O Senhor é misericórdia e clemência, indulgente e cheio de amor. O Senhor é bom para com todos, misericordioso para todas as suas criaturas (Sl 144,8s).
Maravilhoso é o dom do perdão de Deus aos pecadores; ele “não nos trata como exigem nossas faltas nem nos pune em proporção às nossas culpas”. Saibamos acolher a misericórdia divina, com o firme propósito de trilharmos um caminho de constante conversão, de volta ao abraço do Pai.
Leitura da profecia de Miqueias – 14Apascenta o teu povo com o cajado da autoridade, o rebanho de tua propriedade, os habitantes dispersos pela mata e pelos campos cultivados; que eles desfrutem a terra de Basã e de Galaad, como nos velhos tempos. 15E, como foi nos dias em que nos fizeste sair do Egito, faze-nos ver novos prodígios. 18Qual Deus existe, como tu, que apagas a iniquidade e esqueces o pecado daqueles que são resto de tua propriedade? Ele não guarda rancor para sempre, o que ama é a misericórdia. 19Voltará a compadecer-se de nós, esquecerá nossas iniquidades e lançará ao fundo do mar todos os nossos pecados. 20Tu manterás fidelidade a Jacó e terás compaixão de Abraão, como juraste a nossos pais, desde tempos remotos. – Palavra do Senhor.
O Senhor é indulgente e favorável.
1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, / e todo o meu ser, seu santo nome! / Bendize, ó minha alma, ao Senhor, / não te esqueças de nenhum de seus favores! – R.
2. Pois ele te perdoa toda culpa / e cura toda a tua enfermidade; / da sepultura ele salva a tua vida / e te cerca de carinho e compaixão. – R.
3. Não fica sempre repetindo as suas queixas / nem guarda eternamente o seu rancor. / Não nos trata como exigem nossas faltas / nem nos pune em proporção às nossas culpas. – R.
4. Quanto os céus por sobre a terra se elevam, / tanto é grande o seu amor aos que o temem; / quanto dista o nascente do poente, / tanto afasta para longe nossos crimes. – R.
Salve, ó Cristo, imagem do Pai, / a plena verdade nos comunicai!
Vou voltar e encontrar o meu pai e direi: / Meu pai, eu pequei contra o céu e contra ti (Lc 15,18). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. 3Então, Jesus contou-lhes esta parábola: 11“Um homem tinha dois filhos. 12O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. 13Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. 14Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar necessidade. 15Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. 16O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isso lhe davam. 17Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. 18Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; 19já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. 20Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. 21O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. 22Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. 23Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. 24Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. 25O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. 26Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. 27O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. 28Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. 29Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. 31Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. 32Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado'”. – Palavra da salvação.
O pastorzinho rejubila ao encontrar, após tantas buscas, uma única ovelha tresmalhada; a pobre mulherzinha enche-se de satisfação ao achar uma insignificante dracma; o bom pai, sem conter-se de alegria, faz um grande banquete em comemoração pelo retorno daquele filho desviado e miserável. Assim também os Céus festejam, os anjos exultam, o coração do Pai se alarga de inefável gozo por um só pecador que, arrependido, deseja voltar à casa paterna (cf. Lc 15, 7.10).
Isso nos deve dar a certeza firme e confiante de que todos os esforços desta Quaresma, ao longo da qual buscamos, com coração sincero, mudar de vida, ser pessoas melhores etc., todos esses esforços de arrependimento e penitência são, sim, do agrado de Nosso Senhor. Que grande consolo saber que podemos, com gestos simples e diários de conversão e amor, dar tamanha alegria ao dulcíssimo Coração de Jesus! Que reconfortante saber que as nossas obras quaresmais, que as nossas mortificações e privações, que as nossas orações e esmolas — se feitas sem vaidade e alarde — dão imenso prazer ao nosso Pai celeste!
Busquemos sempre agradar a Deus, em todas as nossas ações, em todos os nossos atos. Em recompensa destes santos esforços, o Senhor nos prepara diariamente um banquete: o banquete da Santíssima Eucaristia. Aproximemo-nos, pois, do Corpo e do Sangue do Senhor tendo bem presente esta realidade: Jesus se dá ali mesmo em sacrifício por nós; cheio de alegria pela volta de seus filhos pródigos, Ele se oferece à nossa indigência como alimento e sustento espiritual. Sejamos gratos por este dom, pelo qual o próprio Deus dá vida aos que estávamos mortos, reconduz ao caminho da salvação aos que estávamos perdidos.
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