segunda-feira, 6 de março de 2023

Cor Litúrgica: Roxo 2ª Semana da Quaresma - Vivemos de misericórdia.

 O AMOR EM GRAU MÁXIMO – O EVANGELHO QUE ASSUSTA – LUCAS 6, 27-38

Tende compaixão de mim, ó Deus, e libertai-me! Meus pés estão firmes no caminho reto, nas assembleias bendirei ao Senhor (Sl 25,11s).

No processo de santificação, bom começo é confessar coletivamente os pecados, como fazemos no ato penitencial da missa. Uma vez perdoados por Deus, pleno de misericórdia e perdão, podemos celebrar dignamente os santos mistérios.

Primeira Leitura: Daniel 9,4-10

Leitura da profecia de Daniel4“Eu te suplico, Senhor, Deus grande e terrível, que preservas a aliança e a benevolência aos que te amam e cumprem teus mandamentos; 5temos pecado, temos praticado a injustiça e a impiedade, temos sido rebeldes, afastando-nos de teus mandamentos e de tua lei; 6não temos prestado ouvidos a teus servos, os profetas, que, em teu nome, falaram a nossos reis e príncipes, a nossos antepassados e a todo o povo do país. 7A ti, Senhor, convém a justiça; e a nós, hoje, resta-nos ter vergonha no rosto: seja ao homem de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo Israel, seja aos que moram perto e aos que moram longe, de todos os países para onde os escorraçaste por causa das infidelidades cometidas contra ti. 8A nós, Senhor, resta-nos ter vergonha no rosto: a nossos reis e príncipes e a nossos antepassados, pois que pecamos contra ti; 9mas a ti, Senhor, nosso Deus, cabe misericórdia e perdão, pois nos temos rebelado contra ti 10e não ouvimos a voz do Senhor, nosso Deus, indicando-nos o caminho de sua lei, que nos propôs mediante seus servos, os profetas”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 78(79)

O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

1. Não lembreis as nossas culpas do passado, † mas venha logo sobre nós vossa bondade, / pois estamos humilhados em extremo. – R.

2. Ajudai-nos, nosso Deus e salvador! † Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! / Por vosso nome, perdoai nossos pecados! – R.

3. Até vós chegue o gemido dos cativos: † libertai com vosso braço poderoso / os que foram condenados a morrer! / Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo, † celebraremos vosso nome para sempre, / de geração em geração vos louvaremos. – R.

Evangelho: Lucas 6,36-38

Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!

Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; / só tu tens palavras de vida eterna! (Jo 6,63.68) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 36“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso. 37Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. 38Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque, com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos”. – Palavra da salvação.

Reflexão
O Evangelho de hoje coloca-nos diante da misericórdia divina, tema em torno do qual gira, por assim dizer, todo o relato de S. Lucas; é dele, por exemplo, que ouvimos a tocante parábola do filho pródigo. Nesta segunda-feira, de modo particular, o Senhor nos chama a imitar a misericórdia do Pai, conforme somos ensinados a pedir: “Perdoai-nos as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Tem de haver, pois, uma perfeita isonomia ou proporcionalidade entre a nossa atitude com os demais e a compaixão que esperamos Deus tenha para conosco. Mas como, poderíamos perguntar, é possível ter um coração como o do Pai? Não seria isto um fardo muito pesado para a nossa tão conhecida miséria? Aqui é preciso lembrar que, quando condenamos a um irmão, inclementes e vingativos, é de nós — da nossa condição pecadora — que estamos esquecidos. Ora, todos vivemos de misericórdia; todos sabemos, ainda que não o queiramos reconhecer, que se Deus vier-nos cobrar o que a Ele devemos, seremos esmagados por sua justiça. Por isso, quem se arroga o direito de, com olhar severo, sair por aí condenando a torto e a direito, precisa lembrar-se da imensa paciência que Deus lhe tem manifestado, da infinita misericórdia com que lhe perdoou os pecados, ao preço do sangue de seu Filho muito amado. Não caiamos nessa tentação farisaica de exigir para os outros uma justiça que nós mesmos não seríamos capazes de suportar. Antes, peçamos ao Pai um coração compassivo e paciente, a fim de termos em relação ao próximo o mesmo carinho, a mesma benevolência, a mesma compreensão que Ele nos dispensa. Que a Virgem SS., Mãe de misericórdia, nos conceda neste dia a graça de vivermos o que nos manda o seu Filho: “Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso.”

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