quinta-feira, 30 de março de 2023

5ª Semana da Quaresma - O Juiz que assume o castigo.

 Joao 8,51-59 - Então eles pegaram em pedras para apedrejar Jesus - YouTube

Cristo é o mediador de uma nova aliança, para que, por meio de sua morte, recebam os eleitos a herança eterna que lhes foi prometida (Hb 9,15).

A história da salvação começa com a aliança entre Deus e Abraão, figura de Cristo, o iniciador da Nova e Eterna Aliança no seu sangue. Pelo sacramento da Eucaristia, alimentamos nossa comunhão com o Senhor. Acolhamos, de coração sincero, o amor de Deus por nós.

Primeira Leitura: Gênesis 17,3-9

Leitura do livro do Gênesis – Naqueles dias, 3Abrão prostrou-se com o rosto por terra. 4E Deus lhe disse: “Eis a minha aliança contigo: tu serás pai de uma multidão de nações. 5Já não te chamarás Abrão, mas o teu nome será Abraão, porque farei de ti o pai de uma multidão de nações. 6Farei crescer tua descendência infinitamente. Farei nascer de ti nações, e reis sairão de ti. 7Estabelecerei minha aliança entre mim e ti e teus descendentes para sempre; uma aliança eterna, para que eu seja teu Deus e o Deus de teus descendentes. 8A ti e aos teus descendentes darei a terra em que vives como estrangeiro, todo o país de Canaã como propriedade para sempre. E eu serei o Deus dos teus descendentes”. 9Deus disse a Abraão: “Guarda a minha aliança, tu e a tua descendência para sempre”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 104(105)

O Senhor se lembra sempre da Aliança!

1. Procurai o Senhor Deus e seu poder, / buscai constantemente a sua face! / Lembrai as maravilhas que ele fez, / seus prodígios e as palavras de seus lábios! – R.

2. Descendentes de Abraão, seu servidor, / e filhos de Jacó, seu escolhido, / ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, / vigoram suas leis em toda a terra. – R.

3. Ele sempre se recorda da Aliança, / promulgada a incontáveis gerações; / da Aliança que ele fez com Abraão / e do seu santo juramento a Isaac. – R.

Evangelho: João 8,51-59

Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: / Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 51“Em verdade, em verdade, eu vos digo, se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte”. 52Disseram então os judeus: “Agora sabemos que tens um demônio. Abraão morreu e os profetas também, e tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte’. 53Acaso és maior do que nosso pai Abraão, que morreu, como também os profetas? Quem pretendes tu ser?” 54Jesus respondeu: “Se me glorifico a mim mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus. 55No entanto, não o conheceis. Mas eu o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso como vós! Mas eu o conheço e guardo a sua palavra. 56Vosso pai Abraão exultou por ver o meu dia; ele o viu e alegrou-se”. 57Os judeus disseram-lhe então: “Nem sequer cinquenta anos tens e viste Abraão!?” 58Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, antes que Abraão existisse, eu sou”. 59Então eles pegaram em pedras para apedrejar Jesus, mas ele escondeu-se e saiu do templo. – Palavra da salvação.

Reflexão
A controvérsia entre Jesus e os fariseus vem-se acalorando de dia para dia e hoje, como lemos no relato do Evangelho, ela finalmente chega ao final, com os judeus pegando em pedras e o Senhor escondendo-se no Templo para não morrer antes da hora prefixada pelo Pai. Não deixa de ser interessante notar que este mesmo capítulo de S. João, que se conclui com pedras, começara também com pedras: nos versículos iniciais, víamos uma adúltera surpreendida em pecado, que não só se livrou da condenação da Lei, senão que voltou para casa perdoada por Deus; agora, vemos o Senhor que a livrara das pedras e perdoara do pecado ser perseguido pelos mesmos que a queriam matar. No primeiro caso, o que vemos é uma pecadora que sai redimida e desculpada das pedras que merecia; no segundo, o que vemos é um inocente de toda culpa, mas que se dispõe a receber as pedradas devidas aos crimes de outrem. Aqui, neste contraste entre a culpada e o que perdoa, entre a ré que sai absolvida da pena e o juiz que se submete ao castigo, está contida a essência da Redenção: Deus, que é o ofendido pelos nossos crimes, dispõe-se a sofrer as penas das nossas ofensas, para que, pagando Ele mesmo o preço da nossa iniquidade, possamos viver livres de toda dívida. O admirabile commercium! Que sublime câmbio e que admirável comércio este, em que o Senhor da vida se precipita no abismo da morte, a fim de resgatar os que jazíamos na escuridão do pecado! Qual bom pastor que dá sua vida pelas ovelhas, Cristo nos salvou na cruz, vivendo a nossa própria morte física, e nos conquistou a graça de uma vida que não conhecerá ocaso: “Se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte”. — Cheios de gratidão, louvemos aquele que é maior que Abraão, por ser Deus santo e onipotente desde todos os séculos, e, em sinal de agradecimento pelo benefício da Redenção, consagremos nossa vida por inteiro ao que não recusou entregar a sua própria vida até a última gota de sangue, com o fim de que a morte já não tivesse domínio sobre nós: “Se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte”!
 
 

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