quinta-feira, 2 de março de 2023

1ª Semana da Quaresma - Perdoar como Deus perdoa.

 O contexto das bem-aventuranças em Mateus (5, 1-12) | Comunidade Filhos da  Redenção

Livrai-me, Senhor, das minhas aflições, vede minha miséria e minha dor; perdoai todos os meus pecados (Sl 24,17s).

Deus não se cansa de perdoar, porém espera que cada um de nós se arrependa dos pecados cometidos, observe seus preceitos e pratique o direito e a justiça. A Eucaristia nos anime a buscar continuamente o caminho da conversão e da reconciliação.

Primeira Leitura: Ezequiel 18,21-28

Leitura da profecia de Ezequiel – Assim fala o Senhor: 21“Se o ímpio se arrepender de todos os pecados cometidos, e guardar todas as minhas leis, e praticar o direito e a justiça, viverá com certeza e não morrerá. 22Nenhum dos pecados que cometeu será lembrado contra ele. Viverá por causa da justiça que praticou. 23Será que eu tenho prazer na morte do ímpio? – oráculo do Senhor Deus. Não desejo, antes, que mude de conduta e viva? 24Mas, se o justo se desviar de sua justiça e praticar o mal, imitando todas as práticas detestáveis feitas pelo ímpio, poderá fazer isso e viver? Da justiça que ele praticou, nada mais será lembrado. Por causa da infidelidade e do pecado que cometeu, por causa disso morrerá. 25Mas vós andais dizendo: ‘A conduta do Senhor não é correta’. Ouvi, vós da casa de Israel: é a minha conduta que não é correta ou, antes, é a vossa conduta que não é correta? 26Quando um justo se desvia da justiça, pratica o mal e morre, é por causa do mal praticado que ele morre. 27Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida. 28Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá; não morrerá”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 129(130)

Se levardes em conta nossas faltas, / quem haverá de subsistir?

1. Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, / escutai a minha voz! / Vossos ouvidos estejam bem atentos / ao clamor da minha prece! – R.

2. Se levardes em conta nossas faltas, / quem haverá de subsistir? / Mas em vós se encontra o perdão, / eu vos temo e em vós espero. – R.

3. No Senhor ponho a minha esperança, / espero em sua palavra. / A minha alma espera no Senhor / mais que o vigia pela aurora. – R.

4. Espere Israel pelo Senhor / mais que o vigia pela aurora! / Pois no Senhor se encontra toda graça / e copiosa redenção. / Ele vem libertar a Israel / de toda a sua culpa. – R.

Evangelho: Mateus 5,20-26

Salve, ó Cristo, imagem do Pai, / a plena verdade nos comunicai!

Lançai para bem longe toda a vossa iniquidade! / Criai em vós um novo espírito e um novo coração! (Ez 18,31) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo, todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de tolo será condenado ao fogo do inferno. 23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar e ali te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo, dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”. – Palavra da salvação.

https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/#.ZAFQ4h_MKMo

Reflexão
 
O Evangelho desta sexta-feira está atravessado, do início ao fim, de ensinamentos preciosos sobre a virtude da benevolência, que devemos ter para com todos, incluídos os nossos inimigos. A leitura de hoje vem, pois, muito a calhar neste tempo de Quaresma, ao longo do qual a Igreja continuamente nos exorta a procurar a reconciliação com Deus no sacramento da Confissão, pelo qual somos reconstituídos em amizade com Ele e recebemos as graças de que tanto precisamos para não reincidirmos nos pecados confessados. É essa misericórdia sem limites de Deus — que jamais fecha os braços aos filhos arrependidos que O procuram de coração sincero — o fundamento do nosso dever de perdoar a quem nos ofende, de ser mansos e humildes com os que nos desejam e fazem mal; o amor e a bondade de Deus, com efeito, são os modelos que temos de ter em mente em nosso trato com os demais, cujas ofensas e injustiças nunca serão tão graves como as injúrias e infidelidades que dia após dia lançamos contra a sagrada face de Nosso Senhor. Essa docilidade, essa capacidade de perdoar como Deus perdoa, é uma graça que só alcançaremos rezando, tendo vida de oração e desejando sinceramente o bem — e bem eterno — daqueles que nos odeiam. Que, com a ajuda de Maria Santíssima, saibamos aproveitar este tempo de penitência para, consolidados na amizade de Deus, aprendermos a amar e perdoar como Ele, que é Amor, perdoa generosamente.
 
 
https://padrepauloricardo.org 

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