O maior dentre os últimos acontecimentos - que Deus morreu, que a fé no Deus cristão fez-se incrível - já lançou suas primeiras sombras sobre a Europa." Estas palavras são de Nietzsche, filósofo ateu alemão do século dezenove. Palavras terríveis e, no entanto, proféticas: o filósofo constatava a morte de Deus na vida do Ocidente, que o apagou de sua consciência coletiva sócio-cultural. Isto mesmo: os que fazem a cultura, os que ditam os valores e normas de comportamento de nossa sociedade, agem como se Deus não existisse! Para eles, efetivamente, Deus morreu! Está ausente das rodas dos manda-chuvas da economia e da política, da reflexão de grande parte dos intelectuais e dos astros e estrelas da mídia. Mesmo quando se fala em Deus, de que Deus se fala? De um deusinho vagabundo, que não passa de um ído lo reduzido miseravelmente a uma idéia vaga que diz "amém" a todas as loucuras e caprichos nossos.
Deus - o verdadeiro! - está morrendo na consciência de nossa civilização. Nietzsche dizia que esta realidade (que ele considerava uma "boa-nova"!) já estava dando seus primeiros frutos na Europa. E deu: as duas grandes guerras mundiais, os sistemas totalitários e os genocídios! E continua dando frutos, não somente na Europa - velha em todos os sentidos! -, mas também nas Américas e demais países "ocidentais".
Nossa sociedade encontra-se atolada numa incrível crise de valores, num terrível vazio moral: falta uma reflexão ética - e uma ética inspirada nos valores cristãos - no âmbito da cultura, da economia, da sexualidade, da família, dos meios de comunicação, da política. A ética que estão querendo construir agora, sem Deus, tendo somente o homem como centro e como medida, é uma ética de morte. Recentemente, um famoso filósofo australiano, Peter Singer, falava da sua teoria ética, chamada "utilitarismo de preferência": as coisas valem pela sua utilidade, inclusive a vida humana. Para Singer, é totalmente moral dar uma injeção letal num bebê deficiente, num marginal ou em alguém que esteja sofrendo. Estes não servem para nada, vão somente sofrer e dar trabalho. A utilidade é o critério do certo e do errad o E Deus? Não existe Deus! O homem é Deus! O homem está livre - como pensava Nietzsche - da tutela chata de um Deus paterno e castrador!
Nesta sociedade que descartou Deus como uma seringa usada, as pessoas já não mais conseguem encontrar um sentido para sua existência, uma razão que realmente fundamente a vida no tempo e na eternidade: os jovens drogam-se com entorpecentes; os adultos, com a febre do consumismo, da busca desenfreada pelo prazer e pelo poder. Tudo isso - repito com tristeza - porque as pessoas já não conseguem encontrar de modo claro um sentido para a vida: empurra-se a existência com a barriga! Três fenômenos de nossa cultura ocidental e de nossa época - fenômenos novinhos em folha! - mostram este vazio de sentido: (1) o consumismo desenfreado, muito bem representado pelas catedrais modernas, que são os shoppings centers.
Deus - o verdadeiro! - está morrendo na consciência de nossa civilização. Nietzsche dizia que esta realidade (que ele considerava uma "boa-nova"!) já estava dando seus primeiros frutos na Europa. E deu: as duas grandes guerras mundiais, os sistemas totalitários e os genocídios! E continua dando frutos, não somente na Europa - velha em todos os sentidos! -, mas também nas Américas e demais países "ocidentais".
Nossa sociedade encontra-se atolada numa incrível crise de valores, num terrível vazio moral: falta uma reflexão ética - e uma ética inspirada nos valores cristãos - no âmbito da cultura, da economia, da sexualidade, da família, dos meios de comunicação, da política. A ética que estão querendo construir agora, sem Deus, tendo somente o homem como centro e como medida, é uma ética de morte. Recentemente, um famoso filósofo australiano, Peter Singer, falava da sua teoria ética, chamada "utilitarismo de preferência": as coisas valem pela sua utilidade, inclusive a vida humana. Para Singer, é totalmente moral dar uma injeção letal num bebê deficiente, num marginal ou em alguém que esteja sofrendo. Estes não servem para nada, vão somente sofrer e dar trabalho. A utilidade é o critério do certo e do errad o E Deus? Não existe Deus! O homem é Deus! O homem está livre - como pensava Nietzsche - da tutela chata de um Deus paterno e castrador!
Nesta sociedade que descartou Deus como uma seringa usada, as pessoas já não mais conseguem encontrar um sentido para sua existência, uma razão que realmente fundamente a vida no tempo e na eternidade: os jovens drogam-se com entorpecentes; os adultos, com a febre do consumismo, da busca desenfreada pelo prazer e pelo poder. Tudo isso - repito com tristeza - porque as pessoas já não conseguem encontrar de modo claro um sentido para a vida: empurra-se a existência com a barriga! Três fenômenos de nossa cultura ocidental e de nossa época - fenômenos novinhos em folha! - mostram este vazio de sentido: (1) o consumismo desenfreado, muito bem representado pelas catedrais modernas, que são os shoppings centers.
Consome-se e consome-se para ter-se a impressão de que se está vivendo, preenchendo a existência e satisfazen do a saudade de infinito que perturba, teimosa, o nosso coração; a profusão frenética de eventos esportivos e shows: vivemos de evento em evento, de show em show, de espetáculo em espetáculo. para fazer de conta que estamos nos preparando para algo, esperando algo, experimentando algo novo, dando sentido e alegria aos nossos dias, enchendo de significado o tempo de nossa vida. Aí se grita até a exaustão aqueles chavões tão duvidosos e de sentido tão ambíguo: "Esporte é vida! Esporte é saúde! O esporte confraterniza os povos e traz a paz aos homens!" No passado dir-se-ia que Cristo é Vida e Paz (e só ele!), que Cristo dá saúde e alegria ao coração, que somente em Cristo os homens se descobrem filhos de Deus e, portanto, irmãos uns dos outros! Mas, numa sociedade sem Deus, é necessário encontrar outros tipos de religião. Observem-se as premiações dos jogos olímpicos: quanta pompa, quanta gravidade, quanta gente perfilada. parece uma c oisa tão importante, tão séria.
de vida ou morte! Observe-se como no carnaval fala-se do clima de paz, de harmonia, de felicidade, quase como se se tratasse de um êxtase místico. e (3) a explosão do mercado do turismo. Explosão exagerada, sobretudo nos países ricos, mostrando o quanto as pessoas, com medo de entrarem em si mesmas, de viajarem para o interior de si - buscando-se a si, e à sua consciência -, precisam escapar, conhecer sempre novas coisas e novos lugares, experimentar novas sensações, entretendo-se para não enfrentar a mesmice da existência que nos faz perguntar pelo sentido da vida!
Desculpe-me o leitor pela chateação; mas, que esperar de uma sociedade assim? Por que nos espantamos com a violência entre os jovens, com a marginalidade também dos "filhinhos de papai", com a dissolução das famílias, com a ânsia de poder, prazer e consumo?
No Evangelho, Jesus fala do Reino, que é a presença de Deus no coração do homem e do mundo. Presença que ele veio trazer e que se torna uma realidade quando nos abrimos de verdade à sua palavra, ao seu amor, ao dom da sua Presença em nós. Quem o encontra, encontra o sentido da vida - como ele mesmo, que sabia de onde vinha e para onde ia: "Saí do Pai e vim ao mundo; deixo o mundo e volto ao Pai" (Jo 16,28). Quem encontra Jesus, encontra o Reino; quem encontra o Reino, encontra o sentido da existência e já não mais precisa fugir, drogar-se com essas drogazinhas que o mundo atual oferece, empanturrar-se com as
bugigangas que a sociedade atual nos coloca à disposição. Quem encontrou o sentido da existência encontrou o maior de todos os tesouros, aquele escondido que, uma vez nosso, ninguém nos poderá tirar!
Dom HENRIQUE Soares da Costa
Bispo auxiliar da Arquidiocese de Aracaju
Bispo auxiliar da Arquidiocese de Aracaju
NOTA DO BLOG:
Belíssimo artigo do Dom Henrique. A referência feita à célebre frase de Friedrich Wilhelm Nietzsche ( 1844-1900 ), professada ainda no século dezenove, também ganhou espaço não só na sociedade do velho continente, mas também, e infelizmente dentro das academias.
O seio acadêmico hoje encontra-se infestado de falsas ideologias, de filosofias repassadas a partir de lógicas como a de Nietzsche, que também ainda disse: “A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade.”
Lembro-me que só não mudei minha visão de mundo e sobre Deus dentro da universidade, por que sabia que as idéias que me eram repassadas em sala, era tão somente apenas, a expressão de um pensamento aprendido em páginas de livros de filosofias escritas por ateus e homens que tiveram uma vida alicerçada pela falta de amor. Muitos foram meus "confrontos" com a especialista detentora da disciplina. No final, ela não mudou meu pensamento e nem eu o dela, mas, sei que plantei no mínimo uma pequena semente de dúvida, quando falava que uma sociedade sem Deus, uma sociedadade que "matou Deus", é uma sociedade morta e seus frutos estão sendo colhidos diariamente e publicado nas páginas ensanguentadas dos jornais de grande circulação.
Lendo os escritos do Bispo, percebe-se que o homem continua caminhando com toda sua "sabedoria" para um vale de lágimas ainda maior que o presente. Errante, cego, mas, cheio de certeza que sua razão ainda é a grande responsável por tudo.
O iluminismo passou, as mentes brilhantes do século dezoito também, seus ideias permaneceram e hoje vivemos uma sociedade apodrecida em seus valores morais, por que houve exatamente o que ressalta de forma magistral o Bispo Dom Henrique. Houve uma inversão de valores, a verdade de Deus foi trocada pela mentira do mundo. E seus frutos, não só colhemos hoje, como também ficará de legado para nosso filhos.
Wellington Dantas
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