1a Leitura - Romanos 4,20-25
Leitura do livro da carta de são Paulo aos Romanos.
4 20 Ante a promessa de Deus, não vacilou, não desconfiou, mas conservou-se forte na fé e deu glória a Deus.
21 Estava plenamente convencido de que Deus era poderoso para cumprir o que prometera.
22 Eis por que sua fé lhe foi contada como justiça.
23 Ora, não é só para ele que está escrito que a fé lhe foi imputada em conta de justiça.
24 É também para nós, pois a nossa fé deve ser-nos imputada igualmente, porque cremos naquele que dos mortos ressuscitou Jesus, nosso Senhor,
25 o qual foi entregue por nossos pecados e ressuscitado para a nossa justificação.
Palavra do Senhor.
Salmo - Lc 1
Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
porque a seu povo visitou e libertou!
Fez surgir um poderoso salvador
na casa de Davi, seu servidor,
como falara pela boca de seus santos,
os profetas desde os tempos mais antigos.
Para salvar-nos do poder os inimigos
e da mão de todos quantos nos odeiam.
Assim mostrou misericórdia a nossos pais,
recordando a sua santa aliança.
E o juramento a Abraão, o nosso pai,
de conceder-nos que, libertos do inimigo,
a ele nós sirvamos sem temos,
em santidade e em justiça diante dele,
enquanto perdurarem nossos dias.
Evangelho - Lucas 12,13-21
Leitura do livro da carta de são Paulo aos Romanos.
4 20 Ante a promessa de Deus, não vacilou, não desconfiou, mas conservou-se forte na fé e deu glória a Deus.
21 Estava plenamente convencido de que Deus era poderoso para cumprir o que prometera.
22 Eis por que sua fé lhe foi contada como justiça.
23 Ora, não é só para ele que está escrito que a fé lhe foi imputada em conta de justiça.
24 É também para nós, pois a nossa fé deve ser-nos imputada igualmente, porque cremos naquele que dos mortos ressuscitou Jesus, nosso Senhor,
25 o qual foi entregue por nossos pecados e ressuscitado para a nossa justificação.
Palavra do Senhor.
Salmo - Lc 1
Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
porque a seu povo visitou e libertou!
Fez surgir um poderoso salvador
na casa de Davi, seu servidor,
como falara pela boca de seus santos,
os profetas desde os tempos mais antigos.
Para salvar-nos do poder os inimigos
e da mão de todos quantos nos odeiam.
Assim mostrou misericórdia a nossos pais,
recordando a sua santa aliança.
E o juramento a Abraão, o nosso pai,
de conceder-nos que, libertos do inimigo,
a ele nós sirvamos sem temos,
em santidade e em justiça diante dele,
enquanto perdurarem nossos dias.
Evangelho - Lucas 12,13-21
Aleluia, aleluia, aleluia.
Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, 12 13disse-lhe então alguém do meio do povo: "Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança".
14Jesus respondeu-lhe: "Meu amigo, quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós?"
15E disse então ao povo: "Guardai-vos escrupulosamente de
toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na
abundância, não depende de suas riquezas".
16 E propôs-lhe esta parábola: "Havia um homem rico cujos campos produziam muito.
17E ele refletia consigo: 'Que farei? Porque não tenho onde recolher a minha colheita'.
18Disse então ele: 'Farei o seguinte: derrubarei os meus
celeiros e construirei maiores; neles recolherei toda a minha colheita e
os meus bens.
19E direi à minha alma: ó minha alma, tens muitos bens em depósito para muitíssimos anos; descansa, come, bebe e regala-te'.
20Deus, porém, lhe disse: 'Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma. E as coisas, que ajuntaste, de quem serão?'
21Assim acontece ao homem que entesoura para si mesmo e não é rico para Deus".
Palavra da Salvação.
Palavra da Salvação.
Reflexão
O
que está por trás do texto? Uma ideia do que está por trás do texto
ajuda a entender a posição de Jesus. No tempo de Jesus havia duas
propostas de sociedade ou dois modelos econômicos: o do campo e o da
cidade. O do campo se fundamentava na partilha, através da
solidariedade, da troca de produtos, etc. Isso impedia que os
endividados caíssem na desgraça e que tivessem que emigrar para a
cidade, tornando-se mendigos ou bandidos. O modelo econômico da cidade,
ao contrário, é fundamentado na ganância, no acúmulo, na lei do mais
forte. Isso naturalmente é fonte de exclusão e marginalidade. Isso gera
mendicância, violência, roubo, etc. Sem dúvida o texto de hoje reflete
uma situação do modelo econômico da cidade e não do campo, reflete a
ganância e a exploração, não a partilha. Jesus toma posição em favor da
partilha, não da cobiça, mas sem se colocar como árbitro entre os que
possuem riquezas.
Do meio da multidão, alguém disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão
que reparta a herança comigo.” Ontem como hoje, a distribuição da
herança entre os familiares sobreviventes é sempre uma questão delicada
e, muitas vezes, ocasião de brigas e tensões sem fim. Naquele tempo, a
herança tinha a ver também com a identidade das pessoas (1Rs 21,1-3) e
com a sua sobrevivência (Nm 27,1-11; 36,1-12). O problema maior era a
distribuição das terras entre os filhos do falecido pai. Sendo a família
grande, havia o perigo de a herança se esfacelar em pequenos pedaços de
terra que já não poderiam garantir a sobrevivência de todos. Por isso,
para evitar o esfacelamento ou desintegração da herança e manter vivo o
nome da família, o mais velho recebia o dobro dos outros filhos (Dt
21,17. cf. 2Rs 2,11).
Jesus respondeu: “Homem, quem foi que me encarregou de julgar ou
dividir os bens entre vocês?” Na resposta de Jesus transparece a
consciência que ele tinha da sua missão. Jesus não se sente enviado por
Deus para atender ao pedido de arbitrar entre os parentes que brigam
entre si por causa da repartição da herança. Mas o pedido do homem
despertou nele a missão de orientar as pessoas, pois “ele falou a todos:
Atenção! Tenham cuidado com qualquer tipo de ganância. Porque, mesmo
que alguém tenha muitas coisas, a sua vida não depende de seus bens.”
Fazia parte da sua missão esclarecer as pessoas a respeito do sentido da
vida. O valor de uma vida não consiste em ter muitas coisas mas sim em
ser rico para Deus (Lc 12,21). Pois, quando a ganância toma conta do
coração, não há como repartir a herança com equidade e paz.
Em seguida, Jesus conta uma parábola para ajudar as pessoas a refletir
sobre o sentido da vida: “A terra de um homem rico deu uma grande
colheita. E o homem pensou: O que vou fazer? Não tenho onde guardar
minha colheita.” O homem rico está totalmente fechado dentro da
preocupação com os seus bens que aumentaram de repente por causa de uma
colheita abundante. Ele só pensa em acumular para garantir uma vida
despreocupada. Ele diz: “Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e
construir outros maiores; e neles vou guardar todo o meu trigo, junto
com os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: meu caro, você possui
um bom estoque, uma reserva para muitos anos; descanse, coma e beba,
alegre-se!”
“Mas Deus lhe disse: Louco! Nesta mesma noite você vai ter que devolver
a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?” A
morte é uma chave importante para redescobrir o sentido verdadeiro da
vida. Ela relativiza tudo, pois mostra o que perece e o que permanece.
Quem só busca o ter e esquece o ser perde tudo na hora da morte. Aqui
transparece um pensamento muito frequente nos livros sapienciais: para
que acumular bens nesta vida, se você não sabe para quem vão ficar os
bens que você acumulou, nem sabe o que vai fazer o herdeiro com aquilo
que você deixou para ele? (Ecl 2,12.18-19.21)
“Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico
para Deus.” Como tornar-se rico para Deus? Jesus deu várias sugestões e
conselhos: quem quer ser o primeiro, seja o último; é melhor dar que
receber (At 20,35); o maior é o menor; preserva vida quem perde a vida.
A posição de Jesus está clara na sua exortação e na parábola que
contou. Jesus é contra qualquer cobiça, pois a cobiça não garante a vida
de ninguém. A parábola é um monólogo de um homem rico, ganancioso e
egoísta, cujo ideal de vida é apenas comer, beber e desfrutar. Este
homem não pensa nos seus empregados, não pensa nos pobres; é
profundamente ganancioso e egoísta. Jesus chama-o de insensato, e afirma
sua morte naquela mesma noite. Isso significa que acumular bens não
garante a vida.
O importante é ser rico para Deus, através da justiça,
da partilha e solidariedade para com o próximo, pois “quem se compadece
do pobre empresta a Deus” (Pr 19,17; Eclo 29,8-13). Eclo 29,12 diz
expressamente: “Dê esmola daquilo que você tem nos celeiros, e ela o
livrará de qualquer desgraça.”
Pai, preserva-me do apego exagerado às riquezas, as quais me tornam
insensível às necessidades do meu próximo. Que eu descubra na partilha
um caminho de salvação.
Pe Bantu
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