Primeira Leitura (Gn 1,1– 2,2)
Leitura do Livro do Gênesis:
1No princípio Deus criou o céu e a terra. 2A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam a face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.
3Deus disse: “Faça-se a luz!” E a luz se fez. 4Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. 5E à luz Deus chamou “dia” e às trevas, “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia.
6Deus disse: “Faça-se um firmamento entre as águas, separando umas das outras”. 7E Deus fez o firmamento, e separou as águas que estavam embaixo das que estavam em cima do firmamento. E assim se fez. 8Ao firmamento Deus chamou “céu”. Houve uma tarde e uma manhã: segundo dia.
9Deus disse: “Juntem-se as águas que estão debaixo do céu num só lugar e apareça o solo enxuto!” E assim se fez. 10Ao solo enxuto Deus chamou “terra” e ao ajuntamento das águas, “mar”. E Deus viu que era bom.
11Deus disse: “A
terra faça brotar vegetação e plantas que deem semente, e árvores
frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, que tenham nele a sua
semente sobre a terra”. E assim se fez. 12E
a terra produziu vegetação e plantas que trazem semente segundo a sua
espécie, e árvores que dão fruto tendo nele a semente da sua espécie. E
Deus viu que era bom. 13Houve uma tarde e uma manhã: terceiro dia.
14Deus disse:
“Façam-se luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite.
Que sirvam de sinais para marcar as festas, os dias e os anos, 15e que resplandeçam no firmamento do céu e iluminem a terra”. E assim se fez. 16Deus fez os dois grandes luzeiros: o luzeiro maior para presidir o dia, e o luzeiro menor para presidir à noite, e as estrelas. 17Deus colocou-os no firmamento do céu para alumiar a terra, 18para presidir ao dia e à noite e separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom. 19E houve uma tarde e uma manhã: quarto dia.
20Deus disse: “Fervilhem as águas de seres animados de vida e voem pássaros sobre a terra, debaixo do firmamento do céu”.
21Deus criou os
grandes monstros marinhos e todos os seres vivos que nadam, em multidão,
nas águas, segundo as suas espécies, e todas as aves, segundo as suas
espécies. E Deus viu que era bom. 22E
Deus os abençoou, dizendo: “Sede fecundos e multiplicai-vos e enchei as
águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra”. 23Houve uma tarde e uma manhã: quinto dia.
24Deus disse:
“Produza a terra seres vivos segundo as suas espécies, animais
domésticos, répteis e animais selvagens, segundo as suas espécies”. E
assim se fez.
25Deus fez os
animais selvagens, segundo as suas espécies, os animais domésticos,
segundo as suas espécies e todos os répteis do solo, segundo as suas
espécies. E Deus viu que era bom.
26Deus disse:
“Façamos o homem à nossa imagem e segundo a nossa semelhança, para que
domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais de
toda a terra, e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra”.
27E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou: homem e mulher os criou. 28E
Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei
a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, sobre os pássaros
do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a terra”.
29E Deus disse:
“Eis que vos entrego todas as plantas que dão semente sobre a terra, e
todas as árvores que produzem fruto com sua semente, para vos servirem
de alimento. 30E
a todos os animais da terra, e a todas as aves do céu, e a tudo o que
rasteja sobre a terra e que é animado de vida, eu dou todos os vegetais
para alimento”. E assim se fez.
31E Deus viu tudo quanto havia feito, e eis que tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto dia.
2,1E assim foram concluídos o céu e a terra com todo o seu exército. 2No sétimo dia, Deus considerou acabada toda a obra que tinha feito; e no sétimo dia descansou de toda a obra que fizera.
Responsório (Sl 103)
— Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
— Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
— Bendize, ó minha alma, ao Senhor!/ Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande!/ De majestade e esplendor vos revestis/ e de luz vos envolveis como num manto.
— A terra vós firmastes em suas bases,/ ficará firme pelos séculos sem fim;/ os mares a cobriam como um manto,/ e as águas envolviam as montanhas.
— Fazeis brotar em meio aos vales as nascentes/ que passam serpeando entre as montanhas;/ às suas margens vêm morar os passarinhos,/ entre os ramos eles erguem o seu canto.
— De vossa casa as montanhas irrigais,/ com vossos frutos saciais a terra inteira;/ fazeis crescer os verdes pastos para o gado/ e as plantas que são úteis para o homem.
— Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras,/ e que sabedoria em todas elas!/ Encheu-se a terra com as vossas criaturas!/ Bendize, ó minha alma, ao Senhor!
Responsório (Sl 15)
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
— Ó Senhor, sois minha herança e minha taça,/ meu destino está seguro em vossas mãos!/ Tenho sempre o Senhor ante meus olhos,/ pois se o tenho a meu lado não vacilo.
— Eis por que meu coração está em festa,/ minha alma rejubila de alegria,/ e até meu corpo no repouso está tranquilo;/ pois não haveis de me deixar entregue à morte,/ nem vosso amigo conhecer a corrupção.
— Vós me ensinais vosso caminho para a vida;/ junto a vós, felicidade sem limites,/ delícia eterna e alegria ao vosso lado!
Responsório (Êx 15,1-6.17-18)
— Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!
— Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!
— Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória:/ precipitou no Mar Vermelho o cavalo e o cavaleiro!/ O Senhor é minha força, é a razão do meu cantar,/ pois foi ele neste dia para mim libertação!/ Ele é meu Deus e o louvarei, Deus de meu pai, e o honrarei.
— O Senhor é um Deus guerreiro;/ o seu nome é “Onipotente”./ Os soldados e os carros do Faraó jogou no mar;/ seus melhores capitães afogou no mar Vermelho,
— Afundaram como pedras e as ondas os cobriram./ Ó Senhor, o vosso braço é duma força insuperável!/ Ó Senhor, o vosso braço esmigalhou os inimigos!
— Vosso povo levareis e o plantareis em vosso Monte,/ no lugar que preparastes para a vossa habitação,/ no Santuário construído pelas vossas próprias mãos./ O Senhor há de reinar eternamente, pelos séculos!
Responsório (Sl 117)
— Aleluia! Aleluia! Aleluia!
— Aleluia! Aleluia! Aleluia!
— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!/ Eterna é a sua misericórdia!/ A casa de Israel agora o diga: “Eterna é a sua misericórdia!”
— A mão direita do Senhor fez maravilhas,/ a mão direita do Senhor me levantou,/ a mão direita do Senhor fez maravilhas!/ não morrerei, mas ao contrário, viverei/ para cantar as grandes obras do Senhor!
— A pedra que os pedreiros rejeitaram/ tornou-se agora a pedra angular./ Pelo Senhor é que foi feito tudo isso:/ que maravilhas ele fez a nossos olhos!
Segunda Leitura (Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18)
Leitura do Livro do Gênesis:
Naqueles dias, 1Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: Abraão!” E ele respondeu: “Aqui estou”. 2E
Deus disse: “Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirige-te à
terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um monte que eu te
indicar”.
9aChegados
ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em
cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. 10Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho.
11E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: “Abraão! Abraão!” Ele respondeu: “Aqui estou!”. 12E
o anjo lhe disse: “Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças
nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho
único”.
13Abraão,
erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres;
foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho.
15O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu, 16e lhe disse: “Juro por mim mesmo — oráculo do Senhor —, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, 17eu
te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas
do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão
as cidades dos inimigos. 18Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
Terceira Leitura (Êx 14,15 – 15,1)
Leitura do Livro do Êxodo:
Naqueles dias: 15O Senhor disse a Moisés: “Por que clamas a mim por socorro? Dize aos filhos de Israel que se ponham em marcha. 16Quanto
a ti, ergue a vara, estende o braço sobre o mar e divide-o, para que os
filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar. 17De
minha parte, endurecerei o coração dos egípcios, para que sigam atrás
deles, e eu seja glorificado às custas do Faraó, e de todo o seu
exército, dos seus carros e cavaleiros. 18E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando eu for glorificado às custas do Faraó, dos seus carros e cavaleiros”.
19Então, o anjo
do Senhor, que caminhava à frente do acampamento dos filhos de Israel,
mudou de posição e foi para trás deles; e com ele, ao mesmo tempo, a
coluna de nuvem, que estava na frente, colocou-se atrás, 20inserindo-se
entre o acampamento dos egípcios e o acampamento dos filhos de Israel.
Para aqueles a nuvem era tenebrosa, para estes, iluminava a noite.
Assim, durante a noite inteira, uns não puderam aproximar-se dos outros.
21Moisés estendeu
a mão sobre o mar, e durante toda a noite o Senhor fez soprar sobre o
mar um vento leste muito forte; e as águas se dividiram. 22Então,
os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto, enquanto as
águas formavam como que uma muralha à direita e à esquerda.
23Os egípcios puseram-se a persegui-los, e todos os cavalos do Faraó, carros e cavaleiros os seguiram mar adentro.
24Ora, de madrugada, o Senhor lançou um olhar, desde a coluna de fogo e da nuvem, sobre as tropas egípcias e as pôs em pânico. 25Bloqueou
as rodas dos seus carros, de modo que só a muito custo podiam avançar.
Disseram, então, os egípcios: “Fujamos de Israel! Pois o Senhor combate a
favor deles, contra nós”. 26O Senhor disse a Moisés: “Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem contra os egípcios, seus carros e cavaleiros”.
27Moisés estendeu
a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar voltou ao seu leito
normal, enquanto os egípcios, em fuga, corriam ao encontro das águas, e o
Senhor os mergulhou no meio das ondas.
28As águas
voltaram e cobriram carros, cavaleiros e todo o exército do Faraó, que
tinha entrado no mar em perseguição a Israel. Não escapou um só. 29Os
filhos de Israel, ao contrário, tinham passado a pé enxuto pelo meio do
mar, cujas águas lhes formavam uma muralha à direita e à esquerda.
30Naquele dia, o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios, e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar, 31e a mão poderosa do Senhor agir contra eles. O povo temeu o Senhor, e teve fé no Senhor e em Moisés, seu servo. 15,1Então, Moisés e os filhos de Israel cantaram ao Senhor este cântico.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!
Quarta Leitura (Rm 6,3-11)
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:
Irmãos: 3Será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? 4Pelo
batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo
ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma
vida nova.
5Pois, se fomos
de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à
sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição.
6Sabemos que o
nosso velho homem foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o
corpo de pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. 7Com efeito, aquele que morreu está livre do pecado.
8Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. 9Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. 10Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive.
11Assim, vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Anúncio do Evangelho (Mc 16,1-7)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.
1Quando passou o sábado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé, compraram perfumes para ungir o corpo de Jesus. 2E bem cedo, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, elas foram ao túmulo.
3E diziam entre si: “Quem rolará para nós a pedra da entrada do túmulo?”
4Era uma pedra muito grande. Mas, quando olharam, viram que a pedra já tinha sido retirada. 5Entraram, então, no túmulo e viram um jovem, sentado ao lado direito, vestido de branco.
6Mas o jovem lhes disse: “Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou. Não está aqui. 7Vede
o lugar onde o puseram. Ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele
irá à vossa frente, na Galileia. Lá vós o vereis, como ele mesmo tinha
dito”.
Reflexão
Grande é a nossa alegria ao ver a luz que brilha nas trevas. É a
noite santa da “Vigília Pascal”. O símbolo predominante desta noite de
Páscoa é a “luz”.
O amor de Deus é glorificado na “luz” das maravilhas da criação (cf. Gn 1,1—2,2). Aprisionados nas trevas da opressão egípcia, os filhos de Israel se alegram ao verem a “luz” da libertação que os conduz à glória da liberdade (cf. Ex 14,15—15,1). Por meio do profeta Isaías, o Senhor reacende as esperanças de Seu povo, oferecendo-lhe, gratuitamente, a vida em prosperidade e, deste modo, a “luz” da salvação (cf. Is 55,1-11).
É o símbolo mais destacado do Tempo Pascal. A palavra “círio” vem do latim ”cereus”, de cera. O produto das abelhas que com Cristo toma uma nova dimensão. Uma vez acesso, significa, ante os olhos do mundo, a glória de Cristo Ressuscitado. Por isso, grava-se, em primeiro lugar, a cruz no círio. A cruz de Cristo devolve à cada coisa seu sentido. Por isso, o Cânon Romano diz: “Por Ele segue criando todos os bens, os santificas, os enche de vida, os abençoas e repartes entre nós”.
Ao gravar na cruz as letras gregas “Alfa e Ômega” e as cifras do ano em curso, o celebrante proclama: “Cristo ontem e hoje, Princípio e Fim, Alfa e Ômega. D’Ele é o tempo e a eternidade. A Ele a glória e o poder. Pelos séculos dos séculos. Amém”. Ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor. Homens, coisas e tempo estão sob Sua potestade.
O Círio é decorado com grãos de incenso, o qual segundo uma tradição muito antiga, passaram a significar simbolicamente as cinco chagas de Cristo: “Por tuas chagas santas e gloriosas nos proteja e nos guarde Jesus Cristo, nosso Senhor”.
O celebrante termina acendendo o fogo novo, dizendo: “A luz de Cristo, que ressuscita glorioso, dissipe as trevas do coração e do espírito”.
Após acender o Círio que representa Cristo, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança a procissão dos ministros. Enquanto a comunidade acende as suas velas no Círio recém aceso, escuta-se cantar três vezes: “Luz de Cristo”.
Essas experiências devem ser vividas com uma alma de criança, singela, mas vibrante, para estar em condições de entrar na mentalidade da Igreja neste momento de júbilo. O mundo conhece demasiado bem as trevas que envolvem a sua terra em desgraça e tormento. Porém, nesta hora, pode-se dizer que sua desventura atraiu a misericórdia e que o Senhor quer invadir a toda realidade com torrentes de sua luz.
Já os profetas haviam prometido a luz: “O Povo que caminha em meio às trevas viu uma grande luz”, escreve Isaías (Is 9,1; 42,7; 49,9). Esta luz que amanhecerá sobre a Nova Jerusalém (Is 60,1ss.) será o próprio Deus vivo, que iluminará aos seus e seu Servo será a luz das nações (Is 42,6; 49,6).
O catecúmeno que participa desta celebração da luz sabe por experiência própria que, desde seu nascimento, está em meio às trevas; mas tem o conhecimento de que Deus o chamou para sair das trevas e a entrar em sua luz maravilhosa (1 Pd 2,9). Dentro de uns momentos, na pia batismal, “Cristo será sua luz” (Ef 5,14). Passará das trevas à “luz no Senhor” (Ef 5,8).
Em seguida, é proclamada a grande ação de graças. Este hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, alegria do céu, da terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Esta alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas.
Seu tema é a história da salvação resumida pelo poema. Uma terceira parte consiste em uma oração pela paz, pela Igreja, por suas autoridades e seus fiéis, pelos governantes das nações, para que todos cheguem à pátria celestial.
Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais do que o normal na proclamação da Palavra. Tanto o Antigo como o Novo Testamento falam de Cristo e iluminam a História da Salvação e o sentido dos sacramentos pascais. Há um diálogo entre Deus que se dirige ao seu povo e o povo que Lhe responde pelos salmos e preces.
As leituras da Vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “… e começando por Moisés e por todos os profetas em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito” (Lc 24, 27).
A celebração Eucarística é o ápice da Noite Pascal. É a Eucaristia central de todo o ano. Cristo, o Senhor Ressuscitado, nos faz participar do seu Corpo e do seu Sangue, como memorial da Sua Páscoa.
O apóstolo Paulo nos apresenta o batismo como um sinal real da nossa participação na morte e ressurreição de Cristo Jesus. Pelo batismo morremos para o pecado e ressurgimos para a vida. É a “luz” da vida nova em Cristo ressuscitado que brilha nas trevas do pecado (cf. Rm 6,3-11).
A verdade da ressurreição é a certeza da “luz” que brilha nas trevas e aponta a vida nova. Na escuridão, não vemos nada, mas quando se acende a “luz”, enxergamos a vida que é o fruto do amor. A vida gerada pelo amor só pode ser vista na “luz”. Neste sentido é que afirmamos que “o amor foi glorificado na luz”. De fato, a “Luz da Ressurreição” faz com que a vida gerada com a força do amor seja exaltada, glorificada, tornando-se esplêndida aos nossos olhos.
O amor presente nas mãos de Jesus, que lava os pés de Seus discípulos, e presente no pão que lhes é repartido, é o amor assumido na cruz, e hoje glorificado na Luz da Ressurreição.
Cristo ressuscitou como havia dito. Aleluia! Somos todos convidados a acolher esta “noite da luz eterna” para que, em meio às trevas do pecado e de tantos outros problemas e desafios, brilhe e se abra a porta de saída para a vida, para o amor e para a alegria do Cristo Ressuscitado.
O amor de Deus é glorificado na “luz” das maravilhas da criação (cf. Gn 1,1—2,2). Aprisionados nas trevas da opressão egípcia, os filhos de Israel se alegram ao verem a “luz” da libertação que os conduz à glória da liberdade (cf. Ex 14,15—15,1). Por meio do profeta Isaías, o Senhor reacende as esperanças de Seu povo, oferecendo-lhe, gratuitamente, a vida em prosperidade e, deste modo, a “luz” da salvação (cf. Is 55,1-11).
É o símbolo mais destacado do Tempo Pascal. A palavra “círio” vem do latim ”cereus”, de cera. O produto das abelhas que com Cristo toma uma nova dimensão. Uma vez acesso, significa, ante os olhos do mundo, a glória de Cristo Ressuscitado. Por isso, grava-se, em primeiro lugar, a cruz no círio. A cruz de Cristo devolve à cada coisa seu sentido. Por isso, o Cânon Romano diz: “Por Ele segue criando todos os bens, os santificas, os enche de vida, os abençoas e repartes entre nós”.
Ao gravar na cruz as letras gregas “Alfa e Ômega” e as cifras do ano em curso, o celebrante proclama: “Cristo ontem e hoje, Princípio e Fim, Alfa e Ômega. D’Ele é o tempo e a eternidade. A Ele a glória e o poder. Pelos séculos dos séculos. Amém”. Ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre o cosmos exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor. Homens, coisas e tempo estão sob Sua potestade.
O Círio é decorado com grãos de incenso, o qual segundo uma tradição muito antiga, passaram a significar simbolicamente as cinco chagas de Cristo: “Por tuas chagas santas e gloriosas nos proteja e nos guarde Jesus Cristo, nosso Senhor”.
O celebrante termina acendendo o fogo novo, dizendo: “A luz de Cristo, que ressuscita glorioso, dissipe as trevas do coração e do espírito”.
Após acender o Círio que representa Cristo, a coluna de fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança a procissão dos ministros. Enquanto a comunidade acende as suas velas no Círio recém aceso, escuta-se cantar três vezes: “Luz de Cristo”.
Essas experiências devem ser vividas com uma alma de criança, singela, mas vibrante, para estar em condições de entrar na mentalidade da Igreja neste momento de júbilo. O mundo conhece demasiado bem as trevas que envolvem a sua terra em desgraça e tormento. Porém, nesta hora, pode-se dizer que sua desventura atraiu a misericórdia e que o Senhor quer invadir a toda realidade com torrentes de sua luz.
Já os profetas haviam prometido a luz: “O Povo que caminha em meio às trevas viu uma grande luz”, escreve Isaías (Is 9,1; 42,7; 49,9). Esta luz que amanhecerá sobre a Nova Jerusalém (Is 60,1ss.) será o próprio Deus vivo, que iluminará aos seus e seu Servo será a luz das nações (Is 42,6; 49,6).
O catecúmeno que participa desta celebração da luz sabe por experiência própria que, desde seu nascimento, está em meio às trevas; mas tem o conhecimento de que Deus o chamou para sair das trevas e a entrar em sua luz maravilhosa (1 Pd 2,9). Dentro de uns momentos, na pia batismal, “Cristo será sua luz” (Ef 5,14). Passará das trevas à “luz no Senhor” (Ef 5,8).
Em seguida, é proclamada a grande ação de graças. Este hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, alegria do céu, da terra, da Igreja, da assembleia dos cristãos. Esta alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas.
Seu tema é a história da salvação resumida pelo poema. Uma terceira parte consiste em uma oração pela paz, pela Igreja, por suas autoridades e seus fiéis, pelos governantes das nações, para que todos cheguem à pátria celestial.
Nesta noite, a comunidade cristã se detém mais do que o normal na proclamação da Palavra. Tanto o Antigo como o Novo Testamento falam de Cristo e iluminam a História da Salvação e o sentido dos sacramentos pascais. Há um diálogo entre Deus que se dirige ao seu povo e o povo que Lhe responde pelos salmos e preces.
As leituras da Vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu o próprio Cristo: “… e começando por Moisés e por todos os profetas em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito” (Lc 24, 27).
A celebração Eucarística é o ápice da Noite Pascal. É a Eucaristia central de todo o ano. Cristo, o Senhor Ressuscitado, nos faz participar do seu Corpo e do seu Sangue, como memorial da Sua Páscoa.
O apóstolo Paulo nos apresenta o batismo como um sinal real da nossa participação na morte e ressurreição de Cristo Jesus. Pelo batismo morremos para o pecado e ressurgimos para a vida. É a “luz” da vida nova em Cristo ressuscitado que brilha nas trevas do pecado (cf. Rm 6,3-11).
A verdade da ressurreição é a certeza da “luz” que brilha nas trevas e aponta a vida nova. Na escuridão, não vemos nada, mas quando se acende a “luz”, enxergamos a vida que é o fruto do amor. A vida gerada pelo amor só pode ser vista na “luz”. Neste sentido é que afirmamos que “o amor foi glorificado na luz”. De fato, a “Luz da Ressurreição” faz com que a vida gerada com a força do amor seja exaltada, glorificada, tornando-se esplêndida aos nossos olhos.
O amor presente nas mãos de Jesus, que lava os pés de Seus discípulos, e presente no pão que lhes é repartido, é o amor assumido na cruz, e hoje glorificado na Luz da Ressurreição.
Cristo ressuscitou como havia dito. Aleluia! Somos todos convidados a acolher esta “noite da luz eterna” para que, em meio às trevas do pecado e de tantos outros problemas e desafios, brilhe e se abra a porta de saída para a vida, para o amor e para a alegria do Cristo Ressuscitado.
Padre Bantu Mendonça
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