Leitura do Primeiro Livro dos Reis.
Naqueles dias, 22Salomão pôs-se de pé diante do
altar do Senhor, na presença de toda a assembleia de Israel, estendeu as
mãos para o céu e disse: 23“Ó Senhor, Deus de Israel,
não há Deus igual a ti nem no mais alto dos céus, nem aqui embaixo na
terra; tu és fiel à tua misericordiosa aliança com teus servos, que
andam na tua presença de todo o seu coração. 27Mas será
que Deus pode realmente morar sobre a terra? Se os mais altos céus não
te podem conter, muito menos esta casa que eu construí! 28Mas atende, Senhor meu Deus, à oração e à súplica do teu servo, e ouve o clamor e a prece que ele faz hoje em tua presença.
29Teus olhos estejam abertos noite e dia sobre esta
casa, sobre o lugar do qual disseste: ‘Aqui estará o meu nome!’ Ouve a
oração que o teu servo te faz neste lugar. 30Ouve as
súplicas de teu servo e de teu povo Israel, quando aqui orarem.
Escuta-os do alto da tua morada, no céu, escuta-os e perdoa!
Responsório (Sl 83)
— Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!
— Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!
— Minha alma desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor!
Meu coração e minha carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo!
— Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa, e a andorinha ali
prepara o seu ninho, para nele seus filhotes colocar: vossos altares, ó
Senhor Deus do universo! Vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor!
— Felizes os que habitam vossa casa; para sempre haverão de louvar!
Olhai, ó Deus, que sois a nossa proteção, vede a face do eleito, vosso
Ungido!
— Na verdade, um só dia em vosso templo vale mais do que milhares
fora dele! Prefiro estar no limiar de vossa casa, a hospedar-me na
mansão dos pecadores!
Evangelho (Mc 7,1-13)
Naquele tempo, 1os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado.
3Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre.
5Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” 6Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”.
9E dizia-lhes: “Vós sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus, a fim de guardar as vossas tradições. 10Com efeito, Moisés ordenou: ‘Honra teu pai e tua mãe’. E ainda: ‘Quem amaldiçoa o pai ou a mãe deve morrer’. 11Mas vós ensinais que é lícito alguém dizer a seu pai e à sua mãe: ‘O sustento que vós poderíeis receber de mim é Corban, isto é, Consagrado a Deus’. 12E essa pessoa fica dispensada de ajudar seu pai ou sua mãe. 13Assim vós esvaziais a Palavra de Deus com a tradição que vós transmitis. E vós fazeis muitas outras coisas como estas”.
Reflexão
Neste Evangelho, Jesus desmascara o que está por trás de certas práticas apresentadas como religiosas. E toma como exemplo a desobediência ao quarto mandamento. “Corban” era o voto pelo qual uma pessoa consagrava a Deus algum bem, tornando-o intocável e reservado somente ao tesouro do Templo, mas na verdade a intenção era livrar-se da obrigação sustentar os pais.
Nós precisamos de tradições e costumes, mas eles não podem colocar-se acima da Lei de Deus, nem serem considerados definitivos, pois a vida humana sempre evolui.
Não confundir com a Tradição, que é a maneira que a Igreja tem, inspirada pelo Espírito Santo, de interpretar as Sagradas Escrituras. Esta Tradição vem desde o tempo dos Apóstolos, e é perene. O problema é quando, aferrados a tradições humanas, nos afastamos da verdadeira Tradição da Igreja. Mas o Espírito Santo, que acompanha a Igreja e as Comunidades, nos dá o dom do discernimento para distinguirmos o que vem da Tradição, e o que são meras tradições ou costumes humanos.
A citação do profeta Isaías, feita por Jesus, nos dá a chave para entendermos por que certas pessoas se aferram cegamente a tradições. É porque elas são incapazes de crer, por isso substituem a fé por certos costumes, aos quais se apegam e não querem largar, mesmo que a Hierarquia da Igreja se posicione contra: “Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Is 29,13).
Certa vez, um jovem sacerdote tomou posse numa paróquia como pároco. Antes aquela paróquia tinha ficado um bom tempo sem padre.
Quando chegou a preparação da festa do padroeiro, a comissão da festa disse ao padre que era costume preparar dois almoços no dia da festa: um para o padre, as autoridades, os músicos da banda e os festeiros; e outro para todo o povão, mais de quinhentas pessoas.
O padre sugeriu que acabasse com essa tradição e fosse preparado um almoço só para todos. Entretanto, a comissão foi irredutível, e o padre acabou ficando calado.
Quando chegou o dia da festa, houve de manhã a procissão, em seguida a Missa e por fim o almoço. O almoço da elite foi preparado num clube, com leitoa assada, vinho e tudo mais; e o almoço do povo foi preparado num parque de exposições, com apenas galinhada, maionese e suco.
O padre, durante a Missa, teve uma idéia: Simplesmente “fugir” e ir almoçar com o povão.
Lá no clube deu o maior transtorno, porque ficaram esperando o padre para começar. Como ele não chegava nunca, foram atrás e o encontraram almoçando junto com as Irmãs religiosas, no meio do povão. Insistiram que ele fosse para o clube, pois a comida estava esfriando, mas ele foi irredutível e não foi. Acabaram almoçando sem o padre. No ano seguinte, ninguém duvidou: foi preparado um almoço só para todos e todas.
Se você fosse o padre naquela paróquia, que atitude você tomaria?
As tradições são necessárias na nossa vida em grupo, e também na Igreja; mas precisamos tomar cuidado para que elas não se tornem um contra testemunho.
Maria Santíssima não seguiu as tradições caducas do seu povo. A mulher não podia falar em público, ela falava. A mulher não costumava tomar iniciativas, ela tomava... Que Maria interceda por nós, a fim de só seguirmos tradições quando elas são benéficas e contribuem para o Reino de Deus.
Pe Queiroz
Naquele tempo, 1os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado.
3Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre.
5Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” 6Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”.
9E dizia-lhes: “Vós sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus, a fim de guardar as vossas tradições. 10Com efeito, Moisés ordenou: ‘Honra teu pai e tua mãe’. E ainda: ‘Quem amaldiçoa o pai ou a mãe deve morrer’. 11Mas vós ensinais que é lícito alguém dizer a seu pai e à sua mãe: ‘O sustento que vós poderíeis receber de mim é Corban, isto é, Consagrado a Deus’. 12E essa pessoa fica dispensada de ajudar seu pai ou sua mãe. 13Assim vós esvaziais a Palavra de Deus com a tradição que vós transmitis. E vós fazeis muitas outras coisas como estas”.
Reflexão
Neste Evangelho, Jesus desmascara o que está por trás de certas práticas apresentadas como religiosas. E toma como exemplo a desobediência ao quarto mandamento. “Corban” era o voto pelo qual uma pessoa consagrava a Deus algum bem, tornando-o intocável e reservado somente ao tesouro do Templo, mas na verdade a intenção era livrar-se da obrigação sustentar os pais.
Nós precisamos de tradições e costumes, mas eles não podem colocar-se acima da Lei de Deus, nem serem considerados definitivos, pois a vida humana sempre evolui.
Não confundir com a Tradição, que é a maneira que a Igreja tem, inspirada pelo Espírito Santo, de interpretar as Sagradas Escrituras. Esta Tradição vem desde o tempo dos Apóstolos, e é perene. O problema é quando, aferrados a tradições humanas, nos afastamos da verdadeira Tradição da Igreja. Mas o Espírito Santo, que acompanha a Igreja e as Comunidades, nos dá o dom do discernimento para distinguirmos o que vem da Tradição, e o que são meras tradições ou costumes humanos.
A citação do profeta Isaías, feita por Jesus, nos dá a chave para entendermos por que certas pessoas se aferram cegamente a tradições. É porque elas são incapazes de crer, por isso substituem a fé por certos costumes, aos quais se apegam e não querem largar, mesmo que a Hierarquia da Igreja se posicione contra: “Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Is 29,13).
Certa vez, um jovem sacerdote tomou posse numa paróquia como pároco. Antes aquela paróquia tinha ficado um bom tempo sem padre.
Quando chegou a preparação da festa do padroeiro, a comissão da festa disse ao padre que era costume preparar dois almoços no dia da festa: um para o padre, as autoridades, os músicos da banda e os festeiros; e outro para todo o povão, mais de quinhentas pessoas.
O padre sugeriu que acabasse com essa tradição e fosse preparado um almoço só para todos. Entretanto, a comissão foi irredutível, e o padre acabou ficando calado.
Quando chegou o dia da festa, houve de manhã a procissão, em seguida a Missa e por fim o almoço. O almoço da elite foi preparado num clube, com leitoa assada, vinho e tudo mais; e o almoço do povo foi preparado num parque de exposições, com apenas galinhada, maionese e suco.
O padre, durante a Missa, teve uma idéia: Simplesmente “fugir” e ir almoçar com o povão.
Lá no clube deu o maior transtorno, porque ficaram esperando o padre para começar. Como ele não chegava nunca, foram atrás e o encontraram almoçando junto com as Irmãs religiosas, no meio do povão. Insistiram que ele fosse para o clube, pois a comida estava esfriando, mas ele foi irredutível e não foi. Acabaram almoçando sem o padre. No ano seguinte, ninguém duvidou: foi preparado um almoço só para todos e todas.
Se você fosse o padre naquela paróquia, que atitude você tomaria?
As tradições são necessárias na nossa vida em grupo, e também na Igreja; mas precisamos tomar cuidado para que elas não se tornem um contra testemunho.
Maria Santíssima não seguiu as tradições caducas do seu povo. A mulher não podia falar em público, ela falava. A mulher não costumava tomar iniciativas, ela tomava... Que Maria interceda por nós, a fim de só seguirmos tradições quando elas são benéficas e contribuem para o Reino de Deus.
Pe Queiroz
Nenhum comentário:
Postar um comentário