São João 20,11-18.
«Se foste tu que o tiraste»: como se Maria já lhe tivesse dito porque
chorava! Fala «dele», sem pronunciar o seu nome. Tal é o fulgor do
amor: quando estamos repletos de amor, acreditamos que os outros sentem o
mesmo que nós. […]. Maria é incapaz de imaginar que alguém possa
ignorar a razão da sua imensa tristeza.
Jesus diz-lhe: «Maria!» Pouco antes, chamara-a pelo nome comum a
todas do seu sexo: «Mulher», sem ainda Se dar a conhecer. Agora, chama-a
pelo seu nome próprio, como se lhe dissesse sem rodeios : «Reconhece
Aquele que te reconhece.» Também Deus disse a Moisés: «Conheço-te pelo
teu nome (Ex 33,12). «Homem» é o nome comum a todos; mas «Moisés» é o
seu nome próprio e Deus diz que o conhece pelo seu nome e parece
declarar: «Não te conheço como conjunto dos homens, conheço-te
pessoalmente.»
Assim, chamada pelo próprio nome, Maria reconhece o seu criador e no
mesmo instante responde-lhe: «Rabbouni», que quer dizer Mestre. Ela
procurava-O fora de si, mas Ele pediu-lhe que O procurasse dentro de si.
[…] «Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: “Vi o Senhor!” E
contou o que Ele lhe tinha dito.»
Neste momento, o pecado dos homens
abandona o coração de onde procedia. Porque se foi uma mulher que, no
paraíso, tentou um homem com o fruto da morte, é uma mulher que, no
sepulcro, anuncia a vida aos homens e lhes leva as palavras daquele que
traz a vida.
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