Comemorando-se neste dia a Solenidade da Padroeira do Brasil, vamos dar um histórico dessa devoção nacional.
Comecemos pela narrativa do P. José
Alves Vilela, Vigário de Guaratinguetá de 1725 a 1745: “Na segunda
quinzena de outubro de 1717, passando por esta vila de Guaratinguetá
para as Minas, o Governador delas e de S. Paulo, o conde Assumar, Dom
Pedro de Almeida, foram notificados pela Câmara os pescadores, para
apresentarem todo o peixe que pudessem haver para o dito Governador.
Entre muitos, foram a pescar Domingos M. Garcia, João Alves e Filipe
Pedroso, em suas canoas. E principalmente a lançar suas redes no porto
de José Correa Leite, continuaram até o Porto de Itaguaçu, distância
bastante, sem tirar peixe algum.
E lançado neste porto João Alves a sua
rede de arrasto, tirou o corpo da Senhora, sem cabeça; e lançando mais
abaixo outra vez a rede, tirou a cabeça da mesma Senhora, não se sabendo
nunca quem ali a lançasse. Guardou o inventor esta imagem em um tal ou
qual pano; e continuando a pescaria, não tendo até então tomado peixe
algum, dali por diante foi tão copiosa a pescaria em poucos lanços, que
receosos os companheiros de naufragarem pelo muito peixe que tinham nas
canoas, se retiraram a suas vivendas, admirados deste sucesso. Filipe
Pedroso conservou esta imagem seis anos, pouco mais ou menos, em sua
casa, perto a Lourenço de Sá; e passando para a Ponte Alta, ali a
conservou em sua casa, nove anos, pouco mais ou menos. Daqui se passou a
morar em Itaguaçu, onde deu a imagem a seu filho Atanásio Pedroso, o
qual lhe fez oratório tal e qual; e em um altar de paus colocou a
Senhora, onde todos os sábados se ajuntava a vizinhança a cantar o terço
e mais devoções. Em uma destas ocasiões se apagaram duas luzes de cera
da terra repentinamente, que alumiavam a Senhora, estando a noite
serena; e querendo logo Silvana da Rocha acender as luzes apagadas,
também se viram acessas, sem intervir diligência alguma; foi este o
primeiro prodígio”.
Esse e outros fatos semelhantes se
deram. Foi edificada uma capelinha e depois uma maior. A 24 de junho de
1888 foi bento solenemente o templo, hoje chamado de “basílica velha”. A
monumental basílica atual foi consagrada pelo Papa João Paulo II no dia
4 de julho de 1980. A 28 de outubro de 1894, como padres capelães e
missionários de Nossa Senhora Aparecida, chegaram os primeiros padres e
irmãos redentoristas, vindos da Baviera, a convite pessoal de Dom
Joaquim Arcoverde, então bispo de S. Paulo. Daí em diante os filhos de
santo Afonso vêm prestando assistência religiosa as multidões de
romeiros que visitam o Santuário.
Os triunfos da “Senhora Aparecida”
começaram com as romarias paroquiais e diocesanas.
A primeira
realizou-se a 8 de setembro de 1900. com 1200 peregrinos vindos de trem,
de São Paulo, com seu bispo. Hoje os romeiros são milhões vindos de
todo o Brasil e dos países vizinhos. No dia 8 de setembro de 1904, na
presença do Núncio Apostólico, de 12 bispos e de grande multidão de
peregrinos do Rio, de S. Paulo e das cidades do Vale do Paraíba, o bispo
de S. Paulo, Dom José Camargo Barros, coroou solenemente a venerada
Imagem com a preciosa coroa oferecida pela Princesa Isabel. Em 1929, no
encerramento do Congresso Mariano, Nossa Senhora foi proclamada Rainha
do Brasil, sob a invocação de Aparecida. Em 31 de maio de 1931, a imagem
aparecida foi levada ao Rio, para que diante dela, Nossa Senhora
recebesse as homenagens oficiais de toda a nação, estando presente
também o Presidente da República, Getúlio Vargas. Nossa Senhora foi
aclamada então por todos “Rainha e Padroeira do Brasil”. Em 1958, a
cidade da Aparecida foi elevada a arcebispado, sendo seu primeiro
arcebispo o cardeal Mota. Em 1967, Aparecida recebeu a “Rosa de Ouro”
enviada pelo Papa Paulo VI.
A devoção do povo brasileiro a Nossa
Senhora, a peregrinação da padroeira por toda a Pátria, a abertura de
vias rápidas de condução e uma equipe especializada de sacerdotes e
irmãos coadjutores puseram Aparecida entre os maiores centros de
peregrinação do mundo.
Outros Santos do mesmo dia:
Ss. Maximiliano de Lorch, Ss. Félix e Cipriano e muitos outros, S.
Edvino, S. Etelburga, S. Vilfredo de Iorque, S. Serafim de Montegranaro,
Ss. Donino e Donina, B. Pacifico Pedro Salcedo Puchades, B. Romano de
Stiko, B. Eufrásio do Menino Jesus, B. Tomás Bullaker, B. José Gonzales
Huguet…
Prof. Felipe Aquino
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