O O mês de julho a Igreja dedica ao preciosíssimo Sangue de Cristo, derramado pelo perdão dos nossos pecados.
O Sangue de Cristo representa a Sua Vida
humana e divina, de valor infinito, oferecida à Justiça divina para o
perdão dos pecados de todos os homens de todos os tempos e lugares. Quem
for batizado e crer, como disse Jesus, será salvo (Mc 16,16) pelo
Sangue de Cristo.
Em cada Santa Missa a Igreja renova, presentifica, atualiza e
eterniza este Sacrifício de Cristo pela Redenção da humanidade. Em
média, a cada quatro segundos essa oferta divina sobe ao Céu em todo o
mundo.
O
Catecismo da Igreja ensina que mesmo que o mais santo dos homens
tivesse morrido na cruz, seria o seu sacrifício insuficiente para
resgatar a humanidade das garras do demônio; era preciso um sacrifício
humano, mas de valor infinito. Só Deus poderia oferecer este sacrifício;
então, o Verbo divino, dignou-se assumir a nossa natureza humana, para
oferecer a Deus um sacrifício de valor infinito. A majestade de Deus é
infinita; e foi ofendida pelos pecados dos homens. Logo, só um
sacrifício de valor infinito poderia restabelecer a paz entre a
humanidade e Deus.
“Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando
éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto, muito mais
agora, que estamos justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos
da ira” (Rm 5,8-9).
São Pedro ensina que fomos resgatados pelo Sangue do Cordeiro de Deus, mediante “a aspersão do seu sangue” (1Pd 1, 2).
“Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o
ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida
por tradição de vossos pais, mas pelo precioso sangue de Cristo, o
Cordeiro imaculado e sem defeito algum, aquele que foi predestinado
antes da criação do mundo” (1Pe1,19).
Ao despedir dos bispos de Éfeso, em lágrimas, S.Paulo pede que cuidem
do rebanho de Deus contra os hereges que já surgiam naquele tempo,
porque este rebanho foi “adquirido com o seu Sangue” (At 20,28).
Para os judeus a vida estava no sangue (cf. Lv 11,17), e por isso
eles não comiam o sangue dos animais; na verdade, a vida está na alma e
não no sangue; mas para eles o sangue tinha este significado. É muito
interessante notar que no dia da Páscoa, a saída do povo judeu do Egito,
naquela noite da morte dos primogênitos, Deus, segundo o entendimento
do povo, mandou que este passasse o sangue do cordeiro imolado nos
umbrais das portas para que o Anjo exterminador não causasse a morte do
primogênito naquela casa.
Este sangue do cordeiro simbolizava e prefigurava o Sangue de Cristo,
da Nova e Eterna Aliança que um dia seria celebrada no Calvário. É por
isso que S.João Batista, o Precursor de Jesus, ao anunciá-lo aos judeus
vai dizer: “Este é o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo” (Jo
1, 19). É a missão de Cristo, ser o Cordeiro de Deus imolado por amor
dos homens.
É este Sangue de Cristo que nos purifica de todo pecado:
“Se, porém, andamos na luz como ele mesmo está na luz, temos comunhão
recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos
purifica de todo pecado” (1Jo 1,7).
“Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e
soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos
pecados no seu Sangue e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e
seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém” (Ap 1, 5).
“Cantavam um cântico novo, dizendo: Tu és digno de receber o livro e
de abrir-lhe os selos, porque foste imolado e resgataste para Deus, ao
preço de teu Sangue, homens de toda tribo, língua, povo e raça; e deles
fizeste para nosso Deus um reino de sacerdotes, que reinam sobre a
terra” (Ap 5, 9-10).
Os mártires derramaram o seu sangue por Cristo, na força do seu Sangue:
“Mas estes venceram-no por causa do Sangue do Cordeiro e de seu
eloquente testemunho. Desprezaram a vida até aceitar a morte” (Ap 12,
11).
O Apocalipse ainda nos mostra que os santos lavaram as suas vestes (as almas) no Sangue de Cristo:
“Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no Sangue do Cordeiro” (Ap 7, 14).
Hoje esse Sangue redentor de Cristo está à nossa disposição de muitas
maneiras. Em primeiro lugar pela fé; somos justificados por esse Sangue
ensina S. Paulo:
“Mas
eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos
ainda pecadores, Cristo morreu por nós. Portanto, muito mais agora, que
estamos justificados pelo seu Sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm
5, 8-9).
Ele está à nossa disposição também no Sacramento da Confissão; pelo
ministério da Igreja e dos sacerdotes o Cristo nos perdoa dos pecados e
lava a nossa alma com o seu precioso Sangue. Infelizmente muitos
católicos ainda não entenderam a profundidade deste Sacramento e fogem
dele por falta de fé ou de humildade. O Sangue de Cristo perdoa os
nossos pecados na Confissão e cura as nossas enfermidades espirituais e
psicológicas.
Este Sangue está presente na Eucaristia: Corpo, Sangue, Alma e
Divindade de Jesus. Na Comunhão podemos ser lavados e inebriados pelo
Sangue redentor do Cordeiro sem mancha que veio tirar o pecado de nossa
alma. Mas é preciso parar para adorá-lo no Seu Corpo dado a nós.
Infelizmente muitos ainda comungam mal, com pressa, sem Ação de Graças,
sem permitir que o Sangue Real e divino lave a alma pecadora e doente.
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