce do Coração de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário