Todos os santos foram heróicos na virtude diante de Deus e dos homens, mas há santos que ultrapassam, por assim dizer, as medidas. Só Deus sabe. Porém, humanamente falando, Francisco está entre os primeiros. Dante, na "Divina Comédia" diz que ele "se elevou como um sol a iluminar o mundo'. Guerra Junqueiro consideravao o autêntico "super-homem". Leonardo de Coimbra entusiasma-se por este "homem espontaneamente cristão", um "Platão depois de Cristo" que "reeencontra a natureza paradisíaca".
Julien Green pergunta-se "se Cristo não nos teria oferecido uma segunda vez o seu Evangelho na vida de São Francisco de Assis". Guedes de Amorim considera-o "renovador da humanidade". Para Chesterton, toda a vida de Francisco é "um poema". Renan, apesar da sua impiedade, escreveu: "Depois de Jesus, o homem que teve a consciência mais límpida, a simplicidade mais absoluta e o sentimento mais vivo da sua relação com o Pai celeste, foi Francisco, que amou tudo e todos numa loucura perpétua de amor divino bem expresso no admirável cântico do sol, a mais bela página de poesia religiosa depois dos Evangelhos.Depois de Jesus, Francisco de Assis foi o único cristão perfeito".
Seriam portanto necessárias muitas páginas para cantar a sua personalidade polifacetada e a sua grande santidade, como ícone de Jesus Cristo e revelação do amor do Pai (São Boaventura diz que em Francisco "se tornou visível na terra a bondade de Deus nosso Redentor' ').Temos de nos limitar a alguns traços biográficos.
Nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Até aos 25 anos viveu como os jovens da sua idade divertindo-se e exercitando-se nas artes marciais. A certa altura, teve um sonho parecendo-lhe que uma bela dama o chamava. Em Espoleto, ouviu nova voz que o desafiava:
"Francisco, a quem é melhor servir: ao amo ou ao criado?" Ele respondeu que ao senhor. Logo a voz retorquiu: "Então, porque transformas o amo em criado?"Voltou a Assis transfigurado. Peregrinou até Roma e pôs-se um dia a pedir esmola na praça de São Pedro para experimentar o que era a pobreza. Regressando a Assis, encontrou-se um dia com um leproso que lhe estendeu a mão. Desce do cavalo, beija-lhe a mão e abraça-o. A partir daí, visita e socorre outros leprosos.
Fora dos muros de Assis, havia uma igreja dedicada a São Damião que ameaçava ruína. Francisco ouve a voz do crucifixo:"Francisco, vai e repara a minha igreja". Põe-se imediatamente a reconstruí-la. Arranjava dinheiro pedindo esmola. Depois da obra acabada, continua a pedir, suscitando o escárnio dos colegas.Também o pai se sentiu envergonhado, acabando por deserdá-lo. Então Francisco pôde dizer que dali em diante só Deus era seu Pai. Pelo ano 1200 já outros jovens se tinham associado à sua vida de total pobreza e amor aos pobres e doentes. O centro do novo grupo era a capelinha dedicada a Nossa Senhora, chamada Porciúncula. Entretanto quis ser missionário desejando ir pregar aos turcos e depois ir à Africa, mas uma tempestade ou a doença impediram-no. Mais tarde sempre consegue viajar até ao Oriente (Chipre, São João de Acre e Egito) e peregrina aos lugares santos da Palestina, "tendo o coração cheio de ansioso respeito pela terra que o Divino Mestre tinha pisado".
Quando voltou a Itália em 1220, já alquebrado de saúde, mais sofreu encontrando os seus frades (que ele chamava "menores"), então já eram milhares, divididos, entre os que queriam continuar na estreiteza das sendas evangélicas e os que queriam aligeirar a carga. Esse sofrimento moral foi-o cristificando mais e unindo à Paixão do Senhor. Em 1224, no monte Alverne, o Senhor dignou-se imprimir no seu corpo as cinco chagas ou estigmas, tornando-o outro Cristo vivo. Aproximando-se a morte, quis que o levassem para Assis onde chegou cego. Em São Damião compôs o hino maravilhoso ao irmão Sol e a seguir retirou-se para morrer na Porciúncula. Recebeu a "irmã morte" com alegria pois "constituía para ele a porta da vida". Na agonia, quis estar deitado no chão, que o aspergissem com cinza, e que lhe lessem a Paixão segundo São João. A irmã morte veio buscá-lo a 3 de Outubro de 1226, tinha já declinado o sol. Um dos frades viu naquele momento um globo de fogo subindo em direção ao céu. Não tinham passado dois anos e já Gregório IX o canonizava, a 16 de Julho de 1228.
Francisco é um poço de virtudes centradas na imitação "à letra" do Evangelho e de Jesus Cristo, particularmente da Sua paixão (estigmas), imitando em perfeição as bem-aventuranças que o Senhor viveu e ensinou. Como irmão universal, ele pode ser padroeiro de tudo e de todos: dos pobres e aflitos, dos cantores e poetas, de todos os que choram e que riem, de todos os ascetas (penitentes) e místicos, dos peregrinos (andou pela Terra Santa e lá ficaram os seus filhos), dos ecologistas como o proclamou João Paulo II (amor entranhado à Natureza, tudo considerando como "irmãos e "irmãs"), dos missionários e sacerdotes, de todos os frades, religiosos e religiosas (ajudou a fundar as irmãs Clarissas), de todos os cristãos e não cristãos, do Ano Litúrgico (no Natal apresenta o presépio, na Paixão os estigmas, na Ressurreição a sua imensa alegria), da Igreja que ajudou a 'reconstruir', dos verdadeiros 'reformadores' que começam por si mesmos, dos trabalhadores (considerava o trabalho como alegria e não como castigo e chamava aos preguiçosos "irmãos-mosca~~ ou "irmãos-zangão", considerando a ociosidade como "inimiga da alma"), dos leprosos, dos mártires (sofreu a paixão do Senhor na sua carne e bem desejaria ser martirizado), dos cegos (apesar de tudo canta a luz do sol), dos deserdados da família, dos escarnecidos da sociedade, dos loucos, dos jovens e dos adultos, dos homens verdadeiramente livres e libertados (Nietzsche diz que "o mais livre é aquele que menos tem"), dos promotores da paz e da 'nao violência' (Guedes de Amorim chamou-lhe "o quinto evangelista da Paz"), dos políticos e democratas (Chesterton chama-lhe "o maior democrata"), das instância internacionais como a Onu ou a Unesco (que lhe dedicou o ano de 1982, no 80 centenário do seu nascimento), dos moribundos que podem abraçar como ele a "irmã morte"... Santo do passado, do presente e do futuro. Santo do milénio passado e do novo milénio (já São Boaventura o tinha apelidado "homem do século futuro").
Seriam portanto necessárias muitas páginas para cantar a sua personalidade polifacetada e a sua grande santidade, como ícone de Jesus Cristo e revelação do amor do Pai (São Boaventura diz que em Francisco "se tornou visível na terra a bondade de Deus nosso Redentor' ').Temos de nos limitar a alguns traços biográficos.
Nasceu em Assis, na Úmbria (Itália) em 1182. Até aos 25 anos viveu como os jovens da sua idade divertindo-se e exercitando-se nas artes marciais. A certa altura, teve um sonho parecendo-lhe que uma bela dama o chamava. Em Espoleto, ouviu nova voz que o desafiava:
"Francisco, a quem é melhor servir: ao amo ou ao criado?" Ele respondeu que ao senhor. Logo a voz retorquiu: "Então, porque transformas o amo em criado?"Voltou a Assis transfigurado. Peregrinou até Roma e pôs-se um dia a pedir esmola na praça de São Pedro para experimentar o que era a pobreza. Regressando a Assis, encontrou-se um dia com um leproso que lhe estendeu a mão. Desce do cavalo, beija-lhe a mão e abraça-o. A partir daí, visita e socorre outros leprosos.
Fora dos muros de Assis, havia uma igreja dedicada a São Damião que ameaçava ruína. Francisco ouve a voz do crucifixo:"Francisco, vai e repara a minha igreja". Põe-se imediatamente a reconstruí-la. Arranjava dinheiro pedindo esmola. Depois da obra acabada, continua a pedir, suscitando o escárnio dos colegas.Também o pai se sentiu envergonhado, acabando por deserdá-lo. Então Francisco pôde dizer que dali em diante só Deus era seu Pai. Pelo ano 1200 já outros jovens se tinham associado à sua vida de total pobreza e amor aos pobres e doentes. O centro do novo grupo era a capelinha dedicada a Nossa Senhora, chamada Porciúncula. Entretanto quis ser missionário desejando ir pregar aos turcos e depois ir à Africa, mas uma tempestade ou a doença impediram-no. Mais tarde sempre consegue viajar até ao Oriente (Chipre, São João de Acre e Egito) e peregrina aos lugares santos da Palestina, "tendo o coração cheio de ansioso respeito pela terra que o Divino Mestre tinha pisado".
Quando voltou a Itália em 1220, já alquebrado de saúde, mais sofreu encontrando os seus frades (que ele chamava "menores"), então já eram milhares, divididos, entre os que queriam continuar na estreiteza das sendas evangélicas e os que queriam aligeirar a carga. Esse sofrimento moral foi-o cristificando mais e unindo à Paixão do Senhor. Em 1224, no monte Alverne, o Senhor dignou-se imprimir no seu corpo as cinco chagas ou estigmas, tornando-o outro Cristo vivo. Aproximando-se a morte, quis que o levassem para Assis onde chegou cego. Em São Damião compôs o hino maravilhoso ao irmão Sol e a seguir retirou-se para morrer na Porciúncula. Recebeu a "irmã morte" com alegria pois "constituía para ele a porta da vida". Na agonia, quis estar deitado no chão, que o aspergissem com cinza, e que lhe lessem a Paixão segundo São João. A irmã morte veio buscá-lo a 3 de Outubro de 1226, tinha já declinado o sol. Um dos frades viu naquele momento um globo de fogo subindo em direção ao céu. Não tinham passado dois anos e já Gregório IX o canonizava, a 16 de Julho de 1228.
Francisco é um poço de virtudes centradas na imitação "à letra" do Evangelho e de Jesus Cristo, particularmente da Sua paixão (estigmas), imitando em perfeição as bem-aventuranças que o Senhor viveu e ensinou. Como irmão universal, ele pode ser padroeiro de tudo e de todos: dos pobres e aflitos, dos cantores e poetas, de todos os que choram e que riem, de todos os ascetas (penitentes) e místicos, dos peregrinos (andou pela Terra Santa e lá ficaram os seus filhos), dos ecologistas como o proclamou João Paulo II (amor entranhado à Natureza, tudo considerando como "irmãos e "irmãs"), dos missionários e sacerdotes, de todos os frades, religiosos e religiosas (ajudou a fundar as irmãs Clarissas), de todos os cristãos e não cristãos, do Ano Litúrgico (no Natal apresenta o presépio, na Paixão os estigmas, na Ressurreição a sua imensa alegria), da Igreja que ajudou a 'reconstruir', dos verdadeiros 'reformadores' que começam por si mesmos, dos trabalhadores (considerava o trabalho como alegria e não como castigo e chamava aos preguiçosos "irmãos-mosca~~ ou "irmãos-zangão", considerando a ociosidade como "inimiga da alma"), dos leprosos, dos mártires (sofreu a paixão do Senhor na sua carne e bem desejaria ser martirizado), dos cegos (apesar de tudo canta a luz do sol), dos deserdados da família, dos escarnecidos da sociedade, dos loucos, dos jovens e dos adultos, dos homens verdadeiramente livres e libertados (Nietzsche diz que "o mais livre é aquele que menos tem"), dos promotores da paz e da 'nao violência' (Guedes de Amorim chamou-lhe "o quinto evangelista da Paz"), dos políticos e democratas (Chesterton chama-lhe "o maior democrata"), das instância internacionais como a Onu ou a Unesco (que lhe dedicou o ano de 1982, no 80 centenário do seu nascimento), dos moribundos que podem abraçar como ele a "irmã morte"... Santo do passado, do presente e do futuro. Santo do milénio passado e do novo milénio (já São Boaventura o tinha apelidado "homem do século futuro").
Fonte:encontrocomcristo.com.br
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