"Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força!"
Condições para ser curado
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo. Tiago 5,14-15.
Um capelão americano contou que muitos pacientes que davam entrada no hospital se sentiam culpados por isso.Eles desabafavam dizendo: “Se eu tão-somente tivesse tido a necessária fé, poderia ter sido curado pelo poder da oração, evitando assim despesas médicas e hospitalares!”Mas essa atitude é incorreta, pois embora Deus deseje operar milagres ainda hoje, há certas condições que precisam ser observadas:
1. Tanto quanto possível, Ele quer que façamos a nossa parte. Caso contrário a operação de milagres nos encorajaria à preguiça.
2. Deve-se unir a cura à educação e reforma. Se o doente contraiu uma enfermidade devido à transgressão das leis naturais, ele deve ser orientado a corrigir seus hábitos de vida, pois Deus não é honrado em curar alguém apenas para que este continue a viver erroneamente e contrair novamente a mesma doença da qual já foi curado uma vez.
3. Deus nos ouve se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade (1Jo 5,14-15). Mas algumas coisas que desejamos ardentemente, inclusive a cura, podem não estar de acordo com a vontade de Deus (W. Endruveit, Movimento Carismático, p. 55).
4. Embora Deus tenha poder para curar, Ele nem sempre o faz, porque uma doença pode ser usada por Deus como instrumento de correção para produzir frutos (2 Cor 4,17). Algumas das mais necessárias e preciosas lições da vida são aprendidas através do sofrimento.O apóstolo Paulo é um exemplo de alguém que por três vezes orou pedindo cura para seu “espinho na carne”, mas não foi atendido como queria. A resposta divina foi: “A Minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Cor 12,9).E qual foi a reação do apóstolo Paulo diante dessa recusa?Passou o resto da vida choramingando e reclamando? Não. Ele se conformou dizendo: “De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (v. 9).
Reflita Meu espinho na carne( II Cor. 12,1-10)
"Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força!"
A verdade é uma só: "Em todas as coisas somos mais que vencedores por Aquele que nos amou" (Rom. 8,37). O problema é só uma visão muitas vezes turvada pelos nossos desejos e só nossas aspirações. Santa Teresa d`Ávila nos diz: "Ponde os olhos no crucificado e tudo vos parecerá pouco!" Paulo conhece sua condição pobre, fraco, miserável e declara: "Tenho um espinho na carne".Não sabemos o que era tal espinho na carne de Paulo, porque ele não o declara. Alguns sugeriram que pode ter sido malária, epilepsia ou mais provável uma enfermidade nos olhos (cf Gal. 4,13-15). Qualquer que fosse o caso era um problema crônico que o debilitava, às vezes, impedindo-o de trabalhar mais pela expansão do Evangelho. Esse espinho era um impedimento para o seu ministério, e ela orava pedindo a remoção, para um bem maior, para expandir o Evangelho e sua ação missionária, não para um bem próprio. Mas Deus se recusou a fazê-lo.Paulo era uma pessoa auto-suficiente. Por isso esse espinho deve ter trazido muitas dificuldades. Esse espinho mantinha Paulo humilde, lembrava-lhe de sua necessidade de contato constante com Deus e beneficiava aqueles que estavam ao seu redor, pois viam Deus trabalhando em sua vida e transbordando de sua vida.
O próprio Paulo reconheceu o bem deste espinho: "Não me levasse ao orgulho... E me livrar do perigo da vaidade". Qual é o teu espinho hoje, neste momento ou um espinho que a tempo você se depara com ele. Escute agora as palavras do Senhor: "Basta-te minha graça, porque o meu poder se aperfeiçoará na tua fraqueza".Nosso maior problema é que ficamos presos na remoção dos nossos espinhos, é assim que ficamos paralisados. É preciso ficar atento não na remoção dos espinhos, mas ao "Poder de Deus" ser mostrados em nossas fraquezas.
À medida que reconhecemos nossas limitações, passamos a depender mais de Deus e não de nossa própria força ou capacidades, esforço e talentos. Nossas limitações não só nos ajudam a desenvolver o caráter cristão como também aprofundam nossa contemplação, nosso estar com Deus.Reconheço que dependo completamente de Deus e que todas as fibras do meu ser precisam dele, ou seja, que dentro de mim não existe nada que eu não tenha recebido dele.Deus não tirou o espinho de Paulo, fez coisa melhor: passou a dirigir aquele espinho e o fez servo de Paulo. Muitas vezes o ministério de espinhos tem sido muito mais útil aos homens do que o ministério de tronos. Na verdade o trono de Deus em nossas vidas é feito de nossas misérias. Amados filhos, quando você se deparar com seu espinho na carne, quando passar por aquele terrível vale de sofrimentos, quando aquela ofensa o atingir e pensar que tudo está acabado, lembre-se: confie em Deus de tal forma que sairás bem mais rico do que entrou! Ser mais do que vencedor é tomar do inimigo os despojos e apropriar-se deles. A arma que ele havia preparado para sua derrota, tome-a para si, e use-a para o seu próprio bem.Dessa experiência podemos concluir que precisamos confiar na sabedoria divina e aceitar Sua decisão.Se Ele decidir não nos curar, devemos nos conformar e crer que isto também é para o nosso bem eterno.
Doença é castigo?
Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os Seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? João 9,1- 2.
O rabino Harold S. Kushner conta que conheceu um garoto de 11 anos que se submeteu a um exame de vista na escola.Foi constatado um grau de miopia suficiente para o uso de óculos. Ninguém ficou chocado com isso, pois tanto seus pais como sua irmã mais velha usavam óculos. “Mas o garoto ficou profundamente transtornado com o fato, não se abrindo, porém, com ninguém. Finalmente, certa noite, quando a mãe o colocava na cama, a verdade apareceu.Uma semana antes do exame de vista, o garoto e dois outros amigos mais velhos examinaram um monte de velharias que um vizinho colecionava e descobriram um exemplar da revista Playboy. Com o sentimento de que estavam fazendo algo perverso, eles passaram algum tempo olhando para as fotografias de mulheres nuas. Dias mais tarde, diante do resultado do exame de vista na escola, ele tirou a conclusão de que Deus iniciara o processo de puni-lo com a cegueira por ter olhado para aquelas fotografias” (Quando Coisas Ruins Acontecem às Pessoas Boas, p. 20).Os judeus acreditavam que os sofrimentos desta vida eram castigos divinos pelo pecado.
Os rabinos ensinavam ainda que Deus era muito cuidadoso, no sentido de punir cada pecado na medida exata.Sansão, por exemplo, cedeu ao desejo dos olhos, e como consequência, os filisteus lhe vazaram os olhos. Absalão se orgulhava de seu cabelo e por isso morreu pendurado pelos cabelos. E por aí afora.Mas Cristo condenou esse raciocínio, dizendo: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9,3).
Uma tradução mais compreensível seria: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas como resultado de seu sofrimento, as obras de Deus serão manifestadas nele.” Jesus “não explicou a causa da aflição do homem, mas disse-lhes qual seria o resultado” (O Desejado de Todas as Nações, p. 471).É verdade que os filhos muitas vezes colhem os resultados das transgressões dos pais.Mas não se deve confundir lei da causalidade com castigo divino.São duas coisas diferentes. O profeta Oseias já dizia: “Porque semeiam ventos e segarão tormentas” (Os 8,7).Isso é causa e efeito.A punição pelo pecado, porém, não é aplicada agora. Será no dia do juízo.
Com minha benção
Pe. Emílio Carlos Mancini+
Fonte:alphaeomega.org.br
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